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domingo, 26 de agosto de 2012

Ser honesto no Brasil é perigoso - Contador quer proteção policial para depor na CPI do Cachoeira - notícias em Política

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G1 - Contador quer proteção policial para depor na CPI do Cachoeira - notícias em Política

26/08/2012 07h30 - Atualizado em 26/08/2012 07h30

Contador quer proteção policial para 



depor na CPI do Cachoeira


Ele aparece como responsável por IR de empresas que receberam da Delta.
Ex-mulher dele depôs à CPI; ela consta como sócia da Alberto & Pantoja.


Maria Angélica Oliveira G1, em Brasília

O contador Gilmar Carvalho Moraes afirma estar disposto a depor na CPI do Cachoeira, mas quer proteção – ele diz ter medo de ser morto. Em documentos da CPI, o contador aparece como responsável pelas declarações de imposto de renda de duas empresas que, segundo a comissão, receberam dinheiro da Delta, construtora supostamente vinculada ao grupo do contraventor.
Embora em documentos da Receita Federal recebidos pela CPI constem os números do CPF e do registro profissional de Moraes, ele nega ter feito as declarações de IR das empresas.
O contador afirma que teve os dados pessoais usados e diz ter uma suspeita sobre quem tenha feito isso, mas não quis revelar o nome da pessoa ao G1. Ele relata que, após o escândalo ter sido revelado, a pessoa de quem ele suspeita “desapareceu”. Questionado, afirma que não conhece nenhum dos citados no esquema Cachoeira.
“Nunca nem vi esses caras. Vou falar ‘vem cá, me dá pelo menos um milhão aí porque você me bota num rolo dessa porra e eu sem dinheiro aqui’. (...) Se a Polícia Federal é boa, ela vai saber quem foi que abriu essas contas, quem depositou, o gerente que abriu essas contas de conchavo com alguém. Os caras sabem, não são besta não”, desafia.
O nome de Gilmar Moraes surgiu na semana passada na CPI, quando a ex-mulher dele, a comerciante Roseli Pantoja da Silva, prestou depoimento como suspeita de ser sócia da Alberto & Pantoja, empresa investigada pela Polícia Federal por supostamente receber dinheiro da Delta, construtora que, segundo a PF, mantém vínculos com o grupo do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Depois que eu falar no Senado, posso falar na imprensa. Se te conto uma história que você divulga aí, você não vai poder me dar proteção. Então, depois que eu falar com o Senado e que me derem proteção, aí posso falar”, disse o contador.
Moraes afirmou que uma eventual manifestação neste momento sobre o assunto "pode acelerar [os trabalhos na CPI] e pode os caras me matar no outro dia (sic)".
No endereço da empresa, uma oficina
O nome, o CPF e o registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de Moraes aparecem no campo "responsável pelo preenchimento" da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) no ano de 2011 da Alberto & Pantoja Construções e da Adecio & Rafael Construções, que posteriormente se tornou G&C Construções.
Juntas, as duas empresas receberam R$ 63,3 milhões da Delta de 2010 a 2012, segundo dados obitdos pela CPI. Para a G&C, foram destinados R$ 36,4 milhões, de acordo com a comissão, e, para a Alberto & Pantoja, R$ 26,9 milhões. Segundo a Polícia Federal, a Alberto & Pantoja teria repassado recursos para propina e caixa dois de campanhas.
G1 foi até o endereço da empresa, no Núcleo Bandeirante, no entorno de Brasília, que consta no cadastro da empresa na Receita Federal. No local, funciona uma oficina mecânica. O dono, Eduardo e Silva, diz que aluga o lugar há três anos.
"Olha e vê se aqui funciona uma empresa que vale milhões?", questiona. "Não conheço ninguém desse grupo e não sei como meu endereço apareceu lá."
Ex-mulher na CPI
Criada em 19 de fevereiro de 2010, a Alberto & Pantoja tem como representante "Rosely Pantoja da Silva", o mesmo nome da ex-mulher do contador, mas com duas diferenças: a grafia com "y" ao final do primeiro nome (em vez de ‘i’) e o número de CPF.
Embora possa se tratar de uma homônima, chamou a atenção dos parlamentares da PCI o fato de o ex-marido da comerciante figurar na declaração de imposto de renda da empresa.
Sem advogado, Roseli disse à CPI ter ficado sabendo do envolvimento de seu nome na investigação após ter sido avisada por Gilmar e negou qualquer ligação com o esquema de Cachoeira. Relatou que sequer tem carro e que possui dívidas no banco.
Procuração
A comerciante contou aos parlamentares que, em 2011, passou uma procuração a Gilmar Moraes para que ele a ajudasse a abrir uma loja – o que levantou suspeitas de que essa procuração pudesse ter sido usada na abertura da Alberto & Pantoja.
No entanto, quando ela passou a procuração ao ex-marido, a empresa estava criada havia quase um ano e meio.
“Se eles forem ver a data da procuração, vão ver que a data foi bem recente com relação a essas empresas que abriram sem o meu consentimento”, defende-se o contador.
Polícia Federal
Após o depoimento de Roseli na CPI, parlamentares pediram a convocação de Gilmar Moraes para depor e também a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Os requerimentos ainda não foram votados.
“Eu vou lá [na CPI] porque quero que eles me mostrem. Já que a Polícia Federal é a melhor polícia que nós temos, quero que eles mostrem alguma ligação minha com esse povo aí, contato meu com esse povo, algum relacionamento meu. Se a Federal é uma polícia eficiente, quero que eles me mostrem”, diz o contador.
O relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), diz que, se Gilmar Moraes solicitasse proteção, a CPI poderia pedir a ajuda da Polícia Federal.
"O que foi importante na fala da Roseli é que ficou evidente que eles montaram um esquema não só de se fazer empresas fantasmas, mas como criar pessoas usando nomes parecidos. Então confirma a tese de que construíram empresas fantasmas para servir um esquema de lavagem de dinheiro. Nós podemos ouvir outras pessoas. O Gilmar, por exemplo, é uma pessoa que pode confirmar essa tese."

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