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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um pedido de Tostão aos técnicos: inspirem-se no Corinthians


tostão

 

19/12/2012 - 03h00

Aprendam com o Coringão


Como escrevo aos domingos e quartas, não sou blogueiro, tuiteiro, não participo de rede social, não trabalho no rádio nem na televisão, gosto de palpitar, ainda não escrevi sobre o jogo do Corinthians e tenho a pretensão de achar que algum leitor queira saber minha opinião, continuo com o assunto, já comentado um milhão de vezes pela imprensa.
Você já imaginou se, em uma das defesas de Cássio, a bola tivesse sido chutada um pouco para o lado? Seria gol, e o jogo poderia ter tido outra história. As opiniões seriam diferentes. Tite, certamente, seria criticado, o que seria injusto. Seu trabalho foi ótimo, independentemente do resultado.
Diferentemente das vitórias do São Paulo sobre o Liverpool e do Internacional sobre o Barcelona, quando os times brasileiros foram dominados durante toda a partida, o Corinthians fez um jogo equilibrado com o Chelsea.
Tite, mais uma vez, acertou ao colocar Jorge Henrique de um lado e Danilo de outro, deixando Emerson livre, como gosta e próximo de Guerrero. O time ficou mais forte, na defesa e no ataque. Parecia um clássico inglês. O Corinthians, no tradicional 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes, enquanto o Chelsea atuava como as atuais equipes globalizadas, ditas modernas, com uma linha de três meias e um centroavante (4-2-3-1). O Corinthians não mostrou nenhuma novidade tática. Apenas executou muito bem o que foi planejado.
Ter um grande conhecimento teórico sobre futebol é essencial para ser um bom técnico. Mas o melhor treinador não é o que sabe mais a teoria. É o que percebe os detalhes subjetivos, nebulosos e faz com que os jogadores executem com eficiência o que foi planejado.
O Chelsea mostrou por que foi eliminado na primeira fase da Copa dos Campeões, pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, está muito distante dos primeiros colocados no Campeonato Inglês e, recentemente, foi goleado pelo Atlético de Madri, por 4 a 1, pela Supercopa da Europa.
Em resumo, há hoje três maneiras de se jogar futebol. Uma, única, a do Barcelona, que ocupa o campo adversário, fica com a bola e espera o momento certo para tentar a jogada decisiva. Outra, a do Corinthians e de equipes da Europa, de times compactos, que alternam a marcação por pressão com a mais recuada e que conseguem sair da defesa para o ataque com troca de passes. E a terceira, a da maioria dos times brasileiros e sul-americanos, com muitos chutões, jogadas aéreas, excesso de faltas e correria. É uma maneira arcaica de se jogar.
Espero que outros clubes brasileiros aprendam com o Corinthians a ser organizados, dentro e fora de campo. Isso já se iniciou no Brasileirão deste ano. Alguns técnicos tiraram a máscara, aceitaram as críticas e, lentamente, começam a mudar. Tomara!
Tostão
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de um problema de descolamento da retina. Como comentarista esportivo, colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e domingos na versão impressa de "Esporte".

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