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terça-feira, 11 de junho de 2013

Descoberto esquema de fraude que desviou R$ 12 milhões de obras do PAC - Notícias - Cotidiano

Descoberto esquema de fraude que desviou R$ 12 milhões de obras do PAC - Notícias - Cotidiano

Descoberto esquema de fraude que desviou R$ 12 milhões de obras do PAC 
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Lucas Azevedo
Do UOL, em Porto Alegre


A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta manhã uma operação de combate ao desvio de verbas públicas em duas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Rio Grande do Sul. Vinte e três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Estado, dois no Distrito Federal e dois no Tocantins. Cerca de R$ 12 milhões foram desviados em um esquema que chegou a superfaturar custos em 300%.  
A operação, denominada Paralelo 31-S, investiga desde 2012 irregularidades nas obras da Barragem Arvorezinha, em Bagé, e o Projeto de Irrigação da Costa Doce, em Arambaré, ambas no sul gaúcho, orçadas em cerca de R$ 60 milhões e R$ 74 milhões, respectivamente.
As investigações começaram no ano passado, com suspeitas de crime ambiental na extração de areia para a construção da Barragem de Arvorezinha. Ao longo das apurações, foi descoberto um esquema de fraudes que envolve ao menos quatro empresas do setor de engenharia, que chegaram a desviar mais de R$ 12 milhões em fraudes em equipamentos hidromecânicos e medições de serviços não executados.
Em Arambaré, o valor superfaturado pelo esquema, conforme levantou a CGU (Controladoria-Geral da União) chega a 50% dos recursos repassados pelo governo federal. A compra superfaturada de equipamentos chegou a R$ 11 milhões. A empreiteira que realizava a obra pagava fornecedores com superfaturamento de até 300%. Já na obra da barragem em Bagé, os auditores constataram um desvio de 930 mil reais.

Suspensão de obras

Na semana passada, a AGU ingressou na Justiça com uma ação cautelar. Em sua decisão, o  juiz Gustavo Chies Cignachi, da Vara Federal de Bagé, suspendeu os contratos das quatro empresas com o governo federal, a proibição da participação em futuras licitações e a suspensão de todas as suas obras em andamento em contratos com governos municipais e estaduais.
Além disso, os bens dos dirigentes das empresas, como fazendas, apartamentos e veículos, foram sequestrados pela Justiça para garantir o ressarcimento aos cofres públicos. No Rio Grande do Sul, os mandados são cumpridos em Bagé, Arambaré, Porto Alegre, Camaquã, Santa Maria, Viamão, Cachoeirinha e Novo Hamburgo por 150 policiais federais.  
O nome da operação (Paralelo 31-S) faz referência à latitude da cidade de Bagé, onde teve início a investigação.
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Brasileiros fazem Marcha contra a Corrupção98 fotos

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O Movimento Brasil Contra a Corrupção, grupo apartidário, realiza Marcha Contra a Corrupção na Esplanada dos Ministerios, em Brasília. A Marcha Nacional Contra a Corrupção volta às ruas neste sábado (21) para mais um dia de protestos contra a corrupção em mais de 40 cidades brasileiras Leia mais Antonio Cruz/Agência Brasil

O brasileiro cansou de impunidade ...

Pesquisa: 9 em cada 10 brasileiros são a favor da redução da maioridade penal - Brasil - iG

Pesquisa: 9 em cada 10 brasileiros são a favor da redução da maioridade penal

Pesquisa encomendada pela CNT revela que 92,7% são a favor da redução da maioridade para 16 anos. Maioria também é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo

iG São Paulo  - Atualizada às 

De cada 10 brasileiros, nove são a favor da redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos. Isso é o que aponta a pesquisa da MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (11). Segundo a pesquisa, 92,7% dos entrevistados disseram que são a favor da redução. Apenas 6,3% do entrevistados disseram ser contra a redução. 0,9% responderam que não sabem.
Em outra questão formulada pela pesquisa, 69,1% responderam os crimes cometidos por menores de idade "aumentaram muito" nos últimos tempos. Para 24,8% apenas "aumentaram" recentemente; para 3,7% estão no mesmo nível que sempre estiveram; e para 1,7% diminuram nos últimos tempos.
No caso da maioridade civil, o percentual dos favoráveis à redução é de 69,7%. Outros 28,2% se disseram contra e 2,1% afirmaram que não sabem ou não responderam.
“A pesquisa mostra que a população apoia a mudança, principalmente em função dos últimos acontecimentos envolvendo assassinatos graves. Esta é uma discussão que vai caminhar com muita força no Congresso", afirmou o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade.
Casamento gay
De todos os entrevistados pela pesquisa, quase a metade (49,7%) se posicionou contrária à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Outros 38,9% dizem ser favoráveis e 11,4% não souberam opinar ou não responderam.
Quando o cenário é de casamento entre pessoas do mesmo sexo, e não apenas união civil, a rejeição aumenta para 54,2%. O número de favoráveis cai para 37,5% e o percentual de pessoas sem opinião formada a respeito vai a 8,3%.
A pesquisa também questionou o direito de um casal do mesmo sexo adotar um filho. Para 49,5% dos entrevistados, esse direito não deveria ser concedido. Outros 43,5% opinaram que um casal gay deveria ter o direito de adotar uma criança. Sete por cento não sabem ou não responderam.
A pesquisa entrevistou 2.010 pessoas em 134 municípios, sorteados aleatoriamente, de 20 Estados. As cinco regiões do País foram abordadas, no período de 1 a 5 de junho. A margem de erro é de 2,2 pontos com 95% de nível de confiança.


    "A casa de minha infância" / Soninha Francine


    Caixa Econômica

    terça-feira, 29 de maio de 2012

    Uma rua como aquela*

    postado por nadiakaku às 19:39


    “Não é tão bom assim… Tem muito problema com vizinho, sabe?”
    Era assim que minha mãe respondia às (muitas) pessoas que diziam “Você mora em uma vila!? Que delícia!”. Eu me surpreendia com as duas coisas: para uma criança, morar em uma rua sem saída era um sonho, só não imaginava que fosse para tantos adultos também. Quanto aos problemas com vizinhos…
    Bom, tinha o seu De Paula, tenente do Exército aposentado que andava de bengala e ficava muito, mas muito bravo quando caía bola no quintal dele.
    Estacionamento era um problema – havia mais carros do que vagas e uma discussão interminável sobre quem tinha direito de estacionar no “balão” no fim da rua (o equivalente a uma clareira, se ali fosse uma floresta, rs). Volta e meia um vizinho “trancava” o outro e o trancado tocava a campainha às cinco da manhã (“você pode tirar seu carro?”). Uns mais, ahn… (“folgados” é a única palavra, não adianta) jogavam a chave da janela – “tira aí”.
    Dona Graci entrava na vila – estreita, claro, e cheia de crianças brincando – a toda “vula”, como se dizia na época, buzinando e contando que saísse todo mundo da frente. O apelido dado a ela pelos moleques da rua era “BipBip” (o Papaléguas).
    O Paulinho também entrava correndo. Já o vizinho do Fusca azul celeste defendia que o balão (não lembro o nome dele) não era para estacionar, era para manobrar. Então fazia questão de entrar de frente e fazer mil e dois vaivéns com seu carro até deixá-lo de frente para a saída. Já a Gladys, com carta de motorista recente, ficava horas treinando entrar e sair de ré com o Corcel II branco do pai dela, o seu Fausto. Não era mesmo fácil dirigir ali.
    Minha mãe ficava fula da vida com os vizinhos que levavam o cachorro para usar nossa calçada (gramada) como banheiro. E também com quem varria a própria sarjeta e, em vez de recolher o lixo – folhas, basicamente – o empurrava para a casa ao lado. Como a nossa era a penúltima casa – justo no balão! – também sobrava pra gente ali. E o pior, a boca de lobo no fim da rua vivia entupida e quando chovia, a água chegava na altura do joelho. As crianças achavam divertidíssimo.
    Dona Deomina, avó de vários dos meus amigos que também moravam ali, organizava grupos para rezar o terço na casa dela às seis da tarde. Eu ia.
    A Marilene, um pouco mais nova do que eu e vizinha de parede, estudava piano. A gente escutava tudinho – toda escala, todo exercício. O que significa que ela escutava a minha aula também… Nosso cachorro, o Achilles, coitado, latia muito quando sozinho e incomodava todo mundo. E a Dona Iolanda, vizinha do outro lado, não se conformava com as trepadeiras enormes que cobriam a parede lateral e, segundo ela, enchiam sua casa de formiga e lagartixa.
    Envolvendo a vila havia uma chácara da TFP. O lado bom: era um bosque, lindo e refrescante. O lado ruim: eles marchavam e entoavam seus cânticos e palavras de ordem a noite toda (!); também tinham cachorros bravíssimos que corriam atrás dos moleques que se arriscavam a roubar ameixa ou uvaia das árvores mais próximas. Não que eles fizessem a menor questão das frutas; elas caíam no chão e aprodreciam. Era a invasão que eles não toleravam.
    Tanta história, tanta…


    Parece que eu só falei de problemas – ops, é verdade – mas, como sempre acontece, o que era uma baita dor de cabeça lá atrás vira lembrança divertida décadas depois. E havia muito mais coisas legais na casa e na vila onde eu cresci. Éramos muitas crianças e a vila era nosso quintal compartilhado. Às vezes meninos e meninas brincavam separados, às vezes todos juntos. De “saquinho” (ou Cinco Marias), pular elástico, pular corda, Aumenta-aumenta, Pega-pega, Esconde-esconde, Duro-ou-mole, Passa-passa-três-vezes, Amarelinha, Caracol, Casinha, Escolinha, Mês, Passa-Anel, restaurante, Estátua, Mãe-da-Rua, teatrinho, bicicleta, jornal.
    Também jogávamos bola, muito. Taco, Paredão (chute a gol – na parede do prédio da esquina), volei (com uma corda amarrada a um portão de um lado, uma grade de janela do outro). Mas os esportes “nacionais” da vila eram Stop (ou Alerta) e, principalmente, QUEIMADA. Eram jogos épicos… Especialmente quando eram meninos contra meninas. Eles eram mais fortes; nós éramos muito ágeis. Eu era forte também rs. Fui muitas vezes a principal jogadora do time – a última a ser queimada ou a vencedora. Inclusive quando do outro lado só tinha sobrado o Reneé (acho que era assim) ou o Humberto, os mais fortes entre eles. Quem perdia pagava picolé de maçã para os outros. Ou se sujeitava a um banho de esguicho – como se não quiséssemos todos tomar banho de água fria… Maior farra.

    O Reneé foi minha primeira paixão avassaladora. Coração disparava, sangue nas bochechas dedurava o sobressalto. Eu ficava muito vermelha. Nossa, como eu queria impressioná-lo. Foi meu primeiro beijo – na Vila… – no dia do meu aniversário (de 13 anos, eu acho).
    A Cuca era minha amiga inseparável. A Denise, um pouco mais velha que nós duas, também era bem chegada – mas ela era mais próxima da Andrea, a primogênita da família argentina da casa 19. A mãe delas, Dona Suzana, gritava o nome das três na hora do banho: AndreaDianaLaura! Aliás, era um sarro imitar o jeito de cada mãe chamar o seus.
    Eu era feliz, muito feliz na minha casa. Sala, cozinha, 2 quartos, um banheiro, um mínimo quintal (pra mim era enorme), lavanderia, quarto de empregada. De lá eu saía correndo para pegar o ônibus para o Colégio quando estudava à tarde e saía bem cedo quando já estudava de manhã. Lá comemorei vários aniversários. Para lá voltei da maternidade quando tive minha primeira filha (ainda não tinha me casado com o pai dela). Estudei piano, tive cães, um coelho, porquinhos-da-índia. Namorei… Ouvi muito Beatles e Queen, Police e Carpenters – na vitrola, no rádio AM/FM ou no toca-fitas. Ou os discos do Ray Coniff do meu pai. Chorei muito na hora de dormir, pensando “minha mãe vai morrer um dia”. FIz lição-de-casa. Briguei (muito) com a minha mãe. Brinquei e briguei com meu irmão, mais do que com a irmã caçula. Passei muitas tardes com a minha avó, na segunda à noite comíamos a pizza que meu avô trazia enquanto eu assistia Satiricon ou outro programa do Jô.
    Naquele sobradino cor-de-rosa, eu era bem feliz. E eu sabia.
    *Livro da Lucilia Junqueira de Almeida Prado em que a ficção era quase tão legal quanto nossa vida ali

    Soninha Francine já foi vereadora em São Paulo, hoje faz parte do partido PPS, escreve na revista Vida Simples e edita um blog na Folha Online.

    Capa de Veja Online às 14 horas / 11/06/ 2013

    segunda-feira, 10 de junho de 2013

    Vídeo campeão... Menino defende animais e argumenta porque não come polvo!!!!

    Vídeo mostra argumentação de menino que evita comer proteína animal...

    Não é piada... Castrinho sofreu dois assaltos na madrugada da mesma noite

    Violência! Castrinho é assaltado duas vezes na mesma noite

    (Foto: AgNews)Castrinho, 72, está em choque com a violência carioca. Na madrugada de domingo (9), o ator sofreu duas tentativas de assalto, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.
    De acordo com Leo Dias, do jornal "O Dia" desta segunda (10), o primeiro ocorrido foi por volta da 1h e o segundo, duas horas depois. Em um dos episódios, os ladrões atiraram no carro do ator e a bala passou bem próxima da esposa dele, Andreia, que ficou com o rosto ferido por estilhaços de pólvora e vidro. Ela foi levada para o hospital e passa bem.
    O casal está chocado com a violência e reclamou que falta policiamento nas ruas de toda a região Oeste do Rio de Janeiro.
    Contratado pela TV Record, Castrinho faz parte do remake de "Dona Xepa", que é exibido de segunda a sexta, a partir das 22h30.
    A esposa do ator, após ter seu rosto machucado (Reprodução: Facebook)

    Google compra a ferramenta de busca Waze por mais de um bilhão de dólares


    Ciência e Tecnologia

    Google teria acertado a compra do Waze, diz jornal de Israel

    Portal Terra
    O jornal Ha'aretz, de Israelinforma  que o Google está prestes a comprar o Waze, aplicativo de geolocalização colaborativo por US$ 1,3 bilhão. De acordo com o site Mashable, o Google não irá despedir os trabalhadores do Waze do centro de desenvolvimento em Israel, e irá permitir que a empresa continue seu desenvolvimento em Israel durante pelo menos três anos. Além disso, Noam Bardin seguiria como CEO do Waze.
    De acordo com o Ha'aretz , o interesse do Google pelo Waze decorre, principalmente, do seu objetivo de bloquear o crescimento do Facebook. A gigante das buscas opera seu próprio serviço de navegação que concorre diretamente com o Waze. Ele tem investido fortemente em seu sistema, incluindo o Google Street View, banco de dados de imagens e imagens de satélite.
    O Mashable entrou em contato com Google e o Waze para verificar o relatório de negócio no Ha'aretz. O Waze não respondeu, enquanto o Google disse: "Nós não comentamos rumores ou especulações".

    Tags: aplicativo, compra, mashable, tecnologia, waze

    sexta-feira, 7 de junho de 2013

    Nove em cada dez crimes graves ficam impunes no Brasil....



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    "Impunidade relativa aos crimes mais graves alcança 92%"
    Raízes do imobilismo político na segurança pública
    Por Luiz Eduardo Soares
    (Antropólogo, cientista político e escritor, professor da UERJ e ex-secretário nacional de segurança pública)
    A sociedade brasileira tem sido capaz de promover transformações profundas nas mais diversas esferas de sua experiência coletiva, mas permanece inerte e impotente ante alguns problemas históricos que persistem, entre os quais a insegurança pública.
    Cerca de 50 mil brasileiros são vítimas de homicídios dolosos, anualmente, dos quais apenas 8%, em média, são esclarecidos e um número bem menor chega a ser julgado e condenado[1]. Portanto, a taxa de impunidade relativa aos crimes mais graves alcança o espantoso patamar de 92%. Somos o segundo país mais violento do mundo, considerando-se os números absolutos referentes aos crimes letais intencionais. Examinando o baixíssimo índice de esclarecimento, um observador poderia ser instado a deduzir que o Brasil é o país da impunidade. Não é verdade. Temos a terceira população prisional do mundo, abaixo apenas da China e dos Estados Unidos, e um dos mais velozes crescimentos da taxa de encarceramento do planeta: havia 160 mil presos em 1995; hoje, são 540 mil.
    Segundo pesquisa da professora Luciana Boiteux, a partir de dados fluminenses, o foco prioritário do encarceramento, nos últimos seis anos, são jovens pobres do sexo masculino, de baixa escolaridade, frequentemente negros, capturados em flagrante e condenados à privação de liberdade por negociarem substâncias ilícitas sem uso de arma ou prática de ato violento, e sem vínculo com organização criminosa. Esse grupo responde por 65% das prisões efetuadas no período. Estudiosos crêem que os resultados têm valor nacional, o que significa o seguinte: o país está prendendo transgressores não violentos que operam no varejo do tráfico de drogas, relegando os crimes mais violentos à impunidade. Registre-se que custa R$ 1.500,00 ao mês esse método irracional e injusto de tornar os jovens piores, empurrando-os para uma carreira marginal, induzindo-os a ingressar em organizações criminosas. As consequências do encarceramento nesses casos são desastrosas para suas vidas e destrutivas para a sociedade. Ou seja, gastamos muito para armar uma bomba relógio contra a segurança pública –como a crise paulista está demonstrando.
    Do lado das instituições policiais, a situação também preocupa. Além da baixa capacidade investigativa demonstrada pela polícia civil –cujas lideranças, paradoxalmente, empenham-se em pressionar o Congresso para que seja aprovado um projeto de emenda constitucional impedindo o Ministério Público de realizar investigação criminal–, multiplicam-se casos de corrupção envolvendo seus membros. Nas polícias militares não é diferente. Além disso, são frequentes as acusações de que os milhares de autos-de-resistência que se acumulam, em todos os estados da federação, ocultem inúmeras execuções extra-judiciais. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, entre 2003 e 2011, houve 9.231 mortes provocadas por ações policiais. As máfias policiais, chamadas milícias, continuam expandindo seus negócios e os territórios sob seu domínio. O número de desaparecimentos continua crescendo, ano após ano.
    Nos últimos anos, alguns estados lograram reduzir os homicídios, mas os ganhos foram neutralizados, no agregado nacional, pelo agravamento da violência em outras regiões do país. Além disso, avanços locais revelaram-se efêmeros e foram sucedidos por rápida degradação. Impasses persistem onde programas inovadores conquistaram resultados expressivos e amplo apoio popular. Tome-se o caso das UPPs no Rio de Janeiro: como transformar o projeto em política pública, dotando-o de sustentabilidade e universalidade, sem promover profunda reforma policial? Por isso, convivem, no Rio, boas práticas com a propagação das milícias, da corrupcão em larga escala e da brutalidade letal. O assassinato da juíza Patricia Acioli por policiais, em 2011, é a manifestação trágica e extrema das contradições.
    Na raiz dos problemas está a arquitetura institucional da segurança pública, estabelecida pelo Artigo 144 da Constituição, que atribui à União poucas responsabilidades (salvo em crises), não confere qualquer autoridade relevante ao Município (na contramão do que ocorre nas demais áreas) e concentra praticamente todo o poder nas polícias estaduais, ordenadas segundo modelo que fratura o ciclo de trabalho e, por seu desenho incompatível com as funções atribuídas, condena as instituições à ingovernabilidade e à mútua hostilidade.
    Apesar do amplo consenso entre profissionais da área quanto à irracionalidade da arquitetura institucional, em especial do modelo de polícia, nenhum passo objetivo foi dado em direção à reforma[2].
    Nesse contexto em que o desempenho é negativo, as estruturas não potencializam as competências profissionais mobilizadas, a maioria dos policiais desaprova o modelo institucional e a sociedade manifesta sua inconformidade, sistematicamente, ante a gravidade da insegurança pública, por que não logramos, enquanto Nação, promover as mudanças profundas e inadiáveis? Por que os poderes públicos têm sido incapazes de encetar uma iniciativa concertada? É fato que há lobbies atuantes de delegados e oficiais contrários a mudanças. É verdade que o consenso mínimo não foi negociado entre todos os atores pertinentes e que a sociedade mantém-se crítica, mas não se envolve na formulação de alternativas. Mesmo assim, permanece enigmático o imobilismo das lideranças políticas ante a agenda urgente da segurança.
    Visando lançar as bases de uma análise mais profunda que ofereça hipóteses explicativas sobre a inércia nacional diante da complexidade da insegurança, convido os leitores a uma reflexão multidimensional sobre nossa história recente.
    ***
    Ingressamos em 2013, o vigésimo quinto ano de vigência da Constituição cidadã, em cuja letra instituiu-se o Estado democrático de direito, consagrando-se, formalmente, o vasto repertório de conquistas históricas que a resistência à ditadura acumulara, as negociações políticas viabilizaram e o árduo aprendizado coletivo ensejaram. Não é pouca coisa: um quarto de século de experiência em novo ambiente normativo, sob nova moldura institucional, recuperando o tempo perdido, atando linhas de tradição rompidas pelo arbítrio do regime militar, calibrando expectativas que idealizaram a transição, e abrindo picadas e horizontes para os complexos e inusitados desafios contemporâneos na arena global.
    Esse período foi curto, em perspectiva histórica, porém intenso e denso. O tempo compactou-se e acelerou transformações estruturais, promovendo uma espécie de vertigem ontológica, cujas manifestações alcançam a sensibilidade, os valores, as dinâmicas inter-subjetivas, as relações sociais e os processos econômicos. As temporalidades na vida social não são unívocas, unidimensionais e contínuas, nem correspondem a mensurações isomórficas e universalizáveis. No Brasil, entre ontem e hoje, um rio caudaloso de mudanças –das quais ainda não nos demos conta, suficientemente– carregou-nos para longe de nós mesmos ou do que supúnhamos ser como nação e do que pensávamos ser como atores. O fluxo arrastou cenários, embaralhou papéis e está exigindo que reescrevamos a dramaturgia para a sociedade das próximas décadas numa linguagem arejada, liberta de velhos fantasmas e de suas correntes enferrujadas. Certamente, há os dilemas atávicos que persistem. Contudo, até mesmo eles assumem novas formas e significações no novo contexto. Os problemas permanentes e endêmicos também exigem descrições em novas linguagens. Onde está a fonte fresca de água cristalina para a língua jovem estalar a pronúncia da palavra livre? Procuremos. Mapas não há. Far-se-ão, a posteriori. Bússolas não há. Entretanto, temos a razão –é o que dizem–, sobretudo a razão argumentativa. E alguma coragem cívica, alguma ousadia intelectual –creio eu. Ou não teríamos chegado até aqui vivos, criativos, com esperança, e com bons motivos para cultivá-la. Adiante, portanto.
    O capítulo anterior à conjuntura democrática pós-1988 não se esgotou no regime político autoritário. Foi marcado por vários processos sócio-econômicos e culturais relevantes, em especial por um fenômeno anterior a 1964, que completou seu ciclo sob a névoa discricionária. Refiro-me à migração interna e ao deslocamento do eixo de gravidade nacional do campo para a cidade. Importa destacar mais do que a natureza do processo, a escala, a velocidade e as implicações. O Brasil era 75% rural, nos anos 1950, e se tornaria 75% urbano, ao longo dos anos 1970. Sociologicamente, deu-se um deslizamento de placas tectônicas de efeitos extraordinários. O saudoso professor Vilmar Faria chamava a atenção para o caráter excepcional do fenômeno, que só encontrava paralelo na União Soviética dos anos 1930. A magnitude demográfica e a concentração temporal conferiram ao caso brasileiro sua significação singular. Acredito que não seria leviano afirmar que as ciências sociais brasileiras não chegaram a aplicar-se com a atenção necessária sobre as consequências dessa transformação, considerando as condições nas quais se realizou. Ou melhor, não cessou de fazê-lo –uma vez que os impactos da “urbanização acelerada” projetaram-se sobre praticamente todas as questões sociais subsequentes–, subestimando, no entanto, a conexão entre seus objetos e a profundidade da desestabilização identitária e da desorganização das referências valorativas e prescritivas provocada pela transição migratória.
    Passar a viver na cidade implica revolucionar as relações de trabalho, envolver-se em diferentes ambientes normativos e em distintas experiências com o tempo e a natureza, submetendo-se a diferentes disciplinas e rotinas. Mudar para o meio urbano implica também redefinir a relação com a religiosidade, com os rituais e com a família –a mudança incide sobre o sentido que se atribui ao conceito de família e ao modo como se vivenciam os laços familiares. Transformam-se os significados da propriedade, os vínculos com a terra, a casa, a vizinhança, os outros, assim como as modalidades de consumo. Instalar-se na cidade tende a provocar a renúncia a tradições, a pautas morais, a concepções sobre autoridade. O convívio com a complexidade urbana promove a mudança na visão relativa a justiça e lealdade, nas percepções a respeito das instituições públicas e nas próprias ideias sobre a distinção entre público e privado. Mudam comportamentos, sentimentos, imagens de si e do outro, crenças, compromissos, gramáticas (individuais e coletivas) de construção da memória, projetos para o futuro, critérios de juízo sobre certo e errado, belo e repulsivo, verdadeiro e falso, aceitável e inaceitável, natural e anti-natural, honra e desonra, masculino e feminino, superior e inferior. Nessa travessia, a impressão frequente é de que as “garantias ontológicas” –as colunas da fé que sustentam o mundo em que se crê, a que se dá o nome “realidade”—fenecem, porque desmoronam as estruturas de plausibilidade em que se apoiam as convicções pessoais. Nesse quadro, tudo pode ruir. A segurança mítica do universo parece ingressar numa zona instável, como se oscilasse, ameaçando a solidez de tudo o que há. Vive-se a angústia do colapso iminente. Não se trata (apenas) do colapso financeiro, com ruinosas consequências para a própria subsistência, quando as contas não fecham, empregos não há ou o trabalho (informal) não rende o indispensável. Trata-se de uma insegurança mais radical.
    Claro que há o outro lado das migrações internas e da urbanização vertiginosa. A condição social que corresponde ao ponto de partida da viagem para a cidade não deve ser idealizada. A cidade só atrai se e na medida em que o campo expulsa; a cidade seduz porque o campo representa miséria e estagnação; a cidade brilha porque a tradição pode estar sendo vivida como obscurantismo opressivo; a cidade torna-se convidativa porque, no meio rural, o trabalhador é explorado; migrar afirma-se como opção porque ficar deixa de ser uma possibilidade ou porque, na ausência da reforma agrária, a fronteira agrícola permanece bloqueada para imobilizar a força de trabalho e beneficiar a especulação e a grilagem. Em outras palavras, a desestabilização radical provocada pela urbanização acelerada traz consigo a contraditória promessa da libertação. A perda das referências eventualmente significa quebrar as cadeias. A dissolução de convenções também representa a expansão do cardápio das escolhas e mais espaço para o exercício da individualidade. Economicamente, dependendo das circunstâncias e dos desdobramentos, pode implicar melhoria da qualidade de vida e ampliação de expectativas.
    Contemplados os dois lados desse processo, conclui-se que, independentemente das avaliações que a posteridade autoriza, a sociedade brasileira foi sacudida por transformações muito profundas, cujos efeitos alcançaram o mais recôndito da vida privada e o domínio mais remoto da experiência de si dos sujeitos. Observe-se, ainda, que o sofrimento precipitado pela violência do fenômeno não encontrou a compensação de uma trama institucional tecida por um generoso Welfare State. O Brasil atravessou a tormenta sob ditadura –sem canais orgânicos de representação popular, portanto–, cuja política econômica promovia a concentração de renda e o aprofundamento das desigualdades.
    Os aspectos negativos desse quadro não foram amenizados pelo declínio progressivo do regime militar, ao longo da segunda metade da década de 1970 até os primeiros anos da década seguinte, uma vez que o fator provavelmente decisivo para o enfraquecimento político da ditadura era a crise econômica, cujo impacto sentia-se mais intensamente nas camadas populares. A surpreendente votação do partido de oposição, o MDB, em 1978, corroeu a força do regime, politicamente, mas talvez expressasse mais inconformidade com a decadência econômica do que indignação com a tirania, ainda que este componente estivesse presente. De qualquer forma, a leitura democrática impôs-se graças à hábil operação das lideranças oposicionistas, que disputaram com vigor a tradução pública dos resultados eleitorais.
    A tímida “descompressão” política, iniciada pelo general Ernesto Geisel, sucedida pela “abertura lenta e gradual”, ainda sob a regência de Golbery do Couto e Silva, e depois pela estratégia da transição negociada, já no governo do general João Figueiredo, encontrou nas eleições para os executivos estaduais de 1982 uma oportunidade de inflexão e fortalecimento. O avanço obtido em 1982  seria complementado na campanha por eleições “diretas já” para a presidência da República, a despeito da derrota do projeto de Lei no Congresso Nacional. O amplo apoio popular à “emenda Dante de Oliveira” pavimentaria o caminho de Tancredo Neves ao Palácio do Planalto, que o destino obstou na undécima hora.
    Inaugura-se um período voltado para a solução do impasse da dívida externa e da inflação, cujos efeitos perversos se derramavam sobre o conjunto da sociedade, desorganizavam o Estado, em todos os níveis, e bloqueavam a retomado do crescimento ou eventuais arremedos de política social distributivista. Anos difíceis que formariam a chamada “década perdida”. As desigualdades sociais competiam com o controle da inflação pelo privilégio de ocupar o centro da agenda pública. O dilema teria de aguardar o Plano Real, em 1994, nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, para que o nó da moeda fosse desatado, o país se tornasse governável e estratégias distributivas voltassem a reclamar prioridade, agora com chances de efetiva e consistente implementação, como demonstraria o governo Lula. Permaneceram, entretanto, (relativamente) excluídos da pauta (ou insuficientemente incluídos) alguns temas chave para o presente e o futuro, como a sustentabilidade e a segurança pública. Mas este não é o momento de focalizá-los. Convém estender um pouco mais a contextualização histórica.
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