segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Carta aberta à Fifa, à CBF, ao Bom Senso F C e aos interessados no esporte FUTEBOL


Uma contribuição para modernizar as regras do Futebol Association...

O texto tenta alcançar as cabeças de diretores da FIFA, da CBF, de atletas do Bom Senso Futebol Clube e outros interessados no esporte FUTEBOL e apontar para algumas modificações possíveis nas regras do futebol, que estão defasadas, e que podem dar agilidade, eficácia e maior aceitação dos clubes, dos torcedores, da mídia, dos jogadores, dos juízes, dos patrocinadores, dos proprietários e também acrescentar maior valor agregado ao futebol como evento esportivo, como produto, como entretenimento, como um assunto mais fácil de aceitação, menos hermético entre os apaixonados que teriam mais argumentos técnicos, psicológicos para discutir e avaliar um jogo. s

Defesa da argumentação: o futebol é o esporte mais popular do mundo. Tem um PIB extraordinário e maior do que a maioria das economias do planeta; tem penetração popular e institucional maior do que a ONU com suas atribuições de gerenciamento de conflitos entre nações e as diversas culturas dos povos da Terra; a FIFA, a holding do futebol mundial, é tão atraente como assunto e instituição que rivaliza em intensidade de paixão com as religiões do mundo e a política; é, talvez, o esporte mais democrático entre o conjunto dos esportes coletivos, pois, seus praticantes não são escolhidos por padrões de físicos diferenciados, raças, culturas, etc.; seus eventos têm garantia de sucesso e comportamento de commodity nas relações comerciais; a soma dos campos de jogos – os gramados de todo o mundo e o entorno de suas arenas - garantem um espaço em metragem quadrada maior do que a dimensão de pequenos países; os atores do futebol como jogadores, juízes, preparadores técnicos e físicos, massagistas, mordomos, cuidadores de gramados, seguranças de patrimônio, de jogadores, podólogos, almoxarife, eletricistas, encanadores; mais auxiliares de tecnologia de informação, pessoal de suporte da secretaria e outros que estão adensados ao comando dos clubes podem ser contados em dezenas de milhares; os comentaristas e críticos do esporte, fotógrafos, radialistas, chargistas, designers seriam outras dezenas de milhares; ou os atletas de ponta e outros agregados do futebol que defendem fortunas, nacionalidades, prestígio profissional, reputação atlética de suas habilidades; autoridades que fiscalizam cada jogo como juízes, bandeirinhas, gandulas, todos estes, protagonistas e coadjuvantes são alçados à situação de celebridade com velocidade e ganham espaço na mídia com mais naturalidade do que autoridades que comandam nações; os executivos de importantes e colossais orçamentos de empresas de reconhecimento do mercado internacional investem grandes fortunas em clubes gerenciados como empresa; as celebridades das artes visuais, das artes plásticas, de outros esportes se aproximam do prestígio que tem o futebol e podem ser contados como milhares de profissionais que se acomodam à aura que o esporte futebol  espalha pelo mundo e se valorizam com o seu fascínio.

As atuais regras do futebol são antigas e entravam o rumo natural das ambições do futebol para garantia de seu futuro. Algumas partidas, nos dias de hoje, dão ideia do absurdo de, por exemplo, como no campeonato da terceira divisão da Itália um jogo não poder continuar porque 5 jogadores de um dos times simularam contusões em poucos mais de 20 minutos do  primeiro tempo. Não acompanhar os dias de progresso que o mundo vive através de tecnologias disponíveis prejudicaria o rumo e o progresso do esporte.
Uma das regras, o número de juízes em campo, poderia ser aumentado por causa do espaço físico, sete mil metros quadrados, cerca de dois alqueires paulistas, para ser fiscalizado por três fiscais. É pouco e desproporcional para uma atividade tão carregada de emotividade, de paixão sem freios. Um juiz mais para cada metade do campo seria suficiente para fiscalizar com mais competência e rigor técnico um jogo.
Em partidas, de vários campeonatos pelo mundo afora, surgem exemplos nefastos: gols de que “até Deus duvida” e, todos os espectadores do estádio veem e ainda os que estão em casa acompanhando pela televisão asseguram que a bola entrou ou em outro caso que não passou pela linha do gol. Somente o juiz, a maior autoridade em importância e envergadura do evento não tem visão clara do fato, o gol. Em muitos momentos é mais do que evidente que os que estariam vendo o jogo pela TV afirmariam que a bola entrou e também ouviriam os xingamentos ofensivos, as ameaças de morte, os arremessos de objetos em direção aos julgadores da partida. Na sequência desses acontecimentos, às vezes selvagens, os jogadores do clube prejudicado costumam fazer reclamação incivilizada, superestimada e de baixa racionalidade, e, em alguns casos, principalmente entre os sul-americanos, que ameaçam os juízes, dificultam providências naturais para o incidente e mais, furtam muitos minutos de um jogo. Evidentemente, que a Federação organizadora, por isso, poderia ser imputada pelo Ministério Público por ter ‘roubado’ das torcidas dos clubes e seus torcedores presentes ao estádio um terço da promessa de minutos daquela partida. Essa perda traduzida em valores financeiros tem uma importância para ser computada na contabilidade do jogo. E o que dizer do furto de minutos de um jogo que era visto pela TV por dezenas de milhões de pessoas ao redor do mundo?  No caso de uma Copa do Mundo seriam bilhões de pessoas ou perto disso! Os torcedores de TV que poderiam acionar os clubes sobre a diminuição dos minutos de um jogo de futebol interrompido por incompetência de “sua senhoria”? E se os patrocinadores adicionassem ao contrato entre clube e TV as interrupções como penalização no valor do jogo...?

Outra pequena modificação nas regras de substituição dos atores dos jogos poderia ajudar a resgatar vários minutos das partidas. Qualquer jogador reserva que estiver sentado no banco – stand by – poderia adentrar ao gramado para substituir um companheiro machucado, expulso, cansado, por precaução do técnico, por iniciativa tática ou para descansar um jogador importante no esquema de ataque ou de defesa; aquele atingido por uma atitude selvagem do adversário, enfim, para dar mais agilidade ao jogo. Nessa nova situação o jogador machucado sairia do campo imediatamente para seu substituto aparecer em seu lugar.
Essa providência tornaria o jogo mais ágil e competitivo e com maior atratividade por causa da possibilidade de agregar maior número de variações táticas e técnicas; daria maior tempo de validade ao profissional mais rodado, mais experiente, mais admirado que pudessem mostrar suas qualidades em pelo menos dois momentos do jogo, no primeiro tempo e depois no segundo período. Todos os jogadores com mais de 35 anos, tipo Sócrates, Zico, Reinaldo, Juninho Pernambucano, Zidane, Ronaldo, Rivaldo e tantos outros exemplos de currículo interessante ao futebol atrairiam mais pagantes em seus jogos. Cada jogador, célebre ou novato, poderia voltar ao jogo depois de uma interrupção para descanso ou por intervenção tática. Esta intervenção nas regras tem valor comercial e institucional ao produto futebol!
 No mesmo sentido, os menos avaliados por suas condições técnicas poderiam ser alcançados pela modernização das regras desta proposta com a extensão de visibilidade e de tempo de exposição das habilidades individuais e responsabilidades adquiridas pelas novas normas. Todos aqueles escalados na reserva potencial do clube seriam jogadores atentos e estimulados a aparecerem durante o jogo; suas atitudes seriam vistas e avaliadas com mais precisão e teriam repercussão em seus momentos de aparição. A autoestima de cada um seria um valor agregado ao figurante de hoje tratado burocraticamente como uma despesa (quase) sem causa. Afinal, um jogador de futebol treina todos os dias, tem uniforme de treinamento, tem enxoval de jogo, tem suporte médico, psicológico – é o trabalhador brasileiro mais bem cuidado do país, com médico, massagista, mordomo, com presença física de profissionais de saúde – com auxiliares de vestiário, dentista, podólogo, enfermeiro, psicólogo e sem falar no desfribilador uma ferramenta que acompanha o jogo e o jogador. Na mesma vertente de valor agregado deve ser somada a aura de reconhecimento que todo jogador de futebol carrega como bagagem profissional e a mídia legitima. São trabalhadores caros que são cobrados por uma legião de ativistas apaixonados. As regras novas valorizariam suas presenças no banco de reservas. De repente, poderiam entrar no lugar de alguém que se machucou; que fez uma tolice; porque é rápido; porque é mais alto; porque é polivalente, porque ‘bate’ bem bola parada, etc.
Uma iniciativa desse cunho daria aos juízes um trunfo para aplicar em melhores condições psicológicas e técnicas suas intervenções no prélio e seriam mais respeitadas. Com isso diminuiria a comoção por uma exclusão. Uma nação ou agremiação não seria prejudicada ou tão prejudicada por uma expulsão de um jogador em momento de idiotice individual. Os exemplos idiotas são espetaculares e numerosos, mas, podem ser responsabilizados pelas regras atuais.

Outra providência seria permitir o segundo cartão amarelo. Uma partida importante seja ela de um campeonato, de decisão de final de uma competição não podem ser maculados por mesquinharia funcional de um profissional de futebol que conhece as regras de sua profissão e que deveria respeitar seus dolos, seus companheiros, seus adversários, as autoridades, seu clube, seu currículo, seu trabalho, a mídia que o alça e o paparica deslavadamente, e, principalmente sua torcida ao se comportar com atitude insurgente diante de um compromisso caro, valioso em todos os pontos de vista do esporte mais popular do planeta. Não se devem desvincular os feitos do futebol ao jogador, ao clube. O futebol lhe dá sustento, fama e o faz modelo para jovens que sonham em se tornar um jogador com seus atributos. Um segundo cartão amarelo resolveria a atitude intempestiva de seu atleta e produziria efeitos colaterais negativos de menor intensidade ao jogo, ao clube, aos torcedores dos dois times, ao próprio futebol. Certamente, diminuiria a geração de vingança e de adversidade entre as torcidas envolvidas atenuando, inclusive, “a besteira do juiz”, “a boçalidade do seu jogador”, comoções que habitualmente se tornam frequentes em um jogo de decisão.

O movimento Bom Senso F C talvez aprovasse esta iniciativa - parte das inovações das regras - e aliviaria a discussão entre CBF e os jogadores. Com elas os jogadores teriam mais tempo de recuperação, jogariam menos minutos, acrescentariam mais anos de produtividade à sua profissão, encaminhariam mais jovens na realidade do futebol como patronos dos jovens futebolistas tão empolgados com uma profissão de reconstituição de responsabilidade, como uma alavanca de mérito!

Acredito nestas mudanças de novas regras do futebol. Para começar escolheríamos um campeonato de terceira divisão em alguns países – caso da Fifa - e acompanharíamos seus resultados. O melhor seria o Brasil dar o exemplo começando o estudo em uma competição, na Série C do Brasileirão ou até na Série A, como um laboratório para a experiência, sem esquecer, claro, do planejamento para as transferências de responsabilidades a todos os envolvidos na mudança de paradigma que a renovação provocaria – até os maqueiros teriam novas responsabilidades na hora de tirar o machucado.  No fundo o jogo de futebol não mudaria como atração, mas, a introdução de novos vetores de administração do esporte daria a ele uma razão nova de encanto ao esporte mais popular do mundo e contribuiria para torna-lo mais atraente para os seus fãs.


João Francisco Nunes Campos

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