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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Em menos de 100 dias as seleções de futebol chegarão às cidades-sedes, autoridades dos países, os juízes, os turistas aos hotéis e aeroportos, aos shopping-centers... Vamos conhecer o comportamento dos organizadores, voluntários, garçons, taxistas, policiais, comerciários, profissionais de saúde, nós ...

http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/para-9-entre-10-torcedores-copa-deixara-imagem-negativa

Futebol

Para 9 entre 10 torcedores, Copa deixará imagem negativa

Na reedição de uma pesquisa realizada por VEJA em 2011, percepções sobre a organização do Mundial no Brasil ficam ainda piores. E isso é ruim para todos...

Giancarlo Lepiani
Manifestantes durante protesto nos aredores do estádio Mané Garrincha, em Brasília
Protesto antes da abertura da Copa das Confederações, em Brasília - Ivan Pacheco

Se os resultados da sondagem de três anos atrás já eram ruins, o quadro que se desenha na nova pesquisa é extremamente preocupante para o governo e a Fifa. A visão dos entrevistados sobre a organização do Mundial piorou em absolutamente todas as perguntas repetidas do levantamento anterior
Desde que entrou no Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, há pouco mais de dois anos, o ex-craque Ronaldo foi um pregador incansável do otimismo em relação ao evento — gravou campanha do governo federal, promoveu o torneio no exterior e até apareceu numa célebre propaganda da Brahma, vestido como um Tio Sam verde e amarelo, num cartaz que provocava quem duvida do sucesso do Mundial. Na última terça, porém, Ronaldo mudou de tom e lamentou publicamente o aperto para concluir os estádios a tempo. "Acho uma pena. É o nome do nosso país lá fora. Não é bom passar essa imagem para o mundo", disse, num evento da própria Brahma no Maracanã, o palco da final da Copa. Escalado pela presidente Dilma Rousseff para ser o homem forte do governo no Mundial, o ministro Aldo Rebelo é outro que se abateu com os problemas desta reta final. Se antes zombava das preocupações com os prazos (chegou a dizer, no Senado,que os atrasos eram só "impressão" da população), o ministro agora se mostra alarmado com enroscos como o de Curitiba, que escapou de ser cortada pela Fifa na última terça. "Devemos confiar desconfiando. É preciso trabalhar duro", alertou. Até Jérôme Valcke, o irritadiço francês que serviu de xerifão da Fifa nos preparativos para o evento, tentou levantar a bola do Brasil num passado recente. "É muito difícil entender por que, em um país que vive e respira futebol, algumas poucas pessoas continuam a enxergar apenas aspectos negativos, mesmo que não haja nada de negativo", escreveu, há um ano, num texto divulgado no site da Fifa. Ao anunciar a manutenção de Curitiba entre as doze sedes, na semana passada, num seminário em Florianópolis, Valcke era a personificação do mau humor, destilando azedume a cada declaração sobre os compromissos assumidos — e descumpridos — pelos brasileiros. 
Os sinais de apreensão revelados por Ronaldo, Aldo Rebelo e Valcke, as personalidades mais emblemáticas da contagem regressiva para a Copa no Brasil, se refletem também na opinião pública. Faltando menos de quatro meses para a abertura, o retorno da grande festa do futebol ao país, mais de seis décadas depois do primeiro Mundial realizado por aqui, desperta sentimentos ruins no torcedor. Para mensurar esse clima de pessimismo, o site de VEJA reeditou uma pesquisa feita originalmente em julho de 2011, convidando os leitores a opinar outra vez sobre a Copa e o país-sede. O novo levantamento, realizado pelo Departamento de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Editora Abril, registrou as impressões de 4.381 pessoas de todas as regiões brasileiras, que responderam a quinze questões ligadas ao evento entre os dias 17 e 19 de fevereiro. Se os resultados da sondagem de três anos atrás já eram ruins, o quadro que se desenha na nova pesquisa é extremamente preocupante para o governo e a Fifa. A visão dos entrevistados sobre a organização do Mundial piorou em todas as perguntas repetidas do levantamento anterior. Em 2011, 79% diziam que o país deixará uma imagem negativa na Copa; agora, nove em dez acham que o saldo será ruim para o país. Se antes 88% achavam que nem todas as obras ficarão prontas a tempo, agora 94% têm essa convicção. E se 32% pensavam que o evento deixará coisas boas ao país (excluindo-se os estádios), hoje esse contingente é de apenas 13%. Questionados sobre o que sentem quando pensam na Copa do Mundo, os entrevistados trocaram a "preocupação", resposta mais citada em 2011, com 58%, pela "vergonha", com 55%. No total, 87% afirmam que não estão satisfeitos com a realização do torneio no país (antes eram 73%) e 85% garantem que não estão ansiosos pelo início do evento (há três anos eram 75%).

Pesquisa VEJA: o brasileiro e a Copa-2014

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Imagem negativa


Nas duas questões, os porcentuais foram iguais. Em 2011, pessimismo era menor: 79% achavam que a Copa deixaria uma imagem negativa e 78%, que os estrangeiros teriam má impressão.
Vitrine do governo - A percepção negativa do brasileiro em relação à Copa é ruim para todo mundo: para as sedes, que podem ficar sem o retorno financeiro sonhado quando conquistaram um lugar no evento; para a organização, que enfrentará um contexto desfavorável na hora de realizar o torneio; para a Fifa, que se arrisca a comprometer o sucesso de seu produto mais rentável; e para os patrocinadores, que gastaram fortunas para atrelar suas marcas a um Mundial cercado de dúvidas e críticas. Mas ninguém tem mais motivos para se preocupar do que os governos, Estados e municípios, que bancaram nada menos de 93,7% dos 8,9 bilhões de reais gastos até agora nos estádios (a previsão inicial era de 2,6 bilhões). Curiosamente, é quase o mesmo porcentual de pessoas que se dizem contra o uso de dinheiro público na construção e reforma das arenas (94%, contra 85% em 2011). Outro dado é especialmente preocupante para quem apostou tão alto — e torrou tanto dinheiro — nas obras da Copa. Questionados sobre quem será o culpado caso o Mundial seja uma decepção, 94% dos entrevistados apontaram o governo federal, contra apenas 12% que citam a Fifa. Há três anos, o governo era visto como principal responsável pelo evento por 79% das pessoas. A ligação cada vez maior entre a imagem da Copa e o governo, diga-se, é mais do que compreensível. Na tentativa de propagandear a Copa como catalisador do desenvolvimento, principalmente na área de infraestrutura, o Planalto ampliou sua interferência na condução dos preparativos para o evento. Em ano eleitoral, a expectativa era de que a festa serviria de vitrine para projetos de mobilidade urbana e modernização dos aeroportos. O ritmo capenga desses projetos e o cancelamento de alguns deles esvaziaram o argumento oficial em defesa dos gastos com o evento.
Reprodução
Ronaldo Tio Sam: 'Pessimistas, pensem bem'
Ronaldo Tio Sam: 'Pessimistas, pensem bem'
​Não haverá revolução na infraestrutura em função da Copa. Os avanços modestos — em alguns casos, na base do "puxadinho" — dificilmente serão o bastante para convencer a população, que se vê, mais uma vez, diante da concretização de suas piores expectativas sobre o país e seus governantes. Quando a Fifa confirmou que o Brasil receberia o torneio, em 2007, o brasileiro não comemorou: ele desconfiava que as obras acabariam custando muito mais que o prometido, estourariam todos os prazos, teriam falhas de planejamento e seriam bancadas pelo dinheiro do contribuinte, com participação quase inexistente da iniciativa privada. Dito e feito: sete anos depois, os clichês mais surrados sobre um país que custa a abandonar seus vícios se confirmam, um a um. 
O quadro torna-se ainda mais delicado diante de um advento preocupante para o Planalto. Desde as manifestações de junho de 2013, realizadas simultaneamente à Copa das Confederações, a cobrança em relação aos gastos excessivos no Mundial ganhou tons muito mais agressivos e estridentes. A mobilização via internet que promete que "não vai ter Copa" ganhou fôlego (ainda que seja ilusória: vai ter Copa, sim, mesmo que com o Exército ao redor dos estádios, como prometeu Dilma há alguns dias). Os protestos e a truculência dos black blocs foram o assunto da única questão adicionada ao questionário elaborado em 2011 na pesquisa do site de VEJA — na ocasião, ninguém imaginava que haveria risco de vandalismo em torno das arenas do Mundial. Consultados sobre o que deve acontecer no evento, os leitores que participaram da nova sondagem apostaram em protestos capazes de furar bloqueios policiais e chegar aos arredores dos palcos das partidas, causando dores de cabeça aos organizadores. Esse é o cenário previsto por 43% dos entrevistados.
Outros 22% participantes da pesquisa acham que os manifestantes não serão capazes de atrapalhar o torneio, enquanto 22% temem uma situação extrema, em que os protestos ganhariam tamanho impulso que a Fifa teria de recorrer a medidas drásticas, como adiar partidas por falta de segurança. Só 13% acham que a onda de manifestações vai perder força no Mundial. Na virada do ano, a imagem da Copa do Mundo e o risco de uma repetição das cenas de junho foram discutidos em diversas reuniões estratégicas do Planalto. Dilma ordenou uma ofensiva de marketing e comunicação para tentar promover aspectos positivos do evento – afinal, a presidente sabe que uma Copa realizada sob um contexto negativo poderá ter impacto sobre sua tentativa de reeleição. No início do mês, o governo decidiu ajustar o discurso. Com base em uma pesquisa de opinião encomendada para avaliar as manifestações do ano passado, Dilma colocou em segundo plano a defesa dos investimentos em obras da Copa e passou a apelar para o ufanismo do país do futebol. Saiu o "legado", entrou a "Copa das Copas", slogan adotado por Dilma nas inaugurações de estádios (e emprestado até por Joseph Blatter e Jérôme Valcke em alguns pronunciamentos). De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, trata-se de uma criação do marqueteiro Nizan Guanaes, surgida numa reunião sigilosa com a presidente. Nizan, aliás, é um dos responsáveis pela campanha "Imagina a festa", da Brahma, a mesma que retratava Ronaldo como um Tio Sam tupiniquim, num cartaz que estampa uma mensagem com tom de intimidação: "Pessimistas, pensem bem". Mas eles são a maioria. E a propaganda lançada em 2012, que mostrava uma população eufórica celebrando nas ruas a glória nacional, hoje parece mais fantasiosa do que nunca. 

Campanhas para a Copa: o ufanismo oficial

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'A melhor Copa de todos os tempos'


Em anúncio do governo federal, Pelé e Ronaldo defendem os benefícios do evento ao país

O que ficou só na promessa para o Mundial

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Estádios privados

O ministro do Esporte do governo Lula prometia uma Copa totalmente privada, sem uso de dinheiro público nas arenas. Entre as doze sedes do Mundial, porém, só três (São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) são empreendimentos particulares - e mesmo essas obras dependem de financiamento de bancos estatais e generosos incentivos públicos.

Pátrias de chuteiras: Copa e orgulho nacional

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2010: o ronco das vuvuzelas


O maior evento esportivo já realizado num país do continente negro levantou a autoestima dos sul-africanos no ano passado. Apesar dos temores sobre a violência e os atrasos nas obras, a Copa deu certo. Nas arquibancadas, nada de apartheid: torcedores brancos e negros ficaram lado a lado empurraram sua seleção, menos de duas décadas depois do fim do regime de segregação racial.

Seis pontos vulneráveis do Brasil em 2014

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Dores de cabeça nos aeroportos

No decorrer da Copa das Confederações, muitos visitantes reclamaram das falhas na infraestrutura aeroportuária brasileira. Em sedes como Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Galeão), deram de cara com aeroportos em obras. Em Salvador, viram um terminal ficar cheio d'água após um temporal. E em quase todas as sedes, sofreram com pequenos transtornos que já viraram rotina para os passageiros brasileiros - e que fazem a experiência de voar no país ser muito mais desagradável. Exemplos: a constante troca de portões de embarque, que faz o viajante zanzar de um lado para outro nos momentos que antecedem o voo, e a longa espera nas esteiras de retirada de bagagens. Além da baixa qualidade dos serviços oferecidos em muitos aeroportos brasileiros, há um outro obstáculo para a Copa: ela está marcada para um período do ano em que muitos aeroportos, principalmente no Sul e no Sudeste, ficam fechados por causa da neblina. Garantia de fortes emoções para quem tiver voos marcados para os dias de jogos em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo (Congonhas) e Rio de Janeiro (Santos Dumont).

É o caloooooorrrr.....Outra forma de protesto? Não é!


23/02/2014 15h21 - Atualizado em 23/02/2014 16h30


Banhistas nus tentam quebrar recorde 



na Austrália


Centenas de pessoas participaram de mergulho em Sydney.
'Sydney Skinny' chega a segunda edição no mar de Tasman.

Da AFP
38 comentários
Banhistas sem roupas entram no mar para participar da prova (Foto: William West/AFP)Banhistas sem roupas entram no mar para participar da prova (Foto: William West/AFP)
Centenas de banhistas entraram pelados em uma praia da Austrália no evento anual 'Sydney Skinny'. O intuito do evento este ano é quebrar o recorde mundial para o maior número de mergulhadores nus no oceano.
No último ano mais de 700 pessoas competiram na prova cujo percurso de 900 metros tem que ser feito totalmente sem roupa de banho.
Banhistas tiram a roupa na Austrália (Foto: William West/AFP)Banhistas tiram a roupa na Austrália (Foto: William West/AFP)
Australianos caem no mar sem roupa para prova de natação (Foto: William West/AFP)Australianos nus entram no mar para prova de natação (Foto: William West/AFP)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Rolezinho tem patrocínio de Ministra Maria do Rosário



O alegre rolezinho dos hipócritas

A ministra Maria do Rosário deve trocar seus óculos num shopping ocupado pelo rolezinho

GUILHERME FIUZA
20/02/2014 12h42
Os brasileiros, esses crédulos, achavam que o governo popular parasitário do PT jamais alcançaria os padrões de cara de pau do chavismo. Quando o governo venezuelano explicou que estava faltando papel higiênico no país porque o povo estava comendo mais, os brasileiros pensaram: não, a esse nível de ofensa à inteligência nacional os petistas não vão chegar. Mas o Brasil subestimou a capacidade de empulhação do consórcio Lula-Dilma. E o fenômeno dos rolezinhos veio mostrar que o céu é o limite para a demagogia dos oprimidos profissionais.

A parte não anestesiada do Brasil está brincando de achar que o populismo vampiresco do PT não faz tão mal assim. E dessa forma permite que a presidente da República passe o ano inteiro convocando cadeia obrigatória de rádio e TV. Como no mais tosco chavismo, Dilma governa lendo teleprompter. Fala diretamente ao povo, recitando os contos de fadas que o Estado-Maior do marketing petista redige para ela. Propaganda populista na veia, e gratuita, sem precisar incomodar Marcos Valério nenhum para pagar a conta.

Só mesmo numa república de bananas inteiramente subjugada é possível um escárnio desses. O recurso dos pronunciamentos oficiais do chefe da nação existe para situações especiais, nas quais haja uma comunicação de Estado de alta relevância (ou urgência) a fazer. Dilma aparece na televisão até para se despedir do ano velho e saudar o ano novo – ou melhor, usa esse pretexto para desovar as verdades de laboratório de seus tutores. Mas agora, com a epidemia dos rolezinhos, o canal oficial da demagogia está ligado 24 horas.
Eles não se importam de proclamar na telinha que a economia está indo de vento em popa, com os números da inflação de 2013 estourando a previsão e gargalhando por trás da TV. Mas a carona nos rolezinhos é muito mais simples. Basta escalar meia dúzia de plantonistas da bondade para dizer que as minorias têm direito à inclusão no mundo capitalista – e correr para o abraço. Não se pode esquecer que o esquema petista vive das fábulas dos coitados. Delúbio Soares, hoje condenado e preso por corrupção, disse que o mensalão era “uma conspiração da direita contra o governo popular”.

O rolezinho é um ato de justiça social, assim como o papel higiênico acabou porque os venezuelanos comeram muito. E a desenvoltura dos hipócritas do governo popular no caso das invasões de shoppings está blindada, porque a burguesia covarde e culpada é presa fácil para o sofisma politicamente correto. Os comerciantes dos shoppings, lesados pela queda do consumo e até por furtos dos jovens justiceiros sociais, estão falando fininho. Estão sendo aviltados por uma brutalidade em pele de cordeiro, por uma arruaça fantasiada de expressão democrática, e têm medo de fazer cumprir a lei.

A ministra dos Direitos Humanos, como sempre, apareceu como destaque no desfile da demagogia petista. Maria do Rosário defendeu os rolezinhos nos shoppings e “o direito de ir e vir dessa juventude”.

A ministra está convidada a passear num shopping onde esteja acontecendo o ir e vir de 3 mil integrantes dessa juventude. Para provar que suas convicções não são oportunismo ideológico, Maria do Rosário deverá marcar sua próxima sessão de cinema ou seu próximo lanche com a família num shopping center invadido por milhares de revolucionários do Facebook, protegidos seus. Se precisar trocar as lentes de seus óculos, Maria do Rosário está convidada a se dirigir à ótica num shopping que esteja socialmente ocupado por um rolezinho.

Se a multidão não permitir que a ministra chegue até a ótica, ou se a ótica estiver fechada por causa do risco de assalto, depredação ou pela falta de clientes, a ministra deverá voltar para casa com as lentes velhas mesmo. E feliz da vida, por não ter de enxergar seu próprio cinismo socialista.

Shoppings fechados em São Paulo e no Rio por causa dos rolezinhos são a apoteose da igualdade (na versão dos companheiros): todos igualmente privados do lazer, todos juntos impedidos de consumir cultura, bens e serviços num espaço destinado a isso. É a maravilhosa utopia do nivelamento por baixo. O jeito será importar shoppings cubanos – que vêm sem nada dentro, portanto são perfeitos para rolezinhos.

Repórteres Sem Fronteiras avisa que Brasil é o mais violento dos países para jornalistas nas Américaas



Brasil é o país mais violento das Américas para jornalistas, diz RSF


17/02/2014 

O Brasil superou o México e tornou-se o país com maior número de profissionais de imprensa mortos no continente americano em 2013, de acordo com um levantamento realizado pela organização internacional Repórteres Sem Fronteira (RSF). De acordo com o relatório, o País registrou a morte de cinco jornalistas e ocupa a 111ª posição no ranking sobre liberdade de imprensa.
Em uma escala que vai de uma situação considerada boa para a liberdade de imprensa a uma considerada muito crítica, o Brasil está numa situação intermediária com problemas sensíveis para a liberdade de imprensa, assim como a maioria dos 180 países analisados. A RSF atribui a piora nas condições de trabalho para os jornalistas no Brasil ao nível de insegurança altíssimo no País e ao poder do crime organizado, tanto no tráfico de drogas quanto de matérias-primas em certas regiões.
A organização com sede em Paris cita o caso do blogueiro Lucio Flavio Pinto, do Pará, que acumula 33 processos na justiça por sua cruzada contra o tráfico ilegal de madeira. Os países com melhores condições para a liberdade de imprensa e o exercício da profissão de jornalista são pela ordem: Finlândia, Holanda e Noruega. Esse países mantiveram as mesmas posições do último ranking, divulgado em 2013. Os piores do ranking para a liberdade de informação são Eritreia, Coreia do Norte e Turcomenistão.
A organização calcula que 114 jornalistas foram feridos desde junho de 2013 por conta dos protestos que tomaram conta do Brasil, no que a RSF chama de “primavera brasileira”.
“A dura repressão policial que ocorreu no Brasil em 2013 também atingiu os profissionais da informação. Essa primavera brasileira provoca um forte questionamento em relação ao modelo midiático dominante e coloca em evidência os sinistros hábitos mantidos pela polícia militar desde a ditadura”, afirma o relatório.
Para a organização, “mais de dois terços dos casos (de violência contra jornalistas nos protestos) são atribuídos às forças policiais”. 
Piora global
O ranking sobre liberdade de imprensa estabelecido pela RSF registrou avanços em muitos países como Equador, Bolívia e África do Sul, e, por outro lado, uma degradação em países como Estados Unidos, Guatemala e República Centro-Africana. Mas, globalmente, o índice da instituição que identifica os entraves para o exercício da liberdade de informação registrou uma piora e passou de 3.395 pontos a 3.456 pontos, ou seja, um aumento de 1,8%, que significa uma piora nas condições para a liberdade de imprensa.

“O ranking de certos países, incluindo em democracias, foi amplamente afetado (em 2013) por uma interpretação muito ampla e abusiva sobre o conceito de proteção de segurança nacional”, afirmou a ONG em um comunicado.
Outro problema identificado pela organização para degradação da situação é o impacto negativo para o exercício do jornalismo e o direito de informar em situação de conflito armado. A Síria, um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, aparece em 177° lugar no ranking. Segundo a ONG, entre março de 2012, início da revolta contra o regime de Basha Al-Assad, e dezembro de 2013, 130 jornalistas morreram durante sua missão de informar.
Mas, longe desses focos de violência, “em países que se afirmam como um Estado de Direito”, a RSF constatou como o argumento da segurança pública foi utilizado de forma abusiva para restringir a liberdade de informação e cercear os avanços democráticos.
Entre eles, o protagonista foram os EUA (46º), que caíram 13 posições em um ano que, segundo Morillon, “as fontes dos jornalistas estiveram mais em perigo do que nunca”, como revelou o episódio envolvendo o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) Edward Snowden, que – caso entre em território americano – deverá responder na Justiça por acusações de espionagem.
Sobre a América Latina, a Repórteres Sem Fronteiras traz elogios às reformas das leis sobre comunicação realizadas na Argentina e no Uruguai. No caso uruguaio, a Lei sobre os Serviços de Comunicação Audiovisual (LSCA) aprovada em dezembro de 2013 poderia se tornar uma referência em termos de regulamentação da mídia. A nova lei, lembra a ONG, prevê uma redistribuição das freqüências para os diferentes tipos de mídia, privados, públicos e comunitários.
O ranking da liberdade de imprensa da RSF é baseado em sete critérios: o nível de abusos, a extensão do pluralismo e a independência da mídia, além do ambiente e da censura, as normas legais, transparência e as infraestruturas. Pela primeira vez, o relatório sairá também em uma edição imprensa na França.
*Com informações da RFI, EFE,  e BBC Brasil.