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domingo, 1 de junho de 2014

"Adoraria morar no Brasil", Snowdem / Atualizado em 02/06/2014 - 10h 44min

 Edição do dia 01/06/2014 01/06/2014 23h04 - Atualizado em 01/06/2014 23h16
‘Se o Brasil me oferecer asilo, aceito’, diz Edward Snowden 
Repórter Sônia Bridi entrevistou o homem mais procurado do mundo, em Moscou. Ele desafiou a maior potência do mundo. Ele revelou milhares de documentos ultrassecretos. Ele mostrou como funciona a espionagem da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Edward Snowden, o homem mais procurado do planeta, falou ao Fantástico. A repórter Sônia Bridi foi a Moscou para uma entrevista exclusiva para o Brasil.  Depois de quase um ano de negociações, frente a frente com o homem mais procurado do mundo. Moscou, capital da Rússia, onde Edward Snowden está asilado há dez meses. 
O lugar exato onde ele vive? Nem os amigos mais próximos sabem. Para entrevistar o homem mais procurado do mundo, a repórter Sônia Bridi chegou a Moscou apenas com o nome do hotel onde deveria se hospedar. Ela não foi até Edward Snowden. Foi ele que chegou até ela no hotel. A entrevista, a pedido dele, foi feita no próprio quarto onde ela estava hospedada.
Fantástico: Como é a sua vida na Rússia? Snowden: Olha, não é tão ruim quanto parece. A Rússia não é um país perfeito, e discordo fortemente de muitas coisas, principalmente como eles monitoram a internet e censuram a imprensa. Mas, no dia a dia, sabe, é melhor do que a prisão. Prisão é o que ele tenta evitar há um ano, vivendo uma história de filme de espionagem. Em junho de 2013, Snowden se encontrou com o jornalista Glenn Greenwald e a documentarista Laura Poitras, em Hong Kong, e entregou a eles milhares de documentos, com os maiores segredos da espionagem americana. Revelou que a Agência de Segurança Nacional, a NSA, até então pouco conhecida do grande público, monitora as comunicações por internet e telefone no mundo inteiro, inclusive dos próprios cidadãos americanos. É a chamada metadata, que registra quem fala com quem, por quanto tempo, onde estava quando falou e quanto tempo durou a conversa. “É como se os Estados Unidos tivessem contratado detetives particulares para seguir todos nós”, ele destaca. Países inteiros, como o México e as Bahamas, têm também o conteúdo das comunicações armazenado pela NSA. Como em uma máquina do tempo de espionagem, a agência pode voltar ao passado e recuperar tudo o que foi dito ou escrito. Em um ano, nenhuma semana se passou sem uma nova revelação baseada nos documentos. Fantástico: Como é que um rapaz de 29 anos, que nunca terminou o ensino médio, trabalhando para uma empresa terceirizada da NSA, teve acesso a tantos documentos? “É um erro de informação propagado nos Estados Unidos e depois pelo mundo todo de que eu era um empregado de baixo escalão, que copiou documentos que não entendia. Na verdade, eu tinha um cargo alto”, ele afirma. Na adolescência, vivia conectado e descobrindo como funcionam computadores, escrevendo programas. Típico da geração internet. “Eu sou cria da internet”, diz. Depois dos ataques de 11 de setembro, ele se alistou no Exército. “Fui voluntário porque acreditei no que o governo estava dizendo na época, que o Iraque estava desenvolvendo armas de destruição em massa. Eu achei que servir era generoso, uma atitude nobre”, conta. Mas Snowden quebrou as duas pernas no treinamento. Dispensado do Exército, foi recrutado e treinado pelos serviços de espionagem. Trabalhou como espião na Suíça e no Japão. Era o especialista em informação digital da CIA. Seu último posto, no Havaí, especialista em tecnologia e cibersegurança da NSA. Fantástico: Em que ponto você decidiu juntar e vazar os documentos para o público? Snowden: O ponto sem volta para mim foi quando vi, no Congresso, James Clapper, o chefe da espionagem americana. Ele levantou a mão, jurou dizer a verdade. Perguntaram para ele: ‘Os Estados Unidos monitoram informações de milhões de americanos?’ E ele disse: ‘Não’. E eu sabia que era mentira. Os deputados da comissão também sabiam que era mentira. E ninguém disse nada. No fim de 2012, Snowden mandou um e-mail para o jornalista Glenn Greenwald, radicado no Brasil e que então trabalhava no jornal inglês “The Guardian”. Queria que Glenn instalasse um programa de criptografia, que protege o sigilo na internet, para eles se comunicarem. Em seu livro, “Sem lugar para se esconder”, Glenn conta esta e outras histórias dos bastidores do caso Snowden. Em Moscou, eles se reencontraram pela primeira vez desde que, há um ano, Snowden entregou os documentos em Hong Kong. Snowden: É tão bom revê-los. Eles foram ao inferno e voltaram para fazer essas reportagens. Fantástico: Você leu todos os documentos? Sabe exatamente o que há em cada um? Snowden: Sim, o Glenn já disse que estavam todos organizados, em pastas, etiquetados. Fantástico: Ainda tem mais revelações sobre o Brasil? Glenn Greenwald: Com certeza, tem mais documentos que vão mostrar a brasileiros e ao mundo o que os Estados Unidos estão fazendo dentro do Brasil e também da Inglaterra e outros países também. Snowden diz que durante todo esse ano evitou dar entrevistas porque não queria tirar a atenção dos documentos. Mas, agora, com todas as revelações que foram feitas, se sente seguro para discutir seus sentimentos. As lembranças mais duras são dos 40 dias que ele passou na área de trânsito do aeroporto de Moscou. A escala virou uma armadilha quando o passaporte dele foi cancelado. Snowden: Eu nunca escolhi vir para a Rússia. Eu estava a caminho da América do Sul. Fantástico: Onde na América do Sul? Snowden: Equador. Mas os Estados Unidos cancelaram meu passaporte, e eu não pude mais viajar. Fizeram de propósito para poder dizer: ‘Ele é espião russo’. Fantástico: E como foi ficar preso no aeroporto por tanto tempo? Snowden: Foi muito tenso. Você não sabe o que vai acontecer naquele dia. O que vai acontecer enquanto você dorme. Se alguém vai bater na porta. Se alguém vai derrubar a porta. Fantástico: Você se arrepende? Snowden: Sabe... Acho que não... Eu sentia que devia tornar isso público, com responsabilidade. E a maneira de impedir que a minha opinião prevalecesse, foi fazendo parceria com jornalistas competentes, e instituições sérias, que confio, que iriam checar as informações, equilibrar a cobertura. Como "The Guardian", "Washington Post", "New York Times", a “Globo” e "Der Spiegel". Deixei a imprensa livre fazer o que faz melhor: ajudar os cidadãos a se tornarem eleitores informados, que pensam em que tipo de sociedade querem viver. Para Snowden, esse debate é a essência da liberdade: “Não é sobre privacidade. É liberdade. O equilíbrio entre os direitos individuais e o direito que o governo tem de coletar informações. Se vigiarmos cada homem, mulher e criança, da hora em que nascem até a hora que morrerem, podemos dizer que eles são livres? Isso é muito perigoso. Porque mudamos nosso comportamento se sabemos que estamos sendo vigiados. É uma ameaça à democracia”. Ele também nega que os chineses tenham copiado tudo antes de ele deixar Hong Kong: “Isso é uma maluquice. Eu sou especialista em cibersegurança. Ensinava aos agentes da CIA e da NSA como se proteger exatamente desse tipo de coisa”. Há dez meses ele vive na Rússia. Nunca foi sequer fotografado. Fantástico: Você pode sair para rua? Snowden: Claro. Por que não? Fantástico: Você não é recluso? Snowden: Não. Quer dizer, sou naturalmente recluso, cria da internet, né? Fantástico: Os russos te vigiam? Snowden: Bom, tenho certeza de que fazem algum tipo de vigilância, mas eu não vejo nada. Eu não posso, por segurança, dizer onde moro, como vivo. Mas eu diria que levo uma vida surpreendentemente aberta. Fantástico: Você não é reconhecido nas ruas? Snowden: Eles me reconhecem quando vou a lojas de computadores. Mas comprando comida, na banca de revistas, ninguém me reconhece. Fantástico: Você se disfarça, ou sai com essa cara de Edward Snowden? Snowden: Melhor eu não responder essa. Fantástico: Do que você mais sente falta? Snowden: Da minha família, claro. O governo americano diz que a luta contra o terrorismo ficou mais difícil por causa desses vazamentos. Fantástico: Alguns congressistas dizem que você é um traidor, um desertor. Snowden: Você não pode ser traidor a menos que a sua lealdade tenha sido transferida para um inimigo do Estado. E a minha lealdade nunca mudou. Mesmo hoje, eu continuo trabalhando para o governo americano. Não quero derrubar o governo e nem destruir a NSA. Quero que sejam melhores. Fantástico: Você enfrentaria um julgamento nos Estados Unidos? Snowden: Eu adoraria. Mas não há um julgamento justo esperando por mim. Snowden é acusado de traição pelo ato de espionagem, uma lei feita em tempos de guerra, que prevê julgamento sem defesa pública. Outra acusação é de que ele atrapalhou a relação americana com países amigos, vazando documentos com revelações, como as feitas com exclusividade pelo Fantástico, comprovando que os americanos e seus aliados, Inglaterra, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, grampearam os telefones da presidente Dilma e de seus assessores mais próximos. Espionaram também a Petrobras e o Ministério das Minas e Energia. Fantástico: Você acompanhou essas reportagens daqui? Snowden: Sim. E não há justificativa para espionar a Petrobras. Por que o presidente americano quer ler os e-mails da Dilma Rousseff? Obama disse que não sabia. Pode ser verdade. Ele concordou comigo que não há benefício nenhum, nenhuma vida foi salva. E por isso determinou que parassem. Snowden disse que ouviu o discurso da presidente Dilma na ONU, criticando a espionagem americana, e achou inspirador: “Foi incrível porque ela foi a primeira presidente que tomou a liderança para dizer ‘Temos o direito de falar, de nos comunicarmos sem sermos espionados’. E esses não são direitos de um país. São direitos humanos. A repórter Sônia Bridi lembra a ele que o Congresso americano já o acusou de oferecer documentos para o Brasil em troca de asilo. Fantástico: Essa oferta está na mesa? Snowden: Absolutamente não. Primeiro, eu não tenho documentos a oferecer. Eu nunca cooperaria com um governo em troca de asilo. Asilo deve ser dado por razões humanitárias. Fantástico: O que vai acontecer quando seu asilo temporário aqui vencer? Snowden: Essa pergunta é difícil. Eu não tenho resposta. Meu asilo vence aqui no começo de agosto. E se o Brasil me oferecer asilo, eu ficarei feliz em aceitar. Fantástico: Você gostaria de viver no Brasil? Snowden: Eu adoraria morar no Brasil. De fato, eu já pedi asilo ao governo brasileiro. Fantástico: Então você mandou um pedido? Snowden: Sim. Quando eu estava no aeroporto, mandei um pedido a vários países. O Brasil foi um deles. Foi um pedido formal. O governo brasileiro, na época, disse que não recebeu pedido algum. “Isso para mim é novidade. Talvez seja algum procedimento que eles achem que não foi seguido”, afirma. Snowden diz que vive um dia de cada vez. Fantástico: Você está feliz? Snowden: Eu sou. É difícil ficar separado da família, não poder ir para casa, participar do governo e da sociedade. Mas toda noite vou dormir confiante de que fiz as escolhas certas. Por isso, a cada manhã, eu acordo satisfeito.

Petrobrás... mais más notícias / Época

As denúncias de vínculos entre empreiteiras e o ex-diretor da Petrobras

Provas obtidas por ÉPOCA revelam que dezenas de empreiteiras com contratos na Petrobras pagaram milhões – no Brasil e na Suíça – a Paulo Roberto Costa e a seu parceiro, o doleiro Alberto Youssef

DIEGO ESCOSTEGUY E MARCELO ROCHA
30/05/2014 22h15 - Atualizado em 31/05/2014 14h56


LIBERTADO Depois de tentar destruir provas e ser preso, Paulo Roberto Costa foi solto. Isso reduz a velocidade e a eficácia das investigações (Foto: Jonathan Campos/AGP/Folhapress)
"Nunca quis ser mais um”, disse o diretor de Abastecimento da PetrobrasPaulo Roberto Costa, em novembro de 2011, pouco antes de encerrar seus oito anos à frente do cargo e de se aposentar com 35 anos na estatal. Foi apeado, em seguida, por decisão da presidente Dilma Rousseff – para desespero do consórcio entre PP, PMDB e PT, que o bancava politicamente, com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nunca desisti dos meus sonhos. Abracei todas as minhas chances”, disse. Ninguém duvida. A capacidade de Paulo Roberto em realizar seus sonhos – e de contribuir para os sonhos dos outros – tornou-se dolorosamente pública com a Operação Lava Jato, em que ele foi preso. Paulo Roberto é acusado de comandar, ao lado do doleiro Alberto Youssef, um esquema de corrupção na Petrobras. Não era, como revela a íntegra das provas da Lava Jato, obtida por ÉPOCA com exclusividade há duas semanas, apenas mais um esquema de corrupção na Petrobras. Era o esquema dos sonhos dele – um pesadelo para os brasileiros. Um esquema com mais clientes, mais dinheiro e mais ramificações, políticas e empresariais, do que se supunha até agora.
O imenso acervo das investigações da Lava Jato contém as provas inéditas que demonstram essa dimensão. A Polícia Federal encontrou as principais evidências quando fez apreensões num dos escritórios de Youssef e, especialmente, na casa de Arianna Bachmann, uma das filhas de Paulo Roberto. No caso dela, as provas estavam num notebook escondido no porta-malas do carro. Arianna era a principal funcionária de Paulo Roberto. Registrava em detalhes os negócios da família. Num dos escritórios de Youssef em São Paulo, a PF encontrou um arquivo com milhares de papéis. Eles trazem indícios de dezenas de episódios de corrupção, em muitos Estados e órgãos públicos. Eles se espelham perfeitamente com os registros sobre a Petrobras encontrados no computador de Arianna. Esses arquivos secretos revelam, entre outras coisas, que:
• Paulo Roberto chegou a ter 81 contratos, todos com fornecedores da Petrobras, quando saiu da estatal e montou sua empresa de consultoria. Há provas de que ele recebeu milhões de 23 empreiteiras, na maior parte das vezes sem prestar, segundo sugerem os documentos, qualquer serviço;

• o principal cliente de Paulo Roberto, segundo as provas da PF, era a empreiteira Camargo Corrêa. Ela liderava o principal consórcio das obras de R$ 20 bilhões da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Paulo Roberto comandara essas obras e presidia o Conselho de Abreu e Lima. Grande parte dos clientes que repassaram dinheiro à empresa dele trabalhava nessas obras;

• Paulo Roberto recebeu, em dinheiro vivo segundo a PF, o equivalente a R$ 6,4 milhões de Youssef e R$ 2,4 milhões do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, em reais, dólares e euros. Baiano o ajudava a fechar negócios com as empreiteiras e a manter boas relações com parlamentares do consórcio que o mantinha na Petrobras; e 

• Youssef, o sócio de Paulo Roberto, mantinha uma subconta na Suíça em nome da principal subcontratada pela Camargo Corrêa para serviços na Abreu e Lima, a Sanko. Outra subconta de Youssef na Suíça recebia milhões de subsidiárias internacionais de empreiteiras brasileiras, entre elas a OAS.
Todas essas provas foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal há dez dias, logo após o ministro Teori Zavascki suspender as investigações da Lava Jato e mandar soltar Paulo Roberto. Não se sabe quando os ministros do Supremo decidirão o que fazer com o caso. Quanto mais tempo demorar, menores as chances de que delegados e procuradores avancem nas investigações. Paulo Roberto, é bom lembrar, foi preso porque sua família foi flagrada tentando destruir provas. Antes que os processos, que corriam no Paraná, fossem suspensos, Youssef e ele já eram réus, acusados de lavar dinheiro desviado, segundo denúncia do MPF, do contrato do consórcio da Camargo Corrêa em Abreu e Lima. Nesta semana, o Congresso finalmente criou uma CPI mista para investigar a Petrobras. As provas da Lava Jato oferecem aos parlamentares um bom roteiro de trabalho.
 
Sai o diretor, entra o consultor (Foto: reprodução)

Num dos arquivos do computador de Arianna, a PF encontrou notas fiscais da Costa Global, empresa de consultoria da família, emitidas entre outubro de 2012 e fevereiro deste ano. Somam R$ 7,5 milhões, divididos entre duas dezenas de empresas – quase todas empreiteiras. A maior parte do dinheiro foi paga pela Camargo Corrêa: R$ 3,1 milhões. A Camargo fazia pagamentos mensais de R$ 100 mil. Em dezembro de 2013, fez o último e maior depósito: R$ 2,2 milhões. A Camargo diz que contratava a Costa Global para “fazer estudos”.
Arianna mantinha planilhas atualizadas com os contratos da Costa Global. Continham nomes de contatos e valores a receber. Se a Costa Global chegou a ter 81 clientes, por que há notas fiscais de apenas 23? Como Paulo Roberto recebia pelos demais? Era o que a PF tentava descobrir. A investigação traz evidências de que Paulo Roberto, como qualquer lobista, recebia um percentual do negócio obtido para seus clientes, conhecido como “taxa de sucesso”, do inglês “success fee”, um eufemismo para aquilo que todos conhecemos como propina. O caso da Camargo, segundo os registros da filha de Paulo Roberto, resume bem a situação: “O success fee será negociado separadamente para cada negócio”.
 
DO OUTRO LADO Depois de contratar empresas para prestar serviços à Petrobras, Paulo Roberto Costa passou a ser consultor delas. É o caso da Camargo Corrêa, que comanda a construção da Refinaria Abreu e Lima,  em Pernambuco (acima) (Foto: Agência Petrobras)
O estranho, segundo os investigadores, é a existência de contratos que não previam taxa de sucesso. Sem essa cláusula, o trabalho de lobby não faz sentido. Cruzando os nomes das empreiteiras que fizeram contratos nesses moldes com as anotações de Paulo Roberto, a PF chegou à suspeita de que eles se referiam, na verdade, à propina dos tempos em que ele ainda era diretor da Petrobras. Há indícios de que se referiam a acertos de contas. É o caso de contratos com empreiteiras como Engevix, Iesa, Queiroz Galvão e, num dos casos, também da Camargo. No caso da Queiroz, uma anotação da agenda de Paulo Roberto menciona o pagamento de R$ 600 mil. Metade para ele; a outra metade para o “partido”. Em março de 2013, meses depois dessa anotação, a Queiroz Galvão fechou um contrato de seis meses com a Costa Global para pagar R$ 100 mil mensalmente – mesmo valor anotado à mão na agenda de Paulo Roberto.
Num dos escritórios de Youssef em São Paulo, a PF apreendeu extratos de uma conta controlada por ele no banco PKB,  na Suíça. O PKB é um banco conhecido por aceitar qualquer tipo de cliente – de traficantes a políticos condenados por corrupção. Entre outras transações consideradas suspeitas pela PF, os extratos revelam que, em 2013, a OAS African Investments, empresa internacional do grupo OAS, sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, transferiu US$ 4,8 milhões para a conta de Youssef no PKB. Foram três depósitos de US$ 1,6 milhão, entre maio e julho.
Os documentos revelam que Youssef abrira, por meio de laranjas, uma subconta no mesmo PKB em nome da Sanko, empresa que mais recebera da Camargo por serviços nas obras da Abreu e Lima. Essa subconta tinha limite de US$ 1,4 milhão. Entre janeiro e fevereiro de 2014, ela recebeu cerca de US$ 1,1 milhão. Não há informação sobre quem depositou o dinheiro. Em seguida, Youssef transferiu grande parte dos recursos para contas em Hong Kong, também controladas por laranjas. Foram tantos os documentos da Sanko apreendidos com Youssef que os investigadores suspeitam que ele seja o dono da empresa. Entre 2009 e 2013, a Sanko recebeu R$ 113 milhões do Consórcio CNCC, liderado pela Camargo, por “serviços” em Abreu e Lima. E repassou R$ 32 milhões a uma empresa de Youssef.
As contabilidades de Youssef e Paulo Roberto são siamesas. Se Youssef registrava um pagamento a Paulo Roberto, Paulo Roberto registrava um depósito de Youssef. Em 8 de agosto de 2012, as planilhas dos dois trazem um pagamento de R$ 450 mil a Paulo Roberto. Dez dias depois, Paulo Roberto depositou R$ 120 mil, em espécie, na conta do advogado Eduardo Gouvêa. Gouvêa, dizem os papéis, é parceiro de negócios de Paulo Roberto.

Desculpas oligofrênicas de Brasília.... / Cláudio Humberto

  • 1 DE JUNHO DE 2014
  • É genuína a revolta do deputado paranaense André Vargas, por ter sido abandonado pelos ex-correligionários do PT, após vir à tona suas relações promíscuas com Alberto Youssef, doleiro preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Nervoso, descontrolado, ameaçador, ele aborda pessoas que nem conhece para desabafar contra os ex-“cumpanhero”. Dias atrás, foi um jornalista que ouviu o seu desabafo.
  • André Vargas não poupa adjetivos contra Rui Falcão, presidente do partido, e a presidenta Dilma, chamando-os de “canalha”, “vaca” etc.
  • Após renunciar à vice-presidência da Câmara, André Vargas não está otimista quanto ao próprio futuro. Acha que será cassado. Por perjúrio.
  • A revolta à flor da pele pode fazer de André Vargas um aliado decisivo dos opositores de Dilma, na eleição. Ele parece louco para abrir o jogo.
  • Cândido Vaccarezza (PT-SP), também citado na Operação Lava Jato, é um dos poucos amigos que restam a André Vargas.
  • O Partido Progressista (PP) fechou o restaurante “Le Jardin”, do Clube de Golfe de Brasília, para um almoço com a presidenta Dilma, na terça (27), e ainda autorizou a gerência a cobrar o que quisesse. O valor da conta ainda é um mistério, todos a escondem, inclusive o restaurante, mas um deputado do PP acha que não saiu por menos de R$ 60 mil. Tudo por conta do fundo partidário, abastecido com dinheiro público.
  • O Palácio do Planalto confirmou o almoço e que a conta foi paga pelo PP. Mas o presidente do PP perdeu a compostura ao ser questionado.
  • Indagado sobre o custo do almoço, o presidente do PP, Ciro Nogueira, irritou-se: “Veja na prestação de contas do partido”. E desligou na cara.
  • O ministro Gilberto Carvalho não sabe como fazer para entregar a Dilma, sem levar grito, carta de 32 sindicatos pedindo reajuste salarial.
  • Julio Delgado (PSB-MG), ficou perplexo ao ouvir de Xuxa a pergunta “quem é Eduardo Campos?”, quando levou a ela o pedido de desculpas do presidenciável do PSB pelas grosserias do Pastor Eurico (PSB-PE).
  • Informações atribuídas à Operação Lava Jato dão conta de que as relações do deputado Arthur Lira (PP-AL) com Alberto Youssef, o doleiro, são tão íntimas que até discutiam os respectivos casamentos.
  • O atual governador do Piauí, Zé Morais Filho, concorrerá à reeleição. O deputado Marcelo Castro (PMDB) ficou tão atordoado com o revés que nem sequer voltará a disputar um novo mandato. Vai lançar o filho.
  • Após divulgar o pibinho de 0,2%, a equipe econômica correu para apontar os culpados. Alegaram desde “fator conjuntural” até bancos querendo ganhar dinheiro com juro alto. Mais fácil olhar no espelho.
  • O presidenciável Aécio Neves pediu ao amigo Cassio Cunha Lima (PSDB-PB) para ajudar a reeleger Cícero Lucena ao Senado, abandonando qualquer acordo fechado com Wilson Santiago (PTB).
  • O PMDB-MS marcou para a próxima quinta (5) um ato pró Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência, com a presença dos independentes Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Ricardo Ferraço (ES).
  • No Alvorada, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ex-oposicionista, abriu o coração para Dilma: dificilmente será candidata à reeleição, em razão da briga com o ex-governador Siqueira Campos, que ambiciona o mandato dela. O plano B de Kátia é disputar o governo de Tocantins.
  • Às vésperas da Copa, a Receita Federal no aeroporto de Brasília tirou do sério importante delegado da PF, cuja esposa teve o computador pessoal, com três anos de uso, retido após voltar do exterior.
  • …com blindados de guerra e 170 mil policiais ostensivamente armados, não parece Copa do Mundo, mas estado de sítio.

A Copa do Mundo de Futebol sob o olhar de uma blogueira inglesa...

Para Inglês Ver

Que tipo de Copa vai ser essa?

Atualizado em  27 de maio, 2014 - 11:33 (Brasília) 14:33 GMT
Esta é a primeira vez que estou num país-sede de um evento tão grande como a Copa do Mundo.
Faltam pouco mais de duas semanas para a Copa e eu estou chocada pela fúria que vem sendo manifestada por muitos brasileiros contra o torneio. A determinação dos manifestantes me impressiona muito, acho admirável ver as pessoas lutarem pelos seus ideais.
Foto: AFP
Somente nos últimos sete dias, eu vi uma manifestação de professores; uma greve de transporte público que deixou quilômetros de ruas vazias, sem ônibus; e diversos novos protestos contra a Copa que forçaram o fechamento de ruas e grandes avenidas de São Paulo e de outras cidades brasileiras.
No momento em que escrevo este post, ocorre uma manifestação enorme na Avenida Faria Lima, bem aqui onde moro, perto do centro de São Paulo.
Alguém que não tenha conhecimento da situação vivida aqui no Brasil deve pensar que os brasileiros estão contentes por ter a Copa em seu país – exatamente o tipo de imagem que o governo está tentando passar.
Foto: AFP
Mas, cada vez fica mais claro que se estas ações continuarem acontecendo durante o torneio, as paralisações vão sim afetar o evento.
Imaginem uma greve no transporte público em dia de jogo! A cidade ficará praticamente paralisada.
Basta ver as fotos da multidão na estação Pinheiros que foram publicadas nas capas dos grandes jornais.
Me faz pensar como reagirão a polícia e os políticos.
Será que para evitar o risco de vergonha internacional, a presidente Dilma Rousseff irá atender as reivindicações dos cidadãos?
Como já deixei claro no meu último post, não tenho muita fé em políticos.
Estas manifestações começaram no ano passado e o fato delas continuarem até hoje mostra que, até agora, as reclamações não foram atendidas.
Mas, com os olhos de milhões de pessoas voltados para o Brasil, os manifestantes sabem que o momento é favorável.
Foto: AFP
Resta saber que tipo de imagens vão marcar a Copa do Mundo de 2014.
A visão de um gol marcado por Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo? Ou a de manifestantes e policiais nas ruas de uma das cidades-sede envoltos numa nuvem de gás lacrimogêneo?
O que você acha?

Turistas terão festas paralelas de horrores durante a Copa do Mundo ?? / Ou o destino do Brasil que o PT nos obriga carregar...