4. Natai Beach, Thailand This secret beach may not have any sexy glamor shots, but does knowing the Kardashians stayed here help at all?
3. Crane Beach, Barbados Where Rihanna hangs out. 'Nuff said.
2. Tulum Beach, Mexico Mayan ruins and craggy cliffs make this a favorite of model Cara Delevingne.
1. Ipanema Beach, Brazil The people-watching is great -- but with World Cup players on the field nearby, this famous beach can only get hotter as the tournament continues.
Sergio Rodrigues no seu blog Todo Prosa Escrevi o artigo abaixo por encomenda da revista literária colombiana “Arcadia”. Com tradução de Camila Moraes, ele saiu no número que está nas bancas como parte de uma série de textos assinados por dez escritores, cada um de um país que disputará a Copa do Mundo: Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, França, Inglaterra, Itália, México, Portugal e Uruguai, em ordem alfabética na edição. A ideia era que cada um evocasse, “em forma de memória literária, sua relação com a seleção nacional”.
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No livro “Febre de bola”, o escritor inglês Nick Hornby fala de como ficou impressionado quando, criança, viu jogar a seleção brasileira de Pelé, Tostão, Jairzinho e Rivelino na campanha do tricampeonato mundial, em 1970. Bem, ele não estava sozinho. A contribuição original de Hornby ao pasmo mundial diante da superioridade daquela equipe é uma metáfora infantil surpreendente: para ele, o futebol apresentado pelo Brasil no México lembrava “o Rolls-Royce cor-de-rosa de Penélope Charmosa e o Aston Martin de James Bond, ambos equipados com artefatos sofisticados, tais como assentos ejetáveis e armas ocultas, que os colocavam acima da banalidade entediante”.
Não sei se leitores mais novos conseguirão captar o encanto singelo dessa imagem de futurismo datado. Para mim, nascido quatro meses antes do segundo título mundial brasileiro, em 1962, e que guardo a euforia que tomou conta do país em 70 entre minhas memórias mais antigas e caras, carros cheios de botões e armas secretas evocam mais do que uma fantasia infantil excitante. Falam de um tempo – que se julgava esperto, mas hoje parece ingênuo – em que viagens espaciais e eletrodomésticos cada vez mais assombrosos pareciam apontar para um futuro de conforto e prosperidade. O chamado progresso tecnológico era indiscutivelmente um aliado da humanidade, não era?
A história não seria tão simples, como se sabe. Já não era simples àquela altura, a não ser aos olhos da criança que eu era: o alto preço da “modernidade” materializada em viagens espaciais e eletrodomésticos assombrosos vinha sendo pago pelo Brasil pelo menos desde o golpe militar de 1964, que os Estados Unidos apoiaram. No entanto, isso não me impede de ver charme na comparação inusitada da arte de Pelé e seus companheiros com um artefato tecnológico de ponta – melhor ainda, um artefato tecnológico ficcional, fantasioso, flamboyant, concebido não apenas para superar os inimigos mas para divertir o público enquanto o fazia. Aos oito anos, eu não poderia ficar mais orgulhoso nem que meu pai tivesse na garagem o Aston Martin de James Bond no lugar de seu Volkswagen.
Mas chega de criancice. Já adulto, eu ia descobrir com o melhor livro de futebol escrito no país, chamado “O negro no futebol brasileiro”, que a contribuição original dada por nossos jogadores a esse esporte importado da Inglaterra não devia nada à tecnologia. Pelo contrário, pode-se mesmo chamá-la de antitecnológica: a vitória dos jogadores descalços sobre os de chuteira novinha. O curioso é que isso, em vez de contradizer a metáfora automobilístico-futurista de Hornby, compatriota dos criadores do futebol, de alguma forma a reforça.
Escrito pelo jornalista Mario Filho, um entusiasta dos esportes tão importante que depois de sua morte deram o nome dele ao estádio do Maracanã, “O negro no futebol brasileiro” (lançado em 1947 e atualizado em 1962) conta a história desse esporte no país como epopeia de afirmação cultural e racial de todo um povo. Na narrativa convincente de Mario, nosso jeito de jogar foi inventado nas primeiras décadas do século XX por sujeitos que não tinham nem chuteiras, nem bolas de couro, nem livros de regras, nem campos gramados. Tais “artefatos de ponta” eram exclusividade dos sócios dos clubes de elite, que a princípio monopolizavam o futebol. Uma gente condenada a imitar, sem jamais superar, o estilo europeu no trato da bola. Num momento histórico em que a abolição da escravatura era notícia recente, não havia lugar naqueles clubes para jogadores pobres, muito menos se fossem negros ou mulatos. Pois foram estes que, jogando em campinhos improvisados, com bolas e traves improvisadas, criaram aos poucos um novo jeito de tratar a pelota. Um jeito nascido da penúria, que driblava as dificuldades para transformar carência em trunfo. Não demorou para que os próprios clubes se vissem obrigados a abrir suas portas – a princípio a contragosto – àquela nova estirpe de craques desdentados, muitos deles analfabetos. Mas como jogavam! No estilo impregnado de cultura negra, cheio de curvas e ginga, que eles impuseram ao retilíneo jogo inglês o sociólogo Gilberto Freyre, admirador de Mario, viu “a capoeiragem e o samba”. Foi essa longa história subterrânea de reinvenção do futebol por brasileiros pobres que, depois das erupções precoces de 1958 e 1962, atingiu a plena maturidade em 1970 na forma de uma tecnologia inteiramente nova, acabada, espantosa. Mais do que isso: como um produto pop de exportação que parecia subverter milagrosamente a ordem mundial, situando na vanguarda o que se imaginava vir na rabeira, no centro o que deveria ser periférico. Aquela seleção de camisa amarela fez pelo futebol o que “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez, tinha feito três anos antes pela literatura.
É claro que, mais do que analisar fatos históricos, o que estou tentando fazer aqui é dar conta de um mito. Sem deixar de ser verdadeira, a narrativa de afirmação popular que está na origem do jeito brasileiro de jogar futebol é essencialmente mítica. A excelência da seleção de 1970, com sua avassaladora sequência de vitórias documentada em videoteipe, também não cabe inteira no domínio dos fatos – da mesma forma que nele não cabe o carro de Penélope Charmosa. Tal aspecto mitológico condena todas as seleções brasileiras desde então, e provavelmente para sempre, à comparação injusta com uma equipe de semideuses. Não será diferente com Neymar e seus companheiros, a quem desejo toda a sorte do mundo. Vão precisar dela.
Football, Soccer ou Sepak Bola? Os nomes podem variar mas a paixão é a mesma
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Football, Soccer ou Sepak Bola? Os nomes podem variar mas a paixão é a mesma
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Com os Estados Unidos seguindo adiante na Copa do Mundo, o "soccer" vai ganhando mais espaço, ainda que momentaneamente, no gosto dos americanos. Ao ponto de comentaristas de extrema-direita lamentarem que este esporte "de latinos e europeus" esteja pouco a pouco ficando popular com relação aos esportes nativos "puros", como o baseball, basquetebol e o verdadeiro e único "American football", aquele mesmo, das armaduras e da bola de formato ovalado esquisito. Há até quem se refira ao soccer como o "esporte oficial do terrorismo"e se pergunte por que nunca se ouviu falar de "baseball hooligans". Sério!
Se um dia o nosso futebol da bola redonda se tornar tão popular nos Estados Unidos como o "American football" existe o risco de a palavra "soccer" virar também dominante? O que pouca gente sabe é que esta forma de se referir ao futebol não é exclusiva dos Estados Unidos. De fato é desta forma que o "esporte bretão" é chamado em vários outros países, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné e ilhas próximas, além do Japão e Irlanda. Há até vocábulos próprios, como "sepak bola", usado na Indonésia e o "caucio", usado pelos italianos.
Futebol no mundo
Curiosamente o jornal neozelandês The New Zealand Harald perguntou aos seus leitores como deveria se referir ao esporte global da "bola redonda", "soccer" ou "football", e a resposta majoritária (60% contra 40%) foi em favor de football.
O fato de ser usado tanto nos Estados Unidos, como na Austrália e Nova Zelândia, dá uma pista de que na verdade a palavra "soccer" surgiu na Inglaterra onde era usada, ainda que com pouca regularidade, até meados do século passado. Depois da Segunda Guerra Mundial a palavra meio que entrou na moda por alguns anos, mas foi logo abandonada do uso cotidiano inglês nos anos 1980s exatamente na medida em que o esporte passou a ser mais popular nos Estados Unidos. Ou seja, o vocábulo virou "coisa de americano".
Mas de onde vem exatamente a palavra "soccer"? O pesquisador Stefan Szymanski publicou um paper no qual procura dar a explicação definitiva. Segundo ele a primeira menção à palavra "football" em língua inglesa remonta ao ano de 1486. Mas antes disso um jogo praticado na Terça-Feira Gorda que se assemelha ao futebol já era jogado e registrado em 1175.
Este jogo, que conceitualmente se trata de algo parecido com uma bola sendo jogada de um lado para outro, seja com os pés, mãos ou cabeça, passou por várias mutações ao longo do tempo. Daí surgiram as duas correntes principais, com suas dinâmicas e regras próprias: o "rugby", que permite o uso de mãos, e o "football", que as proíbe (com exceção do goleiro, claro). No fim do século XIX, ambas versões do jogo se organizaram em associações e cuidaram de normatizar as respectivas regras. A Rugby Association teve o nome reduzido para "Rugger" e a "Football Association" virou "Soccer".
Szymanski reproduz em seu paper uma carta enviada por um leitor ao New York Times em 1905 reclamando do uso (equivocado) feito pelo jornal do termo "socker" (SIC). Mas nessa época parece que o termo estava se consolidando na cultura americana. E a razão disso é que era usado para diferenciar do "American football", uma variação já popular naquela época que misturava elementos de rugby e soccer.
Carta de leitor do New York Times reclamando do uso da palavra "socker"
A consolidação veio quando as regras do "American football" foram codificadas para minimizar o alto grau de violência envolvida na prática. Em 1905 a coisa estava tão feia que foram reportadas várias mortes em embates de times universitários. A instituição de regras claras foi encampada pelo presidente Rosevelt e houve até um debate se o American Football não deveria ser proibido em favor de uma versão mais "leve", neste caso, o "soccer".
O resto é história. O American Football acabou se consolidando nos Estados Unidos, já que falava muito fortemente ao espírito bélico e competitivo dos americanos (afinal estava praticamente descartada a possibilidade de um jogo terminar em empate). O soccer/futebol, por seu lado, se consolidou no resto do mundo e agora até os americanos parece que vão pouco a pouco se rendendo ao "jogo bonito". Isso apesar da firme oposição do povo radical do Tea Party e de seus porta-vozes na imprensa e no mundo político.
O Mundial está sendo uma caixa de surpresas, com equipes europeias de estirpe desmoronando incrédulas, e com outras do continente latino-americano nas quais poucos apostavam
"A Copa é um caos e uma surpresa", me diz um amigo carioca louco por futebol. E acrescenta: "A América Latina está ensinado a Europa a jogar". Talvez seja mais que isso. Uma coisa é certa: dez dias depois de sua abertura, o Mundial está sendo uma caixa de surpresas, com equipes europeias de estirpe desmoronando incrédulas, e com outras do continente latino-americano nas quais poucos apostavam. Estas constituem um terço das seleções participantes, mas já conquistaram metade dos pontos disputados.
Três times que nunca ganharam um Mundial – Costa Rica, Colômbia e Chile – já venceram suas duas primeiras partidas. Os europeus, com um número maior de participantes, acumulam menos vitórias. E alguns, a começar pelo último campeão do mundo, a Espanha, tiveram que fazer as malas de volta quase que antes mesmo de aterrissar.
Ainda não sabemos como vai acabar essa corrida de surpresas, mas já está claro que, como escreveu Roberto Dias no jornal Folha de S.Paulo, "a Copa do Brasil está sendo a Copa da América".
Estará ele se referindo a algum simbolismo em particular?
Sem dúvida. Todas as coisas são mais do que parecem na superfície e não costumam acontecer por acaso. Essa falta de brilho de tantas seleções antigas da Europa, em contraste com as latino-americanas, nos obriga a refletir. Pois, como escreveu o filósofo francês Ernst Cossier, o homem é um "animal simbólico" e seus atos estão cheios de significados que vão mais além do que se percebe superficialmente.
Outro grande filósofo do simbolismo, Gilbert Duran, afirma que o que integra o "universo dos símbolos" permite descobrir que "nesse caos aparente existe uma certa ordem interna", uma realidade oculta.
Qual pode ser essa ordem interna escondida pelo caos da Copa que estamos vivendo no Brasil, na qual as seleções que estão surpreendendo não são, com exceções, as da velha Europa, mas sim as jovens latino-americanas?
O Brasil sempre usou sua genialidade no jogo de bola para chamar a atenção do mundo para um país que sempre sofreu de um certo complexo de inferioridade e que ainda traz em sua carne as feridas sangrentas de uma dura escravidão que o marcou dolorosamente e deu origem a profundas desigualdades sociais.
Hoje, o Brasil, que cresceu e está se superando, possivelmente já não precise tanto do brilho do futebol para aparecer e se fazer presente entre os grandes do mundo. Pode aparecer por outros motivos e virtudes.
E os outros países latino-americanos que estão surpreendendo nesta Copa?
Talvez não seja coincidência o fato estarmos admirando nas partidas dessas seleções, além de um jogo mais jovem, original e dinâmico, também a coragem e o esforço de seus jogadores. Eles que, graças a um desses simbolismos, "não esperam que a bola chegue a seus pés, mas sim vão buscá-la intrepidamente", como alguém comentou em um programa do SporTV.
Isso e o simbolismo - não menos importante - de que essas seleções chegaram à Copa do Brasil sem os antigos complexos de inferioridade diante dos europeus, sem medo e conscientes de seu valer e de seu valor. Não estariam triunfando justamente por ter perdido o medo do medo?
Será isso tudo um reflexo do que esses países começam a viver também fora do futebol, em um momento em que estão perdendo seus velhos complexos e se veem confiantes de ser, senão os melhores, pelo menos não inferiores a ninguém e muito menos a seus antigos colonizadores?
Este Mundial já estava se anunciando como diferente dos anteriores com a surpresa de que a maioria dos brasileiros preferia que tivesse ocorrido fora de seu país. Foram até capazes de colocar no banco dos réus tanto o Governo como a FIFA, pelo excesso de desperdícios na construção dos estádios.
Agora, quem sabe, passe para a história como um novo despertar – e não apenas no mundo do futebol – de outros povos deste continente americano, sempre condenados a ser vistos como de segunda classe na avaliação mundial.
É possível que, ao se fecharem as cortinas do Mundial de futebol brasileiro, os filósofos do simbolismo tenham que analisar este caos de uma Copa da qual se diz que "ninguém está entendendo nada". Talvez porque ela está sendo mais do que uma Copa de futebol.
Além do grande número de argentinos sem ingressos, o perfil dos torcedores do país vizinho preocupa a polícia gaúcha
Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP
A chegada em massa de torcedores argentinos provoca uma série de ações especiais envolvendo a própria polícia argentina, autoridades brasileiras e a Fifa. Desde a semana passada, são estudadas ações preventivas para o jogo Nigéria e Argentina.
Há cerca de 10 dias, o governo argentino enviou para Porto Alegre um policial que atua como observador. Na quinta-feira, chegou o coronel da reserva da PM paulista Miguel Libório, gerente de Operações de Segurança da Fifa, para definir medidas com órgãos locais.
— Será um operação especial que vai durar três dias, na véspera, na data da partida e no dia seguinte. Eles moram perto e virão em carros — afirma o coronel João Diniz Godoi, comandante do Batalhão Copa.
Os principais temores são os barrabravas e episódios inesperados, com as duas invasões no Maracanã, por argentinos e chilenos sem ingressos.
-Nas regiões de entradas no Estado, na fronteira com a Argentina e o Uruguai e na divisa com Santa Catarina, serão fiscalizados veículos. O trabalho será feito por servidores de sete órgãos públicos estaduais e federais, como Polícia Civil e Polícia Federal.
Beira-Rio
- A Fifa vai ampliar o número de seguranças privados no estádio. Serão mais de 240 homens espalhados por pontos estratégicos para tentar evitar tumultos como ocorridos no Maracanã, envolvendo torcedores argentinos e chilenos. Já os 140 PMs escalados para trabalhar dentro do Beira-Rio, que antes ficavam em salas aguardando serem chamados, vão dar apoio aos seguranças privados nas arquibancadas, nos bares e nas zonas de circulação de torcedores.
Áreas de isolamento
- A BM vai colocar 250 homens do BOE para fortalecer o efetivo que guarnece o gradil no arredores do estádio, com acesso exclusivo para quem tem ingressos. A meta é impedir invasões como as vistas no Maracanã. Também haverá atenção à região de bares da Cidade Baixa e outros pontos de concentração.
Cais do Porto
- Ônibus de excursões que permanecerem mais de um dia em Porto Alegre deverão ficar estacionados no Cais do Porto. A EPTC alerta que só o veículo pode ficar ali, sem passageiros. Os turistas que chegarem em motor-homes deverão se instalar em campings.