Começou a funcionar mais uma CPI da Petrobras. Considerando-se o resultado da sessão inaugural, o colegiado caminha em direção ao vexame. Mais um. A CPI revelou-se capaz de quase tudo, menos de investigar empreiteiras.
Convenhamos: deputados que, depois de mais de uma década em que a Petrobras foi saqueada pelos esquemas que acompanharam os partidos numa invasão à estatal, conseguem se apresentar como “investigadores” sem exibir um pingo de curiosidade sobre os corruptores ou são cínicos ou tolos. Em nenhum dos dois casos são os detetives que o escândalo exige.
Os deputados não estão sozinhos. Dilma Rousseff também defende as empreiteiras. Ela sustenta que é preciso punir os executivos que cometeram crimes, não as empresas. Um acinte. Primeiro porque não é possível separar uns das outras. Segundo porque aprovou-se no Congresso, sob Lula, uma lei cujo objetivo era justamente estender a punição às empresas desonestas.
O ministro da Justiça e a Controladoria-Geral da União negociam acordos de “leniência” com as empreiteiras. Não para obter informações que ampliem o leque de punições, como previsto na nova lei, mas para livrá-las do título de “inidôneas”, que levaria à proibição de celebrar novos contratos com o Estado.
Muitos congressistas e autoridades espantam-se com a severidade do juiz Sérgio Moro. O magistrado da Lava Jato mantém desde novembro 11 executivos de empreiteiras dormindo nos colchonetes da carceragem da Polícia Federal em Curitiba. A surpresa de Brasília é compreensível.
A Capital da República não funcionaria sem os mimo$ providos pelas empreiteiras. E quem ainda é capaz de enxergar a promiscuidade como algo “normal” não pode exibir outro tipo de moralismo senão o moralismo seletivo.
Cunha vai de surpresa à CPI da Petrobras e diz que está à disposição para depor
Reunião foi marcada por tumulto e bate-boca
Atualizada em 05/03/2015 | 14h0805/03/2015 | 14h08
Cunha teve o nome incluido na lista de inquéritos da Lava-JatoFoto: Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados,divulgação
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira que está à disposição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para prestar quaisquer esclarecimentos.
— Em razão da informação de investigações envolvendo o nome da presidência da Casa, gostaria de afirmar ao plenário da comissão que este parlamentar está à disposição para vir aqui e prestar todo e qualquer esclarecimento — afirmou.
A atitude do presidente ocorreu por causa de suposições de que seu nome consta da lista enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) com nomes de políticos envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina investigado pela operação Lava Jato.
— Na medida em que se conheça qualquer tipo de detalhe, faço questão de comparecer a esse plenário e esclarecer qualquer ponto que seja necessário — reiterou Cunha.
A iniciativa foi saudada pelos integrantes da CPI. O líder do PSDB na Casa, Carlos Sampaio (SP) informou que o gesto engrandecia e prestigiava o trabalho da comissão. Já o líder do PT, Sibá Machado (AC), criticou os chamados vazamentos seletivos.
— Isto pode causar um problema terrível para a imagem da pessoa e, depois, ninguém vai reparar — explicou o petista.
— Esta CPI não é de faz de conta. Ela é feita buscando o esclarecimento dos fatos, de acordo com sua ementa. Consequentemente, todos têm de respeitá-la, a começar pelo próprio presidente da Casa — acrescentou Cunha.
Na última terça-feira, Janot pediu ao ministro Teori Zavascki, relator das apurações da Operação Lava Jato no STF a abertura de 28 inquéritos sobre 54 pessoas políticos com foro privilegiado envolvidos no esquema.
Cunha informou, ainda, que, nesta quarta-feira, requereu ao STF acesso a um eventual pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República contra ele.
— Acho que deveria ter sido divulgado de qualquer maneira. Isto causa estranheza. Já peticionei para saber se é ou não verdade e qual o teor — concluiu Cunha.
Ele prometeu tornar público o pedido caso tenha seu nome citado.
William Sidis foi uma criança prodígio americana. Aos 2 anos de idade, Sidis já lia o New York Times e escrevia (em inglês e francês) na máquina de escrever. Aos 9 anos, foi aceito na Universidade de Harvard — mas, sem capacidade emocional para frequentar as aulas, só pode ingressar aos 11 anos. Sidis faleceu com 46 anos em 1944 devido a uma hemorragia cerebral. A estimativa de seu QI varia de 200 de 300. Entre os 10 mais inteligentes William Sidis é o campeão em nível de QI.
O engenheiro eletroquímico americano Libb Thims, que estuda a genialidade humana, listou as 40 pessoas mais inteligentes da história. O escritor alemão Johann Goethe lidera o ranking. Nas 20 primeiras posições aparecem nomes como Leonardo da Vinci, Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Galileo Galilei, Nikola Tesla, William Shakespeare, Voltaire e Marie Curie.
Para criar o ranking, Thims não usou somente o QI (quociente de inteligência) das personalidades - embora os testes de QI sejam uma medida altamente imprecisa e controversa, o método ainda é tido como uma das principais formas de avaliar as capacidades intelectuais. Ele optou por considerar também a capacidade de realização de cada personalidade, antes de lhe conferir o título de gênio.
Para não excluir personalidades que nasceram antes da invenção dos testes de QI, Thims usou como referência a metodologia Cox, que estima o QI dos trezentos maiores gênios que viveram entre 1450 e 1850. A metodologia foi historicamente determinada através de 1.500 biografias, realizações de vida de cada indivíduo e habilidades reconhecidas na infância. Além disso, o material foi revisado de acordo com a Escala Stanford-Binet, primeiro indicador para medir a inteligência humana.
Quem é mesmo que anunciou que a Petrobrás está sendo fatiada e vendida? O governo do PT?!!! Isso só pode ser brincadeira, quem sabe uma "barriga" (informação errada) da imprensa.
Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff usaram e abusaram, durante as campanhas de 2006 e de 2010, da versão de que o PSDB privatizaria a Petrobrás. Até engenheiros da própria companhia acreditaram, ou quiseram acreditar, na balela.
E quem não se lembra de Lula metido num macacão cor de abóbora da Petrobrás, com a mão manchada de petróleo, passando a imagem subliminar de que ele próprio, qual um deus das profundezas do oceano, havia criado o pré-sal? Ambos, macacão e presidente, tão fotogênicos, a dias das eleições.
O mundo realmente dá voltas. Hoje, é a Petrobrás de Dilma, Lula e PT que, exaurida, machucada e vilipendiada, anuncia a venda de R$ 39 bilhões em ativos para tentar amortizar uma dívida que vai crescendo e se tornando impagável.
A venda tem, assim, um viés político e outro econômico. O político é que, tal como Dilma disse que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que "a vaca 'tussisse'", as campanhas petistas trataram da privatização da Petrobrás como algo absurdo, nefasto, coisa do demônio. E tanto a vaca "tussiu" quanto o governo do PT se converteu à crença do mal.
Ah!, sim, privatização é uma coisa, venda de ativos é outra. Ou melhor: privatização de adversários é privatização, mas privatização "cumpanheira" é só "venda de ativos"?
É assim que o PT, um dos maiores e mais importantes partidos da redemocratização, vai perdendo o encanto, as bandeiras, os líderes e até a credibilidade. Se, sistematicamente, diz uma coisa na campanha e faz outra depois de eleito, resta pouco para acreditar. A magia do marqueteiro João Santana está se esgotando.
Quanto ao viés econômico: o sindicalista José Sérgio Gabrielli deixou a Petrobrás com um buraco imenso e sua sucessora Graça Foster não melhorou muito as coisas. Assumiu a presidência com uma dívida de R$ 181 bilhões. Foi para a casa deixando uma de R$ 332 bilhões. A Petrobrás é a empresa mais endividada do mundo!
Faz todo o sentido - para o mercado, para quem é do ramo e para quem consegue enxergar além da ideologia - passar adiante áreas que não são essenciais ao objetivo fim da Petrobrás. Exemplo: as fábricas de fertilizantes.
Mas a grande dúvida é se vender R$ 39 bilhões em ativos (o Brasil e no exterior) e cancelar investimentos de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões neste ano vão resolver o problema. Façam as contas...
E, espreme daqui, espreme dali, não sobra muito para sair vendendo. A lista já inclui termelétricas, gasodutos, refinarias, dutos, rede de postos de gasolina e... campos de petróleo e gás. Daqui a pouco, vão querer vender o pré-sal e até o macacão cor de abóbora do Lula.
Por um desses detalhes cruéis da história, o anúncio da venda de ativos da Petrobrás passou praticamente em branco no mundo político, distraído com uma lista muito diferente da lista de ativos à venda na Petrobrás: a lista dos políticos enrolados na Operação Lava Jato. Mas uma coisa está diretamente vinculada à outra.
A Petrobrás só chegou no fundo do poço e o PT só teve de engolir a venda de ativos goela abaixo porque, nos governos Lula e Dilma, o PT se sentiu dono da maior empresa do País e fez dela gato e sapato. Não apenas participou dos esquemas de desvios como represou tarifas politicamente e escamoteou informações devidas à opinião pública. Chegamos aonde chegamos. Ou melhor, chegaram aonde chegaram.
E, por falar em lista de políticos enrolados: depois de comer o pão que o diabo amassou com Eduardo Cunha na Câmara, Dilma vai ter que digerir um Renan Calheiros cheio de espinhos no Senado, rejeitando a medida provisória que aumentaria os impostos das empresas e reduziria as dívidas do governo.
Mas a gente já sabe como é: a culpa não é de Lula, Dilma, Cunha e Renan; é do ministro da Fazenda, Joaquim Levy!
CPI da Petrobras terá quatro sub-relatorias, diz presidente da Comissão
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Hugo Mota (PMDB-PB informou hoje (5) que vai criar quatro sub-relatorias na comissão. “Criaremos quatro sub-relatorias e designaremos no dia de hoje os seus membros. É uma designação nossa, designaremos os sub-relatores na manhã de hoje”, afirmou o peemedebista após questionamento do vice-líder do PT, Afonso Florence (BA) sobre a iniciativa.
A medida, anunciada durante reunião da comissão para escolha dos vices presidentes e definição do roteiro de trabalho, diminui a papel do relator, o petista Luiz Sérgio (RJ), na definição dos rumos da investigação. Mota não esperou a apresentação do roteiro de trabalho da comissão por parte do relator. Florence havia questionado a criação das sub-relatorias que, interferirá na “prerrogativa do relator de conduzir a investigação e a relatoria”, questionou. Mota respondeu que a criação e designação dos membros é uma prerrogativa do presidente. “Respeitamos o acordo para indicar o relator, mas também não vamos deixar de agir naquilo que também é prerrogativa do presidente”, respondeu.
A criação de sub-relatorias tem sido apontado como um expediente da oposição para minimizar a atuação do PT na CPI. No primeiro dia para recebimento de requerimentos, partidos da oposição protocolaram diversos pedidos de criação de sub-relatorias. Até o momento, a CPI, que foi instalada na semana passada para investigar irregularidades cometidas na estatal, envolvendo esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público, conta com 334 requerimentos na pauta.
O filme "Dogville", com Nicole Kidman, narra a falta de privacidade e o controle mútuo exercido pelos moradores de uma comunidade situada num ambiente excêntrico, sem céu, sol, natureza ou iluminação natural.
A trama se repete na vida real, precisamente na avenida Rio Branco, centro de São Paulo. Ali, por trás de uma enorme fachada pintada de vermelho, 73 famílias vivem literalmente dentro da sala de projeção de um antigo cinema pornográfico.
Sob o enorme teto escuro do salão de piso inclinado, em vez de poltronas, a reportagem encontrou dezenas de casas apertadas construídas em alvenaria, umas coladas às outras, num ambiente abafado, escuro e com poucos banheiros - deles emana um cheiro forte que se espalha pelo local.
O espaço, entretanto, é limpo e organizado: mutirões semanais organizados pelos moradores dão conta das faxinas e reparos no prédio. Pintadas com cores fortes, as construções dentro do cinema ocupado teriam uma aspecto de uma vila de interior - caso estivessem ao ar livre.
Os ocupantes mais antigos estão ali há três anos. "As condições são ruins, ninguém quer ter casa dentro de um salão coberto", diz o urbanista belga Jeroen Stevens, da Universidade Federal de Leuven, que pesquisa as ocupações de movimentos sem-teto no centro paulistano.
"Mas é importante lembrar que se eles estão ali é porque não há opção melhor", lembra o especialista.
No fim da escadaria lateral da sala de projeção, uma pequena lavanderia conecta o cinema ao lugar onde funcionava um motel vizinho - com entradas independentes, os prédios são interligados pelos fundos.
Crianças, idosos, homens e mulheres ocupam todos os antigos quartos - neles há banheiros privativos, mas faltam janelas.
No hall do motel, onde os clientes escolhiam quartos e pagavam suas contas, a decoração com motivos egípcios se mantém. O local se tornou hoje um espaço de convivência da ocupação, onde são definidas escalas de revezamento em limpeza, manutenção e segurança.
No sofá preto do hall, a reportagem conversou o maranhense Sirlan, de 22 anos, que chegou em São Paulo há 10 meses.
O jovem tímido conta que veio morar com a irmã na ocupação e que tem parentes - prima e cunhado - em outros prédios ocupados do centro.
Sua história pessoal serve como esperança para moradores de todas as ocupações da região: Sirlan matriculou-se numa faculdade de Tecnologia da Informação, tem boas notas e conseguiu um bom estágio há poucos quilômetros de onde vive.
"Eu tinha uma lan house no Maranhão", conta o rapaz à BBC Brasil.
"A lanhouse era um computador só e eu. Eu fazia currículos para os clientes, baixava documentos, tratava fotos. Agora que estou em São Paulo estou aprendendo sobre hardware e software."
A BBC Brasil conversou com a prefeitura sobre os movimentos de moradia do centro paulistano.
Além de indicar que "estuda a transferência de edifícios que pertencem ao INSS para serem transformados em habitação de interesse social", a administração citou uma Parceria Público Privada (PPP) para a construção de moradias na região central.
Assinado em setembro do ano passado, o convênio entre prefeitura e governo do estado prevê "14.124 unidades habitacionais no centro expandido da capital, além da requalificação urbana da área central, com equipamentos públicos, obras de infraestrutura e áreas de comércio e serviços", diz a administração.
"O aporte da Prefeitura para a iniciativa será de R$ 280 milhões", informou a secretaria municipal de habitação. O investimento total previsto na PPP é de R$ 3,5 bilhões.
Nem todas as casas, entretanto, serão destinadas à população com o perfil social dos ocupantes do velho cinema da Rio Branco. Mais de um terço das unidades construídas pela PPP serão destinadas a quem ganha entre R$ 4.728 e R$ 8.100.
"Nós não fazemos a exclusão de famílias por faixa de salário", diz Carmen Ferreira, coordenadora geral do MSTC (Movimento dos Sem Teto do Centro), grupo responsável pela ocupação.
"Ocupamos a Rio Branco há 3 anos. Esta é uma área do municipio cujo projeto original era a construção de um 'circo escola'. Nós apresentamos um estudo de viabilidade técnica que constata que o lugar poderia abrigar 300 moradias sociais. Nós perguntamos: o que é mais importante?"
Na entrada do antigo cinema, a reportagem encontrou uma família de haitianos. Eles nos cumprimentam com sotaque carregado, mas dizem ter pressa para um compromisso.
Em meados de 2014, pelo menos 500 refugiados estrangeiros ocupavam albergues públicos da capital paulista. Eles estão concentrados principalmente nos arredores da República e da Sé.
"Politicamente não existe respaldo em relação ao estrangeiro que vem parar no centro da cidade. Já estive numa reunião na justiça em que o juiz disse: 'Mas ali na ocupação só tem estrangeiro'. E aí? O estrangeiro não é gente? Nosso trabalho agora é, além de oferecer teto e integração, apoiar a regularização destes refugiados de acordo com as leis brasileiras."