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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Notícias indecorosas que vem de Brasília... // coluna de Cláudio Humberto / Diário do Poder


23 DE ABRIL DE 2015




APÓS APROVAR O AFANO, PMDB JOGA PARA PLATEIA
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), criticou com a lei que triplicou o fundo partidário, mas nada fez para impedir a iniciativa do seu próprio partido. Foi Renan quem indicou o autor da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que aliás lhe presta obediência, para ser o relator do Orçamento. A proposta original, já absurda, previa R$ 289,5 milhões, mas o fundo partidário terá R$ 867,5 milhões.
ÚLTIMO A SABER
Com fundo partidário de R$ 867,5 milhões, os políticos já adotaram o financiamento público de campanha sem avisar quem paga a conta.

DE FATO, UM ESCÁRNIO
O ex-presidente do STF Joaquim Barbosa continua sintonizado com a opinião pública: chamou de “escárnio” o valor do fundo partidário.

MATANDO A UNHA
Apesar de declarar-se contra o impeachment, deputados próximos a Eduardo Cunha duvidam que ele vá se empenhar para salvar Dilma.

MARCANDO SOB PRESSÃO
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, passou a quarta-feira percorrendo gabinetes em Brasília, pedindo a aprovação do projeto da terceirização.

CONTINUA MISTÉRIO DO ROUBO DE VIGAS DE 40T NO RIO
Dezessete meses depois, continua um mistério o furto de cinco vigas de 20 toneladas cada uma, no Rio, extraídas da demolição do Elevado da Perimetral, na zona portuária da cidade. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) não se manifesta: “nada de novo”, diz a assessoria. A Polícia Civil garante que as buscas “continuam”. As vigas – avaliadas em R$ 14 milhões – mediam 40m de cumprimento e 60cm de espessura.

INACREDITÁVEL
O furto das vigas ocorreu em outubro de 2013, sem testemunhas até hoje. Não apareceu imagem de câmera de segurança, de celular, nada.

PREFEITURA LAVA AS MÃOS
As cinco vigas de 40 toneladas foram furtadas de um terreno cedido pela prefeitura do Rio, que, é claro, lavou as mãos.

A QUEM INTERESSAVA O FURTO?
As vigas furtadas no Rio são feitas de um aço especial capaz de resistir à corrosão por 400 anos, por isso valem ouro na construção civil.

DESARTICULOU GERAL
O governo “jogou a toalha”: estava desarticulado na CCJ da Câmara, na votação da admissibilidade da proposta que limita a 20 o número de ministérios. Ninguém do governo, do PT ou de qualquer partido aliado cabalou votos. Apesar disso, perdeu por pouco: 34x31.

SUS, NÃO
O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) foi submetido ontem a cateterismo em São Paulo. Evitou o SUS: preferiu o admirado Hospital Sírio Libanês, como preferem dez em cada dez estrelas governistas.

CONFISCO
Deputados Chico Alencar (Psol) e Jandira Feghali (PCdoB) bateram boca na Câmara por causa do aumento do fundo partidário, que pulou para R$ 867,5 milhões. Ela adorou a tunga no bolso do cidadão.


ESQUERDA PUNHOS DE RENDA
“Bolivarianos” idolatram baixarias autoritárias tipo venezuelana, mas na escolha de embaixada para trabalhar, preferem a democrática Europa. O diplomata bolivariano Antonio Simões escolheu Madri, onde há cargo prometido à sua mulher. A Espanha ainda não digeriu sua indicação.

ESPELHO MEU
Esta coluna revelou em 2014 um aluguel painéis eletrônicos, pelo Detran-DF, que é caso de polícia. Além de subutilizados, custam R$ 4,4 milhões anuais. O Tribunal de Contas do DF constatou sobrepreço.

O ‘FANTASMA’ DE KÁTIA
A ministra Kátia Abreu (Agricultura) jura que o “adido agrícola” que ela nomeou para a embaixada do Brasil em Moscou participa “ativamente” dos preparativos para assumir a boquinha. Mas na sua repartição, a superintendência federal de Agricultura na Bahia, jamais foi visto.

FICOU MUDO
O ministro Manoel Dias (Trabalho), que não precisa fazer muito esforço para demonstrar inutilidade da sua repartição, mantém silêncio constrangedor sobre o projeto da terceirização.

SILÊNCIO CÚMPLICE
O Ministério Turismo finge naturalidade diante da revelação da coluna sobre uma servidora graduada, Marcela Dieckmann Jeolas, que ganha R$ 22,4 mil por mês sem trabalhar, segundo colegas, há quase 1 ano.

PENSANDO BEM...
...Dilma, que já está no olho do furacão, preferiu não ver de perto, como deveria, a tragédia do tornado em Xanxerê (SC), inédito no Brasil.


Mujica >>> "Quem gosta de dinheiro tem que ser tirado da política" // BBC


Mujica: 'Quem gosta de dinheiro tem que ser tirado da política'

  • Há 1 hora
Credito: BBC
Ex-presidente disse que uruguaios "não são afeitos à corrupção" e que tráfico de influência é "doença" no Brasil
Prestes a completar 80 anos, o ex-presidente uruguaio José Mujica diz que a corrupção afeta "a todos" na América Latina, mas que "quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política".
Em entrevista exclusiva à BBC Mundo, Mujica comentou a corrupção em países como México e Brasil, e afirmou que a "vontade de ter bens materiais" não se relaciona bem com o serviço público.
"Sempre disse aos empresários: se eu souber que pediram alguma propina a vocês e vocês não me avisaram, teremos uma relação péssima. Com essa declaração, não havia abertura para que me oferecessem nada."
"Se misturamos a vontade de ter dinheiro com a política estamos fritos. Quem gosta muito de dinheiro tem que ser tirado da política. É preciso castigar essa pessoa porque ela gosta de dinheiro? Não. Ela tem que ir para o comércio, para a indústria, para onde se multiplica a riqueza", declarou.
Agora senador, Mujica diz que não descartaria voltar à Presidência, caso sua saúde permitisse. Dá a impressão, no entanto, de que não acredita na possibilidade.
"Se eu tivesse o grau de saúde que tenho hoje, não teria nenhum problema. Mas estou quase com 80 anos, não acho que tenho idade adequada de resistir ao vaivém de uma Presidência."
O ex-presidente falou à BBC sentado sob uma árvore diante de sua casa nos arredores de Montevidéu. O ambiente tranquilo e silencioso, que sempre disse valorizar, agora é interrompido ocasionalmente pela chegada de crianças e adolescentes à escola rural que ele inaugurou recentemente do outro lado da rua.
Ele falou sobre narcotráfico e opinou sobre governos de outros países latino-americanos. Entre elogios a sua cadela Manuela ("o integrante mais fiel do meu governo") e comparações entre o mate argentino e o uruguaio, Mujica disse ainda que não considera ocupar um cargo internacional.
"Acredite, para mim seria uma tortura. Não sou afeito ao protocolo, não sou a pessoa mais indicada. Acho que as causas políticas têm muito fôlego e que é preciso incorporar gente mais jovem que nós, que nos supere."

'Doença' brasileira

"Algo doentio acontece na política brasileira", disse o ex-líder uruguaio sobre a cisão entre o governo de Dilma Rousseff, em seu segundo mandato, e o Congresso eleito em 2014. "O Brasil é um país gigantesco e cada Estado tem sua realidade, com partidos locais fortes. Conseguir a maioria parlamentar no Brasil é um macramé (técnica de tecelagem manual) onde pedem uma coisa aqui, outra ali."
Para Mujica, o tráfico de influência é "uma tradição" no país, já que os governos "têm que fazer o impossível para conseguir a maioria parlamentar de alguma maneira".
"Não digo que os fins justificam os meios, quem diz é Maquiavel. O que digo é que isso é uma doença que existe há muito tempo na política brasileira."
Ao mesmo tempo, ele afirma que o poder dos presidentes na democracia representativa é relativo e, por isso, demora para que uma vontade do poder Executivo torne-se realidade. "Não se deve confundir governar com mandar. Existe o papel da persuasão e do convencimento. Um presidente deve se cercar de gente útil e de gente boa."
Mujica diz ainda que é preciso considerar o papel dos agentes externos ao governo na corrupção. "Para que haja corruptos, também deve haver um agente corruptor. Não nos esqueçamos disso."
Quem gosta muito de dinheiro tem que estar na indústria, no comércio. Não na política."
José Mujica, ex-presidente do Uruguai
BBC Mundo

Vizinhos

Durante a entrevista, Mujica evitou fazer críticas frontais aos governos latino-americanos. Questionado sobre seu apoio à administração de Nicolás Maduro, na Venezuela, ele afirmou que "não gosta da existência de presos políticos" no país, mas se posicionou contra possíveis intervenções em meio à crise.
"A Venezuela tem problemas, sim. Mas não vai sair deles a pauladas. Não é apoio, são as evidências. Porque não se ganham 14 eleições sucessivas só usando a força."
Mujica chegou a chamar a presidente argentina Cristina Kirchner de "velha", mas, desta vez, também dedicou-lhe palavras mais suaves. "Não acho que seja uma presidenta maravilhosa, nem acho que seja uma bruxa. É uma mulher que teve de enfrentar todo o machismo arraigado em uma sociedade. Como muitos quiseram passar por cima dela, ela às vezes passa dos limites do outro lado."
Sobre o México, o ex-presidente voltou a afirmar que o tráfico de drogas é um problema maior no país por causa de sua proximidade com os Estados Unidos.
"Os Estados Unidos são o grande mercado consumidor das drogas e os que têm infinito poder aquisitivo e o México é o lugar de trânsito. Isso vem condicionando a vida deles e o México não teve a capacidade de resolver o problema da influência crescente do narcotráfico, não foi só esse governo."
"A combinação da ameaça e do dinheiro destroçou os poderes públicos, que não conseguiram enfrentar isso. Mas eu não estou criticando o México, acho que todos estamos expostos a isso hoje", afirmou, defendendo novamente a lei aprovada em seu governo, que tornou o Uruguai o primeiro país do mundo a regularizar a produção, a venda e o consumo de maconha.
"Curiosamente, eu que não sou neoliberal acho que a melhor fundamentação (para a lei) que encontrei é a de (Milton) Friedman (economista americano). Digo isso raramente, mas não tenho preconceito. Acho que é preciso roubar o mercado deles (dos narcotraficantes)."

Rolling Stones e baseado

José Mujica | Foto: Reuters
Mujica diz que sua cadela de estimação, Manuela, foi "integrante mais fiel" do governo
Centenas de perguntas foram enviadas para a entrevista com José Mujica, que foi transmitida ao vivo pela internet e acompanhada em seis idiomas pela BBC nas redes sociais. O ex-presidente teve que responder, por exemplo, sobre se já o convidaram a fumar maconha desde a descriminalização do consumo.
"Apareceu aqui um rapaz, não sei de que país, com um baseado, e me convidou para fumar. Eu não quis, mas eu também tenho meus vícios. De vez em quando fumo um cigarro comum. E quem vai dizer que o tabaco é saudável? O único vício bom é o amor, o resto são pragas. O problema está em quanto se consome e isso é um problema mental."
Algumas das perguntas mais frequentes eram sobre seu estilo de vida, ao que respondeu que "a humildade é uma filosofia que não pretende impor a ninguém".
"Não posso mudar a cultura do mundo em que vivemos, mas posso viver minha vida e dar minha opinião."
O ex-presidente também não se esquivou de questões mais difíceis – mesmo que fora do âmbito político – como a enviada por um participante argentino: Beatles, Pink Floyd ou Rolling Stones?
"Diga a ele que sou um analfabeto no tema, porque sou 'tangueiro' de alma. Mas feita essa ressalva, prefiro os Rolling Stones."

Louis Prima - Charleston - JazzAndBluesExperience

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Carta-convite do PT ao suicídio coletivo do Brasil > "PT UM PARTIDO PARA TEMPOS DE GUERRA" - com Professor Alexandre Seltz



Para reflexão e preocupação do brasileiro ...
Carta-convite do PT ao suicídio coletivo do Brasil


"Desrespeitados pelo cinismo oficial e assaltados como contribuintes..." / Fernando Gabeira


22/04/2015
 às 20:59 \ Opinião 

Fernando Gabeira: ‘Hora e vez de Sibá Machado’

Publicado no Globo
FERNANDO GABEIRA
Mais uma vez, o povo na rua. Grande parte de nossa esperança está depositada na sociedade. Ela é quem pode dinamizar a mudança. A maioria vai gritar “Fora Dilma”, “Fora PT”. Não há espaço agora para outras palavras. No entanto, a saída de Dilma é apenas o começo. Vai ser preciso um ajuste econômico. Todos deveriam se informar e tomar posição sobre ele. O governo Dilma não se mexe na redução de ministérios e cargos de confiança. Não há um projeto sério de contenção de gastos com a máquina. E sem isso, o impacto do ajuste, aumentando impostos e cortando benefícios sociais, dificilmente será digerido pelo Congresso e pela própria sociedade.
O Congresso é passível de suborno com verbas e cargos. A sociedade, não. Mas um simples ajuste econômico merecia um pouco mais de reflexão para além deste domingo.
Vale a pena retomar um crescimento apoiado no consumo de carros e eletrodomésticos? É possível superar a limitação do voo da galinha na economia brasileira, achar um caminho sustentável?
Os rios brasileiros estão exauridos. Vamos continuar a destruição? A Califórnia luta há anos com a escassez de água. É um estado que sempre soube se reinventar. Abriga a indústria do cinema, o Vale do Silício. Apesar de toda a experiência, a crise atual ameaça seu futuro.
Cada vez que um grande movimento vai às ruas pedindo a saída de Dilma, ela, na realidade, vai saindo aos pouquinhos. Hoje não controla a política, nem a economia. Inaugura, faz discursos para a claque. Apegado à negação de seus erros, o PT é quase um fantasma. Seu líder na Câmara é Sibá Machado. Ele acha que as manifestações do dia 15 e também as de hoje são organizadas pela CIA. E foi ao ministro da Fazenda pedir novos financiamentos para as empreiteiras do Lava-Jato.
A tendência é achar que o Sibá Machado não existe, que é criação de algum escritor dedicado ao realismo fantástico. Mas Sibá existe e ocupa a liderança de um partido com 64 deputados na Câmara. Como foi possível Dilma ser presidente do Brasil? Como foi possível Sibá Machado tornar-se o líder de um partido que está no poder há 12 anos?
Não há espaço para explicar tudo. Mas Dilma é fruto da vontade de Lula, que detesta a ideia de surgirem outros líderes no partido. Sibá é o fruto da disciplina de quem espera na fila a hora do revezamento. Todos podem ser líderes, independentemente de estarem preparados. É a hora e a vez de Sibá Machado.
Estamos atravessando uma atmosfera de “Cem anos de solidão”. Sibá pede mais dinheiro público para quem nos roubou. Dilma afirma que sua tarefa é recuperar a Petrobras, que ela e o PT destruíram. Não acredito que sejam cômicos por vocação, embora o Sibá leve muito jeito. Isaac Deutscher, o grande biógrafo de Trotsky, demonstra que muitas vezes os governos fazem bobagem porque já não têm mais margem de manobra.
O buraco em que o PT se meteu é mais grave do que a estreiteza da margem de manobra. É a escolha de quem se agarra à negação para fugir da realidade. Por isso é que, além dos incômodos da crise, do assalto às estatais e fundos de pensão, o PT irrita. São muitas as pessoas simples que se sentem não apenas assaltadas como contribuintes, mas desrespeitadas pelo cinismo oficial.
Já é um lugar comum afirmar que vivemos a maior crise dos últimos tempos. Nela, entretanto, há um dado essencial: aparato político burocrático segue afirmando que a realidade é a que vê e não a compartilhada por milhões de pessoas na rua.
O que pode acontecer numa situação dessas? Collor saiu de nariz empinado e submergiu alguns anos. Ele chamava verde e amarelo, aparecia preto. O PT chama vermelho, aparecem verde e amarelo.
O curto circuito pictórico parece não dizer nada para eles. No fundo, havia em Collor uma espécie de orgulho pessoal. No PT, há uma confiança na manipulação. O partido no poder escolheu o caminho mais espinhoso. Seu líder na Câmara parece delirar, mas apenas quer cumprir suas tarefas elementares de negação.
O assalto à Petrobras não existiu. As manifestações foram arquitetadas pela CIA, e as empreiteiras, coitadinhas, precisam de grana oficial para financiar nossas campanhas. E os marqueteiros nos observam como jacarés tomando sol. Daqui a pouco vão entrar em ação para convencer a todos que o Brasil é maravilhoso e vai ficar melhor ainda.
É assim que a negação se reflete numa alma simples como a de Sibá Machado. Ele vem de uma região marcada pelas experiência místicas com a ayahuasca, planta que provoca visões. Um pouco distante dali, mas também na Amazônia, o pastor Jim Jones comandou um suicídio coletivo.
Na hora e vez de Sibá, o próprio inferno será refrigerado. Ganha-se muito dinheiro quando se passa pela cadeia, como fez José Dirceu. E há sempre Cuba e Venezuela para um recuo estratégico.
Vamos para a rua fingindo que os agentes da CIA nos organizam. No fundo, sabemos que se dependêssemos deles, correríamos o risco de uma grande trapalhada.
Mas pra que contrariar Sibá Machado e o PT na sua fase tardia ? De uma certa forma, já não estão entre nós. Morreram para o debate racional.

Sobre cães e gatos / A Psiquiatria está em todo lugar // Zoopsiquiatria ...é assunto delicado !

Bichos neuróticos, donos nervosos. A psiquiatria chega aos pets http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/04/bichos-neuroticos-donos-nervosos-psiquiatria-chega-aos-pets.html

Bichos neuróticos, donos nervosos. A psiquiatria chega aos pets

Eles têm quatro patas, não falam e vivem num confortável ócio – mas, pelo jeito, sofrem de dramas emocionais semelhantes aos nossos

JÚLIA KORTE
21/04/2015 08h00

REMÉDIO OU TERAPIA? A veterinária Juliana Gil, de São Paulo. Ela atende cães em sessões individuais (Foto: Camila Fontana)
Ela teve uma infância difícil. Foi abandonada pelos pais pouco depois de completar 1 ano. Esperou outro ano para ser finalmente adotada por um casal. O recomeço foi difícil. “Ela não queria entrar em casa”, diz Rod Tiago, de 44 anos, que a adotou. O casal a encheu de carinhos e cuidados. Ganhou uma irmã mais velha, Cléo, de 12 anos, e todos os mimos imagináveis para mitigar o trauma do abandono – até um acupunturista foi chamado. Não adiantou. Caiu prisioneira da ansiedade e começou a atacar as visitas. Um especialista a diagnosticou com agressividade, irritação e agitação contínua. O tratamento começou há dois meses e contempla o uso contínuo de Neuleptil. O medicamento é indicado para quem sofre de negativismo, indiferença, hostilidade, hiperemotividade e instabilidade afetiva. Aos 4 anos, ela, portanto, já está sendo tratada como desequilibrada emocional. O nome dela é Menina. Mas Menina não é uma criança. É uma vira-lata.
>> A acupuntura e seus benefícios nos pets

Menina é apenas uma paciente entre muitas tratadas pelo novo ramo da medicina veterinária: a zoopsiquiatria. Ela defende, em poucas palavras, que a mente animal tem as mesmas vulnerabilidades da mente humana. Para essa turma, cachorros não têm dono. Têm tutores. E pobre de nós, os tutores. Se o seu cachorro foge de uma vassoura ou de uma mão levantada, batata: ele sofreu abuso e precisa de terapia. Se seu gato lambe um pedaço do corpo até criar feridas, prepare-se: ele pode sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo. A opção pela palavra tutor indica de quem é a culpa pelos traumas dos pets: ela é sua.


À primeira vista, parece mais uma etapa na humanização sem fim dos pets. Tratamos bichos domésticos cada vez mais como semelhantes. Ou melhor, como filhos: damos nomes, roupinhas, sapatos, festas de aniversário, dias em spas... Já permitimos que eles passeiem conosco em shoppings e viajem ao nosso lado no avião. Projetamos neles os sentimentos e comportamentos humanos que desejamos enxergar, seja lá por qual razão – ou desrazão. É um exagero, claro. Mas e daí? Não há racionalidade que resista ao olhar pidão do mais desgraçado vira-lata. Ou então o bicho é você. Desalmado.
Podemos projetar o que for nos pets, mas a zoopsiquiatria assegura que eles sofrem de transtornos mentais semelhantes aos nossos. Os especialistas da área garantem que, graças aos avanços em áreas como biologia, genética e neurociência, acumulam-se evidências de que os animais podem sofrer de terror noturnotranstorno de estresse pós-traumático,transtorno obsessivo-compulsivodepressão e outras dores de cabeça que pareciam demasiado humanas. Ainda não se falou em neurose, complexo de Édipo e inveja do pênis, mas parece questão de tempo antes que Freud seja chamado a explicar também os animais. A psicanálise mais tradicional busca a cura pela fala. Talvez latidos e miados, mesmo no divã, sejam um empecilho.

O veterinário Nicholas Dodman, da Sociedade Americana de Comportamento Animal, publicou um estudo em que diz ter encontrado nos cães da raça dobermann um gene associado a uma forma específica de TOC. Os animais cuidam compulsivamente de um objeto (como cobertor de dormir) ou de uma parte do corpo. Quando submeteu os cães a ressonância magnética, Dodman notou níveis anormais de atividade na ínsula direita anterior – a mesma parte do cérebro alterada nos humanos diagnosticados com a doença

Como resolver? Nem Lacão explica. Mas a zoopsiquiatria tem as respostas. Para os especialistas da área, animal doméstico é como um bebê. Como os bichos não falam, só é possível saber quando estão felizes, tristes ou assustados observando seu comportamento. “A psiquiatria veterinária é muito parecida com a psiquiatria infantil. O diagnóstico é baseado no que o tutor diz e na observação do animal”, afirma Stéfanno Mendes Lima, veterinário especialista em zoopsiquiatria. Um exemplo: cães ou gatos que tentam abocanhar moscas inexistentes no ar. Mendes Lima  diz que enxergar insetos que não estão lá pode ser indicador de esquizofrenia, uma forma de alucinação. Mas pode também ser um comportamento normal, uma brincadeira. A frequência e o contexto ajudam a estabelecer a diferença. Antes, porém, de estigmatizar seu bicho como doente mental grave, lembre que os egípcios acreditavam que os gatos efetivamente veem coisas do outro mundo. Se é loucura, ela existe há milhares de anos – e tem sido compartilhada por respeitáveis humanos.

SER OU NÃO SER A cadela Menina  na casa onde mora. Contra a agressividade e agitação, ela toma Neuleptil. A gata  Mel, de 16 anos. Ela  toma ansiolítico (Foto: Raul Spinassé/ EPOCA)
Outro estudo da Universidade de Edimburgo demonstrou que gatos acima dos 11 anos sofrem de problemas geriátricos humanos, incluindo demência e Alzheimer. Se o seu gato começar a esquecer onde fica o pote de ração em que ele se alimenta há dez anos, pode não ser distração. Há também a questão do amor. Segundo um estudo da Universidade Emory, nos Estados Unidos, imagens do cérebro canino mostram que, quando apresentados a cheiros familiares do cotidiano, os animais priorizam o odor dos donos. Ele ativa uma parte do cérebro chamada de núcleo caudado. Em nós, a visão do ser amado provoca sensações prazerosas numa área análoga do cérebro. É lá que reside o amor de homens e animais?
SER OU NÃO SER A cadela Menina  na casa onde mora. Contra a agressividade e agitação, ela toma Neuleptil. A gata  Mel, de 16 anos. Ela  toma ansiolítico (Foto: Raul Spinassé/ EPOCA, Letícia Moreira/ EPOCA)
É claro que abordagens paralelas entre humanos e seus companheiros domésticos têm limites. Como os bichos são incapazes de contar seus sonhos ou discutir seus complicados sentimentos em relação à mãe, o tratamento lacãoniano está fora de questão. Como se faz, então, para tratar da angústia quadrúpede? “É uma abordagem múltipla”, afirma Juliana Gil, veterinária comportamentalista do Hospital Veterinário PetCare, em São Paulo. A abordagem envolve consultaterapia com os donosadestramento e eventuais mudanças no ambiente que cerca o animal. Em cerca de 30% dos casos, usa-se medicação. Em seu consultório, Juliana realiza o atendimento clínico num espaço de 40 metros quadrados, com sala de entrevista (para cães e donos), brinquedos e acessórios de adestramento. “Os cães normalmente sofrem de ansiedade por separação ou são agressivos”, diz Juliana. A consulta custa R$ 320. O atendimento dos gatos é realizado em casa, porque eles se estressam na clínica. “O principal problema dos gatos é urina e fezes fora da caixinha”, afirma Juliana. Quase metade dos gatos que fazem isso tem algum problema físico, em geral nos rins. Os demais têm problema comportamental ou enfrentam o descaso do dono com seus banheiros. Diante de um distúrbio comportamental, Juliana formula terapias a serem repetidas em casa, por donos e animais. Exemplo? Se um cão sofre com ansiedade de separação, ela recomenda criar um “espaço seguro” no qual dono e cão passem alguns minutos por dia, para desenvolver memórias emocionais e olfativas. Com o tempo, espera-se que o animal aprenda que, mesmo na ausência do dono, naquele cantinho estará protegido. Em que essa abordagem difere do velho e bom adestramento? Pelo diagnóstico, que a zoopsiquiatria diz fazer de forma científica, e pelo uso de medicamentos, que os adestradores não dominam.
A administradora de empresas Janaína Regis Lemos Barbosa, de 37 anos, entende o que é conviver com um gato diagnosticado com um problema humano: a ansiedade. A gata e “filha única” Mel, de 16 anos, começou a ficar esquisita quando mudou de apartamento. Na casa nova, a gatinha fazia xixi em toda parte. “O estresse dela refletia em mim”, diz Janaína. O zoopsiquiatra prescreveu alterações na alimentação e um remédio controlado, o ansiolítico para humanos buspirona. “O tratamento foi perfeito”, diz Janaína.
Com o mercado da psiquiatria veterinária aquecido, as empresas farmacêuticas começaram a investir em drogas de modificação comportamental e estilo de vida para animais. Em 2007, a empresa Elanco lançou o Reconcile, uma versão canina do antidepressivo Prozac. Ele tinha gosto de carne e servia para curar desordens compulsivas e ansiedade de separação, mas não vendeu como se esperava e foi tirado de linha. Por enquanto, os pets e seus donos seguem compartilhando as mesmas medicações. E as mesmas neuroses.