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domingo, 10 de maio de 2015

A popularidade da presidente vai cair...? / blog do Murilo


domingo, maio 10, 2015

Ajuste ou desmanche? 

- ELIANE CANTANHÊDE

O ESTADÃO - 10/05

A aprovação da primeira fase do ajuste fiscal foi uma vitória do governo e dá um certo alívio para Dilma Rousseff, mas ainda falta passar pelo Senado e não se pode esquecer que esse ajuste é parte do desmanche de todo o primeiro mandato da presidente. Basta repassar as prioridades entre 2011 e 2014 para confirmar que não sobrou pedra sobre pedra.

Uma por uma, Dilma vem abandonando aquelas ideias que tirava da própria cabeça – não raro passando por cima da área técnica e da perplexidade do mercado – e anunciava com pompa e circunstância. Com o abandono e o desmanche, viram sucatas.

Nem o modelo de exploração do pré-sal resiste à realidade, apesar de Dilma ter feito carreira na área de energia e de ter ocupado, inclusive, o Ministério de Minas e Energia. Depois de tanta badalação, tanta aula com PowerPoint, tanta picardia contra o modelo tucano, o governo volta atrás, falando em deixar o sistema de partilha de lado para recuperar o de concessões, acabando com a obrigatoriedade de a combalida Petrobrás participar de todos os blocos.

Até o Pronatec, um dos carros-chefe dos debates, dos programas de TV e do dia a dia da campanha da reeleição, está devagar. Com a crise na economia, dissimulada no limite da irresponsabilidade, Dilma só conseguiu pagar os subsídios das entidades privadas até outubro, mês da eleição. Depois disso, atrasos, confusão, incerteza.

Outro que embalava o marketing dilmista era o Fies. Sem desprezar os objetivos corretos e as boas intenções, também encheu as burras de universidades de desempenho sofrível e brindou estudantes pobres com diplomas capazes de embelezar paredes, mas de serventia duvidosa para lhes garantir empregos em suas áreas. Em 2014, havia 4,4 milhões de bolsistas, com financiamento de R$ 13,4 bilhões para escolas privadas – boas ou arapucas. Sem dinheiro, muitos dos bolsistas e das escolas estão a ver navios.

E o financiamento da casa própria? É bem verdade que Dilma ainda viaja pelo País – quando não corre o risco de panelaços –, entregando milhares de unidades do Minha Casa Minha Vida, como fará na próxima terça-feira, no Rio. Mas, com o pior resultado da caderneta de poupança em 20 anos (20 anos!), lá se foi o crédito para moradia. A Caixa Econômica Federal limitou o financiamento de imóveis usados à metade do valor total e acaba de anunciar aumento dos juros da compra de casas.

Dilma estufou o peito num pronunciamento em cadeia de rádio e televisão porque tinha decidido na marra a redução da conta de luz para residências e empresas. Patrões, empregados e eleitores em geral bem sabem o que aconteceu depois da eleição. Ou melhor: o que vem acontecendo todo mês, quando a conta bate à porta e arromba o bolso.

Num outro pronunciamento oficial, a presidente se vangloriou da redução dos juros como nunca antes neste país e ainda estendeu um dedo ameaçador para os bancos privados, ordenando que eles fizessem o mesmo. E, afinal, onde foram parar os juros?

A venda de carros caiu 25,2%, no pior abril em oito anos. Mais de 250 lojas foram fechadas. Mais de 12 mil trabalhadores do setor foram para o olho da rua. E a indústria em geral? A produção industrial caiu 5,9% no primeiro trimestre de 2015. É mole?

O desastre afeta outro indicador importante, que ajudou muito o trabalho dos marqueteiros e foi importante para segurar o discurso e os votos da reeleição: o emprego. No entanto, segundo os dados oficiais, o desemprego já subiu para 7,9% no primeiro trimestre. Sabe-se lá onde isso vai parar.

Então, é ótimo que o ajuste fiscal comece a ser aprovado no Congresso e que novas perspectivas se abram para o País, mas não se pode esquecer que isso tudo é parte do desmanche que derrubou a popularidade de Dilma de quase 80% no início de 2013 para 13% em 2015. E agora, com o desmanche do primeiro mandato, a grande pergunta é: para construir o que no lugar?


Postado por MURILO às 07:24

Noticia ruim para o Dia das Mães // Brasil está 77° lugar no ranking anual do do "Bem-estar de mães e bebês do Mundo em 2015"

Desigualdade social põe saúde materna em risco no Brasil, diz ONG http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150510_savethechildren_parto_ranking_gch_pai.shtml

Desigualdade social põe saúde materna em risco no Brasil, diz ONG

  • 10 maio 2015
Ainda há um abismo nos serviços de saúde ofertados a recém-nascidos e suas mães nas áreas ricas e pobres das cidades
Um estudo sobre o bem-estar de mães e bebês pelo mundo destaca o abismo entre favela e asfalto quanto à qualidade dos serviços de saúde ofertados, tanto em cidades brasileiras como em metrópoles internacionais.
"O levantamento anual "O Bem-Estar das Mães do Mundo 2015", feito pela ONG Save the Children, coloca o Brasil em 77º lugar do ranking entre 179 países analisados, abaixo de países latino-americanos como Argentina e México."
O relatório compila dados levantados por outras instituições - de saúde materna, mortalidade infantil, educação, renda per capita e até representatividade feminina no governo - e, no caso brasileiro, cita um estudo realizado no Rio que aponta que a taxa de mortalidade de recém-nascidos chega a ser 50% maior em favelas do que em bairros mais ricos.
"Há crescentes evidências de que os bairros onde se vive têm muito a ver com o acesso à saúde de qualidade. Hospitais de boa qualidade muitas vezes estão reservados a mães que têm poder econômico", diz à BBC Brasil Beat Rohr, diretor regional da Save the Children na América Latina.
Ele lembra que, historicamente, a saúde mundial tendia a ser melhor nas áreas urbanas do que nas rurais. "Mas hoje vemos que dentro das próprias cidades essa disparidade é muito grande, e isso se reflete em mortalidade materna e infantil. Se algumas gestantes têm acompanhamento regular em bairros ricos, isso nem sempre ocorre em bairros pobres, onde às vezes o médico não está, a consulta não é frequente e etc."
No Brasil, mulheres têm uma chance em 780 de morrer de causas relacionadas à gravidez - nesse indicador específico, o país fica em 82º lugar entre os 179 analisados.
Dados de março deste ano apontam que a mortalidade materna vem caindo, mas em ritmo insuficiente para que o país alcance até o fim deste ano o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) no quesito.
A altíssima taxa de cesáreas, o excesso de intervenções desnecessárias, a falta de treinamento de equipes especializadas e a proibição do aborto são alguns dos fatores apontados como barreiras para que o risco diminua mais no país.

Representatividade política

Mas, entre os indicadores usados pela Save the Children, o Brasil se sai pior em representação política feminina, apesar de ter uma mulher na presidência.
"As mulheres têm menos de 10% dos assentos no Congresso, colocando o país em 151º lugar no mundo nesse indicador", diz o levantamento.
Questionado a respeito da influência disso na saúde materna e infantil, Rohr explica que "há indicativos de que, quando têm poder político, as mulheres (no Legislativo) tendem a votar mais em políticas sociais, ainda que isso não seja uma regra".
Problemas observados nos centros urbanos brasileiros são semelhantes aos de outras grandes cidades do mundo, diz o relatório da ONG ao citar "disparidades devastadoras em saúde entre ricos e pobres".
"Para bebês nascidos em muitas das cidades que mais crescem no mundo, (é uma questão de) sobrevivência dos mais ricos", diz Jasmine Whitbread, executiva-chefe da Save the Children.
Em 19 dos 40 países em que há dados de tendências de longo prazo, cresceu o abismo entre áreas prósperas e marginalizadas no que se refere a taxas de sobrevivência infantil.

EUA, o pior país rico para se dar à luz

O relatório concluiu também que mulheres dão à luz nos Estados Unidos têm mais chance de morrer no parto do que em qualquer outro país rico.
Uma mulher americana tem, em média, probabilidade dez vezes maior de morrer na gravidez ou durante o nascimento da criança do que as gestantes da Áustria, por exemplo.
Na maioria dos países, crianças de áreas urbanas empobrecidas têm até cinco vezes mais probabilidade de morrer do que as de áreas nobres
Apesar de o país ter uma das maiores rendas per capita do mundo, ficou em 33º lugar do levantamento, dois abaixo do relatório do ano passado.
"Em algumas cidades americanas, a diferença entre a sobrevivência de crianças urbanas ricas e pobres é maior do que em muitos países desenvolvidos", diz o texto.
Em Washington, a capital americana, crianças nascidas nas partes mais pobres tinham probabilidade dez vezes maior de morrer antes de seu primeiro aniversário do que crianças que moram nas regiões mais ricas da cidade, diz o relatório.
A Save the Children elogia, por outro lado, a redução da mortalidade materna e infantil em capitais como Campala (Uganda) e Adis Abeba (Etiópia).
O ranking da ONG é liderado por países nórdicos: a Noruega ficou em primeiro lugar em saúde materna e infantil, e Finlândia, Islândia, Dinamarca e Suécia também tiveram boas colocações.
Países africanos devastados por guerras e conflitos internos - Mali, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Somália - são os piores para mulheres que vão dar à luz.

Mudanças nas profissões // Silvio Meira // Café Filosófico / TV Cultura

http://www.cpflcultura.com.br/wp/2014/12/15/o-futuro-das-profissoes-com-silvio-meira-versao-tv-cultura/

o futuro das profissões, com Silvio meira (versão tv cultura)

o futuro das profissões
com silvio meira
o homem sonha mundos possíveis e a tecnologia é sua aliada; um campo de inúmeras possibilidades de relacionamentos, de  comunicação se abre. e as mudanças ocorrem tão rapidamente, que chegamos a nos sentir impotentes diante do futuro que se apresenta. homens e mulheres, de todas as idades, veem seus projetos de vida, suas profissões, ameaçados por novas formas de fazer, que retratam novos modos de viver. num mundo onde quase tudo fica obsoleto da noite pro dia, como será nosso amanhã? como acompanhar este mundo em constante inovação? quais são as profissões do futuro e qual o futuro das profissões?

one response to o futuro das profissões, com silvio meira (versão tv cultura)

  1. rudi bodanese 15 de dezembro de 2014 at 18:02 # 
    vocês fazem um mundo mais inteligente. não parem…

sábado, 9 de maio de 2015

Ensaio sobre Liberdade / Hayek / Rodrigo Constantino

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/filosofia-politica/a-liberdade-segundo-hayek-2/

Blogs e Colunistas


09/05/2015
 às 12:06 \ Filosofia política

A liberdade segundo Hayek

Não posso deixar a data passar batida. No dia 8 de maio de 1899 nascia Fredrich Hayek, Prêmio Nobel de Economia (em 1974) e o mais famoso dos austríacos. Também foi uma das maiores influências em minha formação intelectual, sem dúvida, e é o meu preferido da Escola Austríaca. Só não me considero um hayekiano pois seria muita pretensão de minha parte, e porque o próprio morria de medo de seus seguidores fazerem com ele o que os de Keynes e Marx fizeram com ambos.
Hayek seguia Vico, Adam Smith e David Hume em relação à epistemologia, ao poder da Razão em nossas vidas, ou seja, compreendia suas limitações e restrições na formação das instituições humanas. Era um liberal humilde que respeitava as tradições, a ponto de ser confundido com um conservador (chegou a escrever um texto explicando porque não era um, mas acabou atacando o neoconservadorismo, não aquele clássico da linha britânica).
Abaixo, segue um texto meu em homenagem ao seu aniversário, em que tento resumir sua visão sobre a liberdade:
A liberdade segundo Hayek
“Liberdade concedida somente quando se sabe a priori que seus efeitos serão benéficos não é liberdade.” (Hayek)
O austríaco e prêmio Nobel de economia Friedrich Hayek defendeu, em seu clássico e imperdívelThe Constitution of Liberty, seu conceito objetivo de liberdade, assim como sua importância para o mundo. Pretendo aqui trazê-lo à tona, dado que muito malabarismo conceitual tem sido feito para alterar o significado deste que provavelmente é o maior valor de todos da Humanidade.
Para Hayek, a liberdade inclui também a liberdade de errar, e como o conhecimento é limitado e as preferências são subjetivas, somente a ausência de coerção permite o eterno aprendizado e progresso humano. A razão humana não pode prever ou deliberadamente desenhar seu próprio futuro. O avanço consiste na descoberta do que fizemos de errado. Uma restrição grande à liberdade individual reduz a quantidade de inovações e a taxa de progresso da sociedade. Não temos como saber anteriormente quem irá inventar o que. O conhecimento é disperso, e também evolui. Nenhum ser seria capaz de concentrar algo perto da totalidade do conhecimento existente, e ainda assim, este está sempre aumentando. Somente a redução drástica da coerção estatal pode garantir a evolução do conhecimento humano e conseqüente progresso. Quanto mais o Estado planeja as coisas, mais difícil o planejamento fica para os indivíduos.
"A razão humana não pode prever ou deliberadamente desenhar seu próprio futuro. O avanço consiste na descoberta do que fizemos de errado. Uma restrição grande à liberdade individual reduz a quantidade de inovações e a taxa de progresso da sociedade."
Hayek considerava que a liberdade fica muitas vezes ameaçada pelo fato de que leigos delegam o poder decisório em certos campos para os “experts”, aceitando sem muito questionamento suas opiniões à respeito de coisas que eles mesmos sabem apenas um pequeno aspecto. Adotar uma postura de maior ceticismo, questionando até mesmo os especialistas nos assuntos, é fundamental, portanto. É a preocupação com o processo impessoal da sociedade onde mais conhecimento é utilizado do que qualquer indivíduo ou grupo organizado de pessoas pode possuir que coloca os economistas em constante oposição às ambições de outros especialistas que demandam poderes de controle porque sentem que seu conhecimento particular não é levado suficientemente em consideração. A humildade é fundamental.
Se alguém é livre ou não, isso não depende da gama de opções disponíveis, mas sim se ele pode moldar seu próprio curso de ações de acordo com suas intenções presentes, ou se outra pessoa tem poder para manipular as condições de tal forma que faça-o agir de acordo com a vontade dessa pessoa, e não dele mesmo. Se eu sou ou não o meu próprio mestre e posso seguir minha própria escolha é uma questão totalmente distinta da quantidade de possibilidades que eu tenho para escolher. A liberdade é a liberdade de escolha, de agir conforme meu próprio desejo, contanto que não invada a liberdade alheia. Por isso Hayek entende que ser livre pode significar até mesmo ser livre para passar fome, cometer grandes erros ou enfrentar riscos mortais. A dicisão cabe somente ao indivíduo em questão.


"A liberdade é a liberdade de escolha, de agir conforme meu próprio desejo, contanto que não invada a liberdade alheia'".

A maioria das vantagens da vida em sociedade, especialmente nas formas mais avançadas que chamamos de civilização, está no fato de que os indivíduos se beneficiam de mais conhecimento do que tem consciência. Seria um erro acreditar que, para atingir uma civilização superior, temos apenas que colocar em prática as idéias que nos guiam. Se queremos avançar, devemos deixar espaço para uma revisão contínua das nossas concepções presentes e ideais que serão necessários por novas experiências. Portanto, a liberdade é essencial para darmos espaço para o imprevisível. É porque cada indivíduo sabe tão pouco e, em particular, porque raramente sabemos quem de nós sabe melhor, que confiamos nos esforços competitivos e independentes de muitos para o surgimento daquilo que poderemos querer quando olharmos.
Mesmo que humilhante para o nosso orgulho, devemos admitir que o avanço ou mesmo a preservação da civilização depende de muitos “acidentes” que ainda acontecerão. Justamente porque não sabemos como os indivíduos utilizarão a liberdade que ela é tão importante. Caso contrário, os resultados da liberdade poderiam ser obtidos com a maioria decidindo o que deveria ser feito pelos indivíduos. Um ponto crucial da importância da liberdade para se fazer algo é que ela não tem nada a ver com o número de pessoas que querem fazer este algo. Pode ser até mesmo inversamente proporcional a isso.
"As ações morais também dependem da liberdade. Somente quando somos responsáveis pelos nossos próprios interesses e livres para sacrificarmos eles que nossa decisão possui valor moral. Se não existe a liberdade de escolha, sequer podemos falar em moral".

Para concluir, devemos ter em mente que fazer o melhor conhecimento disponível em um determinado momento o padrão compulsório para todo o nosso futuro talvez seja a maneira mais certa de impedir o surgimento de novo conhecimento. Estamos sempre aprendendo. Somente a liberdade individual preserva isso.
 Rodrigo Constantino

"Lula viveu com culpa no 'Mensalão ' ... / ... Na biografia de Mujica

Lula viveu com culpa o 'mensalão', revela Mujica em biografia



http://a.msn.com/r/2/BBjrAFZ
O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, é visto ao lado doex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia por ocasião do aniversário do PT, em Belo Horizonte, em 6 de fevereiro de 2015
© Fornecido por AFP O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, é visto ao lado doex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia por ocasião do aniversário do PT, em Belo Horizonte, em 6 de fevereiro de 2015



O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva "não é um corrupto" e viveu o escândalo do "mensalão" com "angústia e alguma culpa", revelou o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, na biografia autorizada "Una oveja negra al poder" (Uma ovelha negra no poder, em tradução livre).
Trechos do livro dos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, publicado recentemente na Argentina, e que será apresentado nesta sexta-feira em Montevidéu, foram divulgados pela imprensa.
De acordo com a biografia, Lula teria contado a Mujica no início de 2010, numa reunião em Brasília, que tinha que "lidar com muitas coisas imorais, chantagens" e que "esta era a única maneira de governar o Brasil".
Lula sempre negou ter qualquer informação sobre o escândalo que comprometeu grande parte da estrutura política do Partido dos Trabalhadores e do aparato governamental.
Em 2005, quando os detalhes do esquema de pagamentos mensais para comprar apoio político começaram a aparecer na imprensa, um indignado Lula disse se sentir traído pelas práticas inaceitáveis das quais não tinha conhecimento.
"Lula não é corrupto como foi (o ex-presidente Fernando) Collor de Mello e outros presidentes brasileiros", refletiu Mujica, de acordo com a biografia.
A AFP tentou sem sucesso entrar em contato com Mujica.
Andrés Danza, um dos autores, afirmou à AFP que boa parte do livro se debruça em reflexões sobre o Brasil. "Mujica vê Dilma (Rousseff) e Lula como uma espécie de padrinhos, os dois lhe ajudaram muito. Sobre Dilma diz que sempre esteve a serviço do Uruguai, que é mais executiva do que Lula, mas que tem menos carisma".
A biografia também traz comentários sobre o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que teria revelado a Mujica que durante um desentendimento com a Colômbia o presidente russo, Vladimir Putin, aconselhou-o militarmente para um eventual confronto com o país vizinho.
E ainda fala sobre o apoio da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, a Mujica durante as eleições de 2009.
Nas linhas do livro, também abundam críticas a membros do seu partido, ao Poder Judiciário, a organizações sociais e grupos feministas, e mesmo ao ex-vice-presidente Danilo Astori, que é descrito por Mujica como um homem sem carisma e "sex appeal".
O ex-presente admitiu aos jornalistas outras curiosidades como, sendo presidente, andava armado quando saia sozinho. "Podem me limpar, mas com certeza levo algum junto", disse Mujica.
Os autores observam que Mujica teria informações de um suposto complô para derrubá-lo desde os primeiros anos de sua administração, e que, "para evitar um golpe de Estado, depôs ministros e líderes de todos os escalões, promoveu leis controversas, assumiu o protagonismo em conflitos internacionais, recebeu refugiados sírios, aceitou abrigar ex-prisioneiros de Guantánamo (...) tudo feitos para não deixar nenhuma dúvida de quem era o presidente".
Danza comentou que depois de ler a biografia, Mujica disse que concordava com algumas coisas e discordava de outras. "Ele provavelmente não queria que algumas coisas fossem escritas. Uma coisa sobre ele é que ele é verdadeiro, fala o que pensa, e isso às vezes trabalha a favor e outras contra...