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sábado, 8 de agosto de 2015

"Nunca perdi um amigo por causa de política..." , Nelson Motta / O Globo

Aos amigos petistas - NELSON MOTTA

O GLOBO - 07/08

Nunca perdi um amigo por causa de política. Tenho vários amigos petistas que merecem meu afeto e respeito, alguns até minha admiração, e convivemos bem porque quase nunca falamos de política, talvez por termos assuntos mais interessantes a conversar. Mas agora o assunto é inevitável. E eles estão mais decepcionados do que eu.


Também tenho amigos tucanos, comunistas, conservadores, não meço a qualidade das pessoas pelo seu time, religião ou suas crenças políticas, em que sonhos, idealismo e equívocos se misturam com ambição, desonestidade e incompetência para provocar monstruosas perdas de vidas, dignidade e dinheiro ao coitado do povo que todos eles dizem amar.

O PT está caindo aos pedaços, depois de 13 anos no poder, com grandes conquistas e imensos desastres, mas a perspectiva de ser governado pelo PMDB ou pelo PSDB não é animadora. Claro que há gente decente e competente nos dois partidos, mas a maioria de seus quadros e dirigentes não é melhor do que os piores petistas, e vice-versa.

Chegamos finalmente ao “nós contra eles” que Lula tanto queria ... quando era maioria ... e agora se volta contra ele, perseguido como os judeus pelos nazistas e os cristãos pelos romanos ... rsrs.

Se não fosse tão arrogante e autoritária, Dilma mereceria pena, porque não é desonesta, mas é mentirosa e sua incompetência nos dá mais prejuízos do que a corrupção. Suas falas tortuosas são a expressão da sua confusão mental.

E se Lula não fosse tão vaidoso e ambicioso, tão irresponsável e inescrupuloso, não teria jogado a sua história na lama por achar que está acima do bem e do mal e que nunca descobririam que ele sempre soube de tudo.

Petistas inteligentes e informados sabem que o sonho acabou, game over, zé fini, não por uma conspiração da CIA, dos coxinhas ou da imprensa golpista, mas pelos seus próprios erros, pelo baixo nível e alta voracidade dos seus quadros, pela ganância e incompetência que nos levaram ao lodaçal onde chafurdamos.

É triste, amigos petistas, o sonho virou pesadelo, mas não foi a direita que venceu, foi o partido que se perdeu. O medo está dando de 7 a 1 na esperança.

A mentalidade revolucionária foi triturada pela cobiça

08/08/2015
 às 15:16 \ CorrupçãoSocialismo

Da “corrupção virtuosa” à “corrupção pecaminosa”: a trajetória de Dirceu como retrato do PT

coluna de Demétrio Magnoli na Folha hoje está excelente e toca num ponto que venho repetindo aqui inúmeras vezes: a mentalidade revolucionária produzida pelos “intelectuais” do PT está no cerne de seus problemas de corrupção. O PT não se tornou o partido mais corrupto do país por coincidência, mas sim por método, por abraçar uma mentalidade que justificava os meios nefastos em nome da “causa nobre”. Eis o grande xis da questão.
Demétrio, ele mesmo um ex-petista que chegou a ser preso pelo regime militar e ainda um sociólogo de esquerda, entende perfeitamente que não é possível traçar uma linha divisória entre o “roubo do bem” e o “roubo do mal”, e descreve a trajetória de José Dirceu, o “guerreiro do povo brasileiro”, como uma inevitável desgraça coletiva. Sem eximir o indivíduo de responsabilidade, o fato é que foi essa visão petista do mundo, endossada por seus “pensadores”, que permitiu o avanço do Dirceu corrupto e milionário, com casas luxuosas pagas com propina de estatal. Escreve Demétrio:
O PT traçou uma linha na areia separando a “corrupção pela causa”, virtuosa, da “corrupção pelo vil metal”, pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.
[...]
Dirceu é Dirceu, a segunda face do PT, não um Duque qualquer, um Paulinho Land Rover ou um Vargas que só era André. Dobrando-se ao vil metal, o guerreiro traidor remexe a areia, desmarca um limite, desfaz uma certeza. Se até ele transitou de uma corrupção à outra, como separá-las nitidamente, sanitizando a primeira e satanizando a segunda? O degredo silencioso de Dirceu, que equivale a uma gritaria, destina-se a abafar a pergunta incômoda. Os juízes do Partido temem menos a hipótese improvável de uma delação premiada do guerreiro traidor que a exposição pública das conexões entre a corrupção virtuosa e a corrupção pecaminosa.
A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho.
Revisito as fotografias do líder estudantil preso, com centenas de outros, no Congresso da UNE de Ibiúna, em 1968, e de sua partida para o exílio, na base aérea do Galeão, com 12 outros, em 1969. Vistas da torre de observação do presente, elas têm algo de profundamente melancólico: os sinais de um fracasso coletivo. Mas, na história que se encerra, há também a prova de um teorema: a “corrupção virtuosa” conduz, inelutavelmente, à “corrupção pecaminosa”. O PT não deveria renegar seu guerreiro caído, nem defendê-lo, mas reavaliar a si mesmo no espelho de sua trajetória. Para nunca mais cerrar o punho contra as instituições da democracia. 
Dirceu não é um acidente dentro da trajetória petista; ele é sua essência! Não haveria PT sem Dirceu e Lula. Eles são o PT! E não estão enrascados com a Justiça por acaso, mas sim porque a premissa básica do PT era exatamente essa: em nome da causa, vale tudo!
Rodrigo Constantino

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Filósofo Olavo de Carvalho lança rede social própria por causa de perseguição no Facebook / blog de Aluizio Amorim

sexta-feira, agosto 07, 2015

CANSADO DE SER PERSEGUIDO PELO FACEBOOK, OLAVO DE CARVALHO LANÇA A SUA PRÓPRIA REDE SOCIAL: THE REAL TALK

Clique AQUI e vá direto a esta nova rede social verdadeiramente livre que já começa a funcionar na próxima segunda-feira.
Cansado de sofrer suspensões de sua página no Facebook, o filósofo, escritor e jornalista Olavo de Carvalho, resolveu criar a sua própria rede social: The Real Talk, como podem ver no facsímile acima ou clicando no link para conhecer essa nova rede social livre da deletéria "engenharia social" cujo foco é imbecilizar as pessoas de forma que se tornem presas fáceis do totalitarismo do século XXI, espicaçando o direito individual e fazendo tábula rasa da liberdade, até porque é o indivíduo espécie de célula do tecido social. Banido o direito individual morre, portanto, a liberdade no seu sentido amplo.
Neste artigo que segue abaixo, Olavo de Carvalho explica tudo. E não deixa de ser espetacular a sua ideia de lançar a sua própria rede social livre a manipulação odiosa de uma elite globalista egoísta e criminosa que prossegue na insana cruzada para destruir os pilares da civilização ocidental. Lamentável que o Facebook faça parte dessa camorra global. 

Portanto, recomendo que vejam o vídeo, leiam o artigo que segue e visitem já a mais nova rede social que, por certo, vai bombar na internet: The Real Talk. 
Esta é a página que, segundo o Facebook, “não viola as regras da comunidade”.


GARRAS INVISÍVEIS
Por Olavo de Carvalho
Transcrito do site Mídia Sem Máscara
Andei lendo, nos últimos dias, Till We Have Faces, a majestosa obra-prima em que C. S. Lewis toma de Apuleio o mito de Eros e Psique e o reconta à sua maneira. A narrativa é escrita na primeira pessoa pela princesa e depois rainha Orual, a irmã mais velha e mais feia da bela Psique, e assume a forma de um tremendo libelo contra os deuses, acusados de, sob a proteção da invisibilidade e da distância inacessível, fazer da vida humana um jogo arbitrário e cruel.
Justa e valente ao ponto de bater-se pessoalmente em duelo vitorioso contra o rei de um país inimigo, e educada, ademais, nos princípios da filosofia grega, Orual busca em tudo uma razão de ser, e não encontra. Sua revolta contra o destino chega ao auge quando os deuses lhe roubam a irmãzinha querida, a única alegria da sua triste vida, para fazer dela a esposa de um ser misterioso – um monstro, talvez – cujo rosto é proibido contemplar.
Quanto mais Orual se rebela, mais os deuses a perseguem, induzindo-a em erros e colocando-a em situações absurdas que ameaçam levá-la à insanidade. O romance tem passagens tão angustiantes que inspiram no leitor o “terror e piedade” da tragédia clássica, mas o desenlace da história no além-túmulo não é nada trágico, pois no fim das contas a rainha não é julgada pelos deuses perseguidores e sim pelo “deus desconhecido” que tudo cura e redime.
Não vou dar detalhes para não estragar a leitura. Mas para mim foi uma sorte estar lendo esse livro justamente numa ocasião em que tudo em volta me induzia a meditar sobre o destino paradoxal do cidadão numa democracia moderna, investido de direitos legais sublimes, mas submetido a poderes cada vez mais distantes e inacessíveis que o controlam, manipulam e atormentam num jogo de gato e rato.
Anos atrás li, não lembro onde, uma profecia budista de que no fim dos tempos os homens seriam deuses para os homens. Na época imaginei que se tratasse de um culto idolátrico, mas hoje entendo que não é preciso render-lhes culto para que alguns homens tenham os meios de reduzir o seu concidadão menos poderoso à condição de um rato que se debate em vão entre as garras de um gato invisível. O que os torna divinamente inalcançáveis não é nenhuma magia celeste, é a trama densa e indeslindável das leis, da burocracia e dos recursos tecnológicos postos à disposição de quem possa comprá-los. Governos, serviços secretos, partidos políticos, organizações revolucionárias e mega-empresas transformaram-se em réplicas simiescas, mas não menos temíveis, dos deuses da antigüidade.
Eu poderia citar como exemplo o caso da pobre Debbie Schlussel, a colunista americana que em 2008, antes das eleições presidenciais, descobriu o certificado de alistamento militar grosseiramente falsificado de Barack Hussein Obama, prova cabal de que o candidato era um criminoso chinfrim, sem qualificações para obter uma licença de porte de arma ou mesmo um emprego de balconista do Walmart. Até hoje essa verdade patente, visível a olho nu, enfrenta em vão a resistência sem rosto de poderes invisíveis e onipresentes (muito parecidos com o partido dos sonhos de Antonio Gramsci) que insistem em encobri-la com piadinhas evasivas mesmo depois de sete anos de desastres presidenciais sem fim, que poderiam ter sido evitados antecipadamente mediante uma simples queixa na polícia. A capacidade de desconversa desses fantasmas é ela mesma fantasmagórica. Sempre que se fala em documentos falsos, eles respondem em únissono: “O presidente não nasceu no Quênia.” Não contestam a acusação: mudam a identidade do acusador, forçando-o a patinar em falso. De onde vem essa oposição perversa, uniforme e obstinada? Nem todas as especulações dos teóricos da conspiração poderiam responder a essa pergunta envolta numa trama indeslindável de subterfúgios, que elas só tornam ainda mais enigmática. Pobre Debbie, pobre Orual.  
Mas não preciso ir tão longe. Eu mesmo, durante a semana, vivi o papel do rato preso entre garras invisíveis. Se o leitor me permite, conto a história.
Como muitos outros escritores e jornalistas, uso o Facebook como canal de comunicação diária com o meu público leitor. Entremeando considerações filosóficas, piadas, recordações curiosas e invectivas contra o governo mais corrupto de todos os tempos, fui ampliando esse público até chegar além de 220 mil seguidores. Muitos deles, em 15 de março, foram às ruas com cartazes “Olavo tem razão”, protestando contra o silêncio ominoso da mídia e dos políticos em torno de denúncias que eu vinha fazendo desde 1993 contra o esquema comunopetista – ou comunolarápio -- de apropriação do Estado.
Em 2013, tudo correu bem. O único inconveniente eram páginas repletas de caricaturações maldosas e pueris, quase sempre anônimas -- o primeiro mas ainda nada alarmante sinal das garras invisíveis – que em reação me acusavam de tudo quanto era crime e me catalogavam, ao mesmo tempo, como espião do Mossad e agente islâmico, gnóstico maçom e fundamentalista cristão, nazista camuflado e comunista enrustido, além de fuçar a vida da minha família e recontar a minha biografia em tons horripilantes, com honestidade luliana e o senso cronológico de um drogado em plena bad trip.
A partir de 2014, porém, quando as verbas de propaganda concedidas pelo governo federal ao Facebook cresceram 118 por cento em comparação com o ano anterior (v. https://tecnoblog.net/180893/facebook-verba-publicitaria-governo/), tudo mudou. Minha página passou a ser bloqueada a todo momento, sob as alegações mais levianas e despropositadas, enquanto as páginas que me acusavam até de assassinato eram, quando denunciadas pelos meus seguidores, abençoadas pelo Facebook com a garantia de que “não violavam as normas da comunidade”. Normas que, só posso concluir, lhes asseguravam o direito à prática impune do crime de calúnia, fazendo portanto do próprio Facebook uma organização criminosa, como aliás acontece com toda empresa que vai para a cama com o PT.
Agora, nas semanas em que vão ocorrer novas mega-manifestações de rua contra o descalabro petista, veio um novo bloqueio, desta vez por trinta dias, de modo que eu não possa me comunicar com o público durante os protestos.
Só um mentecapto veria aí uma mera coincidência, pois o pedido de bloqueio partiu justamente da mesma página do MAV (Núcleo de Militância Virtual do PT), que me faz acusações caluniosas sob a proteção do Facebook (v. ilustração).
Como eu passasse a postar mensagens pela página da minha esposa, esta foi bloqueada também.
Quem são os agentes por trás dessa operação? Quem são os mavistas que a executam? Quem, na alta direção do Facebook, decidiu apoiar tão descaradamente crimes de calúnia e ainda perseguir a vítima?
Abrigados por trás de uma confortável invisibilidade, fazendo em pedaços a Constituição brasileira que proíbe o anonimato, os deusinhos do MAV e do Facebook infernizam a vida do cidadão e divertem-se a valer como larvas em festa no fundo do seu esgoto olímpico.  
A partir de segunda-feira, minhas novas mensagens, incluindo os links para os artigos do Diário do Comércio, serão postadas na minha própria rede social, The Real Talk, https://therealtalk.org/index.html.O Facebook que reproduza -- ou esconda – o que quiser.

Venezuelanos valem-se de remédios de uso veterinário para suprir falta de medicamentos humanos... Veja, blog de Aluizio Amorim

07/08/2015

Este é o maravilhoso socialismo do século XXI, que o PT queria implantar no Brasil. Na Venezuela, o irmão siamês do PT, o PSUV chavista, já conseguiu atingir os objetivos do Foro de São Paulo.
Aliás, Lula é um entusiástico defensor da ditadura de Nicolás Maduro e gravou vídeos de apoio ao chavismo em todas as campanhas eleitorais naquele país.
Portanto, é urgente não só o impeachment da Dilma, como também a proscrição do PT e demais partidos de viés comunista. O registro partidário do PT tem de ser cassado imediatamente.
O que está ocorrendo na Venezuela é a execução da estratégia do Foro de São Paulo, ou seja, um regime totalitário comunista que utiliza a escassez de alimentos e medicamentos, para imobilizar os cidadãos. Igualmente usam a inflação, com a desvalorização da moeda, para transformar o país numa imensa prisão, como ocorre em Cuba há mais de meio século. Sem dinheiro ninguém pode fugir das garras do regime comunista.
Na falta de medicamentos as pessoas agora estão usando remédios destinados aos animais, ou seja, de uso veterinário, como último recurso para escapar da morte. As pessoas estão desesperadas. Sem comida e sem medicamentos.
Leiam esta matéria que acaba de ser postada no site da Veja.
Entretanto, quem tem de tomar remédio de animais são os jornalistas da Folha de S. Paulo, para ver o que é bom para tosse. O ideal é a vacina de burro.
Além da escassez de alimentos e produtos básicos, os venezuelanos também enfrentam dificuldades pela falta de remédios nas prateleiras das farmácias e em hospitais. Segundo cálculos da Federação Farmacêutica da Venezuela, o país sofre de 70% de escassez de remédios. Para driblar a carência, pacientes estão recorrendo a medicamentos veterinários que possuem os mesmos princípios ativos que os remédios para seres humanos.
Kevin Blanco se declara humilhado por ter de aceitar tomar remédio veterinário após um transplante de rim. A Prednisona e o Cellcept - imunossupressores que evitam a rejeição de órgãos transplantados - desapareceram das farmácias públicas e privadas. Isso colocou em uma situação crítica centenas de pacientes que não podem suspender a medicação um dia sequer, sob o risco de perder o órgão transplantado pelo qual esperaram por anos. "Quando a prednisona humana acabou, todo mundo começou a procurar a canina", afirma o presidente da Federação Farmacêutica, Freddy Ceballos.
"Estas pessoas estão correndo risco de vida", afirma por sua vez Francisco Valencia, presidente da Fundação Amigos Transplantados, que apoia esses pacientes. Blanco, de 47 anos e transplantado há 15, esteve sem os dois medicamentos por um mês até a última terça-feira, quando voltou a receber os remédios, mas durante esse período precisou consumir prednisona para animais.
"É humilhante saber que tua vida depende de um medicamento para animais", afirma Blanco, 47 anos, acrescentando que seu médico alertou que o uso do remédio veterinário seria "por sua conta e risco". A crise da saúde também se vê na falta de insumos hospitalares, como reativos para exames, o que levou à suspensão de várias cirurgias, em um país onde os marcapassos já são reutilizados - aparelhos de pessoas mortas são retirados para serem usados em outros pacientes.
O governo de Nicolás Maduro - que não divulga cifras oficiais da falta de remédios desde fevereiro de 2014 - nega a falta de Prednisona, indicando que em julho Cuba enviou um lote de 1,2 milhão de pílulas. Mas, segundo o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León Natera, muitos pacientes estão comprando não só Prednisona, mas antibióticos, esteroides e medicamentos tópicos em pet shop. Do site da revista Veja

Ideia de Ricardo Noblat ... "Ah, se ela pudesse..."

POLÍTICA

Ah, se ela pudesse...

Ricardo Noblat
Sabe o que Dilma faria de pudesse ou tivesse coragem?
Nomearia José Serra chefe da Casa Civil da presidência da República. De pronto, Renan Calheiros, presidente do Senado, e Eduardo Cunha concordariam em se entender com Serra.
Mas cadê coragem?
Senador José Serra (PSDB-SP)  (Foto:  Edilson Rodrigues / Agência Senado)Senador José Serra (PSDB-SP) (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O lado escuro da lua

http://www.msn.com/pt-br/noticias/curiosidades/v%c3%addeo-da-nasa-feito-a-16-mi-de-km-mostra-lado-escuro-da-lua/ar-BBlsKCw

Para amantes de poesia > Recomendo estes versos, "Tônica de nós", de Kátia Valevski Sales Fernandes

Apresento uma poetisa que admiro... Lendo e sentindo seus versos posso avalizar seus sentimentos, suas pausas, suas fantasias, seus recursos de sedução e de seu apego à beleza. 
Fico à vontade para admirar e recomendar a poeta
 Kátia Valevski Sales Fernandes


Tônica de nós Que importa o alvorecer cinza
Como o Sol que,
Se por trás das nuvens Nosso amor é claro Mesmo encoberto, Brilha e aquece nosso dia. Que importa a estrada curva Se ao final do caminho Nosso amor é reto Ponto de chegada e de partida Como a saída e o retorno Ao centro de nossas vidas. Que importam as noites vazias Se no vazio de nossa cama Nosso amor é imensidão Preenche corpo e sonho De passado e de futuro Como a música preferida Que traz à tona O melhor que há em nós! Que importa a palavra muda Se no silêncio de nossas bocas Faz-se grito o som de nosso amor Como o rugido do raio Que só existe Quando se assume trovão! Que me importa? Sou de ti e és de mim Como sol e lua são da luz E dia e noite são do tempo!! A tônica de um em dois!! O sentido de amor em nós!
Kátia Valevski Sales Fernandes

Avaliação do governo Dilma alcança reprovação de 71%... / Datafolha / O Globo


Edição do dia 06/08/2015
06/08/2015 07h56 - Atualizado em 06/08/2015 08h44

Datafolha divulga nova pesquisa de avaliação do governo Dilma

Presidente Dilma Rousseff tem índice de reprovação de 71%.
Resultado é a pior taxa da série histórica da pesquisa, desde 1990.

O Datafolha divulga nova pesquisa sobre a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff. É a maior taxa de reprovação de um presidente já registrada na série histórica do Datafolha desde 1990.

O nível de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Em abril, 13% avaliavam o governo Dilma como ótimo ou bom. Em junho, o índice caiu para 10%. E agora está em 8%.

Os que consideravam o governo regular eram 27% em abril. Em junho, 24%. E agora 20%.
Os que consideravam o governo ruim ou péssimo eram 60%. Depois 65% em junho. E, agora, 71%.

Desde abril, o índice dos que não souberam ou não responderam se manteve em 1%.

Na pesquisa, o Datafolha ouviu 3.358 pessoas na terça (4) e na quarta-feira (5).
tópicos:

" “A morte não é o contrário da vida, a morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”. / Eliane Brum / El País



Morrendo na primeira pessoa 

Depois de se tornar interdita e silenciada no século 20, a morte ganha cada vez mais espaço em narrativas confessionais de notáveis e de anônimos

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Em 24 de julho, Oliver Sacks, escritor, neurologista e um dos pensadores mais interessantes do nosso tempo, escreveu um novo artigo sobre o seu morrer, na página de Opinião do The New York Times. Em fevereiro, ele tinha anunciado que estava com câncer no fígado, sem possibilidade de cura, em um texto belíssimo sobre a vida, que foi traduzido e publicado no mundo inteiro. Agora, aos 82 anos, Sacks começa a se sentir nauseado e enfraquecido pela doença, mas não menos encantado e curioso com a existência. Ele segue esperando com alegria a chegada das revistas científicas, ansioso pelas descobertas sobre um universo que o fascina. Semanas atrás, ele estava no campo, longe das luzes da cidade, quando se deparou com a inteireza monumental do céu “polvilhado de estrelas”. Sacks concluiu: “Esse esplendor celeste de imediato me fez perceber o quão pouco era o tempo e a vida que me restava. Minha percepção da beleza do céu, da eternidade, era inseparável da minha percepção da transitoriedade – e da morte”. Contou então seu sentimentos aos amigos que o acompanhavam, Kate e Allen, dizendo: “Eu gostaria de ver esse céu novamente quando estiver morrendo”. E os amigos garantiram que fariam com que pudesse ver as estrelas uma vez mais.
Ao nos contar sobre o seu morrer, um morrer vivo, no qual a experiência de chegar ao fim é mais uma novidade para um homem curioso com o mundo e com a existência, Oliver Sacks tornou-se um dos sinalizadores de que algo fundamental está mudando na nossa época. E de forma bastante rápida, já que nosso tempo histórico é acelerado. Embora o silêncio sobre a morte, a doença e o luto ainda persista na vida cotidiana – e talvez seja ainda o que se impõe para a maioria das pessoas –, já não vivemos a morte “envergonhada” ou “clandestina” que se estabeleceu no século 20. O doente terminal que finge que não está morrendo, para não alarmar nem a família nem a equipe médica, pode estar começando a se tornar um espécime em extinção. A morte começa a ficar desavergonhada – e especialmente confessional, bem ao tom desse momento em que se narra tudo nas redes sociais.
A história humana pode ser contada pelo modo como cada sociedade, em diferentes períodos históricos, olhou para a morte e lidou com ela. O trabalho mais completo sobre esse tema possivelmente ainda seja o do historiador francês Philippe Ariès (1914-1984), primeiro em um livro chamado História da morte noOcidente e, depois, numa obra maior, intitulada O homem diante da morte. Nesta análise, o historiador mostra como, no século 20, a morte passou a ser escondida e calada. Não mais um evento público, mas uma espécie de não acontecimento. Na sociedade tecnicista era necessário que a morte fosse ocultada entre as paredes de um hospital, o mais asséptica possível, e imediatamente esquecida. Essa mentalidade ajuda a explicar por que, até hoje, alguém que perde aqueles que ama tem legalmente um tempo curtíssimo para se ausentar do trabalho e começar a elaborar o seu luto. Quando se espera que a ciência prolongue a vida a qualquer preço e a juventude torna-se um valor em si, a morte passa a ser um fracasso que deve ser escamoteado.
No século 20, o fim da vida tornou-se algo a ser ignorado e, assim, não precisava nem ser superado, já que o melhor seria fingir que nem mesmo tinha acontecido. “A morte no hospital, eriçado de tubos, está prestes a se tornar hoje uma imagem popular mais terrífica que o trespassado ou o esqueleto das retóricas macabras”, escreveu Philippe Ariès. A morte tornara-se quase contagiosa, e aquele que morria o portador de uma doença/má notícia cuja contaminação deveria ser evitada a todo custo pelos vivos.

No século 20, a morte se tornou tão obscena quanto o sexo na era vitoriana; e o luto, tão secreto quanto a masturbação
Outro pensador, o antropólogo britânico Geoffrey Gorer (1905-1985), escreveu um ensaio sobre o que chamou de Pornografia da Morte. “Hoje a morte e o luto são tratados com o mesmo pudor que os impulsos sexuais há um século”, afirmou. A interdição do sexo, na era vitoriana, tinha sido substituída pela interdição da morte, no século 20. A morte teria se tornado obscena e feia e, portanto, deveria ser escondida. E o luto, circunscrito ao âmbito privado, havia se tornado tão secreto e individual como a masturbação.
Como acontece tantas vezes, a arte antecipou a interpretação da sua época. Essa mudança no olhar sobre a morte consolidada no século 20 já podia ser detectada, no final do século 19, na pequena obra-prima de Tolstói: A morte de Ivan Ilitch. Em um seu livro Educação para a morte – Temas e reflexões, a psicóloga brasileira Maria Júlia Kovács assim analisa a novela do escritor russo: “Ninguém quer falar sobre o que está acontecendo com o doente, nem ele próprio, que sofre, geme, mas nada diz. Os familiares também sofrem, não sabem o que fazer, mas fingem que está tudo bem”. Apesar de todos tentarem banalizar o acontecimento, transformando-o num não acontecimento, o doente, embora nada diga, sabe o que vive.
O século 21, este que testemunhamos nascer, começa a engendrar um outro olhar sobre a morte, cujos sinais já podiam ser percebidos nas últimas décadas do anterior. A história, como se sabe, é movimento e conflito. O próprio surgimento do conceito de “Hospice” e da prática dos “cuidados paliativos”, nos anos 60 do século passado, com a ideia de que cuidar é mais importante do que curar e de que é preciso escutar aquele que vive o seu morrer, começou a colocar em xeque o silenciamento da morte.
Hoje, não são apenas as séries de TV e os filmes no cinema que passaram a abordar a morte, a doença e o envelhecimento com frequência cada vez maior. Neste novo olhar sobre o fim da vida, a internet, com as redes sociais, tem desempenhado um papel central e crescente. Se a literatura nunca deixou de ter a morte como tema, o morrer vem tornando-se uma narrativa confessional, de não ficção, escrita na primeira pessoa do singular.
Oliver Sacks não foi o primeiro a escrever sobre o fim da vida neste século. Longe disso. Em 2005, a jornalista Joan Didion publicou um livro, O ano do pensamento mágico, em que contava sobre a morte do marido e o seu luto. Logo no início faz uma síntese sobre a condição humana: “A vida muda num instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente”. Essa mistura de narrativa confessional com investigação jornalística entrou para a lista dos mais vendidos em vários países, inclusive no Brasil. Mais tarde, em 2011, Didion lançaria Noites Azuis, sobre a morte da única filha, seu próprio envelhecimento e sua solidão. Este último livro é a história da mulher que restou, a narrativa de quem se descobriu sozinha para testemunhar o próprio fim. Portanto, um relato ainda mais duro e perturbador, que parece ter sido mais difícil para os seus leitores. Didion agora se vê às voltas com formulários de hospital, onde fazem a ela uma pergunta que não pode responder: quem chamar numa hora de emergência? Já não há.

Susan Sontag, que morreu sem se reconciliar com a morte, escreveu sobre como o câncer foi a morte “suja” do século 20
Em 2008, o escritor e analista político David Rieff lançou um livro sobre como foi testemunhar o fim da vida da mãe, a pensadora americana Susan Sontag, morta pelo terceiro câncer de sua trajetória quatro anos antes, aos 71. David deu à obra um título pungente: Nadando em um mar de morte – memórias de um filho. Susan Sontag publicou livros fundamentais sobre o tema. Em Metáforas da doença, escrito quando ela já tinha lidado com um câncer no seio e o superado, Sontag analisa como a tuberculose foi a morte romântica, no século 19, e o câncer, doença-símbolo do século 20, a morte “suja”. Defende também que o câncer seja tratado como uma doença, loteria genética, e não como uma ideia que chegou a ser muito popular e ainda persiste em alguns meios, de que a pessoa teria “feito” o seu câncer ou o “atraído”, por repressões sexuais e questões psicológicas mal resolvidas.
Susan Sontag, nas palavras do filho, ao mesmo tempo sentia pavor da morte e obsessão pela morte. Morreu sem jamais se reconciliar com a ideia de morrer. Mesmo sendo informada pelos médicos que um transplante de medula teria escassas chances de êxito no seu caso, ela escolheu fazê-lo. Quando soube que a cirurgia fracassara, estava presa a 300 metros de tubos, por onde eram injetadas as substâncias que a mantinham viva, e perguntando o que mais os médicos podiam fazer por ela. Morreu coberta de hematomas e feridas, esperando “vencer” o câncer, sem se despedir de ninguém e sem permitir que se despedissem dela. Foi a sua escolha, só ela poderia fazê-la. “Era impossível até eu dizer que a amava, porque fazer isso teria significado dizer: ‘você está morrendo’”, escreveu David Rieff, num livro que enfrenta as perguntas espinhosas sobre o lugar de um filho diante do morrer da mãe, na singularidade de cada história, sempre particular e irrepetível.
Mortality, aqui no Brasil traduzido como Últimas palavras, é baseado nas colunas publicadas na revista americana Vanity Fair pelo escritor, jornalista e grande polemista Christopher Hitchens, um feroz defensor do ateísmo que se manteve fiel a suas ideias até o fim. Ele morreu de câncer em dezembro de 2011, aos 62 anos, e o livro foi lançado em 2012. Com o mesmo desassombro e a ironia que sempre caracterizaram seus artigos, Hitchens discorreu sobre a vida no que chamou causticamente de “Tumorlândia”.
No estilo que o fez angariar tanto admiradores quanto inimigos ao longo de uma extensa coleção de polêmicas, ele sugeriu a criação de um “Manual de Etiqueta do Câncer”, destinado “aos doentes e também aos simpatizantes”. Hitchens explica: “Meu manual teria de impor deveres a mim, bem como àqueles que falam demais, ou de menos, na tentativa de disfarçar o inevitável constrangimento nas relações diplomáticas entre Tumorlândia e seus vizinhos”. Ele gostaria de lembrar às pessoas, em geral, que não circulava por aí com um enorme broche de lapela no qual estava escrito: “PERGUNTE-ME SOBRE CÂNCER DE ESÔFAGO EM METÁSTASE NO QUARTO ESTÁGIO E APENAS SOBRE ISSO”. É um livro tão vivo este em que Christopher Hitchens escreve sobre o seu morrer que, ao terminá-lo, sentimos imensa saudade do seu autor.

O livro de maior sucesso deste século 21 transformou seu autor numa “celebridade” antes de sua morte
Mas o marco deste início de século, na escrita sobre a morte e especialmente sobre o câncer, é possivelmente o livro de Randy Pausch. Nenhuma obra sobre o tema foi tão festejada e popular quanto A lição final. E não por acaso. Morto de câncer pancreático em 2008, o professor universitário Randy Pausch construiu uma narrativa bem ao gosto da cultura americana, marcada pela divisão entre losers(perdedores) e winners (vencedores). A sua era uma escrita de “superação” da adversidade, da “batalha” contra a doença, uma jornada do herói adaptada ao tão difundido discurso no senso comum e nos meios médicos do “guerreiro que lutou até o fim a guerra contra o câncer”. Randy morreu, mas como um “vencedor”, já que havia tornado seu câncer um “case” de sucesso. Não pôde “vencer” a doença, mas, naquilo que parecia essencial para ele e para a sociedade em que vivia, vencera. Naquele momento, era bastante revelador que, depois de tanto silêncio, a mais comentada era uma morte “bem-sucedida”, materializada num best-seller internacional que rendeu milhões de dólares e transformou seu autor numa celebridade.
Tudo indicava que esta poderia ser a linha narrativa preponderante do nosso tempo: a morte a serviço da superação e do sucesso, da indústria e do culto a celebridades. Falada, sim, mas apenas para mais uma vez encobrir a dor e os conflitos da condição humana. Não é o que tem acontecido, como provam a escrita de Christopher Hitchens, de Joan Didion e do próprio Oliver Sacks, entre vários outros. Não há uma forma “certa” nem “errada” de falar sobre a doença e a morte, seja a própria ou a de quem amamos. Do mesmo modo que não há nenhuma narrativa acima de um debate honesto sobre o que diz de sua época e sobre como a influencia, mesmo sendo seu autor alguém que está morrendo.
A morte é lambuzada de vida e de humanidades. Há tantas formas de pensar sobre ela quanto vivedores e morredores. A beleza, mesmo quando brutal, é quando essas narrativas são capazes de enfrentar a complexidade deste momento, com todos os sentimentos ambíguos e as contradições que o povoam. Seria uma pena, afinal, reduzir um momento tão abissal quanto inescapável a um manual pobre do “morrer bem”. Como na frase que adoro: “A morte não é o contrário da vida, a morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”.

“Hello! Eu tenho câncer!”, disse a comediante Tig Notaro em um stand-up histórico
Minha expectativa de que estamos num novo momento no que se refere ao olhar sobre a morte aumentou ao acompanhar a história de Tig Notaro, 44 anos. Comediante destand-up, a americana Tig pensava em ter um filho, em 2012, quando primeiro foi atingida por uma infecção que quase a matou. Logo depois da alta do hospital, perdeu a mãe, que nas suas palavras era a pessoa que mais a enxergava, compreendia e incentivava. Tig descobriu-se sem chão. Mas não era tudo. Em seguida, ela soube que tinha câncer no seio.
Tig estava às vésperas de um show. E agora, deveria fazê-lo? A humorista pensou que, afinal, depois de tudo o que acabara de viver, era muito ridículo ter ainda por cima um câncer. Subiu ao palco e fez um espetáculo considerado histórico.
Hello, good evening, hello! Eu tenho câncer. Como vão vocês? Todo mundo se divertindo? Fui diagnosticada com um câncer...
Ainda que possa parecer apenas bizarro, quando aqui reproduzido, assistindo ao show percebemos que Tig conseguiu fazer algo sofisticado e profundo com o câncer e o medo de morrer: conseguiu fazer humor. Ela não negava a dor da sua condição, mas a usava para produzir arte, reflexão e... riso. Sem que tivesse planejado essa performance, sua carreira deu um salto. Logo Tig estava na capa de revistas, em talk shows na TV.
Neste ponto, eu temi que ela poderia se tornar uma espécie de “celebridade do câncer” e nunca mais pudesse falar de outra coisa. Mas, se o que fez com a doença a colocou num outro lugar, e este é um fato, o caminho de Tig parece ser o de colocar o câncer, o luto pela mãe, os fracassos reprodutivos e também o sucesso no contexto de uma vida com um pouco de tudo, às vezes bastante de alguma coisa, mas não monotemática.
Essa escolha, pelo menos, é o que aparece num documentário sobre o seu percurso, lançado em julho deste ano pelo Netflix, chamado apenas “Tig”. A dela é uma história em aberto, como qualquer outra, e a vimos frágil e confusa diante do futuro. Acompanhamos a artista em seu dilema sobre fazer ou não um tratamento reprodutivo, na tentativa de ter um filho, e arriscar-se a aumentar as chances de o câncer voltar por conta dos hormônios; compartilhamos sua ansiedade para que o embrião vingue numa barriga de aluguel, assim como o seu amor por uma outra mulher, que num primeiro momento a rejeita, porque até então só tinha tido relacionamentos heterossexuais. E testemunhamos também sua insegurança sobre com que material trabalhar em seus shows, depois de ter alcançado um nível tão paradigmático ao levar o câncer para o palco.
Mas talvez o momento-síntese da narrativa de Tig sobre o câncer e a possibilidade de morrer seja uma cena que não está no documentário, apesar de mencionada. Em novembro de 2014, Tig tirou a camisa no palco, mostrando a ausência do que a doença lhe arrancou, numa mastectomia dupla sem cirurgia de reconstrução, e as suas cicatrizes. Até aí, poderia ser apenas uma espécie de “performance de choque”, um truque para ganhar a plateia. Depois do impacto inicial, porém, o público acolheu e superou essa nudez assinalada pela doença e pela condição humana, graças ao talento de Tig.
Como disse o crítico Jason Zinoman: “Tig Notaro mostra que o humor não apenas consegue transformar tragédia em comédia, como também é capaz de desviar a atenção das pessoas da imagem mais vendida e objetificada da cultura popular: o corpo feminino nu”. Ali estava alguém dolorosa e alegremente viva que não negava suas marcas. Essa transcendência coletiva foi um grande momento de vida, com toda a incerteza e a fragilidade que é viver como um ser que se sabe para a morte.

“E o meu direito de não querer viver?”, pergunta a leitora
Minha aposta é de que o mais fascinante deste novo olhar sobre a finitude humana possivelmente ainda virá. E virá não por aqueles que já têm um lugar de escuta, mas pelos anônimos que começam a produzir narrativas na internet sobre o envelhecimento, a doença e a morte. Assim como as redes sociais vêm produzindo tanto sobre tudo – e não só discursos de ódio –, também autorizaram um dizer que revela como cada um se coloca diante da mortalidade. Se a internet permitiu que aqueles que comungam de desejos sexuais considerados fora dos padrões se encontrassem e pudessem viver sua expressão de forma consensual, entre adultos, também começa a se estabelecer como um lugar de confissão e de troca sobre luto, perdas e morte. Um espaço para narrativas múltiplas, para viveres múltiplos do morrer. Quando uso a palavra “fascinante”, não estabeleço se é bom ou mau, apenas que estamos diante de algo instigante e talvez surpreendente, exatamente porque contraditório.
Meses atrás, a carta de uma leitora de 78 anos no Painel do Leitor daFolha de S. Paulo me impactou. Ao discordar da abordagem de um artigo sobre o desejo e o envelhecimento, ela assim se colocou: “Quem leu Simone de Beauvoir vai me entender. São inócuas as ‘cenouras’, surpresas ou prazeres externos quando você tem a noção de que, por dentro, está apodrecendo aos poucos. Chegar a esta constatação é de uma crueldade ímpar. Não há sorriso de neto que consiga esvanecê-la. Acima de tudo, não quero mais lidar com essas mazelas e, para isso, estou em plena e ocupada fase de desapego. Para mim, chega. E o meu direito de não mais querer viver? Onde fica?”.
O que importa aqui não é concordar ou discordar, até porque cada um sabe de sua dor e de suas escolhas. O fato é que já é possível dizer e já existe espaço para ser escutado, mesmo que o que você tenha para dizer esteja fora do senso comum e da publicidade sobre a “terceira idade”, fora do manual e dos discursos edificantes ou das “lições de vida” bem comportadas.
Em um artigo interessante sobre esse fenômeno das narrativas de morte em tempo real, o jornalista Lee Siegel lembra do depoimento de uma mulher na coluna Private Lives (Vidas Privadas), do The New York Times, marcado por uma crueza sem qualquer pudor: “Por falar de perdas, não perdi somente meu marido e minha vida, perdi também os meus cabelos. Recentemente um policial me mandou encostar o carro por ficar parada. O tráfego estava sendo redirecionado, mas eu havia congelado e retinha uma longa fila. Levantei as mãos, esperando ser algemada, dizendo que não há nada que você possa fazer comigo que seja pior do que já foi feito. Ele disse: ‘Que história é essa, madame?’. Eu disse: ‘Não tenho marido, não tenho amigos, não tenho cabelo’”.

“Vamos falar sobre o luto?” é uma das plataformas lançadas na internet em 2015
O mesmo Times tem um outro espaço, The End, com depoimentos sobre o morrer, o luto e sobre o cuidar de quem tem uma doença. No Brasil, a Folha de S. Paulo criou, em outubro de 2014, um blog chamado Morte Sem Tabu, produzido pela dramaturga Camila Appel. Por todo o país, usando as redes sociais, surgiram e surgem grupos para compartilhar experiências de perda, como o Mães Sem Nome, que reúne pessoas de diferentes classes sociais e histórias de vida: “Quando um (a) filho (a) perde seus pais fica órfão (ã). Quando perdemos o marido/esposa ficamos viúvos (as). Quando a mãe perde seu filhos, não tem nome”. Em junho deste ano, sete amigas que perderam pessoas que amavam lançaram uma plataforma na internet para a escuta deste momento tão profundo e em geral solitário: “Vamos falar sobre o luto?”. Os muros de silenciamento rompem-se por todos os lados.
Em 2008, acompanhei como repórter os últimos 115 dias de vida de uma mulher com um câncer incurável. Também testemunhei por meses a rotina de uma enfermaria de cuidados paliativos de São Paulo, liderada por uma médica especialíssima, Maria Goretti Maciel, na qual se acreditava mais na largura da vida do que no seu comprimento: mais importante do que prolongar a vida a qualquer preço, em geral um preço alto, era garantir a qualidade da vida que restava. Assim como mostrava-se fundamental respeitar e acolher o modo como cada um escolhe viver esse momento, sem dogmas nem julgamentos. Não era um lugar em que a humanidade era dividida entre “perdedores” e “vencedores”, nem o tratamento da doença, em geral câncer, era encarado como uma “guerra”. O fundamental era garantir as condições para que cada um pudesse escolher como viver o tempo que tinha, sem tratamentos inúteis, dolorosos e invasivos, cercados por quem amava ou mesmo solitário, caso este fosse o seu desejo. Do como viver a sua morte, só sabe aquele que a vive.
Naquela ocasião, ao decidir contar a morte em geral silenciada, aquela causada pela doença e pela velhice, calada exatamente por ser a da maioria – e não a morte violenta, provocada por crimes, acidentes e catástrofes, mais comum à narrativa jornalística –, fui seguidas vezes acusada de “mórbida”. Eu retrucava, dizendo que era o contrário. Mórbido era aquilo que nos paralisava, o medo que não podia ser nomeado ou pronunciado.
Ao calarmos sobre o envelhecimento, a doença e a morte, perdíamos uma oportunidade insubstituível para pensar sobre a vida – e em especial sobre o tempo. Eu tinha sido transformada para sempre por uma frase de Ailce de Oliveira Souza, a mulher que me permitiu contar o seu morrer, num enorme ato de confiança. Logo no nosso primeiro encontro, ela, que acabara de se aposentar e tinha começado a viver aventuras até então adiadas, disse: “Quando eu tive tempo, descobri que meu tempo tinha acabado”. Sou imensamente grata por esta frase, que multiplicou a largura da minha vida.
Hoje, passados menos de dez anos, acredito que não seria mais acusada de “mórbida”. Não tanto, pelo menos. Homens e mulheres anônimos começaram a dizer de si de forma desassombrada. Não sei o que escutaremos nem o quanto esses tantos dizeres vão influenciar nossa forma de encarar a finitude de nossa condição. Mas essa possibilidade de falar e de ser escutado também sobre o envelhecimento, a doença, a perda e a morte me encanta. Espero apenas que continue existindo espaço não para o silenciamento, esse ato que nos reprime e aniquila, mas para o silêncio daqueles que preferem se recolher dentro de si e da casa e nada dizer. Que falar e “confessar” não vire um novo imperativo ou dogma. Que exista espaço para todas as formas de ser, viver e morrer.
Mas a interrogação que mais me move neste momento é: o que diremos agora que podemos dizer?
Escutar o outro é arriscar-se ao outro. É viver.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site:desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter:@brumelianebrum