quarta-feira, janeiro 06, 2016
O ano da marmota -
ALEXANDRE SCHWARTSMAN
Folha de SP - 06/01
Comemoramos o Ano Novo com direito a queima de fogos e até um artigo especial da presidente da República, em que ela mais uma vez busca se eximir da culpa pelo seu lamentável desempenho, deixando, é claro, de admitir sua responsabilidade pelos inúmeros erros de política, bem como a arrogância com que desconsiderou qualquer crítica aos disparates do seu primeiro mandato.
No entanto, sinto informar que, tal como no filme "Feitiço do Tempo" ("Groundhog Day", no original em inglês), estamos ainda presos em 2015, de onde só sairemos se, da mesma forma que o protagonista, reconhecermos nossos erros e conseguirmos corrigi-los.
Com efeito, os gastos de capital caíram R$ 32 bilhões; já os gastos correntes subiram R$ 5 bilhões. Destes, os gastos previdenciários aumentaram R$ 7 bilhões, impulsionados pela elevação do salário mínimo pouco inferior a 9% em 2015.
Isso sugere haver pouco espaço para cortes adicionais do investimento, enquanto os gastos correntes deverão seguir sua trajetória ascendente, em particular se, como esperado, a inflação deste ano for menor que a de 2015, enquanto o novo reajuste do salário mínimo já foi fixado em quase 12%.
Posto de outra forma, o ajuste fiscal propriamente dito, isto é, a correção da persistente tendência de aumento do gasto público, ainda está para acontecer.
Nesse sentido, a falta de convicção da presidente, estampada no seu artigo, é muito mais inquietante do que as tendências "desenvolvimentistas" do novo ministro da Fazenda, ainda que estas sejam bastante reais. Da mesma forma são preocupantes as pressões do seu partido para a retomada da experiência heterodoxa do primeiro mandato, defendida por economistas que ainda tentam nos convencer de que a nova matriz jamais existiu (a última desculpa é que se tratou de uma "tentativa de prolongar o ciclo de consumo e só").
Isto dito, se não houve progresso no campo fiscal, a situação consegue ser ainda pior no âmbito das reformas microeconômicas. Como bem notado por Marcos Lisboa e Zeina Latif em artigo recente, o país acumulou enormes distorções nos últimos anos, revertendo o progresso de décadas anteriores. Nada foi feito para corrigir essas distorções, boa parte das quais, diga-se de passagem, foi criada precisamente no período em que Nelson Barbosa desempenhava papel central na equipe econômica.
Olhando à frente, não é preciso muito para nos persuadir de que são reduzidas as chances de avanço em qualquer uma das áreas acima. Para começar, não existe no governo, depois da saída de Joaquim Levy, quem as defenda à vera.
Mais importante, porém, qualquer um que tenha lido a entrevista do ministro da Casa Civil deve ter notado que não há nenhuma outra prioridade por parte da atual administração que não seja evitar o impedimento da presidente.
Nesse contexto, ninguém deverá se surpreender caso acordemos em 2017 com a exata sensação de estarmos ainda em 2015.
Comemoramos o Ano Novo com direito a queima de fogos e até um artigo especial da presidente da República, em que ela mais uma vez busca se eximir da culpa pelo seu lamentável desempenho, deixando, é claro, de admitir sua responsabilidade pelos inúmeros erros de política, bem como a arrogância com que desconsiderou qualquer crítica aos disparates do seu primeiro mandato.
No entanto, sinto informar que, tal como no filme "Feitiço do Tempo" ("Groundhog Day", no original em inglês), estamos ainda presos em 2015, de onde só sairemos se, da mesma forma que o protagonista, reconhecermos nossos erros e conseguirmos corrigi-los.
A verdade é que muito se falou e pouco se fez a esse respeito. Do ponto de vista do ajuste fiscal, por exemplo, embora os gastos primários do governo federal, medidos a preços de novembro de 2015, tenham caído de janeiro a novembro (algo como R$ 27 bilhões, cortesia da inflação elevada), tanto a causa como a distribuição da queda não são bons presságios para o futuro.
Com efeito, os gastos de capital caíram R$ 32 bilhões; já os gastos correntes subiram R$ 5 bilhões. Destes, os gastos previdenciários aumentaram R$ 7 bilhões, impulsionados pela elevação do salário mínimo pouco inferior a 9% em 2015.
Isso sugere haver pouco espaço para cortes adicionais do investimento, enquanto os gastos correntes deverão seguir sua trajetória ascendente, em particular se, como esperado, a inflação deste ano for menor que a de 2015, enquanto o novo reajuste do salário mínimo já foi fixado em quase 12%.
Posto de outra forma, o ajuste fiscal propriamente dito, isto é, a correção da persistente tendência de aumento do gasto público, ainda está para acontecer.
Nesse sentido, a falta de convicção da presidente, estampada no seu artigo, é muito mais inquietante do que as tendências "desenvolvimentistas" do novo ministro da Fazenda, ainda que estas sejam bastante reais. Da mesma forma são preocupantes as pressões do seu partido para a retomada da experiência heterodoxa do primeiro mandato, defendida por economistas que ainda tentam nos convencer de que a nova matriz jamais existiu (a última desculpa é que se tratou de uma "tentativa de prolongar o ciclo de consumo e só").
Isto dito, se não houve progresso no campo fiscal, a situação consegue ser ainda pior no âmbito das reformas microeconômicas. Como bem notado por Marcos Lisboa e Zeina Latif em artigo recente, o país acumulou enormes distorções nos últimos anos, revertendo o progresso de décadas anteriores. Nada foi feito para corrigir essas distorções, boa parte das quais, diga-se de passagem, foi criada precisamente no período em que Nelson Barbosa desempenhava papel central na equipe econômica.
Olhando à frente, não é preciso muito para nos persuadir de que são reduzidas as chances de avanço em qualquer uma das áreas acima. Para começar, não existe no governo, depois da saída de Joaquim Levy, quem as defenda à vera.
Mais importante, porém, qualquer um que tenha lido a entrevista do ministro da Casa Civil deve ter notado que não há nenhuma outra prioridade por parte da atual administração que não seja evitar o impedimento da presidente.
Nesse contexto, ninguém deverá se surpreender caso acordemos em 2017 com a exata sensação de estarmos ainda em 2015.
10 comentários:
Túlio Xavier
Taí uma curiosidade:
Tão logo o Pe3trolão começou a dar em cadeia e apertou-se o cerco nas roubalheiras, ao ponto de Delcidio Amaral comentar, na gravação do Bernardo, que deveriam partir para a area de TI da Petrobras, onde ninguém se importava muito em investiogar, e com verba era de 1 bilhão, curiosamente o valor das apostas na MegaSena pulou de R$2,50 para R$3,50 visando arrecadar mais. ...Afinal, o Petrolão estava sendo muito monitorado e meio arriscado.
Curiosamente a Caixa erra na divulgação de resultado de uma Mega de 200 milhões, corrigindo em seguida com a afirmação de que "houve sim ganhador" qdo tinha publicado não haver. A caixa alegou um erro na divulgação do resultado.
Agora essa OUTRA falha com um grande atraso na divulgação do resultado.
Os erros seriam medo do possível monitoramento???
Alias a gente percebe que tudo está tomado por ideologia depois que vê a Bobo puxando o saco do Irã dizendo que é um país mais democrático do Oriente Médio.
The Odebrecht family is the owner
of the capitalism of state in Brazil.
Their youngest member Marcelo Odebrecht is in prison.
Already revealed by the Federal Police as a dangerous psychopath.
Lula as to become a president got
drunk from robbery for him allowed
to do if he carried out all the plans of
the Odebrechts to make poorer the nation
and lead everyone into bankruptcy thus
owning through the Lula’s political party
all the control of Brazil.
The jews and orthodox jews are interfering
in the Brazilian natural way of life
to use the Christians to, without noticing it, serve
the worldwide communist power takeover,
and still are campaigning publicly and via
Youtube and Facebook to coopt the
people to not believe neither in Jesus Christ,
in Virgin Mary, nor in the New Testament.
For a ‘jew’ to own the world he doesn’t need
to create a nation as big as Russia, he just takes
their local power and mess with it publicly
WITHOUT BEING POINTED AS THE RESPONSIBLE FOR.
Cristiano Arruda
Campo Grande, MS, Brazil
Jan 5, 2016
Há interesses pesadíssimos em jogo. Inclusive com a participação de capital estrangeiro.
Bilhões e bilhões roubados são para garantir o pão e manteiga ou que mais financiam?
É lógico que algo tem de ser feito, não importando aonde isso tudo vá parar, mas que há muito mais em jogo, e pesado!, há.
Vejam aí, o caso do Oriente Médio. Uma leve distensão entre países que, no fundo rezam juntos, com algumas variantes radicias, e o preço do petróleo já subiu! A distensão é verdadeira? ou é para mexer no preço do precioso líquido que vinha depreciando as contas de quem depende dessa matriz energética?
Lotemos as ruas no dia 13 de março!!! Ajuda, e muito!
Cavalaria Ligeira
Crime de Omissão Supremo: Quem pune?
- Laércio Laurelli, Jurista, é apresentador do programa Direito e Justiça em Foco. Professor da Escola Paulista de Magistratura. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Aqui:
http://www.alertatotal.net/2016/01/crime-de-omissao-supremo-quem-pune.html
O Irã está se apoderando da América Latina
AQUI:
http://www.midiasemmascara.org/
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