FRASE DO DIA
A corrupção é o pecado que em vez de ser reconhecido como tal e de nos tornar humildes, se tornou sistema, torna-se um hábito mental, uma forma de vida
*O PROJETO BLUE BEAM: Já soube que os governos estão admitindo os OVNIs e há vários movimentos atuando para a implantação de uma religião gl...
Em meio a nossa pior crise, acostumou-se o país a dizer - e vai nisso uma ingenuidade - que as instituições estão funcionando. Estão de fato funcionando, porém muito mal, na medida em que não resolvem a crise e se digladiam os Poderes da República.
Seremos em 2015/16 o país do fracasso, com perda de 6% do PIB, o que não é pouco, outra coisa difícil de explicar. Dizer que a crise é arrastada e progressiva desde 2014, mas (que orgulho besta) estão funcionando as instituições é uma irrisão. Como funcionam bem se não resolvem a crise? O mínimo a dizer é que não funcionam, caso contrário já teríamos soluções. Há descolamento entre a sociedade e as instituições. A uma, porque não funcionam. A duas, porque as pessoas encarregadas de fazê-las funcionar não prestam.
Foto de O Tempo (ilustração) |
Custódio é uma pessoa prudente e metódica. Anota e guarda tudo direitinho. É assim que ficamos sabendo que o aluguel do apartamento em que morava, em janeiro de 1993, era de 2 350 000 cruzeiros (sim, milhões ─ era nessa esfera que se trabalhava); em fevereiro já passara para 3 127 530 e, em julho, atingira 14 540 000. Foi da casa dos 2 milhões para a casa dos 14 milhões em sete meses! A conta de luz, que em janeiro era de 367 760 cruzeiros, em julho chegara a 1 953 422.
Em agosto de 1993 houve uma mudança de moeda. Saiu de cena o cruzeiro e, em seu lugar, entrou o “cruzeiro real”. Já se articulava o Plano Real, daí o nome da nova moeda, mas a medida, ao cortar três zeros da moeda anterior, tinha por único objetivo facilitar os cálculos. A inflação continuaria em sua marcha indômita. O sr. Custódio, nesse período, tinha o azar de ter um filho cursando uma cara faculdade, que pagava às vezes recorrendo a empréstimos de parentes. A mensalidade foi de 12 700,98 cruzeiros reais, em agosto, para 46 470, em dezembro. No ano seguinte a marcha continuou, e a mesma mensalidade, em junho de 1994, o último mês antes do início da era do real, atingira 389 179.