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segunda-feira, 9 de maio de 2016

"O que aprendi em meus 16 anos de EL PAÍS no Brasil"

COLUNA

O que aprendi em meus 16 anos de EL PAÍS no Brasil

Não é fácil para um espanhol contar um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano

Dos meus 40 anos de trabalho exclusivo neste jornal, 16 deles eu vivi no Brasil. Quando cheguei, no fim de 1999, o EL PAÍS não tinha correspondente aqui. Este país, motor do continente, então não interessava à Espanha. Hoje, como escreveu o diretor do jornal, Antonio Caño, o Brasil é uma parte viva do projeto global do jornal.
Se o EL PAÍS nasceu com os olhos postos no grande continente da América Latina, sem o qual não é possível pensar a Espanha, o Brasil não podia ficar de fora só porque não falava espanhol. Os milhões de leitores brasileiros do EL PAÍS poderão explicar o que significou para eles o encontro com este jornal. Da minha parte, o que posso dizer é o que significou a experiência de escrever até hoje vários milhares de artigos sobe a realidade deste gigante americano.
Hoje não consigo pensar em mim sem esses 40 anos de experiência escrevendo em completa liberdade para este jornal que, desde que nasceu, recém-enterrado o ditador Franco e fechada a trágica aventura de uma guerra civil, se tornou o símbolo da defesa das liberdades pisoteadas pela ditadura.
O EL PAÍS, nascido da intuição do jovem jornalista de 31 anos Juan Luis Cebrián, me ensinou mais do que a Universidade. Permitiu que percorresse o mundo várias vezes, observando-o com curiosidade, uma qualidade sem a qual o jornalismo não existe.
Obsessivo em fornecer uma informação independente, livre, com os olhos voltados para a defesa das minorias e contra os abusos de poder, o EL PAÍS, laico e aberto a todas as novidades, me vacinou contra possíveis contaminações ideológicas.
E se é verdade que não existe objetividade, ensinou-me que o ofício do jornalista exige não deturpar a verdade, contando-a com lealdade e analisando-a com honestidade.
Aprendi principalmente que, embora o jornalismo seja mais um ofício do que uma profissão, ele é essencial para a democracia. Entendi que agradamos o poder de turno só quando nos tornamos seus propagandistas. Aprendi que um jornal sem vocação de vigiar o poder é apenas um folhetim.
Em meus dois anos como Defensor do Leitor, o posto mais ingrato de todos porque te obriga a ser o juiz de seus colegas, compreendi que o jornal não é dos seus proprietários, nem de nós jornalistas, mas daqueles que nos leem.
E o Brasil? A este país, que não me foi difícil amar, já dediquei um terço da minha vida no jornal. Não é fácil para um espanhol contar o Brasil, um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano, mas apenas brasileiro, algo difícil de definir para eles mesmos.
Difícil de contar ao mundo um país simultaneamente jovem e antigo, com vocação de continente, de rica diversidade e, ao mesmo tempo, cruel com suas minorias.
Sua sociedade me conquistou por sua capacidade de acolhimento, por sua peculiaridade de fazer com que ninguém aqui se sinta sozinho, pela facilidade de sua gente de desfrutar de seus pequenos espaços de felicidade.
Uma sociedade que me dói, ao mesmo tempo, com sua carga de violência institucional, com a pobreza cultural de tantos de seus políticos e com suas sangrentas desigualdades sociais.
Um país que me fascina por essa inata solidariedade entre os mais pobres que contrasta com o desinteresse e o egoísmo dos mais ricos.
Muitos dos meus leitores me acusam, às vezes, de ver o Brasil através dos olhos europeus. Outros me agradecem por ter sabido, às vezes, ler a complexidade, as pulsações e os desejos de superação dessa sociedade melhor do que muitos brasileiros.
Ou será que já me fiz, sem saber, um brasileiro mais, com seus defeitos e virtudes e por isso começo a entender e amar até suas fraquezas?
Do muito que aprendi neste jornal, devo boa parte à equipe de jovens jornalistas brasileiros, sob a batuta da doce e ao mesmo tempo firme Carla Jiménez. Uma equipe que está tornando possível essa nova aventura do EL PAÍS, com paixão e sem se esquivar de sacrifícios. Eles me lembram, com sua juventude, a paixão do primeiro grupo de quixotes que criou o jornal há 40 anos.
Os jornalistas brasileiros estão nos ensinando que é possível colaborar juntos sem sacrificar a riqueza das nossas diferenças.
Quando, poucos meses depois do nascimento de EL PAÍS, Juan Luis Cebrián me pediu para ser correspondente na Itália e no Vaticano, perguntei: “E quanto vai durar este jornal?” Ele me olhou com segurança e disse: “Mais do que você e eu”. Faz 40 anos e o jornal continua vivo, crescendo e atento para entender uma sociedade que nos surpreende a cada momento com suas mudanças e novidades.
Longa vida também a esta viva e pujante edição brasileira, sem a qual hoje o EL PAÍS ficaria manco, como ficaria feio e mutilado o mapa da América Latina se dele arrancássemos o Brasil.
Façam o teste.

A tocha olímpica chegou para incendiar o momento político do Brasil

segunda-feira, maio 09, 2016


RENAN IGNORA GOLPE DE MARANHÃO E DÁ SEQUÊNCIA NORMAL AO PROCESSO DO IMPEACHMENT DA DILMA NO SENADO
Dilma Rousseff na chegada da Tocha Olímpica: um dos últimos atos como presidente. Foto: Veja by Jefferson Coppola 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na tarde desta segunda-feira a senadores que participaram da reunião de emergência convocada por ele que dará prosseguimento ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, ignorando a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).
A avaliação de Renan, conforme relatos dos parlamentares presentes ao encontro, é de que o ato de Maranhão foi "ilegal" e "intempestivo". Ele disse ainda aos senadores que a Câmara não poderia tomar a decisão de anular a sessão em que 367 deputados deram aval ao prosseguimento do processo de impeachment para o Senado quase 30 dias após a votação da admissibilidade - muito menos quando o Senado está prestes a deliberar sobre o tema. "O presidente do Senado disse que é uma decisão contra a qual não caberia recurso quase 30 dias depois. Isso deveria ter sido analisado 48 horas após a sessão", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao deixar a reunião emergencial.
Na reunião de líderes, PT e PCdoB fizeram apelos para que a decisão de Waldir Maranhão fosse cumprida, mas Renan não cedeu. Com isso, a leitura do parecer da comissão especial que, na última sexta-feira, deu aval para o seguimento do processo contra Dilma será feita ainda hoje, abrindo prazo de 48 horas para que o plenário do Senado julgue se abre processo contra a petista - decisão que, se tomada, afasta a presidente do cargo por 180 dias.Do site da revista Veja

As 4 operações da Matemática tem nova tese...

A soma que subtrai 

Mais de 1 milhão de casas sumiram na cabeça da doutora em aritmética

Por: Augusto Nunes  
“Primeiro eu quero contar quantas casas nós já entregamos. Nós começamos lá em 2009 tentando fazer esse programa. O programa rodou mesmo em 2010. E aí nós começamos a construir. E até o meu primeiro mandato nós construímos, somando 1 milhão do Lula e 2,750 milhões de casas do meu primeiro mandato, nós entregamos já 2,674 milhões de casas”. (Dilma Rousseff, revelando que, somadas as unidades que Lula inaugurou e as que ela construiu, sumiram mais de 1 milhão de residências do Minha Casa, Minha Vida)

domingo, 8 de maio de 2016

"Nunca vi mentir com tamanho descaramento..." / Ferreira Gullar

De volta ao real – 

FERREIRA GULLAR

Folha de SP - 08/05

Tenho dito aqui que o tipo de governo que se instalou no Brasil e em alguns países latino-americanos –como Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador– é uma espécie de populismo de esquerda, que de esquerda não tem nada. Tenho dito também que esse populismo –apelidado por Hugo Chávez de socialismo bolivariano– nasceu como uma alternativa ao regime de tipo soviético, que se esgotou e findou na década de 1980.

Ao dizer isso, não afirmo mais do que o óbvio, uma vez que, na origem dessa opção, estava a Revolução Cubana, inspiradora dos movimentos guerrilheiros surgidos em alguns países do continente. Esses movimentos, que naturalmente fracassaram, estão, portanto, na origem do atual populismo, que foi obrigado a desistir da luta e voltar-se para o caminho eleitoral.

Mas, vejam bem, ao traçar tal diagnóstico, não desconheço que esse populismo, para afirmar-se como redutor da desigualdade social, contribuiu para melhorar as condições de vida de milhões de pobres que viviam em condições sub-humanas.

As críticas que faço a esse tipo de regime é que ele, por um lado, se vale do assistencialismo para perpetuar-se no poder e, por outro, conduz os países à debacle econômica por optarem pelo assistencialismo em lugar do investimento produtivo. No fundo, mas de outro modo, incorrem no mesmo erro dos regimes comunistas: desconhecer que o capitalismo, ainda que injusto, é fonte de riqueza e desenvolvimento econômico.

Como já observamos em outra ocasião, esse populismo não é o mesmo em cada um dos países onde se implantou, embora, apesar disso, tenha cometido os mesmos erros em cada um deles e, não por acaso, entrou em colapso quase ao mesmo tempo. Na Argentina, em sua versão kirchnerista, já chegou ao fim e, na Venezuela, está prestes a acabar, ainda que de maneira quase hilariante.

Depois de criar o Vice-Ministério da Suprema Felicidade, Maduro reduziu o trabalho do funcionalismo público a apenas dois dias por semana e quer agora impedir que as mulheres usem secador de cabelo para assim reduzir o consumo de energia...

No Brasil não chegamos a tanto, porque não somos uma terra propícia ao realismo mágico de García Márquez. Não obstante, também aqui o populismo entrou igualmente em colapso, não diria que em função daquele realismo e, sim, do realismo corrupto que, se não é exclusividade nossa, parece que se tornou parte de nossa vida política.
Quem diria, por exemplo, que um partido como o PT, nascido sob o lema do "não rouba nem deixa roubar", fosse implantar no país um dos regimes mais corruptos de nossa história?

Não por acaso, esse é também o regime da mentira. E, se digo que não é por acaso, digo-o porque, em face dos últimos escândalos e de como se comportam os petistas e seus aliados, sou obrigado a acreditar que a mentira é inerente a esse tipo de militância política.
Nunca vi mentir com tamanho descaramento. Diria mesmo que a mentira é um elemento estrutural do procedimento político-administrativo que tem governado o país nestes últimos anos.

Senão vejamos: Lula implanta o mensalão, mente que foi traído e depois mente de novo ao dizer que foi tudo invenção da imprensa. Estoura o escândalo do petrolão, que leva à cadeia gente de seu partido e empresários amigos seus. Mas ele, sem qualquer constrangimento, afirma que se trata de uma conspiração para tirar o PT do poder.

Dilma segue o mesmo caminho, afirmando que o impeachment é golpe, embora tenha usado a grana das pedaladas para se reeleger. E mentiu durante toda a campanha eleitoral de 2014. Ainda assim –ou talvez por isso mesmo– nada evitará que o populismo petista chegue ao fim.

Dilma estará fora do governo. Mas me perguntam : o que virá depois? Pode-se confiar em Temer? Diante disso, minha resposta é a seguinte: também não sei o que virá depois, mas, dificilmente, será pior do que o que aí está. De qualquer modo, é melhor tentar mudar do que manter o que já não deu certo.

Surpresa ...! Dilma esconde de proprietários do 'Minha Casa' o aumento de prestações a partir de julho deste ano

‘Minha Casa’ aumenta sob Dilma e nova prestação começa a vigorar sob Temer 

Josias de Souza
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A clientela mais pobre do ‘Minha Casa, Minha Vida’ terá uma desagradável surpresa. A partir de 1º de julho, os beneficiários do programa habitacional com renda familiar de até R$ 1,8 mil pagarão prestações mais caras. Nessa faixa, o valor mínimo mensal passará de R$ 25 para para R$ 80. Um salto de 220%. O valor máximo subirá de R$ 80 para R$ 270. Um salto ainda maior: 237,5%.
Na quarta-feira (11), o Senado se reúne para votar a admissibilidade do processo de impeachment. Confirmando-se a tendência de afastamento de Dilma Rousseff por até seis meses, os reajustes baixados por ela começarão a ser cobrados sob a presidência de Michel Temer. Farejando a oportunidade, Dilma joga na confusão. Difunde a tese segundo a qual Temer e seus auxiliares são inimigos do social.
Há três dias, Dilma discursou numa cerimônia de entrega de casas em Santarém, no Pará. Suas palavras foram transmitidas simultaneamente para outras cidades onde houve distribuição de chaves —no Rio, em Minas, no Ceará e na Bahia. A presidente animou a plateia ao discorrer sobre cifras:
“Eu vou fazer uma pergunta: quem aqui pagava aluguel de até R$ 100,00? Ninguém. Até  R$ 200,00? Até R$ 300,00? Quem vivia de favor? Quem vivia em área de risco? Sabe quanto que vocês vão pagar no programa Minha Casa, Minha Vida, não só vocês aqui, mas o pessoal de todas as cidades? Entre R$ 25 e R$ 50. E vão ter a casa própria de vocês.”
Dilma não fez menção ao iminente reajuste no preço das prestações. Preferiu falar do “golpe” de que se julga vítima. Sem citar o nome de Temer, insinuou que, querem derrubá-la para “acabar, reduzir ou rever o Minha Casa, Minha Vida.” Perguntou: “Como é que uma pessoa que quer fazer isso resolve o problema dela?” Apressou-se em responder: “Faz uma eleição indireta e veste a eleição indireta com a roupa do impeachment…”
Uma semana antes desse discurso de Dilma, o Banco do Brasil, um dos agentes financeiros do programa habitacional do governo, começou a endereçar cartas para prefeituras que participam de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. Anotou:
“Cientes da importância do programa governamental Minha Casa, Minha vida —PMCMV—, vimos informar-lhe das alterações dos valores das prestações dos empreendimentos […], Faixa 1, a partir de 01/07/2016, conforme abaixo estabelecido através da portaria ministerial número 99 de 30/03/2016:
– Prestação mínima atual R$ 25,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 80,00.
– Prestação máxima atual R$ 80,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 270,00”
Reprodução
A carta reproduzida na imagem acima foi remetida pelo Banco do Brasil à prefeitura de Cruz das Almas, na Bahia. O prefeito da cidade, Ednaldo José Ribeiro, filiado ao PMDB de Michel Temer, abespinhou-se. Na última sexta-feira (6), um dia depois do discurso de Dilma no município de Santarém, ele enviou um ofício à agência do Banco do Brasil na cidade.

Graves denúncias contra Lula, Dilma e outros funcionários estatais complicam vida de estafe do PT...

domingo, maio 08, 2016


MARCELO ODEBRECHT REVELA CHANTAGEM ARRASTANDO PARA A LAVA JATO DILMA ROUSSEFF, LULA, GUIDO MANTEGA E LUCIANO COUTINHO, O CHEFETE DO BNDES.
Marcelo Odebrecht, Guido Mantega e Luciano Coutinho. Segundo Odebrecht, Mantega e Coutinho chantagearam empresários condicionando liberação de financiamentos do Banco a doações milionárias para a companha de Dilma Rousseff em 2014.

Tudo indica que o escore da votação do impeachment na próxima quarta-feira no Senado será arrasador. Marcelo Odebrecht, condenado a 19 anos de prisão, parece que resolveu cantar na gaiola. Pelo menos já deu uma ensaiada levando para dentro da Operação Lava Jato, Lula, Dilma, Mantega e Luciano Coutinho, o chefete do BNDES. E a coisa promete vir a público em borbotões fazendo o petrolão virar ninharia tão logo a Operação Lava Jato conclua análises e cruzamentos de informações.

Segundo consta, a coisa será manchete da Folha de S. Paulo deste domingo.

O site Diário do Poder faz um resumo do que está por vir. Mas já é possível intuir que pouco ou nada sobrará do PT. Dilma, neste caso, não será apenas impichada mas também corre sério risco de ser presa junto com o Lula, Mantega, Luciano Coutinho e mais gente do governo petista, muitos que lá estão e outros que por lá passaram. Marcelino, como é conhecido o chefão da empreiteira Odebrecht, também revelou que Dilma atuou para livrá-lo da cadeia, o que configura o crime de obstrução da Justiça.

Transcrevo a matéria do site Diário do Poder que dá uma ideia do que acaba de explodir às vésperas da votação do impeachment pelo plenário do Senado. Leiam:

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, chantagearam empresários, condicionando a liberação de novos financiamentos do banco a doações milionárias à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
A chantagem foi revelada pelo empresário Marcelo Odebrecht, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato no âmbito de acordo de delação premiada que está sendo negociada com o ex-presidente da empreiteira, conforme antecipou em primeira mão o colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Odebrecht contou a procuradores da Operação Lava-Jato que Mantega e Coutinho pediram a empreiteiros que se reunissem com o ministro Edinho Silva, na época tesoureiro da campanha de Dilma, para que "continuassem a ser ajudados" pelo governo.
O presidente do BNDES teria perguntado a um ex-executivo de empreiteira, em agosto de 2014, se ele conhecia Edinho. O ex-executivo teria entendido a pergunta como uma forma de pressão, e sua empresa fechou acordo para doação à campanha nas semanas seguintes. À “Folha de S.Paulo”, Coutinho, Mantega, Edinho Silva e o PT negaram a acusação de Odebrecht. O empresário negocia termos de um acordo de delação premiada.
Marcelo Odebrecht confirmou também a denúncia do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a tentativa da presidente Dilma Rousseff de obter a revogação de sua prisão decretada pelo juiz federal Sérgio Moro. Marcelo confirmou que a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tinha o objetivo de garantir o relaxamento da prisão dos empreiteiros presos na Lava Jato.
A denúncia de Delcídio, agora confirmada por Marcelo Odebrecht, levou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a solicitar ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff por crime de obstrução da Justiça.
O depoimento de Marcelo Odebrecht é objeto de reportagem da edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo, que confirmou a negociação de acordo de delação premiada com o ex-presidente da empreiteira, noticiada em primeira mão pelo colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Os procuradores aguardam explicações sobre o esquema de financiamento de projetos no exterior, obtidos pelo ex-presidente Lula, para fechar o acordo de delação premiada. Em uma primeira sentença, Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Do site Diário do Poder

sábado, 7 de maio de 2016

"Desarmando a bomba" / Eliane Cantanhêde



Desarmando a bomba

ELIANE CANTANHÊDE
05 Maio 2016 | 12:10
A decisão do ministro Teori Zavascki de afastar o deputado Eduardo Cunha foi amadurecida durante a madrugada e teve o objetivo de desativar uma bomba preparada pelos ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello que, segundo análises de juristas,  poderia implodir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posse do vice Michel Temer.
Lewandowski e Mello puseram em votação hoje à tarde a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), de autoria da Rede de Sustentabilidade, que, além de pedir o afastamento de Eduardo Cunha, determinava simultaneamente, segundo interpretação de outros ministros, a anulação de todos os seus atos no cargo – e, por conseguinte, o acatamento do pedido de impeachment de Dilma.
Zavascki se irritou e outros ministros estranharam que Mello tenha aceitado relatar a ADPF da Rede, quando o natural seria que a enviasse para ele, que relata o caso Cunha desde dezembro. E as suspeitas pioraram quando Mello acertou com o presidente Lewandowski para suspender toda a pauta de hoje no plenário para se concentrar nessa ação.
Ao perceberem a manobra – ou “golpe”, segundo um deles – , ministros do Supremo se mobilizaram para neutralizar a aprovação da ADPF hoje à tarde pelo plenário. Decidindo o afastamento de Cunha com base no processo aberto pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, Zavascki esvazia horas antes a ação da Rede, que deixa de ter um “objeto”. Se Cunha não é mais deputado, não há como julgá-lo como tal.
O fato é que, com a proximidade do impeachment de Dilma, os nervos estão à flor da pele e o próprio Supremo está em pé de guerra. A sessão de hoje à tarde deve ser num nível máximo de tensão. Marco Aurélio Mello disse que “é preciso analisar” se o seu relatório sobre a ação da Rede está ou não prejudicado e tentou até brincar, dizendo do que Zavaski “poupou metade do seu trabalho”.
Conforme fontes consultadas pelo Estado, o “jabuti” identificado na ADPF da Rede está no sétimo parágrafo, sobre “os atos impugnados” na ação e sobre “uma prática institucional incompatível com o regime constitucional da presidência da Câmara dos Deputados”.
São citados, em seguida, dois tipos de atos: 1) o “grave ato omissivo” da Câmara, que deveria ter  afastado o seu presidente depois que se tornou inabilitado para o cargo; 2) os “atos comissivos que foram praticados cotidianamente por um agente político que não poderia prosseguir na função de presidente da Câmara”.
Nesse segundo caso, dos atos de Cunha, está dito: “Embora não se cogite de nulidade dos atos praticados até o reconhecimento da inconstitucionalidade ora questionada, impõe-se o exame célere da matéria para que promova o restabelecimento da normalidade institucional”.
Na leitura de ministros e assessores do próprio Supremo, só não se cogita da nulidade desses atos até que a denúncia contra Cunha seja recebida. A partir de reconhecida a inabilitação dele, estaria aberta a brecha para que seus atos fossem revistos para resguardar a “normalidade institucional”.
REDE: O advogado da Rede e autor da ADPF, Eduardo Mendonça, nega a interpretação de que a ação possa abrir uma brecha para a anulação de atos anteriores de Eduardo Cunha, inclusive o acatamento do pedido de impeachment. Segundo ele, o único propósito foi estabelecer o regime constitucional dos substitutos do presidente da República, para evitar que réus do Supremo possam assumir a Presidência mesmo que temporariamente.
“Nunca cogitamos a anulação de atos praticados pelo presidente da Câmara, até porque a jurisprudência do STF é pacífica quanto a não desfazer atos de agentes políticos praticados antes do reconhecimento da inconstitucionalidade”, disse Mendonça.
Ele critica o discurso de “golpe” usado pelo governo e opina que as “pedaladas fiscais” justificam o impeachment, mas diz que a ADPF não têm nada a ver com isso: “O governo vai tentar se agarrar ao que puder (para impedir o impeachment), mas a nossa ADPF não serve para isso, pois não coloca em dúvida a validade dos atos (de Cunha) praticados anteriormente.”