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domingo, 24 de julho de 2016

Vila Olímpica tem reclamações graves de delegações dos Jogos do Rio...

ESPORTE

Austrália desiste de entrar na Vila Olímpica

Fios expostos, vazamentos, vasos sanitários quebrados e pisos sujos são algumas das reclamações. Delegação australiana diz que Vila não oferece segurança, e atletas são hospedados em hotéis próximos.
O Comitê Olímpico Australiano (AOC, na sigla em inglês) informou neste domingo (24/07) que nenhum atleta vai entrar na Vila Olímpica devido a problemas de infraestrutura.
"Por causa de uma variedade de problemas na Vila, incluindo gás, eletricidade e encanamento, decidi que nenhum membro do time australiano vai entrar no nosso prédio", escreveu em comunicado o chefe da Missão Australiana, Kitty Chiller, acrescentando que ainda vai reavaliar a decisão.
Segundo Kitty, os problemas incluem vasos sanitários quebrados, vazamento em tubulações, fios expostos, escadas escuras sem nenhuma instalação de luz e "pisos sujos que precisam de uma limpeza massiva".
"Em áreas de operação, a água pinga do teto resultando em grandes poças em volta de cabos e fios", reclama.
Funcionários da delegação têm trabalhado por longas horas para resolver os problemas no prédio B23, destaca o comitê australiano. A Austrália deve trazer 401 atletas para esta edição da Olimpíada.
Problemas também com outras delegações
Os primeiros atletas australianos que chegaram ao Rio de Janeiro deveriam ter entrado na Vila Olímpica no dia 21 de julho, mas estão hospedados em hotéis próximos. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começam em 5 de agosto.
"Não estamos sozinhos. Nossos amigos do Team GB [Comitês Olímpicos da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte], Nova Zelândia e outros estão passando pelos mesmos problemas em suas acomodações", diz o comunicado.
A delegação australiana fez um "teste de stress" neste sábado abrindo as torneiras e ligando chuveiros de vários apartamentos simultaneamente. "O sistema falhou. Água escorreu pela parede, havia um forte cheiro de gás em alguns apartamentos e teve um curto na fiação elétrica", descreve Kitty. "Há muito trabalho para ser feito na Vila Olímpica", conclui.
Além da Austrália, a seleção feminina de futebol da Suécia suspendeu a entrada na vila. As atletas estavam hospedadas em um hotel no Rio e entrariam na residência olímpica neste domingo, mas desistiram. As delegações de Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários para fazer obras em apartamentos da Vila.
Delegações de alguns países, incluindo o Brasil, já estão instaladas no local. Israel, Alemanha e Itália foram os primeiros a chegar.
KG/rtr/ots

"Num país administrado com alguma seriedade, um trecho ferroviário de 800 quilômetros mantido sem uso seria uma aberração quase inacreditável."

Rolf Kuntz: Da UTI à competição, um 

roteiro longo e difícil

Por enquanto, já será muito bom se o Brasil voltar a se mover. Novas

 projeções, mais animadoras, apontam mudança de sinal – para o 

lado positivo – no próximo ano

Por: Augusto Nunes  


Publicado no Estadão

O primeiro e mais urgente desafio para o governo é tirar o País da UTI, mandá-lo para a recuperação e divulgar boletins animadores e críveis sobre a melhora de suas condições fiscais. Se tudo andar bem, lá por 2019 ou 2020 haverá sinais de controle da dívida pública. Será um trabalho politicamente complicado, mas o roteiro é mais ou menos conhecido. Será preciso, contudo, ir muito além do tratamento intensivo e da reabilitação inicial. Governo e setor privado terão de repor o Brasil em condições de competir no mercado internacional e de crescer em ritmo parecido com os de outros emergentes – na faixa de 4% a 6% ao ano, somente para reconquistar algumas posições. Falta saber como cuidar dessa parte: essa é, neste momento, a área mais obscura da política econômica. Será como reinventar o País, depois de muitos anos de equívocos e de ampla deterioração da capacidade de crescimento.

Por enquanto, já será muito bom se o Brasil voltar a se mover. Novas projeções, mais animadoras, apontam mudança de sinal – para o lado positivo – no próximo ano. Em 2017 o produto interno bruto (PIB) crescerá pouco mais de 1%, de acordo com estimativas do mercado financeiro e de consultorias. Além disso, economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) elevaram de zero para 0,5% sua previsão de crescimento para o próximo ano. Apesar dessa melhora, só um país sul-americano, a Venezuela, terá desempenho pior que o do Brasil. Para a economia venezuelana as projeções apontam recessão pelo quarto ano consecutivo. Nada surpreendente, enfim, quando se mudam cardápios de lanchonetes por falta de farinha de trigo, indústrias param de funcionar por escassez de peças e milhares formam filas nos supermercados quando chegam carregamentos de papel higiênico.
Mas como retomar, no Brasil, o potencial de crescimento de outros tempos? No curto prazo, o governo terá de cuidar principalmente da arrumação das contas públicas. Precisará controlar despesas, selecionar os gastos mais severamente e criar mecanismos para controlar o Orçamento nos anos seguintes. A proposta de um teto para a elevação da despesa já é um começo promissor. Estão em estudos projetos de reforma da Previdência e das normas trabalhistas.

Tudo isso pode animar o mercado financeiro, mas será preciso algo mais para movimentar a produção. Autoridades têm falado em concessões na área da infraestrutura, com critérios mais atraentes para o capital privado. Por enquanto, há mais palavras do que iniciativas práticas.

Concessões e outros sinais positivos poderão reativar a economia e criar condições para aumento da receita fiscal no próximo ano. Isso facilitará o ajuste das contas federais, mas, ainda assim, talvez seja necessário algum aumento da tributação. Será um lance politicamente difícil. Sondagens patrocinadas por entidades da indústria têm mostrado muita resistência dos cidadãos à ideia de mais impostos e contribuições. Não há, nisso, grande surpresa. O dado mais interessante é outro.
O governo, segundo a maior parte dos entrevistados, pode fazer muito mais e prestar serviços melhores com a arrecadação já estabelecida. Esse comentário pode parecer – e talvez seja – um lugar-comum, mas vale a pena explorá-lo. Traduzida em termos menos correntes, essa avaliação corresponde a uma cobrança de produtividade e qualidade, dois atributos muito raramente considerados na gestão do serviço público. Durante o período petista, a ideia de produtividade no governo foi rechaçada, com persistência, como preconceito neoliberal. Progressista era a contratação preferencial de companheiros e aliados, complementada com generosa revisão de salários.

Mas a baixa eficiência da administração pública, especialmente da federal, é apenas uma parte muito visível do problema econômico brasileiro. Improdutividade e incompetência refletem-se no desperdício de recursos, na baixa qualidade de planos e de programas e no acompanhamento inepto de obras e de projetos. Tudo isso é visível tanto na escassez do investimento quanto na baixa relação entre custo e rendimento de cada real investido.
Num país administrado com alguma seriedade, um trecho ferroviário de 800 quilômetros mantido sem uso seria uma aberração quase inacreditável. Completar um parque de energia eólica sem rede de transmissão seria assunto de piada, talvez história contada por mentiroso incontrolável.

No Brasil, tudo isso é parte da normalidade – mais precisamente, de uma normalidade consagrada numa longa fase de incompetência e corrupção maquiadas como progressismo. Quantos países têm verbas vinculadas constitucionalmente à educação? Também nesse quesito o Brasil é uma exceção, assim como na classificação de seus estudantes – sempre entre os últimos – nos testes internacionais de linguagem, matemática e ciências.

A economia brasileira poderá crescer até com alguma facilidade, inicialmente, pela ocupação da capacidade ociosa. A partir daí, a velocidade só aumentará se houver ganho de produtividade tanto no setor empresarial quanto na área pública. Isso dependerá tanto do volume do investimento quanto do produto gerado a partir de cada real investido.

Uma economia mais aberta e mais integrada internacionalmente poderá estimular a eficiência empresarial. Mas a operação do conjunto dependerá de amplas mudanças na concepção e na execução de políticas públicas. Isso envolverá uma definição mais cuidadosa de prioridades, assim como novos padrões de planejamento, de elaboração de programas e de execução de projetos. Será necessário, em suma, inverter o sinal de todas as políticas dominantes desde a ocupação, o aparelhamento e o loteamento da máquina estatal pelo PT. O trabalhoso conserto das contas públicas é só o começo de uma enorme reconstrução.

"Despudorados e cínicos" / Nilson Borges Filho

domingo, julho 24, 2016


DESPUDORADOS E CÍNICOS

Por Nilson Borges Filho (*)
As delações dos marqueteiros das campanhas petistas à presidência da República derrubam o discurso falacioso de que o afastamento de Dilma Rousseff é consequência de um golpe parlamentar. A presidente afastada já admite em privado que seu mandato chegou ao fim. Embora negue, a exemplo de seu antecessor, que não sabia de nada sobre a dinheirama que abasteceu os cofres do seu comitê de campanha, os relatos dos executivos das empreiteiras, lobistas e – por último – dos marqueteiros  João Santana e Mônica deixam Dilma Rousseff em péssima situação jurídica e politicamente falando. Não são poucos os que duvidam que uma operação desse montante, avaliada em milhões de dólares, não contasse com o devido consentimento da presidente.
O argumento vigarista dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura de que mentiram num primeiro momento sobre o caixa dois na campanha presidencial de 2010 para preservar o mandato de Dilma Rousseff e pela governabilidade do país não se sustenta em pé por alguns poucos minutos. 
Ninguém em sã consciência receberia numa conta no exterior 4,5 milhões de dólares de um desconhecido sem suspeitar que o botim tinha origem ilícita, mais precisamente de propina de estatais dominadas e aparelhadas pelos gângsteres do lulopetismo. O lobista Zwi Skornicki, representante das empresas Keppel Fels e Sete Brasil, confirmou o depósito dos 4,5 milhões de dólares para Mônica Moura e que operou a mando de João Vacari Neto, tesoureiro do PT. O acerto seria por dívidas de campanha do PT com o casal marqueteiro.
A força tarefa (Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal), sediada em Curitiba conseguiu montar o quebra-cabeça das operações financeiras que azeitou o caixa da agência de publicidade comandada por João Santana. Os depoimentos dos envolvidos ao juiz federal Sérgio Moro, que dependem de homologação judicial, são uma pequena amostra da patifaria com dinheiro público a serviço da candidatura da presidente afastada. Os indícios são fortes de que os caixas de campanha de Lula e Dilma foram abastecidos com dinheiro sujo, resultado de assalto aos cofres da Petrobras. Empreiteiros salafrários, políticos bandalhas e servidores vigaristas enfiaram, sem cerimônia e com vontade, a mão no baleiro das estatais brasileiras.
Dilma Rousseff foi sem sombra de dúvida eleita e reeleita com dinheiro roubado, contaminando totalmente o processo eleitoral. Não bastasse isso, a quadrilha que esteve no entorno da campanha presidencial da presidente afastada feriu de morte a frágil democracia brasileira. Argumentar o impeachment de Dilma Rousseff como golpe parlamentar não passa de discurso mequetrefe para a militância petista, mais preocupada em perder as boquinhas no serviço público do que com qualquer quebra do estado de direito. Houve sim crime de responsabilidade da presidente afastada  e que constitucionalmente se enquadra em abertura de processo de impedimento. 
O rito processual seguiu as normas legais vigentes e,  em determinadas situações em que foi provocado, contou com a legitimidade das decisões do Supremo Tribunal Federal. Não há um único resquício de que o estado de direito foi ofendido e que o impeachment seria resultado de vingança do deputado Eduardo Cunha ou golpe “das forças do atraso”.
Dilma está fora do jogo político e se encaminhando para um processo judicial que poderá leva-la ao cárcere por alguns anos. Atacar a Polícia Federal, defenestrar o parquet federal e ameaçar o juiz Sérgio Moro apenas confirmam que suas decisões estão de acordo com os procedimentos legais e embasadas em provas documentais e depoimentos de muitos dos envolvidos no maior golpe financeiro praticado contra o contribuinte brasileiro. 
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito. Foi professor no Curso de Direito da UFSC e no Departamento de Ciência Política da UFMG. Atuou como juiz titular do TRE de Santa Catarina.

sábado, 23 de julho de 2016

Arte de Antonio Lucena

Arte de Antonio Lucena

Charge (Foto: Antonio Lucena)

Fugindo do destino razoável... Hélio Scwartsman

O preço do óbvio - 

HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 23/07

O futuro é incerto? Eu apostaria que sim. O demônio de Laplace, isto é, a ideia de que um intelecto superpoderoso que conhecesse as leis da física e as posições atuais de todos os átomos do Universo saberia automaticamente o passado e o futuro de tudo, perdeu popularidade do século 19 para cá.

Não apenas não nos é possível na prática reunir tamanho conhecimento como, diante do inegável sucesso da mecânica quântica, há motivos para acreditar num Universo menos determinista, que traz algum grau de incerteza inscrito em seu âmago.

Apesar desses problemas intratáveis, há situações em que é relativamente fácil prever o futuro. A percepção de que a Rio-2016 se revelaria um péssimo investimento entra nessa categoria. Em 2009 escrevi a coluna "Pesadelo olímpico", na qual antecipava algumas das encrencas fiscais agora evidentes. Dois anos antes, por ocasião do Pan, já anunciava, no texto "Entregando o ouro", meu receio pelo buraco financeiro que contrataríamos caso o Rio viesse a ser escolhido para sediar os Jogos.

Obviamente, não tenho parte com o demônio de Laplace. Minhas previsões eram fáceis por uma razão bastante simples: no agregado, pessoas e governos se comportam de modo muito semelhante. A esmagadora maioria das cidades que hospedaram uma Olimpíada, quando fizeram as contas na ponta do lápis, constataram que haviam feito um péssimo negócio. A tendência é tão saliente que os economistas já haviam até cunhado a expressão "maldição olímpica" para designar o fenômeno. E, se nem países desenvolvidos se deram bem nesse jogo, no caso do Brasil o sensato a fazer era multiplicar por "n" o tamanho do prejuízo.

Há aí uma lição para a vida. Nunca confie em projeções interessadas e nem mesmo em como sua imaginação pinta o futuro. Se você quer um guia um pouco menos incerto, verifique como se encontram aqueles que já passaram pela situação.

Coisas do Brasil, coisas do PT, coisas absurdas

Valentina de Botas: Marlene Dietrich e

 outras notas

Uma propina é uma propina é uma propina

Por: Augusto Nunes  
O caixa 2 que João Santana confessou a Sergio Moro é caixa 2 porque é grana de propina e propina não pode ser caixa 1 porque é propina. O Estadão informou que, em delação premiada já homologada, Zwi Skornicki, representante do estaleiro Keppel Fels contratado pela Sete Brasil para as sondas do pré-sal, pagou propina nos contratos. Em todos? Não somente em 90% deles. Foi ele quem repassou os 4,5 milhões para João Santana. O caixa 2 é crime que encobre a origem criminosa dos recursos, pois não se contabilizam recursos de natureza criminosa e o PT, que não inventou a corrupção (coisa de que nunca foi acusado), inventou a Sete Brasil somente para escoar a propina no esquema universal de corrupção que, esse sim, inventado pela organização criminosa. A Sete inteira? Não, só 90% dela. Depois de drenar bilhões dos cofres do governo, enriquecer um bando e reeleger Dilma, a empresa quebrou deixando 100% de prejuízo para os pagantes de impostos.
TERRORISTAS TABAJARAS
Se iriam ou não matar, não é possível ter certeza, mas é claro que poderiam fazê-lo porque o terror não requer ciência nem consciência; para ele basta uma machadinha ou um caminhão e um demente agindo; e, no país de fronteiras esburacadas, de criminalidade e violência fora de controle que matam 60 mil pessoas por ano e em que o lulopetismo fundou um radicalismo quase belicoso cujas toxinas encorajam dementes de todos os tipos, o terror pode ser apenas mais uma modalidade de assassinato. Contra ele, a inevitável paranoia é ineficaz, o necessário exagero é insuficiente e a oportunista exploração política é burra.
MARLENE DIETRICH CHOROU, MAS NÃO CONVENCEU
Dilma, comediante involuntária, cínica doentia e mártir de circo declarou que não autorizou o caixa 2 quanto à denúncia de João Santana na Lava Jato. Ora, a forma de entrada da propina era assunto de João Vaccari Neto; que ela entrasse era assunto de Edinho Silva; que este a cobrasse era assunto de Dilma. Afinal, Dilma elegeu-se pelo voto popular, foi torturada na ditadura militar e não tem conta na Suíça; apesar de nada disso estar em questão, é isso o que repetem ela própria e José Eduardo Cardozo, aquele que afirmou ter “absoluta convicção de que a campanha da presidente não recebeu um centavo sequer de caixa 2”. Já famosa, Marlene Dietrich fez um teste em que se achou perfeita, mas foi reprovada, não convenceu o diretor: “Como não, se eu até chorei?”. “Pois é, mas eu não”, disse ele. Se até a diva alemã teve seus momentos inconvincentes, que a diva canastrona do petrolão se console quando Sérgio Moro a condenar.

Mais humor ...!

A charge de Amarildo

Charge (Foto: Amarildo)

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Humor ácido de Sponholz


Sponholz: cenários da Olimpíada.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Que tal os políticos com culpa no cartório usarem tornozeleiras eletrônicas ? /

Argolinhas nos tornozelos - 

RUY CASTRO 

FOLHA DE SP - 22/07

Alvíssaras! O Ministério do Meio Ambiente anunciou que a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), extinta na natureza há 15 anos, está prestes a voltar à caatinga do norte da Bahia, seu habitat natural. Uma porcentagem de filhotes dos 128 espécimes ainda existentes no mundo em cativeiro — a grande maioria sob a guarda de criadores fora do Brasil — começará a ser solta na região em 2019. Elas serão monitoradas e, a depender de sua evolução, haverá uma segunda e definitiva soltura em 2021.

Mas não é assim tão simples. A primeira leva de ararinhas-azuis soltas ficará dentro de uma área controlada, em Curaçá, na fronteira com Pernambuco, supervisionada por especialistas dos EUA, Alemanha, Singapura e Catar. Todas levarão argolinhas nos pés, para se acompanhar seus hábitos. Só depois, dependendo de xis fatores, ganharão liberdade absoluta.

Algo parecido poderia ser tentado com os políticos brasileiros. Os honestos entre eles são tão poucos que também estão ameaçados de extinção na natureza. E, por motivos óbvios, não se consegue fazê-los reproduzir em cativeiro. A alternativa seria reunir um grupo deles ainda no primeiro mandato e, antes que se deixassem contaminar pelo ambiente, confiná-los fora de Brasília e submetê-los a cursos intensivos de ética, moral, cidadania, administração, direito público e outras matérias inerentes.

Feito isto, esses políticos seriam libertados e mandados para seus burgos de origem. Mas de forma controlada, para se ver como reagem diante da oferta de propinas, desvios de verbas, maquiagem de orçamentos e acordos espúrios com secretários de Estado e tesoureiros de partidos. E só então os melhores entre eles seriam devolvidos a Brasília com plena autonomia de voo.

Pode dar certo. Mas, mesmo assim, eu não dispensaria as argolinhas em seus tornozelos.

O Terror é protagonista, realista e cria medo...

Controlando o terror? - 

HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 22/07

Um de meus vieses humanos favoritos é a ilusão de controle —a tendência de superestimar nossa capacidade de comandar o curso dos acontecimentos. É uma característica particularmente interessante de nossa espécie porque, apesar de nos impelir a uma avaliação objetivamente errada da realidade, em muitas situações produz consequências positivas, ao fazer com que perseveremos em vez de desistir à primeira dificuldade.

A fiscalização reforçada nos aeroportos, que o Brasil resolveu expandir para voos domésticos às vésperas da Rio-2016, me parece uma resposta mais em linha com nossa vontade de estar no controle do que com os ditames de eficácia. A maioria de nós não pensa duas vezes antes de apoiar esse tipo de medida, que, afinal, visa a nos manter vivos e em um único pedaço, como é conveniente. O problema é que não dá para pensar esse tipo de questão em termos absolutos. Tudo em sociedade é uma solução de compromisso entre o ideal e as necessidades práticas. Quantas horas-passageiro a mais na fila estamos dispostos a aguentar para evitar um ataque? E será que a revista rigorosa frustra mesmo atentados?
Para alguns especialistas, seu efeito mais notável é deslocar o local do ataque. Em vez de ocorrer a bordo do avião, ele acontece no saguão, como vimos em Istambul e Bruxelas. E por que limitar-se ao setor aéreo? Se as coisas ficam difíceis nos aeroportos, é possível mudar para alvos mais fáceis, como transportes de massa (Madrid, Londres), lugares de diversão pública (Orlando, Paris) ou mesmo aglomerações (Nice). Obviamente, não dá para revistar cada indivíduo que entra no metrô ou vai para a rua.

A melhor estratégia para evitar ataques ainda é o monitoramento de suspeitos por serviços de inteligência, que está longe de infalível. A verdade, por mais depressivo que seja reconhecê-lo, é que, fora da esfera do marketing, nosso controle é mais limitado do que imaginamos.

O medo transformou o planeta TERRA ...

A Hora do Medo

Quando li sobre o ataque a machadadas e facadas feito pelo afegão de 17 anos em um trem que chegava a Würzburg, Alemanha, fiquei muito chocada. Como pode um adolescente ainda tão próximo da infância ser assim cruel, violento, desgraçado?
O que será que o levou a se transformar nesse monstro?
A fragilidade do mundo (Foto: Alex Falcò Chang / Cartoon Movement)
Depois, como se alguém puxasse pelos meus cabelos para que meu cérebro acordasse, eu me dei conta de que, para uma carioca, ler esse tipo de notícia não devia ser chocante. Triste, sim, sempre. Mas chocante não já que aqui, nesta linda e outrora aconchegante cidade, crimes cruéis são cometidos a cada 2 horas. Já devia estar habituada a ler sobre o mal, o ódio, a sanha que pode levar o homem a se transformar numa besta-fera.
A VEJA de 13 de julho faz um relato do que aconteceu nas primeiras 48 horas do mês de julho: das 20 horas do dia 1º, uma sexta-feira, às 20 horas do domingo 3, foram vinte e sete mortos,  vinte feridos, dezenove tiroteios, sete arrastões.
A descrição de alguns dos crimes cometidos nessas 48 horas é terrível.  Depois de ler a reportagem, podemos avaliar o crime do afegão como brutal, feroz, bestial?
E é nesta cidade que teremos no mês de agosto os Jogos Olímpicos. O cenário é perfeito, o carioca já gosta de uma festa, é apaixonado pelo circo.  Ao pão creio mesmo que prefere o circo. Receberemos  milhares de pessoas, boas, más, violentas, pacíficas, cruéis, bondosas, perigosas, gente de todo tipo.
Minha oração a Deus é que não permita que a espoleta que esses visitantes possam trazer chegue perto da pólvora que nossa criminalidade armazena há tanto tempo...
O terror que ameaça o mundo de hoje ficará tentado a vir ao Rio? Aqui encontrará guarida entre os traficantes? Morro de medo dessa gente, confesso. E mais insegura fico ao ver as declarações conflitantes de nossas autoridades. O prefeito dá entrevistas divergentes ao The Guardian. Ora o Rio está à beira de muitas tragédias, ora se você quiser desfrutar de um agosto tranquilo, venha para o Rio.
O governo francês pede proteção extra para os liceus que mantém no Brasil e para as sedes de suas escolas de língua francesa em território brasileiro.  Nossa Abin se aconselha com o Mossad, com o FBI, com a CIA...  E querem me fazer crer que não há razão para medo?
O medo é o sentimento mais primitivo do homem. Os recém-nascidos tremem na mão do parteiro que os segura mal saem do ventre de suas mães e é de medo que tremem.  O coração acelera, a respiração fica ofegante,  as pernas e os braços se agitam.  É o corpo se defendendo do medo.  E por toda a nossa vida, em momentos de grande medo, assim ficaremos.
Eu me pergunto como se pode matar o medo? Como dar um tiro no coração de um fantasma, ou cortar sua cabeça fantasmagórica,  ou estrangular sua garganta espectral?”, foi a pergunta que Joseph Conrad fez e que ficou sem resposta.
Já Averróis, Jean-Paul Sartre e Umberto Eco não nos deixaram perguntas sobre o medo; definiram o que pensavam sobre esse sentimento que pode ser devastador:
De Averróis: A ignorância leva ao medo, o medo leva ao ódio e o ódio conduz à violência.  Eis a equação.
De Sartre:  Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem.
De Eco: É sempre melhor que quem nos incute medo tenha mais medo do que nós.
Será? Neste Rio onde há uma morte a cada duas horas, onde a vida não vale nada, onde matar um ser humano é o mesmo que pisar numa formiga? Estou com muito medo. Quero afastar esse sentimento negativo, feio, escuro. Mas como?
Na verdade, o mundo está ameaçado. A maldade e o ódio parecem dominar todos os países. Nice, Paris, Bruxelas, Londres, Orlando, Madrid... Não há como fugir da constatação: como é frágil esta nossa nave.
A fragilidade do mundo (Foto: Alex Falcò Chang / Cartoon Movement)

Tiros em shopping de Munique na Alemanha / DW / 14h 30min / Mais um tiroteio além do shopping perto do shopping

ALEMANHA

+ Ao vivo: Tiroteio em shopping de Munique deixa mortos +

Centro comercial Olympia, na capital da Baviera, é alvo de um tiroteio. Segundo imprensa alemã, há mortos e vários feridos. Polícia confirma que uma grande ação policial está em curso no local.
Deutschland Olympia Einkaufszentrum in München
O shopping center Olympia, em Munique, foi alvo de um tiroteio nesta sexta-feira (22/07), segundo informou a imprensa local. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung fala em vários mortos e feridos, citando declarações da polícia.
No Twitter, a polícia de Munique informa apenas que "está em curso uma grande operação policial" no local e pede que as pessoas evitem a área do shopping.
As circunstâncias do tiroteio ainda não estão claras, mas as autoridades, segundo o Süddeutsche, trabalham com a hipótese de um único atirador.
Todas as atualizações estão no horário local de Brasília. Para atualizar, pressione CTRL+ F5.
14h13 – A polícia de Munique, no Twitter, informa que há vários feridos, mas não cita mortos.
  • Data 22.07.2016
  • Palavras-chave Munique

Sponholz no blog de Aluízio Amorirm

Sponholz: Lula entre a Olimpíada e a prisão.

Mais uma pergunta para Lula explicar ... Por que e para que seus bens, como moedas de ouro, medalhas, espada, etc estão guardados em cofre do BB ?

ESGOTOU-SE O PRAZO DADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA QUE LULA EXPLIQUE AS PEÇAS QUE GUARDA EM MEGA-COFRE DO BANCO DO BRASIL

Esta é a porta de entrada do mega-cofre de Lula em agência do Banco do Brasil em São Paulo. Foto consta dos autos de inquérito da Operação Lava Jato.
Segundo informa o site O Antagonista, esgotou-se o prazo dado pelo MPF para que Lula esclarecesse o armazenamento irregular, num cofre do Banco do Brasil, das centenas de peças de ouro, jóias e obras de arte recebidas de chefes de Estado e delegações estrangeiras quando era presidente da República.
O acervo pertence ao Estado, mas Lula se apropriou de tudo e escondeu num cofre registrado em nome de Marisa Letícia e Fábio Luis Lula da Silva.
site G1 informou à época da descoberta do mega-cofre que no inquérito que trata da busca e apreensão dos bens na agência do Banco do Brasil, os promotores enviaram um pedido ao Sérgio Moro para que Lula seja intimado a esclarecer as circunstâncias em que recebeu cada um dos itens guardados no cofre.
Em 11 de março deste ano (20160, o magistrado acolheu ao pedido e também retirou o sigilo sobre o inquérito, dando à defesa ao inventário de itens que se encontram na agência. Os advogados têm cinco dias para se manifestar.
Ao G1, o Banco do Brasil informou que não comentaria o assunto para não atrapalhar as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. O banco do Brasil informou também que vai prestar todas informações necessárias durante o período de investigações.
Bens que foram retirados do Palácio do Planalto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram guardados em um cofre da Agência Líbero Badaró do Banco do Brasil, em São Paulo, por cinco anos sem qualquer custo.
A informação foi prestada pelo gerente do banco, quando a Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão no local, durante a 24ª fase da Operação Lava Jato.
MOEDAS DE OURO
Entre os itens estão moedas de ouro, medalhas, esculturas e até uma espada e uma adaga. Tudo está acondicionado em 23 caixas de papelão e em uma caixa maior de madeira. Nas caixas de papelão, há inscrições com o nome da transportadora Granero.
A PF investiga indícios de que o transporte e armazenagem dos bens de Lula ao sair da Presidência tenham sido pagos pelas construtoras OAS e Odebrecht, como forma de compensação pelos negócios fechados entre as empreiteiras e a Petrobras. No dia 4 deste mês, o ex-presidente foi levado a depor na Polícia Federal, após um mandado de condução coercitiva emitido pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na primeira instância.
Os investigadores buscam ligar Lula ao esquema de fraudes descoberto pela Lava Jato na Petrobras. Além dos cuidados aos bens do ex-presidente, há indícios, segundo o Ministério Público Federal, de que um apartamento no Guarujá e um sítio em Atibaia sejam de Lula, embora as escrituras figurem nos nomes da OAS e de dois sócios de um dos filhos do ex-presidente, respectivamente.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

"Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma" / IstoÉ

http://istoe.com.br/mordomia-carros-oficiais-servico-da-familia-de-dilma/

Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma

Reportagem de ISTOÉ flagra Paula Rousseff e Rafael Covolo, filha e genro da presidente afastada, utilizando veículos pagos pelo governo para cumprir compromissos pessoais

Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma

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Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula levanta cedo da cama com o tilintar do despertador. Não raro, o marido, Rafael, já está de olhos abertos. Pela manhã, ela mantém uma rotina nada estranha à maioria das pessoas de classe média. Vai ao cabelereiro, faz compras para abastecer a despensa de casa, reserva uns minutos para o pilates e uma ida rápida à clínica de estética, e, eventualmente, dá uma passadinha no pet shop. Depois de almoçar, leva o filho à escola. À tarde, dirige-se ao trabalho, obrigação já cumprida pelo marido de manhã. Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula seria apenas mais uma brasileira se não carregasse em sua assinatura o sobrenome Rousseff.

Porto Alegre, 12 de julho. 13h40 – O genro de Dilma Rousseff, Rafael Covolo, busca o filho na escola com carro oficial. A placa é fria para evitar identificação. Outro veículo também bancado pelo governo o escolta.




Perante à lei, filhos de presidente da República são iguais a todos. Ombreiam-se aos demais cidadãos. Não deveriam merecer distinção ou receber tratamento especial, salvo em alguns casos de excepcionalidade. Mas a filha de Dilma, que hoje se encontra afastada, ou seja, nem o mandato de presidente exerce mais, não se constrange em cultivar uma mordomia ilegal. Diariamente, Paula Rousseff Araújo desfruta de uma regalia. A máquina do Estado a serve, bem como ao seu marido e filhos. As atividades narradas acima, como uma frugal ida ao cabelereiro, ao pilates e ao pet shop, são realizadas a bordo de um carro oficial blindado com motorista e segurança. Em geral, um Ford Fusion. Acompanha-os invariavelmente como escolta um Ford Edge blindado com dois servidores em seu interior, um deles um agente de segurança armado. O mesmo se aplica ao genro de Dilma, Rafael Covolo, e aos dois netos. No total, oito carros e dezesseis pessoas integram o aparato responsável pela condução e proteção da família da presidente afastada. Trata-se de um serviço VIP.





Quem banca essa estrutura é o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Ou seja, o contribuinte. Nas últimas semanas, reportagem de ISTOÉ flagrou os carros oficiais entrando e saindo do condomínio Vila de Leon, zona sul de Porto Alegre, onde moram os familiares de Dilma, para levá-los a compromissos do dia a dia. A rotina dos Rousseff segue um padrão. O 6 de julho dos descendentes da presidente afastada não foi muito diferente dos dias anteriores. Às 18h30, uma quarta-feira, o Fusion blindado escoltado pelo Ford Edge também à prova de balas trouxe a família de volta ao lar, depois de transportá-la para uma série de atividades pessoais. No dia seguinte, às 9h da manhã, os mesmos carros já estavam de prontidão na porta da casa da filha de Dilma para mais uma jornada por Porto Alegre. No dia 12/07 às 13h40, Rafael Covolo, marido de Paula, foi buscar um dos filhos na escola. Como de praxe, com o carro oficial. Um automóvel pago com dinheiro público os escoltou até o retorno para casa. O Fusion levava a placa IVF – 3267 (normalmente é esta ou a IVG – 1376) e o Edge IUF – 3085. Se consultados nos registros do DETRAN, os prefixos figurarão como “inexistentes”. Sim, são placas frias ou vinculadas, inerentes aos chamados carros oficiais de representação.

7 de julho. 9h – Dois veículos oficiais, um para transporte e outro para escolta , buscam os familiares de Dilma no condomínio onde moram




Nos locais freqüentados por Paula Rousseff, em geral, há um alvoroço quando ela desembarca com o carro oficial e os seguranças em volta. Embora a filha da presidente afastada tente manter a discrição, não há como não reconhecê-la. O aparato em torno dela desperta a atenção dos funcionários. O atendente da unidade do “Bicho Pet Store”, localizada no bairro Menino de Deus, zona sul de Porto Alegre, diz que Paula é uma cliente assídua. Costuma levar para procedimentos de banho e tosa um cachorro de pequeno porte, semelhante a um shitzu. “A filha da presidente sempre vem ao petshop acompanhada de um monte de seguranças”. O mesmo serviço de transporte vip bancado pelo governo, composto por carro oficial e escolta, a conduz até o “Studio Martim Gomes Pilates”, na Vila Assunção. “Dona Paula vem aqui com freqüência. É nossa cliente”, atesta um funcionário da clínica. A equipe do salão Oikos Hair, também no bairro da Vila Assunção, é mais comedida ao falar de Paula. Questionada por ISTOÉ, uma secretária disse: “A Dilma já veio aqui também. Parou de vir faz tempo (…) Sobre a dona Paula …por razão de segurança não posso desmentir nem confirmar nada”.

6 de julho. 18h30 – Carros oficiais deixam os Rousseff em casa, um condomínio na zona sul de porto alegre




A mordomia de Paula Rousseff e Rafael Covolo, além de constituir inaceitável privilégio, é também uma benesse totalmente ilegal. A legislação é clara. Reza o artigo 3º do decreto 6.403 de março de 2008, baixado pelo ex-presidente Lula: os veículos oficiais de representação – como os que transportam a família de Dilma – são utilizados exclusivamente pelo presidente da República, pelo vice-presidente, pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e por ex-presidentes da República. A única exceção que permitira que filhos de presidente desfrutassem desse privilégio é se fossem usados os chamados carros oficiais de transporte institucional. Com um condicionante: “se razões de segurança o exigirem”. Não é o caso, definitivamente. Primeiro porque carro institucional não possui escolta armada nem placa vinculada ou fria, como os veículos que servem a família de Dilma. Ainda de acordo com instrução normativa do Contran, veículo institucional é identificado com a expressão “governo federal” na cor amarelo ouro e tarja azul marinho. Nenhum dos carros usados por Paula e Rafael Covolo exibe esta inscrição. Mesmo que eles utilizassem esse tipo de veículo, haveria uma outra barreira de cunho legal.

7 de julho. 17h – veículos bancados pelo governo buscam o neto de Dilma na escola. no trajeto, o Ford Edge (acima) escolta o Ford Fusion blindado




Os Rousseff só poderiam ser enquadrados nessa situação totalmente excepcional se: 1) Comprovassem a existência de riscos à sua integridade física e 2) Fossem familiares de presidentes em exercício. Quer dizer, hoje o deslocamento da filha, genro e netos de Dilma a bordo de veículos oficiais compõe um mosaico de irregularidades. Se a mamata já seria desnecessária e ilegal com a presidente Dilma no pleno exercício do cargo, em se tratando da chefe do Executivo federal afastada a regalia ofertada à Paula Rousseff, Rafael Covolo e filhos afronta sobejamente a legislação em vigor. Por ironia, o decreto que estabelece regras para a utilização dos carros de governo foi reeditado com pequenas alterações por Dilma em outubro do ano passado, com o objetivo, segundo ela, de “racionalizar o gasto público no uso de veículos oficiais”. A racionalização, claro, não alcançou sua família, como se nota.

14 de julho. 11h30 – O Ford Fusion oficial aguarda um dos filhos de Paula Rousseff em frente à escola




Os serviços de transporte e segurança dos Rousseff em Porto Alegre estão a cargo de uma empresa terceirizada contratada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: a Prime Consultoria e Assessoria Empresarial, conforme documentos aos quais ISTOÉ teve acesso. Todo mês, a Prime encaminha ao Palácio do Planalto um relatório de abastecimento dos veículos. A última nota foi emitida no dia 1º de julho. Na prestação de contas estão listados os veículos, suas especificações, bem como as respectivas placas vinculadas, sem registro no DETRAN, e os motoristas responsáveis por atender aos familiares da presidente afastada na capital gaúcha. Em junho, por exemplo, foram gastos só com combustível R$ 13,8 mil. Os familiares de Dilma não precisariam de carros oficiais para o cumprimento de suas tarefas diárias. Paula Rousseff é procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Entrou no Ministério Público do Trabalho em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20. Para quê a mordomia com dinheiro público? Por que o genro de uma presidente afastada precisa usar carro oficial para a execução dos afazeres cotidianos?

TUDO EM CASA Dilma com a filha e o neto, durante evento no Planalto




Na política, se não forem estabelecidos limites, necessários à liturgia do cargo, a família tem grande potencial para gerar constrangimentos. Sobretudo porque eventuais privilégios desfrutados por filhos dizem mais sobre os pais do que os próprios herdeiros. No Brasil, um País de oportunidades desiguais, regalias a parentes de políticos chamam muita atenção e, em geral, são consideradas inaceitáveis e despertam indignação e sensação de injustiça na população. Quando a prática é ilegal, a situação se agrava. Por constituir vantagem ilícita a terceiros e atentar contra os princípios da administração pública, o episódio em questão pode até render um processo contra Dilma por improbidade.





Procurado por ISTOÉ, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência afirmou que “permanece realizando a segurança da Presidenta Dilma e de seus familiares, de acordo com o disposto no inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683, de 28 de maio de 2003”. O problema é que o referido “amparo legal” não prevê o uso de carros oficiais para fazer o transporte da família da presidente afastada. Em tese, apenas a escolta para segurança seria permitida.


Diz o inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683: ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República compete zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela segurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente da República e do Vice-Presidente da República.


Três dias antes de deixar a Presidência, em 2010, Lula fez questão de assegurar aos seus filhos a dispensável regalia do passaporte diplomático. Revelada pela imprensa, a esperteza engoliu o dono. Em novembro de 2013, a Justiça determinou a apreensão dos passaportes e o recolhimento dos mesmos pelo Itamaraty. Depois do impeachment de Dilma, o tema voltou à baila com a apimentada discussão sobre eventuais mordomias a que a presidente teria direito afastada do cargo. Uma ação civil pública questionou o uso por Dilma de aviões da FAB. A Justiça até permitiu o deslocamento com os jatos da Força Aérea Brasileira, desde que custeados pela própria mandatária afastada. Recentemente, apoiadores do PT se cotizaram para bancar as viagens. Pela trilha da carruagem, hoje já abóbora, haja crowdfunding militante (a popular vaquinha) para sustentar os privilégios de petistas e congêneres que ainda insistem em se refestelar com as benesses do Estado.



“É ilegal, mas eles usam mesmo assim”


Na quinta-feira 14, ISTOÉ conseguiu fazer contato com um dos responsáveis pela frota de carros oficiais qu