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terça-feira, 6 de setembro de 2016

" “quando as ideologias ficam bem velhinhas, elas vêm morar no Brasil”. Millôr Fernandes by Valentina de Botas



Valentina de Botas: Millôr Fernandes tinha razão

A Paulista vermelhinha confirmou o que disse o grande pensador: quando as ideologias ficam bem velhinhas, elas vêm morar no Brasil

Por: Augusto Nunes  

Neste domingo, na Paulista toda vermelhinha em que as bandeiras da CUT, do MST (como esses caras ficaram pelo menos 13 anos no poder e continuam sem terra?) e de outras siglas vigaristas substituem a bandeira do Brasil, o “Fora, Temer” pede a prisão do juiz Sérgio Moro, nada menos: coerência é isso aí, no faroeste esquerzoide, como diz o Augusto Nunes, o bandido prende o xerife.
Aliás, por falar em coerência, o Papa Francisco, que foi à Cuba tirânica e à Bolívia de Morales e cuja conversão ao Cristianismo ainda é esperada, não vem ao Brasil atendendo ao pedido da petista CNBB e certamente por intervenção de nossa senhora de forma geral, a santa de devoção eleitoreira da ex-presidente.
Democracias como Venezuela e Bolívia contam com a adesão da Igreja homófoba-patriarcal-machista à tese do golpe imaginário e hão de atrair a Coreia do Norte para lutar pela liberdade ao totalitarismo. Millôr Fernandes tinha razão, “quando as ideologias ficam bem velhinhas, elas vêm morar no Brasil”.

O capital humano do político brasileiro tem tendência à maluquice ...


Fugiu do manicômio

Vanessa Grazziotin imita Marilena Chauí e aumenta o time de mulheres que têm visões
Por: Augusto Nunes  

“Será uma luta sem trégua para evitar que eles coloquem em prática os objetivos de fundo do golpe parlamentar: aniquilar os direitos trabalhistas e previdenciários e entregar nossas riquezas naturais ao capital internacional”. (Vanessa Grazziotin, senadora do PCdoB do Amazonas, em artigo publicado na Folha, ao confirmar que anda tendo visões semelhantes às de Marilena Chauí, acusando 367 deputados, 61 senadores, os ministros do STF e integrantes do Ministério Público de serem agentes da CIA recrutados por Sérgio Moro e orientados, claro, por FHC)

A tendência é piorar ... /

terça-feira, setembro 06, 2016


AFINAL, AS FORÇAS ARMADAS VÃO PERMITIR QUE A MAIORIA DECENTE DO POVO BRASILEIRO SEJA SUBMETIDA AOS JAGUNÇOS COMUNISTAS CHEFIADOS POR LULA?

Afinal, as Forças Armadas vão permitir que o povo brasileiro em sua maioria que estuda, trabalha e é decente, seja submetido a essa corja de delinquentes do PT chefiados por LULA que prometem “incendiar” o Brasil?
Esta é a pergunta que não quer calar, que está entalada na garganta dos brasileiros de bem que desejam a lei e a ordem. Leiam:
O site O Antagonista acaba de revelar neste vídeo o que todo mundo já sabia. Alguma coisa tem de ser feita imediatamente para barrar a ação nefasta levada a efeito por esses jagunços e psicopatas comunistas que constituem uma minoria. Leiam: 
O Antagonista obteve vídeo em que Marcelo Rodrigues, presidente da CUT-RJ, revela que a greve geral dos bancários, convocada a partir de hoje, tem como verdadeiro objetivo incendiar o país contra Michel Temer.
"Eu tenho o maior orgulho de estar na assembleia que vai dizer que nós vamos mudar o rumo desse país. E que esses golpistas de m... vão ser relegados ao lixo da história."
"A greve é por tempo indeterminado. Vamos para luta, convocando mais do que bancários e bancárias, todos os trabalhadores, a vir para rua para dizer 'Fora, Temer'."
Isso é abuso do direito de greve e merece uma reação enérgica, além de ser um tiro no pé dos trabalhadores.

23 fotos de atletas paralímpicos / Huffington Post

http://www.huffingtonpost.com/entry/paralympics-photos_us_57c887f3e4b078581f12132f?section=us_sports

 Clique no link e veja mais fotos






segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ensaio sobre a crítica .../ Luiz Felipe Pondé

segunda-feira, setembro 05, 2016


Uma selfie da crítica -

 LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 05/09

Uma coisa me chama a atenção nos tais jovens críticos: sua intolerância


Nosso mundo contemporâneo é cheio de fetiches sobre seu próprio avanço em relação ao passado. Hoje vou dar dois exemplos de fetiches típicos. O primeiro a ver com a ideia de crítica e de pessoas críticas. O segundo a ver com a ideia de revolução, mais precisamente a revolução sexual.

O primeiro fetiche proponho chamarmos de fetiche da crítica. Este é um dos mais comuns e mais bobos do mundo contemporâneo. Nunca vi gente mais longe de qualquer pensamento que valha a pena do que gente "crítica". Não conheço gente mais chata do que gente "crítica".

O fetiche da crítica aparece muito associado à educação, à arte e à cultura. Você pode ouvir gente falando dele em todo lugar em que muita gente se reúna para pensar a educação, a arte e a cultura.

Como fazer um aluno crítico? Como criar uma arte crítica? Como produzir uma cultura crítica? Minha primeira aposta é que, se você perguntar diretamente para um desses defensores de uma educação crítica, de uma arte crítica e de uma cultura crítica o que é ser crítico, ele vai responder mostrando uma selfie dele numa manifestação na Paulista.

Eu vou dizer para você uma coisa: não conheço aluno mais fechado ao diálogo do que alunos que se consideram críticos. Ser "crítico" nesse caso, basicamente, significa falar mal do capitalismo, do patriarcalismo e dos EUA. Uma banalidade que se ensina em qualquer aula barata de filosofia e sociologia.

Mas uma coisa me chama a atenção nos tais jovens críticos: sua intolerância. Torquemada ficaria com complexo de inferioridade. Não conte com nenhuma autocrítica em gente crítica. Normalmente lê pouco, é afogado em certeza banais do tipo "o mundo seria melhor se fosse como eu descrevi em minha tese", e tem pouco afeto pelo estudo profundo de qualquer coisa.

Aí vai uma característica chocante em gente crítica: não gosta de estudar de fato. Quando fala, fala a partir de uma posição inquestionável. Acho que o motivo dessa atitude é justamente aquele tipo de ignorância marcante em quem conhece pouco de qualquer coisa. Por isso, acho mais importante procurarmos levar um aluno a entender o que um texto quer dizer simplesmente e não levá-lo a ser "crítico". Antes de tudo, podemos perguntar: crítico do que, se, normalmente, mesmo os professores não são críticos de nada a não ser daquilo de que não gostam?

Portanto temo pela educação, pela arte e pela cultura quando se busca formar críticos. O fetiche os leva ao gozo porque, usando essa palavra "crítica", você pode dizer qualquer banalidade que ela soa ungida pelo véu da inteligência.

De minha parte, acho que devemos evitar a palavra "crítica" da mesma forma que devemos evitar palavras como "cabala" ou "energia". Em si, as duas são coisas sérias, mas, no mundo do fetiche da informação como o nosso, as duas não significam muito mais do que palavras vazias de sentido.

Outro fetiche é o da revolução. Toda pessoa crítica faz uma revolução por fim de semana. Mas, entre todas, a mais ridícula é a revolução sexual, aquela que matou o desejo e o afeto entre homens e mulheres. Quando, no futuro, estudarem nossa época, perceberão que, entre as baixas causadas pela gente crítica, estarão o afeto e o desejo. Nunca ambos foram tão falados e tão combatidos a pauladas. Afogados na banalidade das quantidades.

Vejo mesmo uma manifestação de gente crítica e revolucionária na Paulista no futuro. Essa manifestação que tenho na cabeça acontecerá em poucos anos. Se focarmos melhor nossas câmeras, veremos alguns cartazes, claro, todos revolucionários. Perguntará o leitor ingênuo: "A favor do que ou contra o quê?" Gente crítica e revolucionária sempre é a favor de algo ou contra algo.

Alguns desses cartazes dirão frases assim: "Pelo incesto como forma de crítica sexual!", "Por que não posso amar a minha mãe sexualmente?", "Freud morreu: viva o incesto como forma plena do desejo antiedípico!". Teses pelo mundo afora discutirão a nova forma de amor livre: o direito ao incesto.

E, no meio dos cartazes, um outro: "Pelo direito de casar com o meu dobermann!".


Mais de 8 bilhões de reais bloqueados de fundos de pensão de estatais

http://flip.it/JDgTuh


PF investiga fundos de pensão de estatais; Justiça manda bloquear R$8 bi

segunda-feira, 5 de setembro de 2016 13:41 BRT

Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira operação para investigar suspeita de fraude em fundos de pensão de estatais, com o cumprimento de mandados judiciais e o bloqueio de 8 bilhões de reais, determinado pela Justiça Federal de Brasília.
Foram expedidos 7 mandados de prisão temporária, 34 de condução coercitiva e 106 de busca e apreensão pela Justiça, que também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas no valor aproximado de 8 bilhões de reais, segundo comunicado da PF.
A operação tem como objetivo, segundo a PF, apurar suspeita de crimes de gestão temerária e fraudulenta dentro dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), tendo como base dez casos revelados a partir do exame das causas de déficits bilionários apresentados pelos fundos.
"Entre os dez casos, oito são relacionados a investimentos realizadas de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações)", disse a PF em comunicado.
"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs."
O empresário Wesley Batista, presidente-executivo da empresa de carnes JBS, foi um dos alvos de mandados de condução coercitiva na operação.
A J&F, controladora da processadora de carne JBS e da Eldorado Brasil, confirmou a presença da Polícia Federal nas sedes da J&F e da Eldorado por ocasião da chamada operação Greenfield.
"A J&F e seus executivos esclarecem que colaboram com as investigações e estão à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários", afirmou a holding em comunicado à imprensa. [nL1N1BH0JN]   Continuação...

domingo, 4 de setembro de 2016

À procura de si ...


Classificados! 

3
Josias de Souza
Compartilh


– Charge do Paixão, via Gazeta do Povo.

Um governo cheio de raposas com armas de canetas

domingo, setembro 04, 2016

As raposas que nos governam -

 FERNANDO GABEIRA

O Globo - 04/09

Cheguei a Brasília no seu típico calor seco, sabendo que não haveria surpresas no resultado final. Dilma seria cassada. Restavam-me apenas as peripécias, essas sim imprevisíveis. Pela primeira vez, vi Renan Calheiros perder a calma no plenário. E olha que, ao microfone, já disse coisas bem pesadas para ele, e sua máxima reação foi suspender os trabalhos por algum tempo. Renan disse que o Senado parecia um hospício. Lembrou-me de Maura Lopes Cançado que escreveu o livro “Hospício é Deus”. E la colaborava com o suplemento literário do “JB”. Ficou internada por muito tempo. O livro mostra que o hospício, além de todos os seus horrores, era também um espaço de negociação. Renan ficou próximo da realidade ao reconhecer o lado maluco do plenário do Senado, assim como Maura contribuiu ao sugerir o lado parlamentar do hospício. O problema é o equilíbrio entre os dois. Há visões mais céticas, como a do filósofo inglês John Gray.

“De qualquer forma”, escreve ele, “apenas alguém milagrosamente inocente em relação à História poderia acreditar que a competição entre ideias possa resultar no triunfo da verdade. Certamente, as ideias competem umas com as outras, mas os vencedores são aqueles que têm o poder e a loucura humana ao seu lado”.

Renan disse também, ao microfone, que a burrice humana era infinita. Na verdade, repetia o final de um famosa frase de Albert Einstein, para quem o universo e a estupidez humana eram infinitos. Alguns cientistas ainda pesquisam se o universo é mesmo infinito. Mas a parte final da frase sobre a estupidez humana nunca foi contestada. Refletindo sobre isso em Brasília, no corre-corre do trabalho cotidiano, constatei que também a esperteza humana é infinita. Renan e a bancada do PMDB fatiaram a Constituição: condenaram Dilma por irresponsabilidade fiscal e mantiveram seus direitos políticos. Não me parece que fizeram isso por Dilma. No fundo, é também uma manobra defensiva, prevendo o próprio futuro. Quando Romero Jucá disse que era preciso estancar a Lava-Jato, não estava brincando. O objetivo da cúpula do PMDB é o de bloquear investigações e neutralizar o trabalho das instituições que combatem a corrupção no Brasil.

Nessa empreitada, contam com o deslumbramento de Temer, para quem um pedaço do mandato presidencial é um presente dos céus. E com a timidez dos tucanos, que temem romper uma aliança num momento de reconstrução. O sonho das raposas é continuar depenando o galinheiro. Se as pessoas não se derem conta, elas liquidam os avanços das instituições de controle e continuarão roubando o país até o último centavo. Se o quadro é tão ameaçador, não teria sido melhor manter o mandato do PT até 2018?

Acontece que são forças com objetivos diferentes. As raposas do PMDB querem apenas enriquecer em paz. O PT tinha um projeto hegemônico que passava pelo crescente controle do Parlamento, dos juízes e, também, se tudo desse certo, da própria imprensa. Com sua vasta experiência política, as raposas recebem as críticas, lamentando apenas que estamos sendo injustos com elas. O PT seguia arruinando o país mas recebia as críticas com uma agressiva tática de defesa. Questionar a corrupção oficial era coisa da elite, da burguesia, de gente loura de olhos azuis que não aceita que o filho da lavadeira estude Medicina nem que os pobres viajem ao seu lado nos aviões.

A mudança no discurso oficial é insidiosa, sedutora. Cúmplice de toda a política que arruinou o país, num misto de incompetência e corrupção, o PMDB se dispõe a conduzi-lo a um porto seguro.

O lugar para onde as raposas sonham em nos conduzir é um oásis ameno, onde possam continuar enriquecendo, posando, ao mesmo tempo, de estimados líderes nacionais.
Assim como setores da esquerda toleram a corrupção sob o argumento de que a vida do povo melhorou, os liberais tendem a olhá-la com complacência desde que se façam as reformas sonhadas pelo mercado. Num livro sobre a tolerância na idade moderna, Wendy Brown lembra aos estudiosos que ela é uma descendente da superação das sangrentas guerras que separaram política e religião. Modernamente, existe um espaço maior para o indivíduo, diante do Estado e da Igreja. Mas existe também um certo cansaço diante das tramas políticas, uma vontade de se concentrar apenas na sua própria vida. O novo governo traz um perigo de natureza diferente. Ele não quer transformar o país num paraíso bolivariano. Nem se meter na liberdade individual, classificando as pessoas como reacionárias, progressistas ou preconceituosas. Quando Renan disse que a estupidez humana era infinita, concordei com ele pela primeira vez. Se estivesse no plenário, apenas acrescentaria: a malandragem humana também. O país apenas se livrou de um tipo de exploração. Por falar em tortura, tema que Dilma trouxe à tona, não se pode esquecer que uma boa equipe é sempre dividida entre os bons e os maus torturadores. Uns mordem, outros sopram.

"Vilipêndio à razão" Fernando Collor /

domingo, setembro 04, 2016


Vilipêndio à razão - 

FERNANDO COLLOR

FOLHA DE SP - 04/09

Escrevo este artigo em 1º de setembro. É um dia simbólico para os dois processos de impeachment vividos pelo país e separados por quase 25 anos. A data é o único ponto em comum entre eles.

Em 1992, nesse dia, duas entidades entraram com uma representação contra mim. Em 1º de setembro de 2015, renomados juristas apresentaram denúncia (aditada em outubro) contra a ex-presidente por crime de responsabilidade.

Aqui acaba a semelhança e aqui começam as disparidades, desde os primeiros aos últimos atos de duas peças que beiram a ficção.

O cotejamento entre os números dos dois processos mostra que, sob a mesma Constituição, sob a mesma lei e sob o mesmo rito, adotaram-se dois pesos, duas medidas.
Basta verificar: o processo da ex-presidente dispôs do triplo do tempo gasto em 1992 -um ano versus quatro meses. A apresentação da denúncia e seu acolhimento pelo presidente da Câmara, naquele ano, deram-se no mesmo dia, 1º de setembro. Dois dias depois, a comissão especial foi instalada.

Em 2015, entre a denúncia inicial (1º/9), o seu acolhimento (2/12) e a instalação da comissão especial (17/3/16) passaram-se 198 dias.

Para o meu afastamento provisório (2/10) bastaram 31 dias. No recente processo, isso se deu em 12/5/16, ou seja, 254 dias após a denúncia inicial. Na fase de admissibilidade no Senado, não houve qualquer participação de minha defesa na comissão. Em 2016, só nessa fase, foram sete participações, incluindo advogado, juristas e ministros de Estado.


Em 1992, o parecer de admissibilidade continha 17 linhas, em meia página, e foi discutido e votado, simbolicamente, em três minutos no Plenário do Senado. Em 2016, o parecer de 128 páginas demandou 20 horas de sessão, foi votado nominalmente e com a participação da defesa.

A sessão de meu julgamento, incluída a suspensão dos trabalhos em função da renúncia e para a posse do vice-presidente, deu-se no dia 29/12 e na madrugada do dia 30. Em 2016, foram cinco dias úteis de intenso trabalho que adentraram madrugadas.

O processo de 1992 foi todo ele reunido em quatro volumes de documentos. O de agora já conta com 72 volumes.

A maior abstração, contudo, foi o ato final das peças. Em 1992, minha renúncia separou as penas de destituição (perda do cargo) da inabilitação para função pública (perda dos direitos políticos).

A resolução do Senado nº 101/92, resultante do processo, é clara: o impeachment ficou prejudicado pela renúncia, mas não a inabilitação por oito anos. Ou seja, o Senado agregou a penalidade, mesmo com a renúncia prévia que extinguiu o objeto do julgamento.

Em 2016, deu-se o inverso. O parágrafo único do artigo 52 da Constituição traz a penalização literalmente conjugada ("perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública"). No entanto, mesmo sem renúncia, o Senado fatiou a pena e transformou o "com" em "e/ou". O mesmo dispositivo diz: "a condenação", e não "as condenações".


Até a questão que respondemos na votação, prevista na lei e reproduzida no painel eletrônico, referia-se textualmente à inabilitação como "consequência" da perda do mandato. O trecho, inconstitucionalmente destacado, não era uma pergunta, era uma assertiva.

Decisões amparadas na subjetividade política precisam de limites da objetividade jurídica. Ontem e hoje, o desacerto prevaleceu.

Ao comparar os dois processos, cabe repetir: o rito era o mesmo; o ritmo, o rigor e, agora, o remate, não. O Senado atentou contra o vernáculo, reescreveu a Constituição. Criou insegurança jurídica e, praticamente, decretou a inexistência da lei no Brasil. Foi um vilipêndio ao bom senso e à razão.

FERNANDO COLLOR, 67, senador por Alagoas (PTC), foi presidente da República

Na casa de "Mãe Joana"...


‘Uma emergência com falsos atores’, por Antonio Tabet

Um diálogo entre um prefeito e seu assessor


POR ANTONIO TABET*

04/09/2016 4:30


RIO - O prefeito contava uma piada — velha, diga-se de passagem — para fazer média com um mafioso dono de uma empresa de ônibus da Zona Oeste quando Jorge, o esbaforido assessor, abriu de repente a porta do gabinete para espanto geral.

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— Prefeito, com licença...


— Que foi, Jorge? Que cara é essa?


— Desculpe interromper, mas é que... aconteceu uma emergência.


— Putz grila, Jorge. O que desabou agora?


— Não caiu nada, senhor prefeito. Graças a Deus!


— Ufa! Então fala logo de uma vez, que eu vou pra Angra com as crianças ainda hoje.


— Não vai, não.


— Como é que é?


— É que acabaram de invadir a casa do senhor lá, prefeito.


— Quem invadiu?


— Os sem-terra.


— Peraí, Jorge. Os sem-terra invadiram uma casa num condomínio em Angra? O MST não faz isso!


— É que esses não são do MST, prefeito.


— E são de onde?


— Esses são o MSTCT.


— MSTCT?!? Que que é isso?


— Movimento dos Sem Terra Com Terra. É um braço deles, mas menos à esquerda da esquerda. Eles têm mais recursos, senhor.


— Sem Terra Com Terra?!? Pede meu helicóptero que eu vou lá agora acabar com essa palhaçada pessoalmente.


— Não vai, não.


— Como não?


— Bloquearam o heliponto e a saída aqui fora.


— Quem bloqueou?


— Os estudantes.


— Que estudantes?


— Que não estudam. Os estudantes profissionais!


— E desde quando existe esse troço de estudante profissional?


— Desde que enchemos as universidades públicas com essa molecadinha de escola particular.


— Então expulsa todo mundo.


— Não adianta. Tá cheio de imprensa lá fora apoiando o movimento.


— A mídia tá do lado deles?


— Só a independente mesmo. Aquela que dependia de propaganda do governo. Esses jornalistas que não estão em nenhum jornal estão putos. E os intelectuais também.


— Que intelectuais?


— Os que não estão pensando direito, prefeito.


— Cansei. Sabe o que eu vou fazer? Vou ligar pro Major Gouveia tirar geral na marra.


— Não vai, não.


— Ai, minha caceta! Que foi agora?


— A Polícia entrou em greve.


— E quem convocou?


— Os sindicalistas que não trabalham.


— E isso é legal?


— Os legalistas que defendem ilegalidades disseram que é.


— Mas o que aconteceu pra essa gente se mobilizar? O que eles querem?


— Estão pedindo justamente o fim da Polícia Militar. Vê se pode!


— Por que estão pedindo isso?


— Porque um soldado prendeu num ecopacifista que estava atirando rojões na PM e queimando pneus.


— Mas PM nem é assunto do município, pô! Eu sou prefeito. Quem pode fazer alguma coisa é o governador.


— Que governador, prefeito?


— Como qual governador, Jorge?
— O que não governa?


sábado, 3 de setembro de 2016

Ensaio sobre Maturidade / Sonia Zaguetto


Sonia Zaghetto: O fim de uma Era

O que nos falta para ser grandes? Maturidade. Apenas maturidade em vários aspectos


Por: Augusto Nunes 02/09/2016 às 14:53



Um céu enevoado pairava sobre Brasília nas primeiras horas do dia 31 de agosto de 2016. Nada daqueles dias ensolarados que douram o cerrado: apenas a atmosfera sufocante e seca que traduzia as horas. Debaixo daquele céu, uma Esplanada deserta, melancólica, de ressaca antecipada. Sim, um dia histórico e de reflexão – exceto para o ativismo das redes sociais, onde o clima de terceira guerra mundial continuava de vento em popa.

Pouco depois das 11 horas, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, iniciou a sessão do julgamento de Dilma Rousseff. Às 13h35, tudo estava consumado. Não era apenas o fim do governo Dilma. Chegava ao fim uma era que expôs com toda crueza nossa infantilidade brasileira, nosso despreparo perante os embates da vida, nossa dificuldade em debater com maturidade as questões essenciais da nação.
Não vou atribuir todos os males desta terra ao PT, já que nossa história e ethos nos mostram que malandragem, jeitinho, corrupção e populismo têm lugar garantido desde priscas eras. Entretanto, é inegável que a era petista ampliou o ódio e estimulou algumas práticas que hoje estão plenamente incorporadas ao modo de agir brasileiro. Somadas ao caráter natural de parte da população e ao advento das redes sociais, constituíram um pacote explosivo que resulta na atual face da nossa sociedade.

Nos últimos anos, fomos envenenados. Não foi abrupto, com a boca sendo aberta à força e o cálice tóxico derramado goela abaixo. Não, nada disso. Foi um envenenamento gradual – a cada dia uma gota amarga e cumulativa sendo oferecida com um sorriso nos lábios. Aos poucos o organismo desta pobre Nação recebeu, sem resistência, as gotículas que se converteram no oceano de raiva mal contida que agora nos ameaça. E quando nos demos conta, lá estávamos nós, ventre inchado de ódios, vomitando a mágoa que nos encharcava as vísceras e saía boca afora, violenta e feia.
Atordoados pelo veneno, feridos pelas marcas de um passado ditatorial recente que nos apavorava, muitos acreditaram nas ilusões que viam. E reverenciaram salvadores da pátria que tinham como único objeto de adoração o seu próprio projeto de poder. Nossa gente tão crédula abraçou os discursos demagógicos, os corruptos em pele de cordeiro, os exploradores da pobreza e os que, espertamente, os insuflavam a se odiarem mutuamente.

O modo de agir era sempre o mesmo: pegava-se um problema social pré-existente e, em vez de concentrar esforços apenas em mecanismos positivos para eliminá-lo, açulava-se os brasileiros uns contra os outros. Em vez da educação que liberta, de ações positivas, do incentivo ao respeito mútuo, o país mergulhou na era da vingança induzida pelo debate superficial e por sofisticadas técnicas de marketing. Curiosamente, a prática contraria uma das mais famosas frases de um ídolo das esquerdas, o pedagogo Paulo Freire: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”. Não deu outra: os oprimidos adoraram inverter os lugares.

E foi assim que causas nobres e dignas de atenção – como combate ao racismo, à pobreza, ao preconceito contra homossexuais e a violência contra as mulheres – tornou-se propriedade exclusiva de um grupo instalado no poder. Aos petistas e seus mais próximos aliados cabia o monopólio da indignação com qualquer problema de natureza social. Souberam manipular muito bem as mentes mais imaturas, dando a elas a sensação de que agora tinham voz e armas para lutar contra a opressão. Não é muito diferente das estratégias de colonização de cérebros utilizada pelo Estado Islâmico. Só mudam os resultados práticos. Quer transformar alguém num homem/mulher bomba real ou virtual? Convença-o que ele é vítima de um sistema, dê-lhe inimigos, faça-o concentrar seu ódio em um alvo específico, assegure a ele que está do lado certo e que suas estratégias – mesmo as mais estapafúrdias – são a maneira adequada de “lutar”.

Frases ..../ Nietzche

Frase

"O aumento da sabedoria pode ser medido com exatidão pela 

diminuição do mau humor"

Friedrich Wilbelm Nietzche

Súmula do Antagonista em 03/09/2016

Só quatro?

Quatro jovens, em São Paulo, permanecem presos por "dano, desacato, danos qualificados ao patrimônio público e dano qualificado de grande prejuízo".
"Mini mini mini mini."

A segunda alma mais honesta

Lula a Nicolás Maduro e a outros bolivarianos: "Dilma Rousseff é uma mulher íntegra, cuja honradez pessoal e pública é reconhecida inclusive por seus adversários mais ferrenhos...
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Coitadinhos

Na carta a Nicolás Maduro, Lula -- não poderia ser diferente -- mente que Dilma Rousseff foi vítima de uma "uma coalizão de partidos, empresas e meios de comunicação" que desejavam reduzir programas de inclusão social e suprimir os direitos básicos dos mais pobres.

O maior retrocesso social

Lula se apresenta, na carta enviada a Nicolás Maduro, como o responsável pelo "maior processo de mobilidade social" da história do Brasil...

IHHH... Lula era o chefe do 'Petrolão'... fala Delcídio.do Amaral

sexta-feira, setembro 02, 2016


DELCÍDIO AFIRMA QUE LULA NÃO SÓ SABIA COMO COMANDAVA A CORRUPÇÃO NA PETROBRAS. DUQUE TAMBÉM ABRE O BICO E LULA SE INTERNA NO SÍRIO LIBANÊS PARA CHECK-UP NESTE SÁBADO.

Desta feita uma série de eventos que tiveram início com o impeachment da Dilma, começam a espocar por todos os lados que confluem para a Operação Lava Jato. Ontem a Justiça de São Paulo encaminhou o processo do tríplex de Lula para o Juiz Sergio Moro.

Já nesta sexta-feira, o ex-senador Delcídio do Amaral, abriu o bico em alto e bom som para os procuradores da Lava Jato em Curitiba. Segundo ocolunista do site de O Globo, Lauro Jardim, o Delídio passou dois dias em Curitiba.

Diz o jornalista: Delcídio Amaral passou dois dias em Curitiba, quarta-feira e ontem, depondo na Justiça Federal. O assunto do depoimento era apenas um: Lula. Delcídio afirmou que Lula não só sabia como comandava o esquema de corrupção na Petrobras durante o seu governo.

Por sua vez o site O Antagonista adianta que o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque que se encontra preso em Curitiba, também resolveu abrir o bico e promete entregar Lula de bandeja para a Justiça.

E, para concluir, o Lauro Jardim de O Globo revela que Lula se internará amanha, sábado, cedo no hospital Sírio-Libanês para fazer um check-up. O último foi feito no início do ano.

Ainda bem que lula é "imortal" e continuará com a sua saúde perfeita para responder aos inquéritos da Lava Jato. Ele e sua esposa já estão indiciados.

Esta é a semana que que não quer terminar...

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Humor de Sponholz

Sponholz: Lewandowski, o inaPTo.


O PT fez do Brasil uma "Casa de Mãe Joana"... / IstoÉ

sexta-feira, setembro 02, 2016


REPORTAGEM-BOMBA DE 'ISTOÉ' REVELA OS BASTIDORES DO GOLPE QUE RASGOU A CONSTITUIÇÃO PARA BENEFICIAR DILMA. LEWANDOWSKI DEVERÁ SOFRER IMPEACHMENT. DEZENAS DE AÇÕES NO SUPREMO.

Embora a capa da revista IstoÉ destaque a primeira entrevista do Presidente Michel Temer, após assumir definitivamente o governo em razão do impeachmenta da 'ex-presidenta', é no miolo da edição que chega às bancas neste sábado que se encontra a reportagem bomba. A revista relata como foi a montagem do golpe que fatiou a votação do impeachment rasgando a Constituição com a participação daquele que deveria ser o mais fiel sentinela do Estado de Direito Ricardo Lewandowski, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). No breu das tocas estava Lula, o indiciado, articulando o golpe que haveria de ser desferido na sessão de votação do impeachment. Renan Calheiros, o Presidente do Senado, juntou-se a Lula e Lewandowski para golpear a Carta Magna, sem qualquer cerimônia.
Além de promoverem a roubalheira, a corrupção e a mentira, Lula e seus sequazes do PT e aliados de última hora, também são os responsáveis pelo golpe que rasgou a Constituição que agora deve ser re-costurada pelo Supremo. Enquanto isso, estão chegando ao Supremo nesta semana pedidos de impeachment de Ricardo Lewandowski que, já sexagenário em fim de carreira, terá que recomeçar a vida. O impeachment cassará o seu cargo de Juiz de carreira e ainda por cima ficará privado dos proventos.
Pelo menos é isto que tem de acontecer. E suas excelências já sabem que o povo brasileiro que foi às ruas pacificamente e de forma ordeira pedindo o fim do governo comuno-fascista e ladravaz do PT, voltará às ruas para exigir punição exemplar a todos os participantes do golpe, a começar pela cassação do mandato de Lewandowski e a prisão de Lula. Leiam. Ao final do texto link para leitura completa da reportagem:
No petismo, um provérbio popular se impõe de maneira eloqüente: nada é tão ruim que não possa piorar. O desfecho do impeachment de Dilma Rousseff foi a tradução dessa máxima. O processo teve em seu último capítulo uma trama sorrateira engendrada nos subterrâneos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Como a deposição de Dilma já eram favas contadas, alguns dos principais protagonistas desse enredo se juntaram com o intuito de evitar que a petista ficasse também inabilitada para exercer cargos públicos. Para atingir esse objetivo, toparam pisotear o claríssimo artigo 52 da Constituição Federal. O parágrafo único escrito na Carta Magna demonstra a óbvia indissociação das penas. Diz o texto: “condenação (…) à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública”. Mesmo assim, na quarta-feira 31, o Senado, depois de aprovar o impeachment de Dilma por 61 votos a 20, pondo fim a 13 anos de PT no poder, decidiu por 42 a 36 que a ex-presidente pode ser nomeada para qualquer cargo público no País, mesmo depois de deposta.
TRAMÓIA VERGONHOSA
Por mais estapafúrdia que parecesse, a ideia de interpretar ao bel prazer um texto constitucional inapelável começou a ser gestada embrionariamente entre os petistas que ladeiam Dilma há cerca de 20 dias, conforme revelou em primeira mão a coluna Brasil Confidencial, da ISTOÉ, no dia 19 de agosto. A defesa de Dilma vinha examinando o caso do ex-presidente Fernando Collor que, em 1992, renunciou pouco antes da votação no Senado que cassaria seu mandato. Na ocasião, ele arriscou um pretenso golpe de esperteza para evitar perder seus direitos políticos, mas a jogada falhou e os parlamentares decidiram, mesmo assim, excluí-lo do serviço federal por oito anos. Dilma, de maneira distinta, repetiu o lance e teve outra sorte.
Há cerca de duas semanas, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), fazendo papel de emissário do grupo, procurou a assessoria jurídica do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, juiz que conduziu a etapa final do impeachment. Nas conversas com o Supremo, foi sinalizado ao senador que, sim, haveria espaço para que a defesa apresentasse a questão de ordem para que fossem realizadas duas votações separadas: uma para a perda do mandato de Dilma e outra para sua inabilitação da função pública. Lewandowski e Lula já haviam conversado a respeito. Com esse aval Supremo, Lindbergh, voltou ao ninho petista com a boa-nova. Iniciava-se ali uma pesada e discretíssima negociação de bastidor.
Os velhacos comunistas tramando o golpe sob a orientação criminosa de Lula.  Clique sobre a imagem para vê-la ampliada. Fotos: IstoÉ
LULA E SUA QUADRILHA
Após o aval do Supremo, o próximo e fundamental alvo de cooptação foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A tropa dilmista sabia que sem a adesão do alagoano a estratégia poderia soçobrar devido à sua forte influência sobre congressistas. Apesar de querer pular do naufrágio petista para salvar a própria pele, Renan calculou que a ideia de fatiar em duas as votações abriria um precedente que poderia vir a beneficiá-lo no futuro. Pendurado em investigações da Lava Jato, Renan valeria-se da precedência aberta nesse caso para garantir seus direitos políticos. E não só a ele, como também seu rebento Renan Filho, governador de Alagoas. Com base nessa espécie de “seguro de vida pública”, o presidente do Senado ajudou a articular a artimanha. Difícil encontrar o coração de um parlamentar que não se enterneça diante da possibilidade de levar vantagem numa situação.
Para reforçar o processo de convencimento dos senadores ao que foi chamado nos corredores do Congresso de “impicha, mas não mata”, o ex-presidente Lula também exerceu papel fundamental. Em São Paulo e em Brasília, disparou telefonemas para alguns parlamentares e encontrou-se com outros.
Coube à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) atuar no corpo a corpo com os colegas. A ruralista que virou amiga de Dilma foi destacada também para proferir um discurso emotivo. A tática foi discutida e supervisionada pela própria presidente Dilma. Juntas, combinaram o tom. Na tribuna, disse: “A presidente Dilma me autorizou a dizer que já fez as contas de sua aposentadoria e, pelo fator previdenciário (…), ela já se aposentaria com em torno de R$ 5 mil. Então, ela precisa continuar trabalhando para suprir as suas necessidades.” O argumento pode até ter sensibilizado os congressistas, mas certamente não deve ter feito muito sentido entre os quase 12 milhões de brasileiros desempregados ou pensionistas que recebem um salário mínimo.
Por trás da ideia de garantir um emprego para a ex-presidente, o PT teve um outro objetivo muito menos altruísta. Eles acreditam que se Dilma perdesse os direitos políticos, a ação que corre no Superior Tribunal Eleitoral e que investiga a chapa Dilma/Temer perderia o objeto, podendo ser extinto. Isso significaria imensa tranquilidade para o presidente Michel Temer poder governar sem o risco iminente de ter sua chapa cassada pelo TSE. Embora o presidente acredite e haja farta jurisprudência no TSE para a tese da separação das contas de campanha, seria um alívio muito bem-vindo enterrar essa história de uma vez por todas. O PT não quis entregar isso de bandeja.
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VERDADEIROS GOLPISTAS
No fim da última semana, juristas saíram a campo estupefatos com a interpretação do ministro Ricardo Lewandowski e o acordão tramado nos bastidores. O decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, lembrou na quarta-feira 31, logo após a decisão, de como foi seu voto quando o assunto do ex-presidente Collor chegou à Suprema Corte, por meio de um mandado de segurança tentando anular a decisão do Senado, que cassou os direitos políticos do alagoano em 1992. “O meu voto foi no sentido de que o parágrafo único do artigo 52 da Constituição da República compõe uma estrutura unitária incindível, indecomponível, de tal modo que imposta a sanção destitutória consistente da remoção do presidente da República a inabilitação temporária por oito anos para o exercício de qualquer outra função pública ou eletiva representa uma consequência natural, um efeito necessário da manifestação condenatória do Senado Federal.” O presidente do TSE, Gilmar Mendes, também ministro do Supremo, classificou a decisão como “bizarra”. E continuou: “Vejam vocês como isso é ilógico: se as penas são autônomas, o Senado poderia ter aplicado à ex-presidente Dilma Rousseff a pena de inabilitação, mantendo-a no cargo. Então, veja, não passa na prova dos 9 do jardim de infância do direito constitucional. É, realmente, do ponto de vista da solução jurídica, extravagante”.
O professor de Direito Constitucional da USP Dircêo Torrecillas Ramos foi peremptório: “O texto da Constituição é claro. O presidente impedido deve perder o cargo, com inabilitação para cargos públicos por oito anos. O presidente do STF não deveria ter aceito o destaque para a votação em separado de início. Essa votação foi inconstitucional”.
O advogado Julio César Martins Casarin também recorreu ao STF pedindo a suspensão do separação da votação . Casarin escreveu: “A Constituição foi rasgada. Primeiramente, o destaque foi inconstitucional, pois a Constituição Federal coloca como decorrência da cassação do mandato a perda dos direitos políticos. A Constituição não permite interpretação quanto à dissociação da perda do cargo em relação à inabilitação por oito anos para o exercício da função pública”. Ou seja, ao fim e ao cabo, o verdadeiro golpe foi desferido por aqueles que, durante meses a fio, cinicamente o alardearam.