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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Não reclame do Big Brother... Já existe o banheiro transparente ! / João Pereira Coutinho

terça-feira, outubro 04, 2016

A civilização só existe pela recusa da transparência totalitária - 

JOÃO PEREIRA COUTINHOResultado de imagem para imagem de banheiro transparente

FOLHA DE SP - 04/10

Li há tempos que já existem banheiros transparentes na via pública. Não brinco. Seria na Ásia? Na China? Talvez, talvez. Mas o meu ponto é outro: qual é o problema de termos um vaso sanitário para uso (nosso) e contemplação (dos outros)?
Os moralistas dirão: é falta de pudor. Ou, melhor ainda, é uma redução da nossa humanidade ao estado mais animalesco. Concordo. Mas os moralistas não entendem que vivemos na "sociedade da transparência"?

Uso essa expressão porque ela é o título de um ensaio –mais um, primoroso– do filósofo Byung-Chul Han. E, a páginas tantas, o professor Han cita Jean-Jacques Rousseau (quem mais?). Escrevia Rousseau as palavras que se seguem: "Só um mandamento da moral pode suplantar todos os outros, a saber, este: nunca faças nem digas seja o que for que o mundo inteiro não possa escutar."

E conclui o genebrino, em antecipação do banheiro transparente: "Eu, pelo meu lado, sempre considerei como sendo o mais digno de apreço de entre os homens esse romano cujo desejo era que a sua casa estivesse construída de maneira a poder ver-se tudo o que nela se passava."

As palavras de Rousseau fazem parte do seu particular programa filosófico: uma crítica radical às mentiras da "civilização" –e uma apologia da vida "autêntica" que existiria no estado da natureza.

Sim, eu sei: Rousseau nunca defendeu um regresso à selva. Mas as suas propostas transportam ainda o aroma selvático de um tempo em que o homem não precisava de "artifícios" (como portas opacas ou papel higiênico, imagino eu) para conhecer a felicidade pura.

Como relembra Byung-Chul Han, Rousseau tinha uma preferência por cidades pequenas, onde "cada um está sempre sob os olhos do público, o censor nato dos costumes dos outros" e onde "a polícia exerce uma vigilância fácil sobre todos".
Arrepiado, leitor? Não esteja. Se o banheiro transparente ainda é um exclusivo asiático, o Ocidente já cultiva há muito os seus próprios banheiros transparentes. Basta olhar para as "redes sociais", onde a maioria gosta de expor a intimidade com a mesma naturalidade com que um animal defeca no mato.

A esse respeito, recordo sempre um amigo que me dizia ter cortado relações com um cunhado porque ele publicara as fotos do filho bebê no Facebook. Fotos do bebê vestido, despido; brincando, dormindo, tomando banho; não sei se havia um penico no portfólio, mas você entende a ideia. O meu amigo considerava o gesto aberrante; o familiar discordava e, mais, nem percebia onde estava o erro.

O nosso mundo é o mundo sonhado por Rousseau. "A polícia exerce uma vigilância oficial sobre todos?" Afirmativo. Vivemos em democracia. Mas o Estado, pelos usos e abusos da tecnologia, sabe mais sobre os cidadãos do que em qualquer outra era histórica. Sabe quanto você ganha ou gasta; com quem vive, com quem fala; para onde viaja, onde fica; e, nas matérias mais íntimas, não é preciso uma polícia política. O cidadão revela voluntariamente o que sobra da sua existência.
Imagino um ex-agente da Pide portuguesa ou da KGB soviética a suspirar de nostalgia: "Tivemos tanto trabalho com vigilâncias, grampos, torturas –e agora tudo isso é grátis!"

Mas não é apenas o Estado que vive dentro do nosso banheiro transparente. "Cada um está sempre sob os olhos do público, o censor nato dos costumes dos outros"?
Afirmativo novamente. Como escreve Byung-Chul Han, a "sociedade da transparência" consegue a proeza de nos transformar em seres vigiados e vigilantes ao mesmo tempo. Não apenas por uma autoridade externa –um Big Brother clássico. Mas porque esse Big Brother, agora, somos nós.

"E qual é o problema?", pergunta o leitor que gosta de publicar fotos dos filhos no Facebook.
O problema é que a nossa civilização só existe pela recusa da transparência totalitária. "A arte é a natureza do homem", dizia Burke.

Traduzindo: aquilo que nos separa dos animais é o artifício, as convenções, até as repressões. É desse artifício que brota a arte, o conhecimento, a sedução, a paz possível.

E é também por causa dessa "cortina" que nos podemos retirar do mundo para dar descanso à vida: a vida que pensa, sente, imagina, planifica.

Rousseau escrevia que o luxo da civilização corrompia o homem.

A "sociedade da transparência" considera que a civilização já é um luxo. O futuro dos banheiros transparentes não terá nem civilização, nem luxo, nem homens.

Exemplo de desrespeito a vulneráveis...



Artigos do Puggina

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JÁ QUE FALARAM EM BESTAS

por Percival Puggina. Artigo publicado em 
"Pro grego, o pai de família, esse que cuida de tudo, da economia, ele chama despotes. Ele é o déspota. É por isso que quando os gregos inventam a política, a primeira coisa que eles fazem é seguir o espaço privado da família despótica. O pai de família e a mãe é a mesma coisa. Isso que nós entendemos que é o pai, a mãe e os filhos, e que tem que acrescentar avô e avó, tio e tia, primo e prima, isso é uma invenção do capitalismo, no final do século XVIII, durante o século XIX. Então tem data esse tipo de família, chamada família conjugal. Como a família restrita tem quase menos de dois séculos, um século e pouco. É recentíssimo. É por isso que é um assunto divertido os caras fazem barulho defendendo a família como uma instituição natural, eterna. Sabe, são umas bestas". ( Esse trecho da palestra da socióloga Marilena Chauí a estudantes do Colégio Oswald de Andrade, em SP, pode ser assistido aqui).

É tão descosturada a fala da socióloga petista que fica difícil entender várias coisas: 1ª) como uma escola convida uma pessoa tão leviana e enredada em conceitos para fazer palestras a adolescentes; 2ª) como a academia brasileira chegou a nível tão ínfimo na capacidade de expressão; 3ª) que diabo, mesmo, foi isso que ela disse?
No entanto, assim como não sei exatamente o que ela disse nesse português inepto, eu sei onde ela quer chegar. Chauí repetiu, muito mal, um discurso marxista concebido para abalar os fundamentos da instituição familiar, condição indispensável para construir a prevalência do Estado sobre tudo e todos. Os países comunistas debilitam a família a ponto de estimular os filhos a denunciarem os pais por conduta antirrevolucionária. (Na Coreia do Norte ainda hoje é assim, conforme descrito por Shin Dong-hyuk no impressionante best-seller mundial "Fuga do Campo 14").

No meu livro "Cuba, a tragédia da utopia" há bons relatos, também, sobre os esforços publicitários da revolução cubana no sentido de superar essa restrição das famílias ao comunismo. Como muitas estavam cientes e informadas sobre o que acontecia a esse respeito na URSS, o governo se obrigou a uma insistente campanha para afirmar que não faria exatamente aquilo que estava fazendo ao separar os filhos dos pais em "projetos educacionais".
Assim, quando se considera a relação umbilical entre o PT e sua socióloga, quando se tem presente o verdadeiro baião de dois que ela e o partido dançam na mesma cadência ideológica, percebe-se a coerência entre o discurso da uspiana e a prática dos companheiros alçados a posições de influência na nomenclatura do Estado. Afinal, em que momento se pôde observar sinal de valorização da instituição familiar nas práticas pedagógicas dos sucessivos governos petistas? Onde a família conjugal mereceu zelo e teve respeito a responsabilidade dos pais na formação moral dos filhos?

Na cabeça dos que se habituaram a manejar as peças no tabuleiro da educação brasileira, os pais de família são déspotas. Quem, como eu, defende a instituição familiar é uma besta. E quem protege os filhos do suposto despotismo paterno é um libertador. Em tal delírio, caberia ao Estado a generosa e democrática tarefa de prover liberdade e justiça. Quando os aparelhos instalados no sistema de ensino perderam parte de seu poder de mando, os agentes da revolução surtaram de vez. Só alguém muito besta dirá que não precisa acautelar-se em relação a essas ideias, indivíduos e organizações.

"A descoberta de petróleo no pré-sal do Albacora reforça a hipótese de que ela é a bacia original,,," / no blog de Roberto Moraes

terça-feira, outubro 04, 2016/ no 


A descoberta de petróleo no pré-sal do Albacora reforça a hipótese de que ela é a bacia original

A descoberta do pré-sal no campo de Albacora, depois de já ter ocorrido no campo de Marlim, ambos na Bacia de Campos, reforça a hipótese de que ela seria, na verdade, a bacia original e não o inverso.

Sobre esta nova descoberta estima-se que o petróleo anterior seria aquele que teria vazado e atravessado o selante de sal para chegar à camada de pós-sal que é aquele mais próximo à linha d´água - e de menor profundidade e mais próximo ao continente - como se havia descoberto há 42 anos (1984) na bacia que na ocasião ganhou o nome de Campos, apesar de ser mais próximo de Macaé.

Esta hipótese (desconfiança) é antiga entre os geólogos que trabalharam e trabalham nas equipes de sondagem e estimativas sobre reservas de poços de petróleo no mar.

Se a hipótese se confirmar como tese, a ideia em relação à Bacia de Campos e às reservas de petróleo brasileira ganham ainda e muito mais relevância e podem reforçar também as interpretações geopolíticas que envolvem o Brasil, como temos insistido aqui no blog e em outros espaços de debates.

Hoje, a Bacia de Campos produz 1,6 milhão de barris por dia, ou 55% do total de 2,9 milhões de barris diários produzido no Brasil, pela Petrobras – cerca de 90% - e 10% somado da produção das demais empresas petroleiras.

No pré-sal de Albacora, a Petrobras já teria perfurado 5 poços. Foi nesta última perfuração que a estatal chegou a 4.600 metros de profundidade - concluída em junho último – e encontrou uma coluna de 45 metros de extensão e cerca de 500 metros de espessura, com "óleo leve de boa qualidade e com estimativa de vazão média de 15 mil barris".

A Petrobras está se organizando para fazer o primeiro Teste de Longa Duração (TLD) que é aquele que confirmam o volume das reservas que passam a ser denominadas de "provadas".
Assim, a Petrobras obedecendo a legislação já comunicou o feito à Agência Nacional de Petróleo (ANP). E empresa atesta que está é a maior das descobertas já feitas no pré-sal na Bacia de Campos tradicional reserva no pós-sal.

Outra grande notícia é que a descoberta no pré-sal do Albacora permitirá uma rápida preparação para a produção de petróleo, considerando que o campo já opera no pós-sal com duas plataformas.

A notícia ruim para os municípios da região, mas boa para todos os demais municípios brasileiros é que os royalties e as participações espaciais (PE) deste reservatório - no pré-sal do campo de Albacora - não reverterão em receitas - para estes municípios, antes chamados de produtores por estarem no litoral, na direção das projeções das paralelas e ortogonais dos extremos do continente rebatido sobre o mar, o ambiente offshore.

A maior comemoração deve estar sendo feita pelos controladores do Porto do Açu. Esta descoberta que deve orientar outras aumentam a potencialidade deste terminal portuário, já com base de apoio às explorações offshore montadas e com aumento paulatino de atuação.

Assim, o fato também expande o que tenho denominado em meus estudos do Circuito Espacial de Produção do Petróleo na direção de Macaé para SJB até o Açu. Veja mapa abaixo.> (acima)

Resta saber se a nova direção da Petrobras se interessará em produzir e alocar este novo ativo ao seu rol, ou se poderá entrega-los como fez com o campo de Carcará, também na reserva do Pré-sal, só que da Bacia de Santos, vendido recentemente à norueguesa estatal, Statoil. 

Assim, volto a insistir como fiz na postagem, ontem, sobre o assunto aqui no blog: a descoberta do pré-sal no litoral brasileiro já é a maior fronteira de petróleo da última década no mundo e deverá permanecer e ampliar por mais uma ou duas décadas. Entregar esta joia da coroa é mais que crime de lesa-pátria!


"As eleições provaram que o Brasil quer se arejar " // Valenitina de Botas

Valentina de Botas: 

Como cerzir um país?

As eleições provaram que o Brasil quer se arejar 

Por: Augusto Nunes  
Tenho parentes que trabalham na rede municipal de ensino de São Paulo que me contam que a administração do PT questiona a separação dos banheiros entre meninos e meninas nas escolas públicas da cidade. Uma divisão que, no mundo cretino dessa gente, direciona a sexualidade das crianças – dos meninos para serem meninos, e das meninas para serem meninas. Outra das brutalidades burguesas, patriarcais, capitalistas, blablabla. O fim absurdo da separação é apoiada por grande parte dos professores e por toda a burocracia da Secretaria Municipal de viés ainda mais à esquerda do PT.
São Paulo tem 466 anos, Fernando Haddad, o poste que Lula conseguiu instalar em São Paulo com financiamento do Petrolão segundo a Lava Jato, degradou a cidade por 4 anos, com a mais brutal má gestão e equívocos celebrados pelo eixo PUC-USP-Vila Madalena e adjacências socioideológicas. Mas o que são 4 anos em 466? Muita coisa, pois não moramos num país, mas numa cidade. É onde se opera o cotidiano, onde tudo se particulariza e se encontra. É nela que nossos filhos começam a frequentar a escola e fazem os primeiros amigos, é nela que vamos ao cinema, ao restaurante preferido, àquela mostra de brinquedos antigos, ao mecânico de confiança. Ficam na cidade aquele prédio histórico, aquele parque com uma espécie rara de flor, o bar da moda e aquela livraria charmosa que queremos mostrar a amigos e parentes vindos de fora para nos visitar: a cidade é real como o “imaginário daquilo que imaginamos que somos”; o país é quase abstração; e, se ambos se transformam no tempo como tudo o mais, é na cidade que o tempo se revela a cada instante.
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Desafio os artistas; os humoristas-a-favor de ladrão; as castas privilegiadas e ideologicamente dogmáticas encasteladas nas universidades e protegidas da crise por integrarem os grupos privilegiados do funcionalismo público do Estado patrimonial; os descolados-tipo-bacanas que ainda acham chique ser de esquerda, enfim, desafio toda essa gente que ainda cacareja o “fora, Temer” a encontrar apenas um pai e uma mãe com filhos até 14 anos (para ficar no limite de idade da alçada da prefeitura), habitantes do mundo exterior ao da pose-tipo-assim-descolada-esquerda-chique, favoráveis ao fim da separação dos banheiros nas escolas públicas.
Não só a Lava Jato e a crise econômica inédita levaram o eleitor a praticamente abolir o PT das prefeituras do país nestas eleições inesquecíveis de 2016 que o partido desejará esquecer, mas sobretudo o fato de a súcia e simpatizantes desconhecerem o país e insistirem em ignorar as necessidades desesperadoras dele para ver nele bandeiras que ainda lhe são estranhas, enquanto também desconhecem a gente de carne, osso, costumes e valores próprios que o habita além das envelhecidas cercas ideológicas e dos manuais vigaristas e embolorados. Entre as prioridades da educação brasileira – em qualquer nível – não está o uso do banheiro das meninas pelos meninos e vice-versa, e forçar a questão a ser uma questão dá a medida do autoritarismo do PT e do desprezo que o partido tem por nossos interesses legítimos e nossos problemas reais que deseja substituir pela própria agenda.
Entre outras considerações aparentemente sensatas, todos os analistas estão dizendo que Alckmin é o grande vencedor destas eleições e que se habilita para disputar a presidência em 2018, que ACM Neto será o próximo governador da Bahia e que o PT é o grande pequeno derrotado. Mas eu diria que perdeu o PT, digamos, expandido, aquele que aglutina os blocos do “fora, Temer” e que acusam o impeachment de tropeço da democracia brasileira – esta mesma que conseguiu ficar de pé apesar de o ministro Ricardo Lewandoski ter chutado seu pilar, a Constituição, na presidência do julgamento que a protegeu, ao contrário do que ele diz.
Perdeu estas eleições quem olha para o Brasil de 2016 que anseia pelo futuro e vê um país coagulado no mundo extinto da guerra fria e da ditadura militar. A nação quer se arejar, a população mostrou isso hoje ao repelir o PT da gestão de onde a vida acontece – as cidades. Quando sai derrotado das eleições um partido que não a percebe como ela é, o grande vencedor é ela. Como cerzir um país? Não sei ao certo, mas desconfio que só é possível começar quando ele se livra daquilo que o impedia de começar.

Humor de Chico de Caruso no blog de Ricardo Noblat

A charge de Chico Caruso

Charge (Foto: Chico Caruso)

Humor de Miguel no blog de Ricardo Noblat

HUMOR

A charge de Miguel

Charge (Foto: Miguel)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A distância do materialismo prático e a ineficácia da ferramenta ideológica... Luiz Felipe Pondé

segunda-feira, outubro 03, 2016

Frase 'Viagra fez mais pelos humanos que o 

marxismo' ressoa entre 'haters' - 

LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 03/10

Há alguns anos, na primeira vez que fui entrevistado no "Roda Viva" da TV Cultura (2011), disse uma frase que até hoje ressoa: "O Viagra fez mais pela humanidade do que 200 anos de marxismo".

Legiões de "haters", essa nova atividade nascida com as redes sociais, abominam essa afirmação e a tomam como "alienada". O "hater" é o irmão gêmeo do "loser" –a diferença é que o "loser" não é histérico.
De fato, pode parecer uma comparação absurda, mas ela é, na verdade, bastante séria em termos filosóficos, sociológicos e psicológicos.

Mas, antes, deixemos claro que o contexto era de crítica ao marxismo, óbvio. Mas não ao marxismo como método materialista enquanto tal. Considero o método materialista uma ferramenta, entre outras, bastante eficaz na análise da história e da sociedade.

O que considero delirante é sua dialética metafísica envergonhada em nome do "bem político": a história não está caminhando para lugar nenhum, e a violência entre as "classes" é parte da violência generalizada do mundo, sem foco, sem destino, sem causa "racional", e quem se diz a favor do "bem político" é só gente autoritária e mentirosa.

Os marxistas estão errados em sua análise histórica metafísica. O marxismo se tornou (não era) um cabide de emprego para professores e intelectuais medíocres em geral.

Prefiro métodos mais modestos, como o do filósofo Isaiah Berlin (século 20). O autor inglês dizia que você pode ser um porco-espinho ou uma raposa em matéria de método de estudo ou pensamento.

Porcos-espinhos, como Marx e Freud, pensam que uma ferramenta grandiosa, à qual dedicam suas vidas inteiras, pode iluminar o mundo todo, ou quase todo ele.
Raposas, como o próprio Berlin, são intelectuais "vadios" e "volúveis", como raposas que cheiram tudo e usam tudo que lhe é útil sem "fidelidades conceituais quaisquer" ou respeito pela "totalidade" de conceito algum.

Para uma raposa nunca se está chegando perto de alguma "verdade definitiva", nem em termos de método, nem em termos de objeto.

Considero-me mais uma raposa do que um porco-espinho, por isso considero o materialismo histórico essencial como análise de mundo, mas o "resto" profético marxista (o que de fato é pregado pelos seus apóstolos) em nome do "bem social dos mais fracos", parece-me um delírio metafísico infantil ou perverso.

E o Viagra com isso? Filosoficamente, diríamos que ele faz parte do espectro materialista bioquímico, "apenas". Trata-se de uma molécula, "apenas". Fruto da pesquisa farmacêutica.

Quando afirmo que ele fez mais pela humanidade do que 200 anos de marxismo, quero dizer que uma "mísera" molécula faz mais pela humanidade do que um monte de gente "bem-intencionada" masturbando-se intelectualmente a fim de atingir seu próprio gozo moral de "gente legal" com o mundo.

Cientistas trabalhando em troca de salários ajudaram muito mais a humanidade com sua "mísera molécula" do que os revolucionários da igualdade.

Sociologicamente falando, uma medicação é fruto do interesse em lucro da indústria farmacêutica, normalmente vista pelos bonitinhos como malvada e porca capitalista, enquanto o marxismo é um grupo de pessoas pensando para o "bem" da humanidade. E aí vem o susto!

Os porcos capitalistas e seus alienados cientistas fizeram mais pela humanidade do que 200 anos de gente bonitinha junta "rezando".

Psicologicamente falando, o Viagra é a prova de que o materialismo bioquímico pode causar transformações psíquicas e psicossociais, às vezes, mais determinantes do que teorias mirabolantes sobre o que fazer para as pessoas superarem um dia a dia esmagador e sem sentido.

Com isso, não quero negar o valor da psicanálise nem certos efeitos nefastos de alguns psicofármacos, apenas dizer que, às vezes, a simples recuperação de funções fisiológicas essenciais leva a vida "para o lugar certo" rapidamente, sem discursos sofisticados sobre o que vem a ser a vida psicológica sã.

Esse é um caso semelhante ao da pílula anticoncepcional e o feminismo. Sem a pílula, o feminismo seria uma mera seita, como o marxismo se tornou.


O eleitor ditou a direção e a pauta da política daqui por diante...


E AGORA, ELEITOR?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 A campanha de 2014 foi das mais disputadas e requintadas que tive oportunidade de assistir. Há tempos essas contendas vinham avançando em magnitude, tornando-se mais e mais caras e sofisticadas. Um número significativo surpreendia pela densidade. Peças publicitárias de alguns candidatos a deputado, suas viaturas e cabos eleitorais cobriam e operavam em todo o Estado. Incalculável dinheirama irrigava verdadeiras máquinas de fazer votos. Passado o pleito, ficamos sabendo, pelas investigações da Lava Jato, que, em certos casos (logo saberemos quais), o dinheiro não era dos próprios disputantes nem provinha de legítimas doações privadas. Era nosso mesmo, era dos pagadores de impostos. Milhões desviados dos serviços públicos, das obras públicas e das empresas estatais haviam sido canalizados para custear eleições e compor bem apadrinhadas e numerosas bancadas.
Nossa democracia foi acometida por essa enfermidade. Se alguém anda por aí com lupa, bancando Sherlock a procura de um golpe, pode começar por este que aponto: o golpe proporcionado pela gigantesca ilicitude eleitoral que, penosamente, foi se descortinando ante nossos olhos. Ao longo de sucessivos pleitos, ele drenou recursos ilícitos para eleger candidatos e bancadas que por outros meios não seriam vitoriosos. Quantos acumularam mandatos que não mereciam e deformaram a representação política da sociedade? Nada melhor do que a campanha agora finda para mostrar a diferença. Pode-se atravessar Porto Alegre, por exemplo, em várias direções, sem saber que centenas de candidatos somam trocados e tentam comunicar aos eleitores sua presença na disputa. Quando some o dinheiro fácil, a vida fica difícil.
Passamos, porém, de um extremo a outro. A regra hoje vigente concede enorme privilégio a quem já tem mandato e busca uma reeleição para a qual, bem ou mal, trabalhou ao longo de quatro anos. Quem entrou na disputa como aspirante novato dispôs de dois meses para cochichar sua campanha nas redes sociais. Ainda assim, pensando nas assimetrias a que estávamos habituados, considero preferível uma refrega em que o dinheiro é curto para todos. Competição política de baixo custo, útil e efetiva, só teremos com a distritalização do voto. Sem ela, andaremos da casa arrombada à tranca de ferro. Com ela, teremos menos candidatos em confronto num espaço geográfico limitado onde todos fiscalizam todos.
Reflitamos mais detidamente sobre estas horas em que a democracia abre a janela. O voto é um momento de participação ao qual todos são chamados. Mas cuidado! A participação socialmente benéfica é a esclarecida, do bom cidadão. Essa condição independe de viés político ou ideológico, terrenos onde se configuram as disputas. E quem é o bom eleitor? É o que reconhece a importância da política. É o capaz de fazer renúncias em favor do bem de todos. É o que sabe ser, o parlamentar, um representante de opinião e, por isso, confia seu voto a alguém cuja vida, critérios, princípios e valores conhece e aprecia. De fato, embora descurada por muitos, a função mais nobre do parlamentar é a de expressar sua convicção nas matérias que propõe ou naquelas que aprova ou rejeita durante as deliberações. E são aquelas afinidades as que de fato importam na hora de eleger um vereador, ou deputado ou senador. Se a escolha corresponder a um "impeachment" no atraso, na demagogia e na mentira, melhor ainda.
Todos os demais, a saber, a multidão dos desinteressados, dos venais, dos que só cuidam de si mesmos, dos que se deixam conduzir pelo nariz por demagogos e corruptos, dos que sujam a cidade e dos fora da lei fariam grande bem se ficassem longe dos locais de votação ou se votassem branco ou nulo. As urnas dispensam o voto em "qualquer um", a má intenção, o desinteresse e a ignorância política colhida da omissão. Aos bons cidadãos que, por desanimados e enojados, recusam todos os candidatos, em pacote, lembro que é aos piores políticos que essa omissão favorece. A ideia de que são todos iguais é falsa. Há os melhores e há os piores. Todos sabemos isso. Escolha os melhores e faça um bem ao município. Vote.
Especial para ZERO HORA
1º de outubro de 2016

"As urnas falaram..."Nilson Borges Filho

segunda-feira, outubro 03, 2016

A DERROCADA PETISTA

Por Nilson Borges Filho (*)
As urnas falaram. O recado do eleitor brasileiro foi direto ao ponto: PT nunca mais. Em Minas Gerais, que no último pleito elegeu o petista Fernando Pimentel governador e Dilma Rousseff presidente da República, se recuperou em parte do vexame de 2014. Das 113 prefeituras administradas pelo Partido dos Trabalhadores sobraram apenas 38 com o resultado deste domingo.
Em São Paulo, um neófito em política, desacreditado pelo seu próprio partido, arrasou com o candidato Fernando Haddad, que tentava a reeleição pelo PT. João Dória que se apresentava como gestor e não como político tradicional liquidou a fatura na primeira volta. O candidato petista ficou com míseros 16,70% dos votos válidos. Um fracasso, que até meses atrás se apresentava como uma opção do PT para o governo paulista.
Das 70 prefeituras petistas de 2012 restaram 8 em todo o Estado de São Paulo. Nas capitais apenas Rio Branco elegeu o candidato petista. A situação em São Paulo chegou ao limite de o candidato Fernando Haddad ter gravado a participação do Lula no seu programa de TV e não ter levado ao ar em consequência da alta rejeição do ex-presidente.
Em Porto Alegre, o candidato do PT, o ex-prefeito Raul Pont, apoiado por Dilma Rousseff, ficou fora do segundo turno. No Rio de Janeiro a candidata do PC do Jandira Feghali, apoiada pelo PT e por Dilma Rousseff, conseguiu 3,34% dos votos depositados nas urnas cariocas
O ABC paulista, local de nascimento do Partido dos Trabalhadores, se transformou em ninho tucano. A narrativa do golpe cantada e decantada fracassou nas urnas. O eleitor não deu a mínima para o discurso vigarista de que o impeachment de Dilma Rousseff, por crimes de responsabilidade, foi um golpe parlamentar. Após este 2 de outubro, as viúvas do lulopetismo precisam urgentemente buscar uma outra narrativa para o afastamento da presidente eleita com dinheiro roubado da Petrobras. O discurso do golpe não colou nessas eleições. 
Em Curitiba, Roberto Requião, defensor incansável de Dilma Rousseff, conseguiu 5,6% de votos para próprio filho. Em Belo Horizonte, o governador Fernando Pimentel sitiado no Palácio das Mangabeiras, não deu as caras nessas eleições. 
Enrolado até o pescoço nas investigações da operação Acrônimo, Pimentel deixou o candidato do seu partido - deputado Reginaldo Lopes – na rua da amargura. Sem projeto, sem partido confiável, com discurso repetitivo e fora do eixo do “golpismo”, Reginaldo vai voltar para Brasília com 7,27% de votos. Na verdade, em Belo Horizonte os padrinhos dos candidatos sairão com os bolsos vazios: Pimentel derrotado com Reginaldo Lopes, Márcio Lacerda, atual prefeito, apostou em Délio Malheiros e se afundou juntamente com o afilhado. Caso Márcio Lacerda tivesse alguma intenção de disputar o governo do Estado em 2018, as urnas deste domingo frustraram seu objetivo.
Aécio Neves, que perdeu o governo e Minas para o PT em 2014 e no mesmo certame a presidência para Dilma Rousseff, até agora não ganhou nada em Belo Horizonte. João Leite, candidato tucano, chega ao segundo turno com Alexandre Kalil. Candidato neófito em política, sem tempo de propaganda eleitoral, bancado por um partido nanico (PHS) e com um discurso rasteiro, em que joga para arquibancada, Kalil se coloca como um novo fenômeno eleitoral em Belo Horizonte.
Aécio Neves e Antônio Anastasia, senadores e ex-governadores, depois de 12 anos dominando a política mineira não conseguiram liquidar a fatura em primeiro turno elegendo o deputado João Leite. O segundo turno em Belo Horizonte será um teste para Aécio Neves visando 2018.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito. Foi professor do Curso de Direito da UFSC e do Departamento de Ciência Política da UFMG.

domingo, 2 de outubro de 2016

Gaucho-Tanz von Stier Bandit als Dank!

O touro ficou anos enjaulado. Um dia, este homem o tirou da jaula. 
Veja seu comportamento de gratidão após a liberdade ...!

O PT é criador de demandas socioeconômicas para a história política do Brasil ...!



Arnaldo Jabor: O exército do ‘Fora, Temer’

Me expliquem por que a palavra de ordem é “golpe, golpe”. Como assim?

Por: Augusto Nunes  
Publicado no Globo
Eu também quero ser feliz. Fico com inveja dos manifestantes que berram “Fora, Temer”, orgulhosos, iluminados pela certeza de que lutam pelo bem do Brasil. Tenho inveja deles. Nada é mais cobiçado do que a chamada “boa consciência”, a sensação de estar do lado certo da história ou da justiça. Tenho inveja de famosos artistas e intelectuais que aderiram à causa do “Fora, Temer”, se bem que ainda não consegui entender o labirinto ideológico dentro de suas cabeças que desemboca nesses protestos. Fico inquieto, mas logo me tranquilizo, porque eles, pessoas especiais, têm um fino saber e se tivessem tempo (ou saco) me elucidariam sobre suas profundas razões. Esforço-me, mas ainda não alcanço essa profundidade. Acho que tenho de me rever, fazer uma autocrítica. Talvez eu seja levado por minha cruel personalidade que, como eles dizem, não deseja o progresso do País. Eu sei que, ai de mim, talvez eu não passe mesmo de um fascista neoliberal, mas também sou um ser humano. Por isso, me entendam – eu quero ser salvo, doutrinado, catequizado pelo saber histórico dos manifestantes. Peço, por favor, que me ajudem a entender suas teses, para que eu saia das trevas da ignorância. Eu sou um pobre homem alienado, mas quero me atualizar. Por isso, trago algumas perguntas para me livrar dessas dúvidas pequeno-burguesas.
Por exemplo:
Me expliquem porque a palavra de ordem é “golpe, golpe”. Como assim? – pensei, na minha treva: se a Suprema Corte, o Congresso, o Ministério Publico, a PGR, a Ordem dos Advogados, a Associação dos Magistrados do Brasil levaram nove meses para cumprir o ritual constitucional e legitimaram o impeachment, por que é golpe? A turma do “Fora, Temer” deve saber. Talvez, alguém da direita tenha envenenado a mente desses juízes, congressistas, advogados e procuradores. Quem, na calada da noite, se reuniu com eles e juntos planejaram um golpe contra a Dilma? Imagino a cena, tarde da noite num bar de hotel: ministros e juízes bebem e celebram, às gargalhadas, um plano para arrasar o PT. Me expliquem esse mistério, pelo amor de Deus.
Vejo, com assombro de inocente inútil, que ignorei a estratégia bolivariana quando Dilma declarou em campanha que, na economia, estávamos bem. Frívolo que sou, achei que o Dilma estava mentindo; mas, logo lembrei que era “mentira revolucionária” para ser eleita – hoje, entendo que Dilma fez bem em encobrir um rombo de 170 bilhões de reais com dinheiro dos bancos públicos.
Quebrou-se a Petrobras, mas já posso ouvir nossa “intelligentsia”: “os fins justificam os meios e, se a Petrobras era do povo, seu dinheiro podia ser expropriado para o bem do povo”. Na mosca. Espantei-me com a visão de mundo que justificou a compra da refinaria de Pasadena por um preço 30 vezes maior; pagamos por uma lata velha um bilhão e meio de dólares. Mas eu, um idiota da objetividade, tenho a convicção de que vocês me revelarão a límpida verdade: Dilma sabia da venda, mas fez vista grossa em nome de nossa salvação. Afinal, o que são um bilhão de dólares diante do socialismo (ou brizolismo) triunfante que virá?
Às vezes, em minha hesitante mediocridade, temi que os 50 mil petistas empregados no governo estivessem trabalhando para o PT e não para a sociedade, mas já ouço a voz de grandes artistas explicando-me, com doce benevolência, que a sociedade não é confiável e que os petistas não eram infiltrados, mas vigilantes de sua missão no futuro.
Houve um momento em que achei, ingenuamente, que a nova matriz econômica de Dilma e Mantega era o rumo certo para a catástrofe. Ou para o brejo. Mas, sei que os sapientes comunistas dirão que esse será um brejo iluminista que acordará as mentes para a verdade. Assim, respiro aliviado. Entendi-os: “mesmo a ruína poderá ser didática”. Eles dirão, imagino, que um poder popular não podia se ater a normas econômicas neoliberais e tinha de estimular o consumo. Isso criou 12 milhões de desempregados? Sim, mas, nossos teóricos rebaterão que, mesmo quebrando o País e provocando inflação, esses 12 milhões sentiram o gostinho das geladeiras e TVs e que isso é a criação de um desejo para o socialismo. Na mosca.
Confesso também que fiquei desanimado com o atraso de todas as obras prometidas, que o PAC não andou, que não devíamos financiar portos e pontes em Venezuela, Angola e Cuba, mas eles me ensinarão que a solidariedade internacional bolivariana é fundamental para a vitória de seu projeto. Quero me penitenciar também por ter me entusiasmado com a Lava Jato, que considerei uma mutação histórica. Depois, lendo os jornais e as explicações de gente lúcida como a barbie-bolivariana Gleisi Hoffman e Lindbergh Farias, o homem que salvou Nova Iguaçu, voltei atrás e vejo que Moro e seus homens não passam de fascistas que querem impedir o avanço das forças do progresso. A Lava Jato, hoje o sei, é de direita.
Às vezes, reacionários criticam o governo Dilma por gastar muito em publicidade, porque desde o início do governo do PT foram gastos 16 bilhões de reais. Eu achava isso errado, mas sábias palavras me provarão que a população é uma grande “massa atrasada” e que há que lhes ensinar a verdade do capitalismo assassino.
Também achei pouco elegante a difusão pelo mundo da tese de que um golpe terrível tinha se passado no Brasil, achei que uma presidenta não podia espalhar uma difamação sobre o próprio país. Mas, artistas e intelectuais vão sorrir com superioridade e me ensinar (já os vejo…) que a adesão internacional é mais importante que velhas fronteiras nacionais.
Por isso, creio que estou pronto para minha reforma mental. Estou pronto para renegar minhas dúvidas pequeno-burguesas. E logo poderei fazer parte daqueles que invejo por seus rostos iluminados de certeza, por sua sabedoria acima da história e do obvio.
Assim, poderei participar desses protestos, me sentir um revolucionário e gritar, de punho erguido e fronte alta: “Fora, Temer!!”.

As melhores fotos...

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sábado, 1 de outubro de 2016

A Lava Jato está interessada em ouvir Renan Calheiros e seu envolvimento com propinas ...

sábado, outubro 01, 2016


É BOMBA! REPORTAGEM DE 'VEJA' REVELA QUE A LAVA JATO SE APROXIMA DE RENAN CALHEIROS, O PRESIDENTE DO SENADO.

Reportagem exclusiva da revista Veja que chega às bancas neste sábado retoma de certa forma a sequência de excelentes reportagens políticas depois do repentino voo rasante cometido pelo nefasto passaralho sobre a redação. Nem é preciso assinalar isto, afinal os leitores mais atilados e fiéis  assinantes da publicação já haviam voado no sentido contrário do passaralho rumo a outras plagas editoriais.

Seja como for, remediar é alternativa para publicações impressas que sofrem um devastador efeito corrosivo da internet, sobretudo das redes sociais, sites e blogs independentes. Mais à frente esses grandes veículos de mídia em nível nacional e internacional terão de ajustar-se à exigentes demandas dos leitores. A primeira providência será depurar as redações purgando-as do nefasto controle do jornalismo ideológico que reinou folgado até que a internet se consolidasse.

Retomando o mote deste post, trago para os leitores um resumo da reportagem-bomba de Veja desta semana cuja capa conforme ilustração acima, revela que o ex-todo-poderoso Renan Calheiros, o presidente do Senado, poderá se encontrar em Curitiba com Antonio Palocci e, quem sabe, até lá, com Lula da Silva, dentre outras figuras do finado "Partido dos Trabalhadores". 

Deve-se colocar o nome completo do PT entre aspas, porque, convenhamos, a designação tão honrosa de "trabalhadores" soa agora, depois de tudo o que veio à luz pela Lava Jato, como um sacrilégio, uma ofensa grave a todos os brasileiros que ralam no dia a dia, que estudam, que trabalham duro para garantir o pão de cada dia de suas famílias. 

Dito isto, transcrevo um aperitivo da reportagem de capa de Veja revelando que Renan Calheiros pode ser a bola da vez. Leiam:
Parente, numa pescaria: intermediários e locais de entrega.Fotos: Veja by Andressa Anholete/AFP

PEIXÕES GRAÚDOS

Em sua caçada montante, a Operação Lava-Jato nunca esteve tão perto de capturar o terceiro homem na linha de sucessão da República: o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, que preside o Senado Federal. VEJA teve acesso a um despacho sigiloso do ministro Teori Zavascki, cuja leitura traz quatro revelações:
• O homem da mala do PMDB, o empresário e advogado Felipe Rocha Parente, fez um acordo de delação premiada e apresentou cinco anexos, como são chamados os itens que compõem a lista do que o delator pretende detalhar.• Em um dos cinco anexos, Parente conta que entregava propinas para a cúpula do PMDB. Eram fruto de dinheiro desviado da Transpetro, subsidiária da Petrobras.• Entre os beneficiários das propinas saídas da Transpetro, estão Renan Calheiros e seu colega de Senado Jader Barbalho, do PMDB do Pará.• O anexo de Parente ainda precisa ser comprovado no curso da delação, mas já foi confirmado por pelo menos três delatores.
As revelações do despacho de Teori jogam luz sobre um dos momentos mais barulhentos da Lava-Jato, ocorrido entre maio e junho passado. Nessa ocasião, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de uma só tacada, pediu ao Supremo Tribunal Federal que decretasse a prisão de Renan Calheiros, do senador e então ministro do Planejamento Romero Jucá e do ex-presidente da República José Sarney. Os três peixões graúdos do PMDB haviam sido gravados por Sérgio Machado, que comandou a Transpetro durante doze anos por indicação da cúpula peemedebista. Machado negociava um acordo de delação premiada e tentava reunir evidências que sustentassem a estrondosa revelação que faria tão logo assinasse o acordo: como foram distribuídas propinas de 100 milhões de reais ao partido que hoje governa o país.
As prisões pedidas por Janot foram rejeitadas pelo Supremo, mas, em segredo, os investigadores fecharam um acordo de colaboração com Felipe Parente, o entregador de propinas. Do seu depoimento, surgiram os laços que comprometem o PMDB com a Transpetro. O lado visível desses laços já era conhecido. Renan Calheiros era um dos principais fiadores da permanência de Sérgio Machado no comando da Transpetro. O lado invisível apareceu com a delação do próprio Sérgio Machado, que contou que Renan era bem remunerado pela fiança. No início do esquema, recebia um porcentual sobre cada contrato assinado com a estatal. Depois, optou por um mensalão de 300 000 reais, que eram repassados pelo próprio Sérgio Machado, segundo ele mesmo. Em anos eleitorais, o numerário se multiplicava. De 2004 a 2014, Renan embolsou 32 milhões de reais, ainda segundo Machado. Desse total, pelos cálculos do delator, empreiteiras do petrolão simularam ter doado 8 milhões de reais ao diretório nacional do PMDB. Os outros 24 milhões foram entregues em dinheiro vivo. É nessa etapa — na entrega em dinheiro vivo — que entra Felipe Parente. Ao menos até 2007, era ele quem fazia entregas a Renan, conforme contou Sérgio Machado.
Em seus depoimentos, mantidos em sigilo, Felipe Parente confirmou ter distribuído propina da Transpetro a pedido de Sérgio Machado. Citou nomes, lugares e circunstâncias em que o dinheiro foi entregue. Para oferecer provas concretas, deu informações sobre hotéis onde se hospedou para finalizar o trabalho. Contou que, numa ocasião, foi orientado a deixar a “encomenda” destinada ao senador Jader Barbalho com uma tal de “Iara”. Os investigadores chegaram a Iara Jonas, senhora de pouco mais de 60 anos, assessora de confiança de Jader Barbalho. Lotada no gabinete do senador, com salário de quase 20 000 reais, ela trabalha para a família Barbalho há 22 anos. Apresentado à fotografia de Iara, Parente reconheceu-a como a destinatária do dinheiro. Do site da revista Veja

Palocci jogou fora sua biografia por aceitar negócios escusos .../ IstoÉ

REPORTAGEM-BOMBA DE "ISTOÉ" REVELA TUDO SOBRE O PETISTA ANTONIO PALOCCI, O HOMEM DE R$ 200 MILHÕES.

O texto que segue abaixo é parte da reportagem-bomba da revista IstoÉ que chega às bancas neste sábado. Revela em detalhes a trajetória de um integrante do dito 'núcleo duro' do PT: Antonio Palocci, que ficou mais conhecido com o denominado escândalo Francenildo, o caseiro de uma casa misteriosa que também ficou conhecida como a "mansão dos prazeres", em Brasília, locus onde grandalhões (hoje nanicos) do PT armavam os esquemas que pretendiam eternizar o partido vermelho no poder. O caseiro Francenildo abriu o bico e a casa caiu. Palocci caiu também e passou a agir nas sombras. Sombras escuras sobre as quais a Operação Lava Jato lançou um facho de luz devastador.
A reportagem de IstoÉ faz um inventário do que se sabe até agora. Segue a parte inicial da reportagem com link ao final para leitura completa. Leiam:  
Preso na última segunda-feira 26, Antonio Palocci atravessou a recepção da Superintendência da Polícia Federal do Paraná meio sorumbático. Cabisbaixo, mal conseguiu reparar no quadro que adorna a entrada da carceragem em Curitiba com a imagem de uma onça agressiva – “a fera”, como costumam dizer os agentes penitenciários. Seu semblante abatido em nada lembrava o impávido ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma, protagonista do Petrolão, responsável por gerenciar negociatas que renderam cifras extraordinárias ao PT. Tampouco fazia jus ao physique du rôle do consultor milionário investigado pelo Ministério Público Federal. Pela primeira vez, em muitos anos, Palocci estava mais para Antonio, o médico sanitarista boa praça de Ribeirão Preto que debutou para a política em 1981 vendendo estrelinha do PT. De lá para cá, realmente, muita coisa mudou em sua vida. Preso pela Lava Jato, o petista é o retrato mais bem acabado do político que enriqueceu no poder – e graças ao poder.
Embarcando para a cadeia: Palocci sobe a escada de acesso à aeronave da Polícia Federal que o transportou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O 'MODUS OPERANDI' DO PT
No início dos anos 2000, antes de se eleger deputado, Palocci tinha um patrimônio que somava R$ 295 mil. Sua conta-corrente no Banco do Brasil apresentava um saldo de R$ 2.300. No Banespa, seus depósitos somavam R$ 148. A ascensão patrimonial foi colossal. Na última semana, o juiz Sérgio Moro bloqueou das contas pessoais – físicas e jurídicas – do petista um total de R$ 30,8 milhões. Entre os bens adquiridos por Palocci nos últimos anos figuram um apartamento nos Jardins, área nobre de São Paulo, avaliado em R$ 13 milhões e um escritório na mesma região, que hoje vale pelo menos R$ 2 milhões. A movimentação bancária do ex-ministro entre 2010 e 2015, a qual ISTOÉ teve acesso, revela números ainda mais exuberantes. Neste período, R$ 216,2 milhões passaram pelas contas de Palocci e de sua empresa de consultoria, a Projeto. Os serviços contratados, acreditam os procuradores, iam além dos conselhos. Muitas vezes, os serviços de consultoria propriamente ditos nem eram prestados. Traduziam-se em lobby. Em português claro: tráfico de influência em favor de grandes empresas junto aos governos petistas.
O enriquecimento e os valores movimentados pela firma de consultoria de Palocci acenderam o sinal de alerta entre os investigadores. Fundada em 2006, a Projeto recebeu R$ 52,8 milhões entre junho de 2011 e abril de 2015. Só em 2010, quando Palocci coordenava a campanha de Dilma, o ex-ministro teve ganhos de R$ 12 milhões. É um faturamento infinitamente maior do que o de prestigiadas assessorias de negócios do País. Conforme ISTOÉ adiantou com exclusividade em seu site, na última semana, duas novas investigações a respeito da evolução patrimonial foram abertas pala Procuradoria da República do Distrito Federal. As autoridades possuem fortes indícios de que os serviços oficialmente contratados pela Caoa e pelo Grupo Pão de Açúcar não foram prestados.

CONLUIO EMPRESARIAL

A primeira das apurações mira em valores recebidos do Grupo Pão de Açúcar. Ao todo, a firma de Palocci amealhou R$ 5,5 milhões do conglomerado varejista. O dinheiro era repassado pelo ex-ministro da Justiça falecido Márcio Thomaz Bastos. Chama a atenção o fato de os depósitos terem começado logo após Palocci ser anunciado ministro da Casa Civil da ex-presidente Dilma. O que por si só configuraria um conflito de interesses. As irregularidades se acumulam. Sequer há um contrato formal entre as partes. O próprio Grupo Pão de Açúcar reconheceu, depois de uma auditoria interna sob nova administração, não ter identificado qualquer serviço prestado pela Projeto. Na prática, acreditam os procuradores, a verdadeira razão dos pagamentos não podia ser registrada em papel: propina para Palocci defender os interesses da empresa.
A segunda apuração do MPF contra Palocci esquadrinha as suas relações com o grupo Caoa. A empresa automobilística aparece como a segunda principal cliente da Projeto. Pagou R$ 10 milhões à firma do petista. Uma parte dos depósitos ocorreu durante a primeira campanha de Dilma. Seria, de acordo com o contrato selado, para Palocci identificar e auxiliar em negócios na China. Não é o que acreditam os investigadores. “Aventou-se que o presente contrato destinar-se-ia, em verdade, a acobertar a prática do crime de tráfico de influência, ocorrido no processo de edição de medidas provisórias que, ao concederem benefícios fiscais à indústria automobilística, favoreceram sobremaneira a Hyundai-Caoa”, afirmou o procurador Frederico Paiva em despacho. A medida provisória, de fato, atendeu aos interesses da Caoa ao prorrogar as vantagens tributárias para montadoras instaladas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. O grupo comanda uma fábrica da Hyundai em Anápolis (GO). Por contratar “consultorias” similares, a Caoa se tornou alvo das operações Zelotes e Acrônimo. Em uma delas, há suspeitas de que teria pago R$ 10 milhões a Fernando Pimentel, então ministro da Indústria e Comércio de Dilma. Em troca, teria recebido benefícios fiscais. Clique AQUI para ler a reportagem completa e ver infográficos