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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Mais uma ação noturna e soturna da Câmara de Deputados Federais

sexta-feira, dezembro 09, 2016

EM SEGREDO E CONTANDO COM A CUMPLICIDADE DA GRANDE MÍDIA DEPUTADOS APROVAM 'LEI DA MIGRAÇÃO'. BRASIL SERÁ INVADIDO POR HORDAS DE IMIGRANTES.

Essas fotos são de Paris que vive o inferno da invasão de imigrantes
Se já não bastasse a esculhambação e a insegurança geral em que os brasileiros vivem depois dos desastrosos desgovernos do PT, a cambada de vagabundos da Câmara dos Deputados, salvo raras exceções, aprovou dia desses a "Lei de Migração", colocando por terra um dos últimos resquícios de segurança que restavam de pé. Agora, com a aprovação dessa lei as porteiras estão escancaradas.

Parece até que a discussão da matéria ocorreu em segredo. As centenas de jornalistas que cobrem o Congresso Nacional simplesmente escamotearam a informação enquanto a matéria era debatida.

Além da insegurança geral e irrestrita que faz o Brasil um dos países mais violentos do mundo, os cidadãos de bem que são a maioria dos brasileiros, terão de viver agora sob a ameaça terrorista como existe na Europa, pela invasão islâmica levada a efeito pela deletéria União Europeia e a ONU, essas duas organizações que operam a todo vapor o desmonte da civilização ocidental por meio do terror contando com uma miríade de ONGs esquerdistas.

A grande mídia só deu a notícia sobre essa tal "Lei da Migração", depois que foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Os jornalistas que cobrem o Congresso zelaram pelo silêncio obsequioso já que essa lei corresponde aos interesses desse dito "neocomunismo" edulcorado pela novilíngua do pensamento politicamente correto.

Por trás do lobby pela aprovação da matéria está a ONG Conectas que tem entre seus doadores organizações como a Fundação Ford e, como não poderia deixar de ser, a Open Society Foundations, do mega investidor George Soros, que financia uma penca enorme de ONGs esquerdistas no mundo inteiro e, evidentemente, também no Brasil. Convém ressaltar que sob os governos do PT floresceram no Brasil centenas dessas ONGs esquerdistas que também mamam dinheiro estatal. Se dizem organizações não-governamentais, porém vivem à custa de dinheiro público e ninguém sabe o montante.

O que é mais incrível é que os deputados e senadores participam desse esquema esquerdista, pois com facilidade e à sorrelfa da população brasileira, aprovaram uma lei que tem um tremendo impacto em termos de segurança nacional.

E então surgem algumas perguntas: os parlamentares estão fazendo isso por idealismo? Essas organizações ditas não governamentais prestam contas? Podem receber doações de empresas e fundações estrangeiras? Quais as leis que as regulam? Como são fiscalizadas? Afinal de contas essas ONGs movimentam muito dinheiro e têm grandes estruturas, empregam pessoas, etc.

Nesse episódio da aprovação dessa tal Lei de Migração, todas essas indagações são pertinentes. Afinal, esta é uma agenda esquerdista internacional que se insere dentro de um movimento já identificado como "globalismo". Entretanto, quando se fala no termo "globalismo", os lacaios comunistas dos veículos de mídia escarnecem, como fez recentemente um dos idiotas que integram o programa Manhattan Conection, da Rede Globo.

O fato é que com a maior facilidade - de graça é que não é - senadores e deputados aprovaram (já havia passado pelo Senado) sem que ninguém ficasse sabendo uma lei que coloca a população brasileira em insegurança total. Haja vista para o que está ocorrendo na Europa.
Site da ONG esquerdista Conectas comemora a aprovação da Lei de Migração

A LEI MALDITA

Transcrevo do site da revista IstoÉ matéria sobre a aprovação da Lei de Imigração que tem o apoio de todas essas ONGs e partidos esquerdistas, como PT, PSOL, PSTU, Rede da Marina da Selva e inclusive do PSDB. Leiam:
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta noite a Lei da Migração, que revoga o estatuto do estrangeiro de 1980, período da ditadura militar. Enquanto o Estatuto tinha como objetivo garantir a segurança nacional, a nova lei favorece a regularização de estrangeiros, trabalhadores qualificados que desejam permanecer no País e garante a acolhida aos refugiados, que hoje somam mais de 9 mil residentes no Brasil.
Ao substituir o Estatuto do Estrangeiro, o projeto estabelece que o estrangeiro tenha seus direitos garantidos e possam tirar documentos sem burocracia. Pelo texto, se o turista decidir ficar no País, ele poderá regularizar sua situação sem ter de sair do território nacional, como acontece hoje. O estrangeiro irregular, por exemplo, hoje acaba se sujeitando ao trabalho escravo, como acontece com imigrantes latino-americanos em diversos centros urbanos do País, porque têm dificuldade para tirar a carteira de trabalho.
O projeto aprovado hoje define, em geral, direitos e deveres do imigrante e do visitante, regula a entrada e a permanência de estrangeiros, estabelece normas de proteção ao brasileiro no exterior e define políticas públicas para o setor. O projeto, originário do Senado, voltará para a Casa porque a Câmara fez modificações ao texto.
Pela nova legislação, o estrangeiro passa a ter direitos equivalentes ao cidadão comum, como por exemplo, poder participar de protesto. A legislação em vigor atualmente prevê que o estrangeiro não pode participar de manifestação. “A mudança principal é a de paradigma. Sai da lógica da segurança nacional e passa a tratar o imigrante como ser humano”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa e Direitos Humanos da ONG Conectas.
SÓ BOLSONARO REAGIU
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) se opôs ao projeto. “Vocês estão escancarando as portas do Brasil para tudo quanto é tipo de gente. A Angela Merkel, atrás de um quarto mandato, acabou de endurecer a sua legislação sobre imigrantes, porque acabou de ser assassinada uma menina, depois de ser estuprada, que comoveu a Alemanha. O comportamento deles, a sua cultura, é completamente diferente da nossa”, declarou em plenário. “Nós não podemos, nesse momento de crise mundial, escancarar as portas do Brasil para tudo quanto é tipo de gente. Isso vai virar a casa da mãe Joana. Esse País é nosso, não é de todo mundo”, completou Bolsonaro.

“É uma lei de caráter humanitário. Vamos produzir uma agenda positiva neste Parlamento”, pregou a deputada Bruna Furlan (PSDB-SP). Diante da resistência da área ligada à segurança pública, a tucana disse que o grupo queria tirar os direitos dos imigrantes.

"Lula já frequenta o banco dos réus em 3 processos..." / Josias de Souza


Está cada vez mais difícil manter tese do complô

Josias de Souza
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Lula foi novamente denunciado à Justiça Federal. Dessa vez, a Procuradoria o acusa, em Brasília, de traficar influência para favorecer empresas em negócios com o governo —da compra dos caças Gripen pela Aeronáutica à prorrogação de incentivos fiscais para fábricas de automóveis. O PT e os advogados sustentam que Lula é vítima de um complô. Está cada vez mais difícil sustentar essa tese.
O enredo da nova denúncia é desalentador: invocando a influência de Lula, o escritório de um casal de lobistas azeitava negócios no governo. Em troca, repassarva dinheiro a um dos filhos do ex-presidente: Luiz Cláudio Lula da Silva. A coisa ocorreu entre 2013 e 2015, quando Lula já vestia pajama de ex-presidente.
Na conta da Procuradoria, os negócios renderam R$ 2,5 milhões ao caçula do pajé do PT. Agora, os envolvidos amealham a acusação da prática de três crimes: tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia ainda será analisada pela Justiça. Se for aceita, Lula será réu pela quarta vez.
Sim, é verdade. As pessoas esquecem. Mas Lula já frequenta o banco dos réus em um, dois, três processos —dois em Brasília, um em Curitiba. É uma pena que a sociedade acredite cada vez menos na tese da orquestração contra Lula. A essa altura, seria mais reconfortante enxergá-lo como vítima de um complô de procuradores, juízes, agentes federais e jornalisats para fazer de um personagem modelo um politico desonesto do que ter que admitir que tudo o que está na cara não pode ser uma conspiração da lei das probabilidades contra um inocente.

STF :"São onze ilhas que não formam um arquipélago." / J R Guzzo

J. R. Guzzo: Onze ilhas

O ministro “A” discorda do ministro “B” não porque vê as leis de outra maneira, mas porque os dois são inimigos pessoais, políticos ou ambas as coisas ao mesmo tempo

Por: Augusto Nunes  
Um país pode ter certeza de que está a caminho de grande confusão – ou, talvez, até de que já tenha chegado lá – quando começam a se repetir na vida pública situações nas quais é preciso escolher entre o errado e o errado. É um erro um ministro do Supremo Tribunal Federal tomar uma decisão considerada flagrantemente ilegal pela maioria dos colegas; fica pior ainda quando se trata de uma contribuição consciente à desordem política. É um erro que a direção do Senado Federal se recuse a respeitar a decisão tomada, e que seis ministros da mais alta corte de justiça do Brasil concordem com o ato de desobediência. O que está valendo nessa história, afinal das contas? Quem fala primeiro? Quem fala mais alto? Eis aí, na prática, o preço que os brasileiros estão pagando por uma realidade que se torna cada vez mais alarmante: o STF deixou de funcionar como um tribunal de justiça. Tornou-se, para efeitos práticos, um ajuntamento de onze indivíduos que se separam uns dos outros não por pensarem de modos diferentes sobre a lei, mas por que têm interesses pessoais contraditórios entre si. São onze ilhas que não formam um arquipélago.
Um ministro da suprema corte brasileira, hoje em dia, equivale àquele tipo de evento natural que cai na categoria dos chamados fenômenos irresponsáveis – raio, chuva, terremoto. São coisas que acontecem, simplesmente, sem controle nenhum por parte de quem sofre os seus efeitos; é certo, apenas, que todos pagam, assim como a população paga pelos repentes de um grupo de cidadãos que têm poder de mais e responsabilidade de menos. Ultimamente deram para governar o país, sem ter recebido um único voto, sem a obrigação de prestar contas por nada do que fazem e sem correr, jamais, o mínimo risco de perderem seus cargos. Como os poderes executivo e legislativo foram desmoralizados até o seu último átomo pela corrupção, a incompetência e a vadiagem, o STF cresceu de uma maneira doentia, e completamente desproporcional à sua capacidade de gerir conflitos. Já seria suficientemente ruim se o Supremo, com todas as suas disfunções, agisse dentro de mecanismos racionais, coerentes e previsíveis. Mas não é assim, como se comprova com frequência cada vez maior. As decisões do STF podem ser qualquer coisa. O que é feito num caso não é feito em outro igual – ou tão parecido que não dá para saber a diferença. O que está valendo hoje pode não estar valendo amanhã. O ministro “A” discorda do ministro “B” não porque vê as leis de outra maneira, mas porque os dois são inimigos pessoais, políticos ou ambas as coisas ao mesmo tempo; um acha que o outro simplesmente não tem o direito de estar no cargo. Falam em “principialogia axiomática”, “egrégio sodalício” ou “ofício judicante”, como se esse tipo de dialeto revelasse sabedoria; conseguem, apenas, ser incompreensíveis.
Perde-se, como resultado disso, tanto o senso de decência como o respeito à lei. Será mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, como na Bíblia, do que encontrar alguém a favor de Renan Calheiros entre os brasileiros que de alguma forma se importam com política ou questões da vida pública. É um tipo humano que praticamente só se encontra no Senado Federal e no STF. Um bode expiatório, afinal das contas, muitas vezes vale tanto quanto uma boa explicação – e Renan, com os onze processos que tem no lombo e todo o restante do seu repertório, é uma figura praticamente perfeita para o povo odiar. Mas quem está disposto, do mesmo jeito, a apontar algum herói entre os gatos pingados que votaram contra ele no Supremo? Situações de erro contra erro em geral não contêm inocentes.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

"Calma que o andor é de barro..."

Clique para ver
 http://imgur.com/WlqxkPT

"Data vênia, o STF miou" / Ricardo Noblat

Data vênia, o STF miou

Ricardo Noblat
Arte de Antonio Lucena
Cartão vermelho justiça (Foto: Arte: Antônio Lucena)
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), doravante fica combinado assim: réu por crime de peculato, como é o caso de Renan Calheiros, ou por qualquer outro tipo de crime, pode, sim, presidir o Senado, mas não pode suceder o presidente da República.
Não se descarta que no futuro, tão logo acabe o mandato de Renan como presidente do Senado, possam os ministros da mais alta corte de Justiça do país adotar outro tipo de entendimento. Afinal, três deles haviam votado de um jeito em novembro último e, ontem, mudaram seus votos.
Quanto a presidente da República, continuará em vigor o que manda a Constituição: aquele que por acaso vire réu será obrigado a se afastar do cargo de imediato. E a ele só poderá retornar depois de julgado e considerado inocente.
Também fica combinado assim: no caso de certas pessoas como Renan, elas podem ignorar decisões judiciais sem correr o risco de serem punidas. Basta que se recusem a ser notificadas por oficial de justiça, aleguem não estar em casa mesmo quando estiverem, e recorram em seguida da decisão que seriam obrigadas a cumprir.
Há que se levar em conta que certas pessoas não merecem o mesmo tratamento conferido às pessoas ditas comuns. Justamente porque não são comuns. São especiais. Poderosas, influentes, capazes de causar danos aos superiores interesses da Nação, elas pertencem à categoria das pessoas incomuns. Assim como Sarney, por exemplo.
Foi Lula, quando presidia o país, que identificou Sarney como “um homem incomum”. Estava certo, como ficou demonstrado pelo STF ao preferir ignorar o descumprimento de ordem judicial por parte de outro “homem incomum” – no caso, Renan, justamente mantido no cargo de presidente do Senado para não ser contrariado.
Por último, fica combinado assim: o Senado foi punido com a perda a prerrogativa de ficar na linha direta da sucessão do presidente da República enquanto for comandado por um réu. Mas a prerrogativa lhe será devolvida. Baste que ele passe ao comando de um não réu.
Revoguem-se as disposições em contrário até a eclosão de uma nova crise.
Dê-se por irrelevante, porque irrelevante é, que o STF miou como um gatinho quando se esperava que rugisse como um leão pondo ordem na selva. Culpem-se os tempos difíceis que vivemos. E a falta de estatura dos que nos representam, governam e interpretam as leis. Nada que não possamos reparar.
Ânimo! Ação! Só depende de nós!
Arte: Antônio Lucena

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

"ORGASMOS AUDITIVOS" / Percival Puggina


ORGASMOS AUDITIVOS

por Percival Puggina. Artigo publicado em 


 A estas alturas da história do Ocidente, o discurso político mais perigoso e mais prejudicial, porque produz verdadeiros orgasmos auditivos, é o que fala sobre a pobreza com intuito de gerar energia política.
Amar o próximo e dedicar zelo especial aos mais necessitados é mandamento divino e missão profundamente humana, que cada um deve cumprir segundo sua vocação, discernindo na pluralidade de meios que as circunstâncias proporcionam. Não obstante, junto a tantos e tão belos exemplos de amor e solidariedade, existem, na vida civil e, não raro, na religiosa, aparelhos políticos que vivem hipocritamente do discurso e para o discurso. São pessoas que se abastecem do poder que o discurso confere e, nos confortos da vida fácil, matraqueiam sua parolagem com vapores alcoólicos dos melhores vinhos e perdigotos da mesa farta.
Se ficassem nisso, seriam apenas hipócritas. O que os torna perigosos e prejudiciais é que sua falsa devoção inclui, para o melhor efeito político, a pregação do ressentimento e do ódio ao rico. É aí, é só aí, na construção do confronto, que efetivamente começam a fazer política e causar dano àqueles por quem dizem zelar. Não lhes basta fingir um conteúdo amoroso. A eficácia exige apresentar algo e alguém para odiar e combater. Então, o discurso arrasta consigo a luta de classes e uma retórica convenientemente estruturada para alcançar o efeito desejado.
O amor trambiqueiro ao pobre vai contra a própria ideia de riqueza. Com isso, adota mecanismos que sufocam as energias produtivas, penalizam investimentos, criam insegurança jurídica, tornam malvistos os empreendedores, põem em risco os bens individuais, elevam excessivamente a carga tributária, expandem a dívida pública e, inevitavelmente, produzem miséria e desemprego. Tudo por "amor ao pobre". Cada passo nesse malsinado caminho chuta para o acostamento as possibilidades de desenvolvimento social e econômico. E mais: os devotos do discurso, em nome dele, perdoam todos os malefícios que produziu ao longo da história. É por ele que recebem absolvição política os crimes e agressões à democracia e às liberdades cometidos por Fidel, Che Guevara, Chávez, Maduro e muitos outros. É por ele que se entrega ao silêncio o martírio de leigos e religiosos. É por ele que se desconsidera o fabuloso enriquecimento ilícito de tantos amantes infiéis da pobreza. É por ele, também, que se expõe a nação ao comando políticessoas sobre cujo despreparo não cabem quaisquer dúvidas.
Esse orgasmo auditivo resiste, até mesmo, ao teste do fracasso e da total inutilidade do discurso. A fé que ele gera é capaz de lançar ao mar toda uma cordilheira de evidências.

Andrew Solomon - Como os piores momentos de nossa vida nos tornam quem s...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Ferreira Gullar no blog de Ricardo Noblat





POEMA DA NOITE

Traduzir-se

Ferreira Gullar
Ferreira Gullar (Foto: Divulgação)
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
– que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?

Ferreira Gullar

"Você, leitor, tem medo da Lava Jato, do juiz Sérgio Moro, de passar uma temporada em Curitiba? Você está preocupado com a delação da Odebrecht? Não? Pois é. Eles sim!



O FILHO DO MEDO

por Percival Puggina. Artigo publicado em 


 No último dia 30, naquele horário em que se apagam luzes e televisores e se intensifica a atividade dos cabarés, saqueadores do Brasil transformaram um pacote de medidas contra a corrupção no oposto daquilo para o que foi concebido. Aves de rapina! Fizeram de um colibri algo à sua imagem e semelhança.
É fácil entendê-los. Quatro perguntas ao leitor destas linhas ajudam a esclarecer tudo. Você, leitor, tem medo da Lava Jato, do juiz Sérgio Moro, de passar uma temporada em Curitiba? Você está preocupado com a delação da Odebrecht? Não? Pois é. Eles sim. Eu os vi esganiçados aos microfones naquela sessão da Câmara dos Deputados. Destilavam ódio e vingança. Comportavam-se como membros da Camorra, da Cosa Nostra, da Máfia italiana. Sua conduta e seus discursos faziam lembrar animais encurralados. O pacote pró-corrupção foi um apavorado filho do medo.
Não é diferente a situação no poder vizinho. Mal raiara o sol, na manhã daquele mesmo dia, Renan Calheiros já cobrava a urgente remessa da encomenda para o protocolo do Senado. Queria votar tudo em regime de urgência e agasalhar-se com o mesmo cobertor legislativo. Aprovado em modo simbólico, o pacote só não foi adiante porque alguém cobrou que o voto fosse nominal. Nominal? Imediatamente abaixaram-se os braços e o plenário optou pela rejeição. Ouvido, Renan, o hipócrita, afirmou que a decisão fora muito boa e que a matéria não tinha, realmente, urgência.
Após o impeachment da presidente Dilma, esse foi, certamente, o episódio político de maior consequência para o futuro do Brasil. Ele noticiou à opinião pública dois fatos que, antes, seria impossível conhecer em toda extensão:
• A Orcrim, que constitui, no Congresso, verdadeira e atuante Frente Parlamentar do Crime, tem ampla maioria da Câmara dos Deputados, onde aprova o que quer;
• Os mesmos deputados, que tanto clamam contra os "vazamentos" de informações que os comprometem, vazaram a si mesmos, tornando conhecido seu desejo pessoal de conter as investigações, atacar os investigadores, acabar com as colaborações premiadas, preservar anéis e dedos. Entregaram-se, todos, ao juízo dos eleitores para o tribunal das urnas de 2018.
Agora podemos dizer a suas excelências que sabemos quem são e estamos vendo o que fazem. Agir assim numa crise como a que enfrentamos? Convenhamos. Depois da crise, vem o caos. E ninguém sabe o que há depois do caos. A Venezuela ainda não nos mostrou. 
Escrevo este artigo durante as manifestações populares deste 4 de dezembro. Enquanto isso, os poderes de Estado, em suas poltronas, assistem a manifestação do Brasil cuja indignação não é postiça nem indigna. Os cidadãos que lotam avenidas e praças em verde e amarelo, falando com seus cartazes e alto-falantes, são, em seu conjunto, a voz do dono. São a manifestação visível e audível da soberania popular.