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sexta-feira, 1 de abril de 2016

É sacanagem que não acaba mais... De manhã uma notícia, de noite outra que surpreende mais / Veja

BRASIL

Lava Jato: PF prende ex-secretário-geral do PT e 

empresário ligado a caso Celso Daniel

Foco da nova fase,  

batizada de 

Carbono 14,

 está no empréstimo fraudulento 

concedido pelo Banco Schahin ao PT de 

12 milhões de reais


Por: Laryssa Borges, de Brasília01/04/2016 às 08:05 - Atualizado em 01/04/2016 às 14:10






18Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão no Diário do Grande ABC, 
em Santo André (SP), na manhã desta sexta-feira (1), durante a 27ª fase da Operação 
Lava Jato (Foto: Peter Leone/futura Press/Folhapress)








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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a 27ª fase 
da Operação Lava Jato. Desta vez, o foco das investigações é 
um empréstimo fraudulento concedido pelo Banco Schahin, 
cujos recursos teriam sido usados para a quitação de dívidas 
do Partido dos Trabalhadores. Mais do que apenas o rastreamento 
do dinheiro, a nova fase, batizada de Carbono 14, traz de volta 
 fantasma do assassinato do ex-prefeito de Santo André 
Celso Daniel (PT).

Foram presos na nova fase o ex-secretário-geral do PT Silvio 
Pereira e o empresário Ronan Maria Pinto. O ex-tesoureiro 
do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman foram 
conduzidos coercitivamente. Silvinho, como é conhecido, 
chegou a ser incluído entre os réus do escândalo do mensalão, 
mas fez um acordo com a Justiça para realizar serviços à 
comunidade e não responder ao processo. Delúbio foi 
condenado no mesmo esquema a seis anos e oito meses de 
prisão por corrupção ativa.

Conforme publicou VEJA em 2012, o publicitário e operador
 do mensalão Marcos Valério revelou em depoimento à 
Procuradoria-Geral da República que Ronan Maria Pinto, 
um empresário ligado ao antigo prefeito, estava chantageando
 o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para não
 envolver seu nome e o do ex-presidente Lula na morte de Daniel.
 Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, pelo menos 
metade do empréstimo fictício contraído junto ao Banco Schahin 
acabou desaguando nos bolsos de Ronan.

As apurações do megaesquema de corrupção na Petrobras 
indicam que José Carlos Bumlai, empresário e amigo do 
ex-presidente Lula, integrou um esquema de corrupção
 que envolvia a contratação da Schahin pela Petrobras
 para operação do navio sonda Vitoria 10.000. A transação
 só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da 
Petrobras e ao PT. A exemplo do escândalo do mensalão,
 o pagamento de dinheiro sujo foi camuflado a partir da 
simulação de um empréstimo no valor de 12,17 milhões 
de reais do Banco Schahin, com a contratação indevida 
da Schahin pela Petrobras para operar o navio sonda 
Vitoria 10.000 e na simulação do pagamento do suposto 
empréstimo com a entrega inexistente de embriões de gado.
 Em depoimento, Bumlai admitiu que tomou o 
empréstimo para repassar os valores ao PT e 
detalhou que o dinheiro foi pedido pelo ex-tesoureiro da
 sigla Delúbio Soares.

"A fiar-se no depoimento dos colaboradores e do confesso
 José Carlos Bumlai, os valores foram pagos a Ronan 
Maria Pinto por solicitação do Partido dos Trabalhadores",
 disse o juiz Sergio Moro no despacho da 27ª fase.

Agora a Polícia Federal quer entender todos os capítulos
 dessa história e cumpre na manhã desta sexta doze 
mandados para aprofundar a investigação sobre o 
esquema de lavagem de capitais de cerca de 6 milhões 
de reais do empréstimo, considerado crime de gestão 
fraudulenta do Banco Schahin. As medidas estão sendo
 cumpridas em São Paulo, Carapicuíba, Osasco e Santo André.

A procuradoria afirma que o dinheiro desse empréstimo 
ao PT acabou gerando prejuízo para a Petrobras, já que 
os valores só foram liberados depois que o Grupo Schahin 
pagou propina para vencer a concorrência e ser operadora
 do navio-sonda Vitória 10.000. Apenas este contrato 
chegou a 1,6 bilhão de dólares.

Para a viabilização do esquema de pagamentos do 
empréstimo forjado ao PT, o dinheiro saiu de 
José Carlos Bumlai para o Frigorífico Bertin, que, 
por sua vez, repassou cerca de 6 milhões de reais a 
um empresário do Rio de Janeiro. Na sequência, ele
 fez transferências diretas para a Expresso Nova Santo 
André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria
 Pinto. Outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo 
empresário para recebimento de valores, como o jornal
 Diário do Grande ABC, também foram usadas para camuflar a transação.

Empresário com diversos negócios na região do ABC
 paulista, Ronan Maria Pinto é apontado pelo Ministério
 Público como um dos participantes do esquema de 
corrupção instalado em Santo André durante a administração
 de Celso Daniel. O nome do empresário, velho conhecido
 do PT, voltou à tona com a delação premiada do ex-diretor 
da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele 
disse que Bumlai obteve o empréstimo junto ao Banco 
Schahin e repassou 6 milhões de reais a Ronan. O nome
 da nova fase da Lava Jato, Carbono 14, é uma referência
 a procedimentos utilizados para a investigação de fatos 
antigos. As suspeitas envolvem crimes de extorsão, falsidade 
ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Em nota, Ronan negou as acusações e afirmou que sempre esteve à
 disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. "Mais uma
 vez o empresário reafirmará não ter relação com os fatos mencionados
 e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Lavo-Jato descobriu o Brasil...! // Sergio Roxo


Para MP, Lava-Jato pode ajudar a esclarecer caso Celso Daniel

Investigadores pedem acesso a citações sobre corrupção em Santo André
Sérgio Roxo, O Globo
As investigações da Operação Lava-Jato podem ajudar a esclarecer mistérios que ainda cercam o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), que completa 14 anos na próxima quarta-feira. O Ministério Público de São Paulo pretende pedir nos próximos dias ao juiz Sérgio Moro acesso às informações levantadas na apuração do Paraná sobre um empréstimo fraudulento obtido pelo pecuarista José Carlos Bumlai, cujos recursos podem ter sido usados para calar um empresário de Santo André, que teria chantageado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Operação Lava-Jato (Foto: Arquivo Google)Operação Lava-Jato (Foto: Arquivo Google)
A partir da análise dos documentos, o Ministério Público paulista decidirá se abre novas frentes nas investigações sobre o esquema de pagamento de propina que funcionava na prefeitura da cidade do ABC paulista e teria motivado o assassinato de Daniel. As informações levantadas pela Lava-Jato podem esclarecer se a cúpula do PT sabia dos desvios de recursos em Santo André.
A suposta ligação dos desvios no município paulista e o comando petista foi levantada em 2012, quando o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, citou, em depoimento à Procuradoria Geral da República, que foi abordado por um dirigente petista, em 2004, para obter R$ 6 milhões para pagar o empresário Ronan Maria Pinto. Ronan estaria chantageando Lula, então presidente da República, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, com ameaças de contar detalhes da corrupção na prefeitura do ABC. O depoimento de Valério foi usado por Sérgio Moro, em novembro, como um dos motivos para justificar a decretação da prisão preventiva de Bumlai, amigo de Lula.
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domingo, 20 de dezembro de 2015

Revista ISTOÉ tem confissão de amigo de Lula ... /


sexta-feira, dezembro 18, 2015


É BOMBA! BUMLAI, O AMIGO DE LULA, CONTA TUDO PARA A FORÇA TAREFA DA LAVA JATO. UMA VERDADEIRA CONFISSÃO, SEGUNDO REPORTAGEM DA REVISTA ISTOÉ

No meio político, a semana passada ficou fortemente marcada pela decisão do Supremo Tribunal Federal de dar uma guinada no rito do impeachment inicialmente estabelecido pela Câmara e pela anunciada saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para a força-tarefa da Lava Jato, outro fato se impôs como mais relevante e grave. Na segunda-feira 14, o pecuarista José Carlos Bumlai prestou um depoimento considerado nitroglicerina pura. Para os policiais federais, as palavras de Bumlai, amigo do ex-presidente Lula preso em Curitiba desde novembro, representaram mais do que uma delação premiada. Soaram como uma confissão. Em mais de seis horas de depoimento, o empresário reconheceu tudo o que havia refutado na primeira vez em que foi ouvido pelos integrantes da Lava Jato. As revelações colocam Lula e o PT numa encalacrada. Sem titubear, o pecuarista admitiu ter contraído em 2004 um empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin e repassou ao PT, por meio de laranjas.
O dinheiro, ainda segundo Bumlai, tinha uma destinação: abastecer as campanhas petistas. Em especial, a do ex-presidente Lula, candidato a reeleição em 2006. Bumlai foi além. Confirmou que, como contrapartida, o Banco Schahim foi contemplado com um contrato de R$ 1,6 bilhão para fornecimento de navios-sonda para a Petrobras. Para possibilitar o desvio, o contrato foi superfaturado. O modus operandi, acrescentou o pecuarista, teria se repetido em outras transações envolvendo outros laranjas, sempre tendo como beneficiário final as arcas do PT. “A estrutura da Petrobras era do PT”, disse o empresário aos agentes da PF.
O depoimento do pecuarista implica sobremaneira Lula por algumas razões fundamentais. A principal delas: Bumlai nunca foi empreiteiro nem mantinha negócios com a Petrobras. Agiu sempre em favor e em nome do ex-presidente como uma espécie de laranja dele e do PT. Perguntado pelos policiais federais sobre a motivação do empréstimo, o pecuarista disse: “Não iria custar nada a mim. Quis fazer um favor. Uma gentileza a quem estava no poder”. E quem estava no poder na ocasião? Lula, o presidente que forneceu a Bumlai um crachá para que ele pudesse ter acesso livre ao seu gabinete. Em recente entrevista, o presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul, Jonathan Pereira Barbosa, dileto amigo de Bumlai, contou que Lula costumava ligar para o pecuarista atrás de favores. “Eu estava com Bumlai, tocava o telefone e quem era? O ex-presidente. Pedindo que fizesse favor, isso e aquilo. Zé Carlos, muito gentil, concordava”. Ainda segundo Jonathan Pereira, Bumlai era constantemente chamado para “resolver uns problemas” para Lula em São Paulo e em Brasília.
O PODER DA INTIMIDADE 
Bumlai (no destaque), com Lula e Marisa em festa de Santo Antônio na Granja do Torto, em 2004.
No círculo íntimo do presidente Lula, todos sabem que o empréstimo junto ao Banco Schahin não foi a única gentileza feita pelo pecuarista ao amigão poderoso. Alguns préstimos já são públicos. Em depoimento à Lava Jato, o lobista Fernando Baiano disse que a pedido de Bumlai repassou R$ 2 milhões para uma nora de Lula quitar dívidas pessoais. Segundo apurou ISTOÉ, o fazendeiro ainda teria contribuído para aproximar o empresário Natalino Bertin, proprietário do Grupo Bertin, do clã Lula em meio às negociações para venda de uma fatia do frigorífico. A proximidade resultou em favores aos filhos de Lula. A pedido de Bumlai, Bertin disponibilizou um jatinho para os filhos do ex-presidente em São Paulo, entre 2010 e 2011.
As operações fraudulentas confirmadas pelo amigão de Lula foram trazidas à tona pela primeira vez em reportagem de capa de ISTOÉ em fevereiro deste ano. Àquela altura, Bumlai já era uma figura carimbada no Planalto, mas ainda pouco conhecida na cena política nacional. De lá para cá, foram lançadas luz sobre suas incursões no submundo do poder. Ninguém duvida mais de que ele privava da intimidade do ex-presidente Lula. Agora sabe-se, por exemplo, que Bumlai esteve ao lado de Lula e sua família em momentos bem particulares. Nas buscas realizadas durante a Operação Passe Livre, batizada com esse nome numa alusão ao acesso facilitado do pecuarista ao gabinete presidencial, os agentes federais encontraram fotos que confirmaram a grande proximidade dos dois. Numa das imagens, Bumlai aparece com Lula e dona Marisa Letícia festejando o dia de Santo Antônio na Granja do Torto no início do primeiro mandato do petista. Quem conhece os códigos do poder sabe que a presença num evento desses revela uma intimidade capaz de abrir portas a negócios escusos. O material fotográfico foi encontrado num dos endereços do pecuarista no Mato Grosso do Sul. Também foi encontrado um cartão de apresentação com o brasão da República, em nome da ex-primeira-dama. Daí o peso e a importância das revelações do pecuarista para os investigadores da Lava Jato. A confissão de Bumlai fez alguns procuradores o tratarem como “o laranja de Lula”.
GRUPO DA LAVA JATO IMPRESSIONADO
Também impressionaram os integrantes da Lava Jato a riqueza dos detalhes fornecidos pelo empresário e a semelhança no modo de atuar com outro operador petista: Marcos Valério. Em seu depoimento, Bumlai disse à PF ter sido procurado em 2004, segundo ano de Lula na Presidência da República, por pessoas ligadas ao PT. Entre eles estava Delúbio Soares, então tesoureiro do partido. O pecuarista disse que conheceu Delúbio no comitê da campanha presidencial de 2002. De acordo com o depoimento de 11 páginas, colhido pelo delegado Filipe Hille Pace, o grupo pediu a Bumlai que levantasse, em seu próprio nome, recursos junto ao Banco Schahin. “Delúbio esclareceu que se tratava de uma questão emergencial”, afirmou. O pecuarista disse ainda que, embora Delúbio não tivesse especificado no início a que se destinava o dinheiro, ele entendeu que seria para atender interesses do PT. Depois, teria vindo a confirmação de que o recurso era destinado a abastecer a campanha de Lula. A descrição e a época em que o negócio entre Bumlai e Schahin foi fechado remetem aos empréstimos tomados pelo empresário Marcos Valério nos bancos BMG e Rural para irrigar o caixa petista e de partidos aliados no primeiro mandato de Lula, o escândalo do mensalão.
Assim como os empréstimos contraídos por Valério, os R$ 12 milhões que Bumlai tomou emprestado no Schahin não eram para ser quitados. Em fevereiro deste ano, ISTOÉ teve acesso com exclusividade a relatório do Banco Central demonstrando que a operação foi liberada de forma irregular, “sem a utilização de critérios consistentes e verificáveis”. Para liberar a bolada, o  Schahin burlou normas e incorreu em seis tipos de infrações diferentes. De acordo com os procuradores da República que atuam na Lava Jato, há indícios de que o ex-ministro José Dirceu e o próprio Delúbio intercederam junto a Schahin para que o empréstimo fosse liberado. De acordo com delação de um dos acionistas da instituição financeira, Salim Schahin, os R$ 12 milhões emprestados ao Bumlai foram repassados a empresas do Grupo Bertin, do empresário Natalino Bertin, o mesmo que a pedido do pecuarista colocou seus jatinhos à disposição dos filhos de Lula. Na transação, os investigadores suspeitam que Natalino possa ter se encarregado de fazer pagamentos a terceiros, no caso laranjas, indicados pelo pecuarista. Bumlai ainda disse à PF acreditar que o empresário Salim Schahin usou o empréstimo de R$ 12 milhões para ocultar outras operações e negócios da empresa com o PT. Sempre para a formação de caixa dois eleitoral.

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CASO CELSO DANIEL RETORNA
Em um dos trechos da confissão, Bumlai reavivou o caso Celso Daniel, confirmando outra revelação feita por ISTOÉ em fevereiro deste ano. O pecuarista afirmou ao delegado da PF que teve ciência, em 2012, depois de um depoimento de Marcos Valério ao MP, de que parte do empréstimo contraído por ele junto ao Banco Schahin – cerca de R$ 6 milhões – seria destinado a comprar o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, conhecido como Sombra. Pinto ameaçou comprometer a cúpula petista no assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, entre eles o ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho. Numa tentativa de conseguir uma delação premiada, Valério chegou a afirmar há três anos que o pecuarista intermediou operação para comprar o silêncio de Ronan. Agora, a PF cogita convocá-lo novamente para depor a fim de que esclareça melhor o caso. CLIQUE aqui para ler a Reportagem Completa, fotos e infográficos

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O PT está se defendendo o tempo todo no jogo da Eleição... Parece um 'time' de perna-de-pau dando chutão para fora da área

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pps-cobra-convocacao-de-quadrado-na-cpi-da-petrobras


PPS cobra convocação de Quadrado na CPI da Petrobras

VEJA mostrou que condenado no mensalão também fez parte de operação montada para poupar a cúpula do PT no caso Celso Daniel

Gabriel Castro, de Brasília
O PODER E O CRIME - Enivaldo Quadrado (à direita), o chantagista, é pago pelo PT para manter em segredo o golpe que resultou no desvio de 6 milhões de reais da Petrobras, em outro caso de chantagem que envolve o ministro Gilberto Carvalho, o mensaleiro José Dirceu e o ex-presidente Lula
O PODER E O CRIME - Enivaldo Quadrado (à direita), o chantagista, é pago pelo PT para manter em segredo o golpe que resultou no desvio de 6 milhões de reais da Petrobras, em outro caso de chantagem que envolve o ministro Gilberto Carvalho, o mensaleiro José Dirceu e o ex-presidente Lula (Montagem com fotos de Ailton de Freitas-Ag. O Globo/Joel Rodrigues-Folhapress/Rodolfo Buhrer-Estadão Conteúdo/Jeferson Coppola/VEJA)
O PPS vai pressionar os integrantes da CPI da Petrobras para convocarem Enivaldo Quadrado, condenado no processo do mensalão e que também tem ligações com o esquema do doleiro Alberto Yousseff. VEJA revelou que ele chantageou – de forma bem sucedida – o PT para omitir a ligação do partido com a trama criminosa que precedeu a morte do então prefeito de Santo André Celso Daniel.
Quadrado recebeu dinheiro do PT para que não entregasse à Polícia Federal informações sobre outra chantagem: o pagamento de 6 milhões de reais ao empresário Ronan Maria Pinto, investigado por integrar uma máfia incrustada na prefeitura petista. O depoimento de Ronan tinha o potencial de arrastar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu para o caso. O empresário ameaçava delatar a existência de um esquema de cobrança de propina que teria funcionado com o aval do comando nacional do PT.

Os 6 milhões de reais foram movimentados por meio de um contrato de empréstimo entre a empresa 2S, do publicitário Marcos Valério, e a Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto – cuja convocação pela CPI o PPS também pede. Quadrado participou da trama ao contratar uma empresa que agiu de intermediária na negociação. 

A CPI vai se reunir nesta semana para ouvir Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e delator do amplo esquema de corrupção que beneficiou parlamentares. "O ideal seria aprovar um novo pacote de requerimentos já na próxima quarta-feira, quando a comissão se reúne para ouvir Paulo Roberto Costa", diz o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Política do Brasil vive aos 'trancos e barrancos' nas páginas da Policia do Brasil


O FANTASMA DO PREFEITO DO PT CELSO DANIEL, MORTO EM 2002, VOLTA A ASSOMBRAR OS COMPANHEIROS, A PARTIR DE DESCOBERTA DA POLÍCIA FEDERAL.

Foto da operação policial durante o achado do cadáver do ex-prefeito Celso Daniel, no meio do mato, em janeiro de 2002 em Itapecirica da Serra, em São Paulo.
Transcrevo na íntegra artigo do jornalista José Neumâne, publicado no jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira, 27, que se refere à reportagem veiculada pelo próprio Estadão no último sábado, a respeito de uma descoberta bombástica pela Operação Lavajato, que investiga lavagem de dinheiro pilotada pelo famigerado doleiro Alberto Yousseff. Na papelada apreendida pela Polícia Federal aparece um documento que faz emergir o nebuloso assassinato do prefeito petista Celso Daniel. Fica a pergunta: será que tal fato tem a ver com declaração do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que se habilitou recentemente ao uso da delação premiada para suavizar eventual pena que lhe será imposta, oportunidade, conforme foi divulgado, em que afirmou que se contar tudo não haverá eleição? Leiam e também vejam o vídeo abaixo da entrevista completa realizada com Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel pelo jornalista Augusto Nunes, e publicada em sua coluna no site de Veja em 13 de março de 2012:
Quem poderia imaginar que na quarta campanha presidencial posterior ao aparecimento do cadáver do prefeito de Santo André licenciado para coordenar o programa de governo da candidatura vitoriosa de Luiz Inácio da Silva, do PT, o fantasma de Celso Daniel deixaria o limbo para assombrar seus companheiros? E, pelo visto, o espírito vindo do além não se limitou a puxar o dedão do pé de uns e outros em sono solto, mas deixou-os a descoberto em pleno inverno. Para sorte deles, este inverno não tem sido tão gélido assim. Mas a alma é fria que só. E como é!
Sábado, em reportagem assinada por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, este jornal noticiou que a Polícia Federal (PF) apreendeu no escritório da contadora Meire Poza, que prestou serviços ao famigerado doleiro Alberto Youssef, contrato de empréstimo de R$ 6 milhões. O documento, assinado em outubro de 2004, reconhece dívida de tal valor, a ser paga em prestações em 2004 e 2005 pelas empresas Expresso Nova Santo André e Remar Agenciamento e Assessoria à credora, a 2S Participações Ltda. A primeira pertence a Ronan Maria Pinto, empresário do ABC e personagem do sequestro e morte de Celso Daniel, cujo cadáver foi encontrado no mato em Itapecerica da Serra em janeiro de 2002. A 2S pertencia ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas a pena de 37 anos, quatro meses e seis dias e multa de R$ 3,062 milhões.
O elo encontrado pelos federais entre o assassinato do principal assessor de Lula na campanha presidencial de 2002, o escândalo de corrupção do mensalão e as denúncias apuradas na Operação Lava Jato, protagonizadas pelo doleiro acusado de lavar R$ 10 bilhões de dinheiro sujo, estava numa pasta identificada como "Enivaldo" e "Confidencial". A PF supõe que este seja Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão.
A investigação em que o juiz federal Sérgio Moro encontrou provas suficientes para mandar prender o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que substituiu Sérgio Gabrielli na presidência da empresa 24 vezes, apurou que a corretora Bônus Banval não era de Enivaldo Quadrado, mas, sim, de Alberto Youssef. Costa, que o ex-presidente Lula, conforme testemunhos citados no noticiário do escândalo, chamava de Paulinho e teria oferecido ajuda nas investigações em troca de alívio na pena (pelo visto, ele conta até com a eventual liberdade), tem sido motivo de aflição de gente poderosa na República, temendo que suas revelações cheguem a comprometer a realização das eleições gerais de outubro.
O que já se sabe sem sua ajuda é grave. E a entrada em cena do espectro de Celso Daniel - que não é Hamlet, mas já expôs parte considerável da podridão que reina nestes tristes trópicos -, se não alterar o calendário eleitoral, abalará significativamente a imagem de vários figurões que disputam o posto mais poderoso de nossa velha e combalida República.
Em depoimento ao Ministério Público (MP) em dezembro de 2012, também revelado pelo Estado, Valério, chamado pejorativamente de "carequinha" pelo delator Roberto Jefferson, seu colega no banco dos réus do mensalão, contou que dirigentes do PT lhe pediram R$ 6 milhões a serem destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. Conforme o depoente, o dinheiro serviria para calar Ronan, que estaria chantageando Lula, o secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu. Gilberto Carvalho, conforme se há de lembrar quem ainda não perdeu a memória, tinha sido secretário de Celso Daniel e foi acusado pelos irmãos deste de transportar malas com as propinas cobradas de empresários de ônibus em Santo André para Dirceu, à época presidente do PT.
De acordo com a reportagem do Estado no sábado, há 20 meses "o PT não se manifestou oficialmente, mas dirigentes declararam que ele não merecia crédito". Com a descoberta do documento, contudo, parte da versão de Valério - a que se refere à "dívida", embora não se possa afirmar o mesmo em relação ao motivo desta - deve ter passado a merecer crédito, se não do PT, ao menos da PF. Crédito similar, por exemplo, ao dado pelo partido no poder federal ao chamado "operador do mensalão" quando o mineirinho emergiu como o gênio do esquema de distribuição de dinheiro, que o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, desvendou de maneira lógica e implacável.
O documento assinado por Valério nos papéis da contadora do doleiro acaba com qualquer dúvida, se é que alguém isento e de boa-fé possa ter tido alguma, de que nada há a imputar de político ou fictício à condenação de Dirceu, Valério, José Genoino e outros petistas de escol a viverem parte de sua vida no presídio da Papuda, em Brasília. Isso bastaria para lhe garantir a condição de histórico no combate à corrupção. Mais valor terá se inspirar o MP estadual a exigir da Polícia Civil paulista uma investigação mais atenta e competente sobre a morte de Daniel.
Ao expor a conexão entre o assassinato do prefeito, a compra de apoio ao governo Lula e a roubalheira desavergonhada na Petrobrás, a dívida contraída por Ronan põe em xeque todos quantos, entre os quais ministros do Supremo, retiraram a "formação de quadrilha" da lista de crimes cometidos por vários réus do mensalão. Negar a prática continuada por mais de dez anos de um delito em bando formado pelos mesmos personagens conotaria cinismo e até cumplicidade.
A delação de Paulo Roberto merecerá um prêmio, sim, se ele for capaz de informar quem são os verdadeiros chefões nos três delitos. Acreditar que possam ser um menor da favela, um publicitário obscuro e um doleiro emergente seria como nomear Papai Noel ministro dos Transportes. Do site do Estadão

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O silêncio revelador - - Ricardo Noblat - O Globo

O silêncio revelador - - Ricardo Noblat - O Globo



POLÍTICA

O silêncio revelador

O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos - sem desfecho à vista - escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas. Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT. Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos.
Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel. Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões.