Postagem em destaque

JOICE HASSELMNN perde a serenidade no "Inteligênciia Ltda"

Mostrando postagens com marcador mensalão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mensalão. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

... Contra o rumor, a notícia...! / Juan Arias / El País


COLUNA

A perigosa sacralização de Lula

“Meu corpo está mais arrebentado do que o corpo de Cristo depois do flagelo.”



O ex-presidente Lula.  AFP


Lula como o papa Francisco? Lula como Deus? Lula como Jesus Cristo? Essa sacralização do ex-presidente, hoje acusado pela justiça, nem o ajuda nem ajuda a sua legenda, o Partido dos Trabalhadores (PT), que aparece cada vez mais castigado nas urnas.
Nenhuma idealização religiosa, e menos ainda na política, é boa ou proveitosa. Para os crentes soa como irreverência e para os agnósticos, infantilismo.
O polêmico Ciro Gomes, possível candidato de novo à presidência do Brasil, disse, mordazmente, que Lula “brincou de ser Deus e se queimou”.
Os advogados do carismático ex-presidente, certamente o mais popular da democracia brasileira, acabam de fazer malabarismos para aproximá-lo do papa Francisco.
Querendo defendê-lo das acusações de corrupção que pesam sobre ele, acabam de fazer uma comparação entre ambos: “Como responsabilizar o papa Francisco pelas ações pessoais dos cardeais que cometam infrações?”. É o que poderia estar acontecendo com Lula, que considera estar sendo acusado das más ações de seus “cardeais”, não dele.
Foi tão sacralizado que ele mesmo caiu na tentação de se comparar com Jesus Cristo.
“Cristo não agradou a todos e, sem provas contra ele, acabou crucificado.” Lula também poderia ser condenado sem provas.
“No Brasil, só Jesus Cristo ganha de mim (em popularidade).”
“Meu corpo está mais arrebentado do que o corpo de Cristo depois do flagelo.”
“Em três anos Jesus mudou a história. O que fizeram com ele? Crucificaram-no.” Alusão a que ele mudou o Brasil e também o estão crucificando injustamente.
São estas algumas das muitas alusões de Lula a Jesus Cristo.
Tenho apreço pessoal pelo ex-sindicalista que, sem estudos e depois de ter sofrido a fisgada da pobreza, soube conquistar as urnas e se elegeu presidente da República. Até celebramos, minha mulher e eu, no dia em que ele ganhou as eleições.
Reconheço seu carisma pessoal, a atração que exerce sobre os mais pobres e os afagos que sempre lhe fizeram banqueiros e empresários milionários, com quem se entendeu sempre bem. Reconheço seu olfato político, superior ao da maioria dos representantes do Congresso. E sua incrível capacidade de metamorfosear-se.
Acredito, porém, que essa sacralização do personagem, hoje acossado pela polícia, o Ministério Público e a Justiça, sob graves suspeitas de corrupção pessoal, não só não o ajuda, como também o prejudica.
Precisamente porque não é nenhum deus, Lula tem de defender-se das acusações como se defendem todos os mortais.
Chegaria a dizer que Lula não precisa de advogados. Sabe, quando quer, ser o melhor advogado de si mesmo, como demonstrou no escândalo do mensalão em 2005, do qual saiu ileso após ter confessado, solenemente, ao país, pela televisão, que tinha sido vítima de seus colegas de partido.
Estou convencido de que sua melhor defesa seria, por se tratar de um personagem icônico, com projeção mundial, olhar a nação nos olhos e contar-lhe o que há de verdade ou de mentira nas acusações que o perseguem.
Tentar protegê-lo ou que ele se proteja com semelhanças sagradas, buscar aproximá-lo da figura despojada e incorruptível do papa Francisco, tudo isso é mais como empurrá-lo para o abismo.
Se no jornalismo existe um lema, “contra o rumor, a notícia”, Lula deveria também, contra o rumor de suas supostas corrupções, apresentar, à luz do sol, a verdade dos fatos, se é que se sente inocente.
A nação, e me atreveria a dizer que também o mundo, tem o direito de saber a verdade sobre Lula, sobretudo porque ainda segue com o desejo e a esperança de voltar a presidir os destinos do Brasil.
Os textos sagrados, que certos políticos brasileiros tanto gostam de citar, afirmam que “só a verdade nos tornará livres” (Jn.8,32)

sábado, 28 de maio de 2016

"Lula é ladrão e Dilma é louca, dizem Renan e Sérgio Machado em nova gravação."

sábado, 28 de maio de 2016

Lula se livrou da roubalheira do Mensalão porque não houve investigação, diz Renan Calheiros

Lula é ladrão e Dilma é louca, dizem Renan e Sérgio Machado em nova gravação.


Em mais um trecho das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirma que o ex-presidente Lula não foi processado à época do mensalão por falta de investigação dos pagamentos feitos ao marqueteiro Duda Mendonça. O publicitário recebeu cerca de R$ 10 milhões em contas no exterior e reconheceu à CPI dos Correios, em 2005, que o dinheiro era oriundo de caixa dois. Duda disse, inclusive, que os repasses foram feitos pelo empresário Marcos Valério Fernandes, uma das peças centrais do esquema de corrupção. As informações foram divulgadas pelaFolha neste sábado.

Durante a conversa com Sérgio Machado, gravada como parte de acordo de delação premiada feita pelo ex-presidente da Transpetro com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Renan questiona a falta de investigação mesmo depois do depoimento prestado por Duda Mendonça. O publicitário foi responsável pela campanha de 2002, quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez após três derrotas consecutivas.

"Ele (Lula) tem R$ 30 milhões
em caixa. uma cagada"

Machado - O Duda fez a delação, e disse que recebeu o dinheiro fora. E ninguém nunca investigou quem pagou, né? Este é que foi o segredo”, avalia o peemedebista. Machado, então, relembra que, durante seu governo, Lula “não fez”, em provável referência aos esquemas de corrupção e caixa dois. Entretanto, o ex-senador destaca: “Quando chegou no final do governo botou na real. Aí [inaudível] umas besteiras, como a Marisa diz, besteira. Ele tem 30 milhões em caixa. Como é que não comprou um apartamento, uma p*** [inaudível]. P***, umas m***, um sítio m***, um apartamento m***”, 
Renan - Apartamento bancário! Da Bancoop.
Machado - Duzentos metros quadrados, Renan. Quer dizer, foi uma cagada enorme, e aí ele se fodeu. Porque ele não fez no governo. Ele armou depois, naquela Sete, naquela Sete que armou. Inclusive tentaram [inaudível]. E ali foi o Gabrielli, junto com uma turma, armaram aquilo, foi outra cagada”, responde Sérgio Machado. 
Renan - Outra cagada.
Machado - Dilma é uma louca.Dilma deveria ter “apagado o incêndio”: “Ela viu essa p*** e achou que dava. Renan, se você está no governo e começa o incêndio, estando ou não no meio, você tem que apagar, tá dando merda. Você não pode deixar o fogo subir. Esses são os caras. Não podemos deixar essa porra para baixo de jeito nenhum.

"A Odebrecht vai pegar direto
na veia da Dilma"

RENAN - [inaudível]… A Odebrecht ficou de pagar [...].
MACHADO - Quem mais contribuiu para ela [Dilma]?
RENAN - O negócio do João. Só que…[inaudível] Então ela fingia que estava [inaudível].
MACHADO - [Inaudível] Isso ia dar problema, esteve com ela e falou isso, e os donos não deram nenhuma importância. Agora, o que está incomodando muito a Odebrecht, que eu soube, isso eu já soube, é que recebeu caixa dois no exterior em todos esses mercados que a Odebrecht apurava e o pessoal está puto com ela.
RENAN - É. E o João Santana soube e continuou fazendo campanha, ganhar dinheiro. Só daquele Eduardo, de Angola, a campanha custou 150 milhões.
MACHADO - É, eu sei. E agora eles estão putos porque agora estão… Vão responder em torno dela, comprovado, comprovadamente. E a Suíça enlouqueceu. Era o país mais seguro do mundo e virou o país mais inseguro do mundo. Então acho que tem que fazer, Renan, um processo… Porque todo político está assim. Não tem nenhum. Quem é que nunca pediu dinheiro? José Agripino, Aécio, Arthur, Aloysio.

"Lula ganha no pleno do STF.
Culpa de tudo é dessa louca, da Dilma".

RENAN - Mas você tem ideia do louco que é isso.
MACHADO - Tudo por causa dessa mulher aí. Renan, como esses caras nomeiam oito ministros do Supremo, oito! Para cima do Rio é tudo um bando de fanfarrão. Fux, não sei quem, não sei quem. A Rosa Weber não deu o negócio do Lula, rapaz.
RENAN - Não deu. Falei com o Lula outro dia…
MACHADO - Ele acha que ganha no pleno?
RENAN - Acha que gan… Tem que aguardar essa decisão.
MACHADO - Mas ele foi [inaudível]? Ele perdeu, o negócio dos procuradores, não deram.
RENAN - Aí porque é lobista, tem influência sobre a mulher. Mas toda vez a mulher fica contra. Eu quero é estar perdendo. Esse povo liga ‘presidente… de qualquer maneira tem acesso…’

CLIQUE AQUI para ler todo o material da Folha, na íntegra. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Más notícias para Lula e para os companheiros de Lula / blog de Aluizio Amorim

terça-feira, fevereiro 02, 2016

EXTRA! SAIBA TUDO O QUE LULA NÃO SABIA.

Começam a ir ao ar nesta terça-feira as inserções do Partido dos Trabalhadores em rede nacional de televisão com o objetivo de defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, além de ter em seus calcanhares a Operação Lava Jato, é investigado pelo Ministério Público em São Paulo e Brasília. Enquanto a sigla reduz as evidências colhidas contra Lula a 'preconceito', o ex-presidente volta a utilizar-se da retórica de que nada sabia sobre as traficâncias em série operadas por petistas graúdos com gabinete no Planalto. Também não explica por que as reformas em seus imóveis foram pagas por empreiteiras enroladas no petrolão. Nem dá detalhes de sua amizade com empreiteiros hoje condenados pela Justiça.
site de Veja preparou uma lista com os principais escândalos que envolveram assessores diretos, ou parentes, do ex-presidente. Mas dos quais ele alega nunca ter ficado sabendo. Confira:
Petrolão: o PT de volta à prisão
Gestado e colocado em prática nos governos de Lula, e estendido ao primeiro mandato de Dilma, o esquema de corrupção na Petrobras é o maior já descoberto no Brasil. Conduzida pelo juiz federal Sergio Moro, a Operação Lava Jato levou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba José Dirceu, o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e empreiteiros do chamado “clube do bilhão”, além de diretores da estatal e inúmeros operadores. Segundo delatores da operação, o PT ficaria com 3% dos contratos superfaturados da Petrobras e haveria compra de apoio político no Congresso, aos moldes do mensalão. A Lava Jato chegou aos calcanhares de Lula na semana passada, com sua 22ª etapa, a Triplo X, que apura se imóveis construídos pela cooperativa Bancoop, como o Condomínio Solaris, no Guarujá, foram usados para pagamento de propinas e lavagem de dinheiro. A vizinha de Lula na praia das Astúrias, Nelci Warken, está presa.
Mensalão
Enquanto ainda não se tinha notícia das traficâncias na Petrobras, o mensalão reinou absoluto como maior caso de corrupção da história do Brasil. Descoberto em 2005, após denúncia do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o esquema se resumia à compra de apoio político ao governo Lula no Congresso por meio de operadores como o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. O escândalo levaria José Dirceu e outros petistas estrelados a condenações no STF, mas Lula não se abalou. O presidente caprichou no tom de vítima e mandou, sem corar, o já clássico pronunciamento: “Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia, e que chocam o país. O PT foi criado justamente para fortalecer a ética na política”.
O caso de Rosemary
Uma das mais íntimas assessoras de Lula, Rosemary Noronha era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo em novembro de 2012, quando foi pega na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, vendendo facilidades no governo do “chefe”, como costumava chamar o presidente. Instado a se pronunciar sobre Rose e suas peripécias, Lula se negou a fazer comentários sobre “assuntos particulares”. Exonerada do cargo pouco depois da deflagração da operação, Rose foi indiciada por tráfico de influência e corrupção passiva.
Os negócios do primogênito
A veia empreendedora dos filhos da família Lula da Silva aflorou depois da chegada de Lula à Presidência da República. A faixa presidencial no peito do pai funcionou como um toque de Midas às brilhantes ideias de Fábio Luís, o Lulinha, e Luís Cláudio. Lulinha foi de monitor do zoológico de São Paulo a beneficiário de um aporte de cinco milhões de reais da antiga Telemar, hoje Oi, em uma empresa aberta por ele em 2004, a Gamecorp. Como a Telemar tinha participação do BNDES, o Ministério Público resolveu investigar o investimento em 2006. Quando o caso veio a público, Lula se mostrou um orgulhoso pai coruja ao classificar o filho como um autêntico “Ronaldinho dos negócios”.
Os negócios do caçula
Luís Cláudio, o caçula dos Lula da Silva, é o caso mais recente de ascensão social na família. Formado em educação física, Luís Cláudio chegou a trabalhar em clubes de futebol, como Corinthians e Palmeiras. Numa guinada empreendedora, no entanto, recebeu 2,5 milhões de reais da Marcondes & Mautoni, empresa especializada em lobby para o setor automotivo, por... uma consultoria esportiva. Os investigadores da Operação Zelotes concluíram que o estudo entregue pelo filho de Lula para justificar tamanho investimento foi retirado da internet. O amador Luís Cláudio não teve a mesma sorte do irmão. Em depoimento à Zelotes, Lula disse que seu caçula não o consultou sobre os pagamentos feitos pelo lobista Mauro Marcondes, preso por supostamente participar da compra de medidas provisórias em seu governo.
Tríplex no Guarujá
A revelação de que Lula possui um tríplex de frente para o mar da praia das Astúrias, no Guarujá (SP), construído por uma cooperativa de bancários que faliu nas mãos de um ex-tesoureiro do PT, hoje preso, e reformado pela OAS, empreiteira enterrada até o pescoço no Petrolão, também seria desmentida pela fábrica de justificativas do ex-presidente. Segundo o portador da imodesta e autoproclamada “alma mais honesta deste país”, Lula, dona Marisa Letícia comprou a prestações uma cota da Bancoop em 2005 e, assim como outras 3.000 famílias, teria a opção de compra do imóvel quando ele saísse do papel. O apartamento não teria interessado e a cota, devidamente declarada no imposto de renda, foi passada para frente. Desta vez, no entanto, Lula terá que sustentar sua versão na condição de investigado pelo Ministério Público, em depoimento que ocorrerá em 17 de fevereiro.
Fundos de pensão
Dos quatro principais fundos de pensão de estatais, Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal), Postalis (Correios) e Previ (Banco do Brasil), só o último não é comandado por indicados do PT – e não está deficitário. Segundo o presidente da CPI dos Fundos de Pensão da Câmara, Efraim Filho (DEM-PB), a corrupção nos fundos de pensão segue os moldes de Mensalão e Petrolão, sob influência de nomes ligados a Lula, como José Dirceu, Antonio Palocci e José Carlos Bumlai, cujo aposto mais conhecido é “amigo do Lula”.
"Aloprados"
Em setembro de 2006, a Polícia Federal prendeu dois petistas que tentavam negociar um falso dossiê para envolver José Serra, então candidato ao governo paulista, e Geraldo Alckmin, que disputava a Presidência da República, no caso da máfia dos sanguessugas. Beneficiário dos possíveis estragos causados aos tucanos pelos dossiês, Lula atribuiu o caso a “um bando de aloprados”. O ex-assessor especial da Presidência Freud de Godoy foi acusado pelos tais “aloprados” de participar da negociação dos dossiês, e o coordenador-geral da campanha à reeleição, Ricardo Berzoini, tinha conhecimento de toda a operação. Abusando da lógica, Lula disse que “se tem um candidato que não precisava de sarna para se coçar, era eu”.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Notícias quentes como Verão... (com trocadilho)

Como o mensalão, petrolão é a máfia sem capo

Josias de Souza

Na noite da chegada do verão carioca, aberto oficialmente às 21h03 de um domingo abafadiço, com picos de 39,1 graus no Rio, Venina Velosa da Fonseca esquentou a pauta do Fantástico. Com os lábios no trombone há dez dias, a ex-gerente da Petrobras falou à repórter Glória Maria. Contou uma novidade: além dos alertas enviados por e-mail, conversou pessoalmente com Graça Foster, em 2008, sobre irregularidades que grassavam na estatal.
No mais, Venina repetiu o que o repórter Juliano Basile já havia noticiado no diárioValor Econômico. Com uma diferença: a letra fria do jornal foi substituída pela cara compungida da denunciante na tevê. Voz tranquila, pausas adequadas, português correto, raciocínio lógico, tudo em Venina parecia afastá-la do perfil de doidivanas contrariada que a Petrobras tenta traçar nas linhas e, sobretudo, nas entrelinhas de seus comunicados oficiais.
Num dos trechos mais inquietantes da entrevista, Venina repetiu de viva voz uma passagem que saíra no jornal. Ela foi à sala do seu superior hierárquico, o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para reportar irregularidades que farejara em contratos da área de comunicação. Sugeriu a apuração dos desvios. Paulo Roberto, hoje delator e corrupto confesso, teve uma reação inusitada.
“… Ele ficou muito irritado comigo. A gente estava sentado na mesa da sala dele, ele apontou para o retrato do presidente Lula, apontou para a direção da sala do Gabrielli [então presidente da Petrobras] e perguntou: você quer derrubar todo mundo? Aí eu fiquei assustada e disse: olha, eu tenho duas filhas, eu tenho que colocar a cabeça na cama e dormir. No outro dia, eu tenho que olhar nos olhos delas e não sentir vergonha.”
Procurado, Lula não quis comentar as declarações de Venina. Natural. Paulo Roberto tornara-se diretor da Petrobras em 2004, sob Lula. Era da cota do PP, um dos partidos do conglomerado governista. Mas Lula, como sabem todos, não sabia de nada. A propósito, Lula veiculara mais cedo, também no domingo, um vídeo no qual declara que “o povo quer mais ética”. E aconselha Dilma Rousseff a “continuar a política de forte combate à corrupção.”
Lula nem precisava dizer. Também neste domingo, 11 jornais latino-americanos veicularam uma entrevista da presidente da República. Nela, Dilma declara que não há uma crise de corrupção no Brasil, informa quer não existem pessoas intocáveis no país e sustenta que a petroladroagem só toma de assalto as manchetes porque a Polícia Federal do seu governo é extraordinariamente implacável.
Considerando-se que Lula não sabia e que Dilma nada enxergara nem no tempo em que presidira o Conselho de Administração da Petrobras, resta concluir o seguinte: a exemplo do que sucedera na época do mensalão, a excentricidade da não-crise atual é a corrupção acéfala, a máfia sem capo.
Onde estão os chefes? Eis a pergunta que parte da plateia volta a se fazer, sem obter resposta. Enquanto Lula e Dilma reivindicam o papel de cegos atoleimados, Graça Foster, que também não viu coisa nenhuma, pede para ser vista como a mulher menos curiosa do planeta.
Graça alega que os e-mails que Venina lhe enviou eram confusos. A denunciante lamenta não ter sido procurada para desfazer a confusão. “Nós sempre tivemos muito acesso”, contou Venina. “Eu conhecia a Graça na época que ela era gerente de tecnologia, na área de gás, e eu era gerente do setor, na área de contratos. Éramos próximas. Então, ela teria toda a liberdade de falar: ‘Venina, o que está acontecendo’?”
Na Petrobras e no Planalto, insinua-se que Venina não é santa. Ainda que seja pecadora, interessa saber se o que ela diz procede. Por sorte, a denunciante já prestou depoimento de cinco horas ao Ministério Público Federal. Repassou documentos aos procuradores. Tudo de modo a reforçar a sensação de que a maior estatal do país tornou-se uma Chicago sem Al Capone.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

É encrenca demais para governar, administrar, em balcão de negócios.... Fica-se de saco cheio...


RSS

Heróis do mensalão tentam sobreviver ao petrolão

Luiz Inácio da Silva está de saco cheio – nas palavras dele, naturalmente. Caprichando no timbre pré-histórico que o Brasil consagrou, Lula atacou mais uma vez o denuncismo da imprensa burguesa, que fica publicando coisas desagradáveis sobre a Petrobras. O ex-presidente em exercício disse que não aguenta mais a mesma coisa em toda eleição. De fato, se não fosse essa mídia golpista a serviço da elite branca, os companheiros poderiam continuar a roubar a maior empresa brasileira de forma silenciosa e discreta, sem esse falatório todo que só atrapalha os bons negócios privados feitos dentro da estatal (abaixo da camada pré-sal).

O mais estranho de tudo é que, pelo cenário da corrida presidencial, parece que o eleitorado começou a acreditar nas manchetes da imprensa golpista – um absurdo, pois Lula já cansou de avisar aos brasileiros para não acreditar no que sai na mídia. Eles nunca acreditaram, como se viu na reeleição dele em pleno mensalão e na eleição da sucessora, em pleno escândalo Erenice Guerra. Para corrigir essa perigosa distorção, segue um retrato do segundo turno da eleição mais surpreendente da história em manchetes elaboradas especialmente para não transbordar o saco de Luiz Inácio:

O presidente dos Correios que distribui panfletos de Dilma é ligado ao tesoureiro do PT que está no petrolão. Vote 13 pela coerência.

Dilma calou os críticos. Mesmo com os preços de energia amordaçados, ela acaba de estourar o teto da meta de inflação. Pensam que é fácil?

O despachante de José Dirceu na Papuda, e governador do DF nas horas vagas, não foi nem ao segundo turno. Infelizmente, há unhas que nem Delúbio desencrava.

Fantasmas do passado assombram a elite vermelha (aterrorizada com a ideia de ter de trabalhar a partir de 2015).

A Bolsa subiu, o dólar caiu, as ações da Petrobras dispararam. Volta, Dilma!

Com a boa votação de Luciana Genro, o Brasil enfim discutirá a sério a reforma agrária, o imperialismo ianque e, quem sabe, até as Diretas Já.

Marcelo Freixo, o revolucionário do bem, já declarou seu voto para Dilma. O recado das ruas em junho de 2013, portanto, foi o seguinte: deixa pra lá.

Lá vem a direita gritar que mais um petista (ligado ao governador eleito de MG, Fernando Pimentel) foi pego com uma montanha de dinheiro. Pura inveja da elite vermelha.

Eduardo Jorge apoia Aécio e pira o GPS dos bonzinhos. Fica a dica: a esquerda é a do relógio, e a direita a da caneta.

Falando em pureza, Luciana Genro liberou seus fiéis para votar em Dilma. Pela margem de erro, os puros poderão escolher de Collor a Sarney.

Mantega diz que Armínio cortará programas sociais. É verdade. O Bolsa Ministro Ocioso, por exemplo, desaparecerá.

Delatores revelam: Vaccari, tesoureiro do PT, regia o petrolão. Delúbio está morrendo de ciúmes.

Armínio ao PT: “Comparações com FH precisam ser mais honestas”. Pedir honestidade ao PT? É um fanfarrão, esse Armínio.

O Brasil aguarda ansiosamente o manifesto dos intelectuais de esquerda em defesa da Petrobras e dos heróis que fizeram dela um anexo do PT.

Dilma diz que o petrolão só apareceu porque ela investigou. As cabeças cortadas também só apareceram porque o Estado Islâmico filmou.

Dilma disse que acha “muito estranha” a história contada pelos delatores da Petrobras. Bota estranha nisso, presidenta.

Dilma denuncia: divulgação dos podres da Petrobras é golpe. Cadê o manifesto dos intelectuais petro-progressistas contra o novo golpe da elite branca?

E os sonháticos... Cada vez mais erráticos. Nenhuma surpresa. A coletiva de Marina pós-eleição parecia um almoço de domingo. Haja poesia.

Um lembrete: nenhum jornalista, cientista político ou tucano genérico apostou em Aécio. Diziam que ele não batia no PT e estava no tom errado.

Aécio esterilizará as nordestinas (essa manchete é para poupar trabalho à central de inteligência dos companheiros).

Dilma reclamou das delações na Petrobras em época de eleição. É mesmo um absurdo. Mas roubar a empresa está liberado em qualquer época.


Se você também não suporta mais ver o filho do Brasil de saco cheio em véspera de eleição, siga @GFiuza_Oficial: a política brasileira em manchetes que não ardem nos olhos e não irritam a alma sensível dos companheiros (só um pouco).