quarta-feira, 15 de maio de 2013

Copa das Confederações.. . Veja o estágio das obras dos palcos para o futebol que começa daqui a 30 dias

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/05/com-obras-em-andamento-copa-das-confederacoes-testara-apenas-arenas.html
15/05/2013 11h15 - Atualizado em 15/05/2013 11h37

Com obras em andamento, Copa das 




Confederações testará apenas arenas


O principal teste para a Copa de 2014 no Brasil começa em 15 de junho.
G1 fez balanço de obras em BH, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio e Salvador.

Do G1, em São Paulo

mapa_copa (Foto: Editoria de Arte / G1)
A um mês do início da Copa das Confederações no Brasil, evento que serve como principal teste para a Copa do Mundo de 2014, as seis capitais que receberão jogos do torneio não poderão avaliar a maioria das obras planejadas o Mundial.
Atrasos nos cronogramas, descumprimento de prazos, suspeitas de irregularidades, mudanças no projeto original e greve de operários são alguns dos problemas surgidos ao longo dos últimos anos, responsáveis por fazer da competição um teste apenas dos estádios, três deles ainda não inaugurados.
A abertura da Copa das Confederações será no dia 15 de junho, em Brasília, com partida entre Brasil e Japão. A final será em 30 de junho, no Rio de Janeiro. Ao todo, serão 16 jogos. Além de Brasília e do Rio, também são sedes Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador.
G1 fez na última semana um levantamento da situação das obras visando a Copa de 2014, cinco anos e meio após o anúncio oficial que confirmou o Brasil como sede e restando pouco mais de um ano para o início do evento.
A reportagem nas seis capitais realizou um balanço dos projetos de mobilidade urbana e de acesso aos estádios, das reformas nos aeroportos e dos outras obras, além de avaliar melhorias na rede hoteleira e no comércio das cidades. Confira o panorama em cada uma das sedes:
belohorizonte_selo (Foto: Editoria de Arte / G1)
BRT Cristiano Machado é uma das oito obras de mobilidade urbana em execução na cidade e não estará pronta até a Copa das Confederações (Foto: Pedro Cunha/G1)BRT Cristiano Machado é uma das obras que não
ficarão prontas até junho (Foto: Pedro Cunha/G1)
Apenas uma das oito obras de mobilidade urbana planejadas para Belo Horizonte receber a Copa do Mundo de 2014 vai estar concluída em junho, durante a Copa das Confederações. Além disso, segundo as repórteres Raquel Freitas e Sara Antunes, o turista que visitar a capital mineira encontrará o aeroporto em obras, contará com serviço restrito de telefonia 4G e poderá enfrentar problemas no estádio do Mineirão, que foi criticado por frequentadores em testes realizados até o momento.
Muitas das obras inacabadas deveriam ter sido entregues até o evento deste ano, conforme o plano inicial, mas só o Boulevard Arrudas, via que passa por importantes pontos turísticos da cidade e que é importante para o trânsito, estará concluído e em funcionamento até mês que vem. Segundo o secretário Municipal Extraordinário da Copa do Mundo, Camilo Fraga, a maioria dos prazos estourados deve-se a "processos de desapropriação mais demorados" e "adequações nos projetos".
O secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo, Tiago Lacerda, reconheceu que "a Copa das Confederações é acima de tudo um evento-teste para a Copa do Mundo" e afimou que, mesmo com as obras em andamento, as intervenções pela cidade não serão obstáculo à acessibilidade de torcedores.
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brasília_selo (Foto: Editoria de Arte / G1)
Vista aérea do trecho da DF-047 onde já começaram as obras de acesso ao aeroporto JK. Conclusão do serviço está prevista para janeiro de 2014 (Foto: Reprodução/TV Globo)Vista aérea de trecho da DF-047 onde começaram
obras de acesso ao aeroporto (Foto: Reprodução)
A única obra no Distrito Federal que deve ficar pronta para o evento é o Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. O único jogo na capital federal será o da abertura, entre Brasil e Japão. Até 8 de maio, as obras no local estavam 97% concluídas. Nenhuma obra de mobilidade urbana, no entanto, ficará pronta até o início da competição, de acordo com levantamento do repórter Lucas Nanini.
A inauguração do estádio já foi adiada duas vezes. Diversas etapas foram questionadas pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal. O último levantamento feito pelo Núcleo de Fiscalização de Obras, em abril, mostrou que a obra recebeu 19 aditivos, que fizeram o valor do estádio saltar de R$ 696,6 milhões para R$ 1 bilhão.
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), anunciado para a Copa do Mundo, só deve ficar pronto depois da competição, em 2015. O projeto foi retirado da Matriz de Responsabilidade, documento assinado pelo governo do Distrito Federal e enviado à Fifa quando a cidade se candidatou como sede da Copa.
selo_fortaleza (Foto: Editoria de Arte / G1)
A um mês da Copa das Confederações, principal via de acesso ao Castelão tem cenário de obras (Foto: André Teixeira/G1)Principal via de acesso ao Castelão tem cenário de
obras a 30 dias de evento (Foto: André Teixeira/G1)
Nenhuma das obras de mobilidade urbana pensadas para facilitar o acesso à Arena Castelão está pronta. Considerando as quatro vias de acesso ao estádio, todas em construção ou adaptação, apenas 52% do trabalho foi realizado. Em uma das ruas, a construção de túneis começou apenas no último dia 11. No entorno da arena, máquinas e materiais dificultam o acesso, também prejudicado pela lama ou poeira, como constatou o repórter André Teixeira.
O Metrô de Fortaleza ainda funciona em fase de teste, somente pelo horário da manhã e sem cobrança de passagem, enquanto que o Veículo Leve sobre Trilho (VLT) está em fase inicial de implantação. Segundo último balanço divulgado, a reforma do Aeroporto de Fortaleza tem apenas 12% das melhorias concluídas. Com isso, turistas encontrarão o terminal em obras.
O setor de serviços ainda não "entrou no clima" dos eventos. Representantes da hotelaria e de bares e restaurantes dizem que a Copa das Confederações será um teste para a Copa do Mundo e que estão investindo, mas reconhecem que os gargalos dos setores não vão ser resolvidos até junho e são dúvidas até a Copa de 2014.
recife_selo (Foto: Editoria de Arte / G1)
São Lourenço não tem hotéis e pousadas, segundo Setur. (Foto: Luna Markman/G1)Cidade onde fica a nova arena não tem hotéis para
os turistas esperados (Foto: Luna Markman/G1)
Palco de três partidas da fase de grupos da Copa das Confederações, sendo a primeira delas em 16 de junho, a cidade de São Lourenço da Mata (19 km do Centro do Recife), onde foi construída a Arena Pernambuco, não conta com rede hoteleira capaz de acolher os 40 mil visitantes esperados para a competição. Na capital são 11,4 mil leitos disponíveis, conforme apurou a repórter Luna Markman.
A Secretaria Estadual de Turismo (Setur) e a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE) confirmaram as carências no equipamento hoteleiro da cidade. Além da falta de hotéis e pousadas, não há, até o momento, interesse dos moradores da região em alugar suas casas aos visitantes.
Obras de mobilidade urbana planejadas para facilitar o acesso à arena não estão concluídas. O estádio, que teve atraso em sua construção devido à greve de operários, será inaugurado no próximo dia 20. Das cinco obras de mobilidade que terão maior impacto no trânsito e no transporte urbano na Região Metropolitana, três não serão entregues até junho, segundo último balanço divulgado pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).
Rio_selo (Foto: Editoria de Arte / G1)
Operários ainda trabalham no entorno do Maracanã (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)Operários ainda trabalham em obras no entorno do
estádio do Maracanã (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)





 A única obra completa a ser entregue para junho será o Maracanã. Ainda assim, o palco das finais das duas Copas teve um jogo-teste cancelado e será inaugurado apenas 14 dias antes de México x Itália. Outras obras, todas previstas para ficarem prontas antes da Copa das Confederações, só devem ficar prontas antes da Copa do Mundo, segundo reportagem de Luís Bulcão.
O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, principal ponto de aterrissagem de estrangeiros vai passar a competição sem a maior parte das melhorias. Algumas obras, nas pistas e nos terminais, ficam prontas somente em 2014. A privatização do serviço, hoje de responsabilidade da Infraero, só sairá em setembro de 2013.
Principal obra de melhoria em mobilidade urbana, a BRT Transcarioca, um corredor expresso que vai ligar a Barra da Tijuca ao aeroporto internacional, inicialmente previsto para começar a operar em maio de 2013, como consta na matriz de responsabilidades original, só será entregue em dezembro.
Também haverá mudanças no valor que o contribuínte pagará pelos projetos. Ao analisar o primeiro relatório produzido pelo Ministério dos Esportes, de janeiro de 2011, a reforma do Maracanã custava R$ 828 milhões, já superior aos R$ 600 milhões anunciados em 2010, na matriz de responsabilidades original. O valor acabou sendo novamente reajustado e o preço mais atualizado da obra foi fixado em R$ 1,049 bilhão.
Salvador_selo (Foto: Editoria de Arte / G1)
Viaduto de acesso a Arena Fonte Nova, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Viaduto de acesso à Fonte Nova deve estar pronto
quando torneio começar (Foto: Lílian Marques/G1)

Salvador possui diversas obras em andamento para que a cidade esteja preparada na Copa do Mundo de 2014. Até a sexta-feira (10), apenas a Arena Fonte Nova havia sido concluída para teste na Copa das Confederações. Os viadutos em torno do estádio estavam quase prontos, restando apenas provas finais, e devem estar liberados até a competição, de acordo com a repórter Lílian Marques.
No Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, três obras estão em andamento. A ampliação dos pátios de manobra 1, 2, 3, iniciada em abril de 2011; a construção da nova torre de controle, que começou em junho 2012; e a reforma do terminal de passageiros, feita desde janeiro. A Infraero informou que o andamento das obras está de acordo com o cronograma e que todo o trabalho foi realizado, até o momento, com base no projeto original. As mudanças devem ser concluídas até dezembro de 2013.
O porto de Salvador passa por obras de requalificação desde abril de 2012. A Companhia das Docas da Bahia (Codeba), responsável pela administração, informou que o projeto inicial previa apenas um novo terminal de passageiros, mas que foi acrescentado ao plano uma esplanada dentro da área que deixa à vista a Baía de Todos-os-Santos, com apelo turístico. Segundo a assessoria da Codeba, o porto está atualmente com 80% das obras concluídas.

Bom combate entre Google e Apple por aplicativos de música

http://news.cnet.com/8301-1023_3-57584502-93/google-beats-apple-to-it-with-streaming-music-service/


Google beats Apple to it with streaming music service

With its $9.99/month service, the tech powerhouse makes its first move into a space already occupied by the likes of Pandora, Spotify, and possibly, Apple.
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Google launched a music streaming service Wednesday, taking its first stab at the growing industry with a new service linked to Google Play for Android.
The All Access service costs $9.99 a month and you get a 30-day free trial. And it's launching Wednesday in U.S., with additional countries coming soon. If you sign up by June 30, you get it for $7.99 a month.
The move puts Google in direct competition with music streaming companies like Pandora and Spotify, and also potentially with Apple, which has been inching in that direction. Just last week, for instance, word came that Apple had reached an iRadio deal with Universal Music, though it still needs deals with the other major labels.
If Google launches an additional YouTube streaming service, the company could take advantage of the video-sharing network's position as a dominant, legal source of music, particularity for teens.

All Access music service for Google Play (pictures)

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Rumors about Google's new All Access subscription streaming service, unveiled at the Google I/O developers' conference in San Francisco, had been swirling around for the last few months.
Previously, Google Play users could stream music they bought from the app, but the new service would let people stream songs they haven't purchased as well. Users can now blend their songs with a catalog with thousands of other tracks available in All Access.
The service provides a never-ending list of related tracks that are also linked to your Google+ account. You can look ahead to what is coming next and if you don't like it, swipe the song away.
"We set out to build a music service that didn't just give us access to great music but to help guide you to it," Google engineering director Chris Yerga said.
Previous reports had Google signing deals with Warner Music and SonyMusic for streaming services on both YouTube and Google Play, according to reports, but it was expected that Google would launch its Android platform first.
Updated, 9:54 a.m. PT: with more details on All Access.

"O PT não gosta da democracia"... /// Marco Antonio Villa

O PT não gosta da democracia

15 de maio de 2013 
Autor: Marco Antonio Villa
pequeno normal grande
Marco Antonio Villa
O PT não gosta da democracia. E não é de hoje. Desde sua fundação foi predominante no partido a concepção de que a democracia não passava de mero instrumento para a tomada do poder. Deve ser recordado que o partido votou contra a aprovação da Constituição de 1988 – e alguns dos seus parlamentares não queriam sequer assinar a Carta. Depois, com a conquista das primeiras prefeituras, a democracia passou a significar a possibilidade de ter acesso aos orçamentos municipais. E o PT usou e abusou do dinheiro público, organizando eficazes esquemas de corrupção. O caso mais conhecido – e sombrio – foi o de Santo André, no ABC paulista. Lá montaram um esquema de caixa 2 que serviu, inclusive, para ajudar a financiar a campanha presidencial de Lula em 2002. Deve ser recordado, que auxiliares do prefeito Celso Daniel, assassinado em condições não esclarecidas, hoje ocupam posições importantíssimas no governo (como Gilberto Carvalho e Míriam Belchior).
Antes da vitória eleitoral de 2002, os petistas já gozavam das benesses do capitalismo, controlando fundos de pensão de empresas e bancos estatais; e tendo participação no conselho gestor do milionário Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os cifrões foram cada vez mais sendo determinantes para o PT. Mesmo assim, consideravam que a “corrupção companheira” tinha o papel de enfrentar o “poder burguês” e era o único meio de vencê-lo. Em outras palavras, continuavam a menosprezar a democracia e suas instâncias.
Chegaram ao poder em janeiro de 2003. Buscaram uma aliança com o que, no passado, era chamado de burguesia nacional. Mas não tinham mudado em nada sua forma de ação. Basta recordar que ocuparam mais de 20 mil cargos de confiança para o partido. E da noite para o dia teve um enorme crescimento da arrecadação partidária com o desconto obrigatório dos salários dos assessores. Foi a forma petista, muito peculiar, de financiamento público, mas só para o PT, claro.
Não satisfeitos, a liderança partidária – com a ativa participação do presidente Lula – organizou o esquema do mensalão, de compra de uma maioria parlamentar na Câmara dos Deputados. Afinal, para um partido que nunca gostou da democracia era desnecessário buscar o debate. Sendo coerente, através do mensalão foi governando tranquilamente e aprovando tudo o que era do seu interesse.
O exercício do governo permitiu ao PT ter contato com os velhos oligarcas, que também, tão qual os petistas, nunca tiveram qualquer afinidade com a democracia. São aqueles políticos que se locupletaram no exercício de funções públicas e que sempre se colocaram frontalmente contrários ao pleno funcionamento do Estado democrático de Direito. A maior parte deles, inclusive, foram fieis aliados do regime militar. Houve então a fusão diabólica do marxismo cheirando a naftalina com o reacionarismo oligárquico. Rapidamente viram que eram almas gêmeas. E deste enlace nasceu o atual bloco anti-democrático e que pretende se perpetuar para todo o sempre.
Partido tem plena consciência que sua permanência no poder exigirá explicitar cada vez mais sua veia anti-democrática
As manifestações de desprezo à democracia, só neste ano, foram muito preocupantes. E não foram acidentais. Muito pelo contrário. Seguiram e seguem um plano desenhado pela liderança petista – e ainda com as digitais do sentenciado José Dirceu. Quando Gilberto Carvalho disse, às vésperas do Natal do ano passado, que em 2013 o bicho ia pegar, não era simplesmente uma frase vulgar. Não. O ex-seminarista publicizava a ordem de que qualquer opositor deveria ser destruído. Não importava se fosse um simples cidadão ou algum poder do Estado. Os stalinistas não fazem distinção. Para eles, quem seu opõem às suas determinações, não é adversário, mas inimigo e com esse não se convive, se elimina.
As humilhações sofridas por Yoani Sánchez foram somente o começo. Logo iniciaram a desmoralização do Supremo Tribunal Federal. Atacaram violentamente Joaquim Barbosa e depois centraram fogo no ministro Luiz Fux. Não se conformaram com as condenações. Afinal, o PT está acostumado com os tribunais stalinistas ou com seus homólogos cubanos. E mais, a condenação de Dirceu como quadrilheiro – era o chefe, de acordo com o STF – e corrupto foi considerado uma provocação para o projeto de poder petista. Onde já se viu um tribunal condenar com base em provas, transmitindo ao vivo às sessões e com amplo direito de defesa? Na União Soviética não era assim. Em Cuba não é assim. E farão de tudo – e de tudo para o PT tem um significado o mais amplo possível – para impedir que as condenações sejam cumpridas.
Assim, não foi um ato impensado, de um obscuro deputado, a apresentação de um projeto com o objetivo de emparedar o STF. Absolutamente não. A inspiração foi o artigo 96 da Constituição de 1937, imposta pela ditadura do Estado Novo, honrando a tradição anti-democrática do PT. E o mais grave foi que a Comissão de Constituição e Justiça que aprovou a proposta tem a participação de dois condenados no mensalão e de um procurado pela Interpol, com ordem de prisão em mais de cem países.
A tentativa de criar dificuldades ao surgimento de novos partidos (com reflexos no tempo de rádio e televisão para a próxima eleição) faz parte da mesma estratégia. É a versão macunaímica do bolivarianismo presente na Venezuela, Equador e Bolívia. E os próximos passos deverão ser o controle popular do Judiciário e o controle (os petistas adoram controlar) social da mídia, ambos impostos na Argentina.
O PT tem plena consciência que sua permanência no poder exigirá explicitar cada vez mais sua veia anti-democrática.
Fonte: “O Globo”, 14/05/2013

Medicina brasileira com pressão alta.... por excesso de Política

A falácia dos médicos cubanos

10 de maio de 2013 | 2h 08

O Estado de S.Paulo
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O Estado de São Paulo
Não poderia ser pior a medida em estudo pelo governo federal - a importação de 6 mil médicos cubanos - para resolver o problema da falta desses profissionais em cidades do interior, principalmente nas regiões mais pobres do País. Além das restrições legais ao seu trabalho aqui, que deveriam bastar para invalidar a ideia, é preciso considerar também a duvidosa qualificação técnica desses médicos. Como essa não é a primeira vez que a medicina cubana é apresentada como valiosa ajuda para a solução de nossos problemas, sem base em nenhum dado objetivo, tal insistência torna inescapável a conclusão de que o governo está misturando perigosamente política com saúde da população.
Embora a questão esteja sendo estudada, além dele, também pelos Ministérios da Saúde e da Educação, não deixa de ser significativo que tenha sido o titular do Ministério das Relações Exteriores, Antônio Patriota, que anunciou a possível adoção da medida, depois de um encontro com seu colega cubano, Bruno Rodriguez, em Brasília. "Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos (cubanos) aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e a qual atribuímos um grande valor estratégico", disse ele.
Acrescentou o ministro, de acordo com o jornal O Globo, que a vinda daqueles médicos fortaleceria ainda mais a parceria do Brasil com Cuba numa área em que este país "detém clara vantagem e se estabeleceu mundialmente como um país que contribui para elevar os níveis de saúde aqui na América Latina". Como o que está em discussão não são sistemas de saúde, mas especificamente a possível contribuição de médicos cubanos, supõe-se que Patriota, ao falar em "clara vantagem", tenha se referido à da medicina cubana sobre a brasileira. Isto é, na melhor da hipóteses, um exagero retórico, que não pode ser levado a sério, mas que coloca em evidência o componente político da medida em estudo.
Os médicos cubanos viriam como prestadores de serviço ao governo brasileiro, com contratos temporários - de dois a três anos - assinados com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Como a lei exige a revalidação dos diplomas desses profissionais para que eles possam trabalhar aqui, o Ministério da Saúde estaria tentando, desde o ano passado, negociar com o Conselho Federal de Medicina (CFM) a concessão de licença provisória por aquele período, tanto para médicos de Cuba como de Portugal e Espanha. A pronta reação do CFM ao anúncio de que aquela medida estava em estudo, com duras críticas do governo, mostra que a negociação deu em nada.
Em dura nota oficial, ele condena "qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de Medicina obtidos no exterior sem sua respectiva validação". Como pela lei essa validação é obrigatória, a questão deverá ser levada à Justiça. A nota chama a medida de "agressão à Nação", porque atenderia a "interesses específicos e eleitorais". A posição adotada pelo CFM se justifica plenamente. Como o governo sabe que dificilmente os médicos cubanos conseguirão passar no exame para validação de seus diplomas, a tal licença provisória é um expediente para contornar a exigência legal.
Foram decepcionantes os resultados do exame, feito no ano passado, para a validação de diplomas de médicos, cubanos ou não, formados em Cuba. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), dos 182 inscritos, só 20 foram aprovados, ou seja, 1 de cada 9. É aos cuidados desse tipo de médico, comprovadamente sem a necessária qualificação, que o governo quer deixar a população pobre das pequenas cidades.
Têm razão portanto os especialistas, quando afirmam que a solução não é importar médicos cubanos ou contratar brasileiros formados em Cuba, sem diplomas validados. É investir cada vez mais na formação de médicos brasileiros e criar estímulos para que trabalhem no interior.

Futebol na TV, HOJE

Futebol na TV > HOJE >  
Decisão da Liga da Europa - Benfica x Chelsea (Esporte Interativo)
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Corinthians x Boca Juniors - Taça Libertadores - 
(Globo, Sport TV, Fox Esporte)


terça-feira, 14 de maio de 2013

A morte posa para a eternidade em uma foto com a delicadeza de um abraço

ELIANE BRUM - 13/05/2013 09h56 - Atualizado em 13/05/2013 12h47
TAMANHO DO TEXTO

Um abraço em Bangladesh

Quando uma fotografia nos arranca da cômoda posição de espectadores distantes e nos obriga a olhar para ver

ELIANE BRUM
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua  -  (Foto: Lilo Clareto/Divulgação)
Uma mulher chamada Taslima Akhter esgueirava-se pelos escombros da fábrica de roupas que desabou em Bangladesh, em 24 de abril, quando os viu. Como descrever o que ela, fotógrafa e ativista bengalesa, viu? Taslima registrou, fez uma fotografia que girou o mundo nos últimos dias e se tornou o símbolo do que não pode ser esquecido. E talvez o que se possa dizer é que o que ela viu nos obriga a ver. Ver mesmo. Não como costumamos assistir às imagens das grandes tragédias ou examinar a galeria de fotos de corpos e de rostos distorcidos das vítimas e das faces desesperadas dos familiares, numa solidariedade difusa, mas distante, que nos permite trocar de canal ou mudar de página no minuto seguinte. Ver é mais do que isso. É transpor distâncias geográficas e barreiras culturais e ser lançado para perto, bem perto mesmo. Perto o suficiente para se reconhecer num outro rosto, em outros olhos, ainda que fechados porque mortos. E não poder esquecer porque agora eles estão em nós, tatuados em nossa pele invisível. Isso é ver. E é raro quando acontece.
O que Taslima viu pode se inscrever no DNA da humanidade como aconteceu com a foto da menina correndo nua após seu vilarejo ser atingido por uma bomba de napalm durante a Guerra do Vietnã. O que ela viu e documentou foi um último abraço em Bangladesh.
Nos escombros do desabamento do prédio em Bangladesh que matou ao menos 800, um homem e uma mulher foram encontrados abraçados (Foto: Taslima Akhter)

Talvez não houvesse nada para ser dito depois dessa foto. Talvez essa foto exija um silêncio também de letras. Mas, neste caso, silenciar pode significar esquecer que Bangladesh está bem próximo de nós não apenas de modo subjetivo, mas concreto. Próximo o suficiente para estar sobre a nossa pele – a visível. 
É possível que, no momento em que somos alcançados por esse abraço final, alguns estejam vestindo uma roupa feita por este homem, esta mulher ou por algum dos mais de mil mortos do desabamento, um número que não para de crescer. Ou enfiados numa camiseta, num jeans, num vestido, saia ou blusa feita por alguns dos milhões de bengaleses, a maioria mulheres, que, neste exato instante, cortam e costuram, em prédios insalubres, em jornadas extenuantes, em regime semelhante ao de escravidão, as peças que serão vendidas pelas grandes marcas ocidentais, em vitrines brilhantes e assépticas – as peças que serão compradas também por nós.  
Este homem, esta mulher, que se abraçam num útero de terra, concreto e ferros retorcidos, ganhavam, em média, para trabalhar da manhã à noite, dia após dia, costurando roupas para nós, 77 reais por mês.
A força desse último abraço é o que está além do gesto. É a humanidade resgatada que os arranca não dos escombros, mas dos números, para lembrar o que não fomos capazes de ver – ou não quisemos – quando ainda eram vivos e respiravam e sonhavam. Agora os enxergamos, e eles não apenas nos comovem, mas nos assombram. E é crucial que nos assombrem.
Taslima contou à Time:
- Eu tenho feito muitas perguntas a respeito do casal que morreu abraçado. Tenho tentado desesperadamente, mas ainda não achei nenhuma pista a respeito deles. Eu não sei quem são ou qual relação eles tinham. Passei o dia inteiro do desabamento no local, assistindo aos trabalhadores serem retirados das ruínas. Lembro do olhar aterrorizado dos familiares, eu estava exausta mental e fisicamente. Por volta das 2 horas, encontrei um casal abraçado nos escombros. A parte inferior dos seus corpos estava enterrada sob o concreto. O sangue que saía dos olhos do homem corria como se fosse uma lágrima. Quando os vi, não pude acreditar. Era como se eu os conhecesse, eles pareciam muito próximos a mim. Eu vi quem eles foram em seus últimos momentos, quando, juntos, tentaram salvar um ao outro – salvar sua vidas amadas. Cada vez que eu olho para essa foto, me sinto desconfortável. Ela me assombra. É como se eles estivessem me dizendo: “Nós não somos um número, não somos apenas trabalho e vidas baratas. Nós somos humanos como você. Nossa vida é preciosa como a sua, e nossos sonhos são preciosos também”.
No dia anterior ao desabamento, trabalhadores ouviram barulhos semelhantes ao de explosões e entraram em pânico. Um engenheiro examinou os pilares e, vendo as rachaduras, teria pedido ao proprietário que esvaziasse o prédio de oito andares, que abrigava pelo menos cinco confecções na periferia da capital, Daca. O proprietário, Mohammed Shoel Rana, teria dito: “Isto não é uma rachadura, não é um problema”. Os operários foram obrigados a continuar produzindo e as confecções seguiram funcionando. E nenhuma autoridade pública o impediu de abrir as portas do complexo de fábricas no dia seguinte. Este homem é descrito pela imprensa local como um vilão completo, que construiu o prédio expulsando proprietários de terra e corrompendo autoridades (que queriam ser corrompidas), suspeito também de estar envolvido com o tráfico de drogas e de armas.
Seria fácil encontrar apenas um vilão para culpar. Ou mesmo alguns vilões, que já foram presos pela polícia de Bangladesh. O problema, no mundo globalizado, é que, se seguimos a cadeia de produção e de responsabilidades, ela chega a nós. É indecente quando os líderes das grandes grifes ocidentais se mostram escandalizados com a tragédia, sugerindo que não sabiam que era assim que viviam os trabalhadores na ponta do processo produtivo. É igualmente indecente quando alguns anunciam que deixarão de produzir em Bangladesh. Como se, depois dos enormes lucros obtidos por anos de exploração, simplesmente abandonar a cena sem se comprometer com a melhoria das condições de trabalho, de salário e de existência dos trabalhadores que os serviram – alguns deles com a vida – fosse moralmente defensável.
Só valia – e segue valendo a pena – terceirizar a produção em países como Bangladesh porque o trabalho é barato, já que análogo à escravidão. Bangladesh é o segundo exportador mundial na área têxtil, perdendo apenas para a China, porque a mão de obra não custa quase nada. Um estudo do Institute of Global Labour and Human Rights mostrou que uma mesma camisa, se fosse produzida nos Estados Unidos, custaria US$ 13,22. Em Bangladesh custa US$ 3,72. Nos Estados Unidos, o custo da mão de obra corresponderia a 57% do valor total da camisa. Em Bangladesh, corresponde a 6%. É o trabalho que não vale quase nada e por isso a camisa sai muito mais barata para todos, menos para aqueles que vivem e morrem sem valor. É por essa razão que, como sempre se soube, terceirizar a produção em Bangladesh tornou-se um lucrativo negócio para as grandes marcas internacionais. E só deixará de ser se o custo de ter a imagem associada à escravidão e agora à morte de mais de mil pessoas for maior.
Não há espaço para se iludir com supostas boas intenções e lamentos de ocasião. Para as grandes marcas ocidentais e seus muito bem pagos executivos as vidas humanas não parecem importar. O que importa são as cifras. É aí que entramos nós, os consumidores. Bem menos inocentes do que gostaríamos. Também nós gostamos de comprar roupas e qualquer outro produto barato. E torna-se um pouco difícil acreditar que não tínhamos alguma ideia de como nossas roupas eram – e são – feitas. De que, como diz Taslima, a roupa só é barata porque as vidas de quem a produz são tratadas como baratas – tão baratas que podem morrer soterradas nos escombros da fábrica porque outras vidas baratas as substituirão.
É só com a nossa pressão sistemática e cotidiana – e com uma mudança de comportamento – que essa realidade pode mudar. Desde que deixamos, há muito, de comprar diretamente do produtor, que em muitos casos era o nosso vizinho, consumir tornou-se uma responsabilidade muito maior. Querendo ou não, com mais ou menos consciência, cada um de nós está envolvido na tragédia de Bangladesh. E só nós podemos transformar o que hoje é barato em algo tão caro que ninguém ouse tratar uma vida humana como descartável.
Quando catástrofes criminosas como esta acontecem, há um momento em que a máquina do mundo se abre e podemos vislumbrar o quadro completo. Aquele que na maior parte do tempo permanece oculto. Dificilmente ligamos os pontos entre as fábricas nas quais trabalham pessoas em condições sub-humanas às vitrines iluminadas e sedutoras que exibem sonhos de consumo feitos por quem não pode sonhar. Mais difícil ainda é dar um passo a mais para descobrir que o ponto de chegada desse labirinto somos nós mesmos.
É importante lembrar ainda que não é apenas em Bangladesh ou em outros países asiáticos que isso acontece, mas também no Brasil, como conta Renato Bignami, coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo na Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo, numa entrevista ao Blog do Sakamoto. Aqui, são os bolivianos os que mais de uma vez são libertados de situações semelhantes à escravidão. Em 2010, duas crianças bolivianas morreram no incêndio de uma confecção no Brás, em São Paulo. Como disse o cientista político André Singer, em sua coluna na Folha de S. Paulo: “Mais dia menos dia o Brasil terá que escolher o tipo de país que deseja ser. Flexibilizar a CLT, aumentar a terceirização, manter a enorme rotatividade atual no emprego e diminuir os salários pode resolver o problema da balança comercial. Mas, se quiser constituir-se numa sociedade digna, terá que descobrir caminho alternativo para enfrentar as agruras de um capitalismo internacional para lá de selvagem”.
Passado o clamor público, tomadas algumas medidas de aparente impacto pelas grandes corporações, a máquina do mundo volta a se fechar. E nós também preferimos esquecer, porque é mais fácil e mais cômodo comprar sem olhar, sem nos informarmos, sem perturbar ou ser perturbado – mais ainda se for bonito e barato. Aqueles que movem o mundo do alto sempre podem contar com o esquecimento que vem logo depois de uma grande comoção. É como se o espasmo fosse o suficiente para nos apaziguar. Negamos com veemência, mas a verdade é que adoramos nos omitir e tocar nossa vida, por uma razão muito pragmática: porque podemos. Pertencemos à parcela minoritária da humanidade que pode viver sem morrer abraçada nos escombros.
Olhar para ver é uma escolha. Sempre mais difícil, a única digna.
Só a poesia alcança a profundidade da vida impressa na morte. O abraço final em uma fábrica de escravos de Bangladesh me lembrou do sertão severino de João Cabral de Melo Neto. Tão longe, tão perto. As vidas baratas são sempre as mesmas vidas, em qualquer geografia, em qualquer tempo. Aquela fábrica sepultou-os em um útero-túmulo. E lá estão os costureiros de nossas roupas vestidos em seu derradeiro traje de terra, o único que lhes coube.

“Essa cova em que estás, com palmos medida, é a cota menor que tiraste em vida. É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe deste latifúndio. (...) Será de terra tua derradeira camisa: te veste, como nunca em vida. Será de terra a tua melhor camisa: te veste e ninguém cobiça. (..) Tua roupa melhor será de terra e não de fazenda: não se rasga nem se remenda. Tua roupa melhor e te ficará bem cingida: como roupa feita à medida.”
O abraço final, documentado por Taslima Akhter, nos obriga a enxergar para além dos corpos – e também para além do espetáculo. Não é matéria o que está ali, é o que não está que nos alcança e arrebata antes que possamos escapar. É vida que se imortaliza na morte. Como ela diz, quase podemos escutar as vozes e ouvir os sonhos daqueles dois. Não sabemos (pelo menos não ainda) quem são, mas sabemos que são. Que foram. Não sabemos se eram amantes ou irmãos. Ou apenas colegas de trabalho, companheiros de escravidão. Não sabemos se tentavam salvar um ao outro, ou se compreenderam que não poderiam escapar da morte, e então empreenderam um abraço. Um último gesto humano que os tornou nossos estranhos íntimos.
O próximo gesto humano cabe a nós. Será tardio para eles, em tempo para muitos.
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)