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Notícias de Brasília no Diário do Poder

sexta-feira, 23 de maio de 2014

El País > Capa do setor de Esportes

http://brasil.elpais.com/seccion/deportes/13


A Liga dos Campeões é para ricos

Na última década, somente três equipes que não figuram entre as 10 com maiores receitas chegaram à final do torneio continental
Luis Enrique, em uma imagem de arquivo. / MIGUEL RIOPA (AFP)

Luis Enrique, novo técnico do Barça para os dois próximos anos

RAMON BESA Barcelona
O clube informa também o contrato do goleiro Ter Stegen e o retorno dos jogadores cedidos Rafinha e Deulofeu

“A torcida do Atlético de Madri merecia esse título”

FREDERICO ROSAS São Paulo
O brasileiro Leivinha, campeão com o clube na década de 70, celebra a conquista e se emociona ao falar da torcida colchonera
O ator João Côrtes e o treinador Scolari em comercial. / REPRODUÇÃO

Antes de entrar em campo o Brasil já é campeão... das propagandas

AFONSO BENITES São Paulo
Principais jogadores e treinador da seleção têm seus nomes vinculados a 45 marcas. Neymar e Scolari aparecem mais

Messi: “Se duvidam de mim, não tenho problema em ir embora”

FRANCISCO PEREGIL Buenos Aires
Messi, doído pelas vaias que recebeu, abre as portas à sua saída do Barça


River Plate, do inferno ao paraíso em três anos

ALEJANDRO REBOSSIO Buenos Aires
O clube de Buenos Aires ganha o seu 35° título argentino após cair para a segunda divisão em 2011
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23/05/201410:44 BRTVídeo


Um teste para Ancelotti

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DIEGO TORRES Madri
A final da Liga dos Campeões em Lisboa é uma prova para o técnico do Real Madrid, muito observado pelos dirigentes
22/05/201417:22 BRT

Os cambistas são o novo alvo da FIFA no Brasil

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FREDERICO ROSAS São Paulo
A entidade alerta que cada vez mais pessoas são vítimas de fraudes envolvendo os bilhetes para a Copa
22/05/201417:22 BRT

FIFA esclarece: o pagode não é dela

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TALITA BEDINELLI São Paulo
Federação, que registrou quase 200 nomes que não poderão ser usados na Copa, causa polêmica ao proibir o uso do “Pagode”
18/05/201409:54 BRT

Um clube de futebol profissional boliviano contrata Evo Morales

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MABEL AZCUI Cochabamba
O presidente boliviano é contratado para jogar na equipe Sport Boys e ganhará 460 reais ao mês
17/05/201421:04 BRT

“Acabou um ciclo único”

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LUIS MARTÍN Barcelona
O técnico argentino Tata Martino se despede do Barça agradecendo e se desculpando por não atingir as metas

"A Saúde na maca" / SBT / Blog do Josias

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/05/23/sp-conheca-a-realidade-dos-sem-sirio-libanes/
Clique no link para ver o vídeo > 'a saúde na maca'

quinta-feira, 22 de maio de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Os juízes estão se atrapalhando com despachos

20/05/2014 às 18h22 Juiz revê decisão e agora considera candomblé e umbanda como religiões RIO -
O juiz da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu os fundamentos da sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não se tratam de religiões e sim de cultos. A mudança de postura foi anunciada no início da noite desta terça-feira (20) em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio de Janeiro. No texto em que admite o erro e modifica o conteúdo da sentença, ele afirma que o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões. Eugênio Rosa, que havia sido alvo de pesadas críticas pela declaração, reforça que está promovendo uma adequação argumentativa para registrar a percepção deste Juízo de se tratarem os cultos afro-brasileiros de religiões. Ele não muda, no entanto, o teor da sentença em si. O magistrado reitera a negativa dada na ação movida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro que pedia retirada do YouTube de 15 vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé. Na mesma nota, via assessoria, o juiz federal informa que manteve o indeferimento da liminar pela retirada dos vídeos no Google postados pela Igreja Universal e esclarece que sua decisão teve como fundamento a liberdade de expressão e de reunião. Veja também: Ato criticará juiz que disse que umbanda e candomblé não são religiões Para os desavisados, isso pode fundamentar ações malucas, diz sacerdote candomblecista MPF recorre de decisão da Justiça que não reconhece umbanda e candomblé como religiões

Presos "padrão Fifa" poderiam fugir

20/05/2014 às 11h05
Ministro do STF diz que mudou de opinião após alerta de juiz sobre risco de fuga dos presos "padrão Fifa" 
SÃO PAULO e BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, reconsiderou nesta terça-feira parcialmente a decisão tomada ontem, de libertar todos os presos da Operação Lava-Jato, e manteve na prisão os doleiros Alberto Youssef, Raul Henrique Srour, Nelma Mitsue Penasso Kodama e Carlos Habib Chater, além de Renê Luiz Pereira, acusado pelo Ministério Público Federal de movimentar recursos do tráfico de drogas. No total, 12 pessoas estão presas - 11 no Brasil e uma na Espanha. Há ainda um foragido. Teori disse no início da tarde que mudou sua decisão por temer risco de fuga dos presos, como alertou o juiz do Paraná, Sergio Moro. - O juiz disse que tinha (risco). Sem conhecer, não quero tomar decisões precipitadas - alegou Teori. Teori explicou que, por enquanto, apenas o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pode ficar solto. - Por ora esses que o juiz informou que têm envolvimento com o tráfico de drogas vão ficar presos. Esses que estão presos por causa das quatro ações e o que está solto continua solto. Segundo Teori, a Justiça Federal do Paraná apresentou informações complementares sobre os processos e decretos de prisão e, por isso, decidiu manter as decisões tomadas pela 13ª Vara Federal cautelarmente. Manteve, porém, a decisão de que todos os processos sejam encaminhados ao STF, apesar de nem todos envolverem autoridades com direito a foro privilegiado. Teori afirmou ainda que ainda analisará se vai levar o tema da operação Lava-Jato ao plenário do STF. - Depois que eu receber (os processos) eu vou ver. Tem que ouvir o Ministério Público, que tem que participar disso. Nesta terça-feira, o juiz da 13ª Vara Federal do Paraná suspendeu as ações penais da Operação Lava Jato e cancelou audiências já marcadas. Determinou ainda que os processos sigam para a presidência do Supremo Tribunal Federal. Só Costa foi solto Na segunda-feira, o ministro do STF havia mandado suspender todos os processos da Operação Lava-Jato, da PF, e mandado soltar os 12 reús que estavam presos, incluindo Costa. Segundo o ministro, o caso deveria ter sido enviado integralmente ao Supremo quando as investigações atingiram deputados federais, que têm foro privilegiado, como o deputado André Vargas (sem partido-PR), que era vice-presidente da Câmara pelo PT. No mesmo dia, o juiz da 13ª Vara de Curitiba, Sérgio Moro, que estava à frente dos processos, alertou para o risco de fuga dos réus. Agora, cabe ao ministro do STF determinar tanto uma nova prisão de Costa quanto a libertação dos demais réus. Paulo Roberto Costa deixou na segunda-feira a sede da Polícia Federal em Curitiba. Apesar de ter saído da cadeia, ele está proibido de deixar a cidade onde reside. O passaporte dele foi entregue nesta terça-feira à Justiça pelo advogado. O advogado informou que Costa tem duas casas, uma na Barra da Tijuca, no Rio, e outra em Itaipava, região serrana do estado. O ex-diretor da Petrobras estava preso porque a Justiça Federal do Paraná e o Tribunal Regional da 4ª Região haviam considerado que, em liberdade, ele poderia interferir nas instruções do processo. Quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato, a Justiça havia expedido contra Costa um mandado de prisão temporária, de cinco dias. Durante a ação da Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos na casa de Costa, os policiais descobriram que as filhas e genros dele haviam ido ao escritório da Global Costa, a empresa do ex-diretor da Petrobras, e retirado malas e mochilas, possivelmente com documentos. As imagens que mostram as diversas vezes em que eles entraram e saíram do prédio da empresa e levaram mochilas até o carro foram gravadas pelo circuito de câmeras do edifício. Diante do fato, a Justiça Federal do Paraná transformou a prisão de Costa em prisão preventiva. As duas filhas de Costa e seus maridos respondem a processo na Justiça por tentativa de obstruir investigações. Ao responder as explicações pedidas pelo ministro Teori para decidir sobre o habeas corpus solicitado pela defesa de Costa, no último dia 8, o juiz Sérgio Moro havia informado que nenhum dos que estavam presos tinha direito a foro provilegiado e que alguns deles estavam presos preventivamente para "garantia da ordem pública, da instrução e da aplicação da lei penal". No habeas corpus, os advogados de Costa haviam questionado a competência da Justiça Federal do Paraná, sob o argumento de que a Operação Lava Jato incluia também parlamentares, o que levaria a competência ao Supremo Tribunal Federal, já que eles têm foro privilegiado. O processo, porém, havia sido desmembrado pela Justiça Federal do Paraná, que encaminhara ao STF apenas as investigações em torno do deputado federal André Vargas e do deputado Luiz Argôlo. Manteve para si as ações penais dos demais envolvidos, incluindo Costa, que não têm direito a foro privilegiado. No total, estavam em curso na Justiça Federal do Paraná oito ações penais sobre tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa e passiva. Entre essas oito estava a ação para investigar desvio de recursos públicos da Petrobras. Permanecem presos, além dos quatro doleiros, oito pessoas: Carlos Alberto Pereira da Costa, Luccas Pace Júnior, André Catão de Miranda, André Luis Paula dos Santos, Ediel Viana da Silva, Renê Luiz Pereira, Faiçal Mohamed Nacirdine e Mária de Fátima Stocker, esta última na Espanha. É considerado foragido Sleiman Nassim el Kobrossy, incluido na ação por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro do tráfico, a mesma em que são acusados os doleiros Chater e Youssef, além de Rene Luiz Pereira, Maria de Fátima Stocker e André Catão de Miranda. Ao contrário do que havia sido informado anteriormente pela Justiça, não está preso Alexandre de Souza Rocha. Veja também: Lava-Jato: ministro do STF manda soltar doleiro e ex-diretor da Petrobras Juiz alerta para risco de fuga de acusados na operação Lava-Jato Procuradores vão pedir reforço da PF para analisar relação de doleiro com ex-diretor da Petrobras Juiz vê possível caráter criminoso em conversa de Vargas com doleiro Petrobras: PF calcula que ex-diretor da estatal desviou R$ 300 milhões Justiça Federal suspende acordo de delação premiada de Youssef Justiça decreta quebra de sigilo da Petrobras e de ex-diretor da estatal Saúde omitiu documentos da parceria com laboratório de Youssef Lobista de doleiro foi ao Ministério da Saúde um dia após Lava-Jato Lava-Jato: novos inquéritos da PF vão investigar servidores Veja o relatório final da PF sobre a operação Lava-Jato Veja fotos da 1ª etapa da operação Lava-Jato Infográfico: as ligações do doleiro Alberto Youssef

As sociedades vivem momentos muito parecidos

http://www.theguardian.com/world/2014/may/20/thailand-army-declares-martial-law-denies-coup-live?CMP=EMCNEWEML6619I2

segunda-feira, 19 de maio de 2014

"O Brasil está um caos'... falam as ruas

O Brasil cansou de ser o “país do futuro”?

Os políticos brasileiros devem se manter vigilantes contra um descontentamento difuso e uma revolução silenciosa que explodiu no país e que pode ser um presságio de tormentas maiores


O Brasil, o gigante americano, está numa encruzilhada. Para alguns com risco de derrapar na próxima curva. Neste momento, todos estão crispados e quase incrédulos. “O Brasil está um caos”, é a frase que mais se escuta na rua.
O fato é que o Brasil luta para sair de uma situação que começou a incomodá-lo: cansou-se de ser “o país do futuro” e quer ser o do presente, do agora. Não lhe bastam promessas, e menos ainda as descumpridas. E quer um hoje com qualidade de vida. Entre os brasileiros, 73% desejam “mudanças”, inclusive radicais.
Repetiu-se durante muito tempo que o Brasil era o “país do futuro”, e apresentava-se a Petrobras como a joia da coroa, emblema da eficiência empresarial, uma empresa modelo no mundo, da qual hoje estão sendo vistos os pés de barro.
Qualificar o Brasil como país do futuro acarretava implicitamente que ele ainda não era um país adulto, e sim um adolescente. Embalados por esse mantra, os brasileiros se sentiram esperançados, mesmo sofrendo as garras da realidade presente, cheia de injustiça social, desigualdades dramáticas e serviços públicos de Terceiro Mundo.
Agora, os brasileiros querem ser adultos, sem esperar esse futuro incerto, porque além do mais o relógio da História se acelerou, e seus filhos e netos – que serão, esses sim, o futuro o Brasil – nascem já com o pé no acelerador e a mão no smartphone.
Sob essa óptica é preciso analisar esse ardor, esse desencanto e até esses surtos de violência repentina e de desassossego generalizado de pessoas que já não se sentem satisfeitas e querem mudar tudo, embora sem saber ainda como fazer isso.
O Brasil deveria, neste momento, se olhar sobretudo no espelho dos países irmãos contagiados pelo vírus de um populismo destrambelhado e corrupto, vizinho do autoritarismo ditatorial, como denunciou neste jornal com dureza o escritor Mario Vargas Llosa, referindo-se ao socialismo bolivariano da Venezuela.
É sintomático que, em todos os países onde se desencadeou com violência um movimento de protesto para mudar as coisas, tal revolta tenha sido capitaneada sobretudo pelos jovens, que acabaram arrastando para a sua causa outros setores da sociedade que comungam das suas aspirações.
E no Brasil? Algo que deveriam levar em conta os que governam os países, inclusive os que vivem em uma democracia decente, embora sempre imperfeita, como a brasileira, é que os jovens representam um impulso para a mudança.
Os jovens precisam estar na primeira fila quando se trata de mudar as coisas, porque levam no seu sangue quente o aguilhão da pressa e a ânsia pelo novo. E suportam, por exemplo, pior que os adultos a corrupção política, porque ainda não estão viciados nessa perigosa roleta.
Os poderes podem às vezes cooptar esses jovens com falsos ideais apresentados a eles como revolucionários ou progressistas. Trata-se muitas vezes de operações populistas e enganosas, que acabarão um dia explodindo e se rebelando contra tais poderes. Os jovens costumam ser agregadores, grupais, ao passo que, muitas vezes, os políticos separam e discriminam a ponto de considerarem seus adversários como inimigos.
Os Governos de alguns países já estão pagando o preço por terem enganado os jovens impedindo-os de participar em plena liberdade das mudanças de época. E quando os jovens despertam dos pesadelos autoritários que lhes foram impostos, ressurgem em seus protestos com uma força renovada e até perigosa, como estamos vendo em várias latitudes do mundo.
Talvez os governantes devessem estudar um pouco mais de psicologia, um pouco mais de Freud, Jung e Lacan, para não dormirem sobre os louros na vã esperança de que os jovens numa democracia jamais pretenderão ser impertinentes com o poder. Ou de que seja possível curvá-los pelo medo ou o suborno. A rebeldia continua aninhada no subconsciente do jovem, pronta sempre para estourar.
Aqui no Brasil os jovens começam a dar sinais de desassossego, que se refletem cada vez mais em ações de vandalismo, no ressurgimento de gestos racistas nos estádios de futebol, que pareciam desaparecidos, ou em formas perigosas de tomar a justiça nas próprias mãos. Isso poderia significar que as águas do inconformismo e do desejo de criar algo melhor chegaram a um nível alarmante.
Os sintomas são estudados em Medicina como prognósticos de possíveis enfermidades graves. A febre é tão necessária para a segurança do nosso organismo que, segundo a ciência, sem ela morreríamos na primeira enfermidade grave.
Querer curar a febre quebrando o termômetro é a mesma prática estúpida do avestruz de esconder a cabeça diante do perigo, em vez de enfrentá-lo a cara descoberta.
Os políticos devem hoje mais do que nunca se manter vigilantes contra um descontentamento difuso e uma revolução silenciosa que estalou no país e que costuma ser presságio de tormentas maiores.
E, para conseguir o que querem, os jovens não se comportarão como filhos bons, educados e obedientes. Foram sempre, e continuam sendo hoje, iconoclastas, idealistas e pragmáticos ao mesmo tempo, por paradoxal que pareça. Atenção na Copa!
Tudo isso é, ao mesmo tempo, um alerta e uma esperança, para o Brasil e para todo o continente latino-americano, já que, enquanto as águas transbordadas podem ser benéficas ou devastadoras, as estancadas acabam sempre apodrecendo.
Ficar inativo, além de impossível, costuma ser perigoso.
Os jovens hoje são ecumênicos. Querem ser “cidadãos do planeta”, como escreveu neste mesmo jornal Nathan Gardeis. São filhos do presente. Ignorar isso é brincar com fogo. O Brasil será julgado pelo hoje, não pelo ontem nem por um futuro messiânico.
E as eleições estão às portas. E já há rugidos de alerta.

Discursos de D. Dilma são inspirações para humoristas e temas funestos para uso de adversários


Bala para todo lado


JR GUZZO - 
Balas da metralhadora
Alguma coisa acontece na cabeça da presidente Dilma Rousseff quando se cruzam ali dentro a avenida por onde passam os pensamentos que ela quer transmitir ao público e a avenida de onde eles saem para o mundo, depois de transformados em palavras. Ou, ao contrário, alguma coisa que deveria acontecer nessa hora não acontece. Seja por um  motivo ou por outro, o fato é que a presidente, de uns tempos para cá, não está fazendo muito sentido, ou mesmo nenhum sentido, quando fala de improviso. Dilma, nessas ocasiões, imagina que está usando a linguagem do “grande público”. Mas a coisa não vai. Ela dá na chave, dá de novo, insiste, mas o motor não pega. O resultado final é que só vem conseguindo tornar-se cada vez mais incompreensível. Não é exagero. Tente, por exemplo, entender o seguinte: “”Quando você chega num banco, ele te pergunta qual a garantia que você me dá? Eu vou pagar a vocês, para me aceitar emprestar um dinheiro para você me pagar”. Isso aí foi dito por Dilma em Feira de Santana, no fim de abril, numa viagem de sua campanha eleitoral em que presentou prefeituras do interior da Bahia com tratores, escavadeiras e outras máquinas. Não é uma distorção do que disse, nem um boato – É o que consta nos registros oficiais do Palácio do Planalto. Não é tampouco uma “frase fora do contexto” e fora da compreensão humana.
Pelo jeito, a presidente está tendo dificuldades nos circuitos cerebrais que traduzem as ideias em sons, os sons em palavras e as palavras em frases inteligíveis. As cordas vocais não estão obedecendo às ordens enviadas pelo cérebro. – ou   o cérebro está enviando ordens desconexas para as cordas vocais. No caso de Feira de Santana, não conseguiu acertar nem a pontuação. Poderia ter sido, talvez, apenas um momento infeliz? Infeliz o momento foi, com certeza; mas não foi um momento. Ao contrário, esse caos que Dilma constrói quando fala em público vem sendo um processo, ou pelo menos uma série de muita consistência. É só ver o   que ela anda falando. “Esses receituário que quer matar o doente, em vez de curar o paciente, ele é complicado”, disse numa viagem recente a África do Sul,  referindo-se às ideias de controlar a inflação através  da redução do  gasto público. “Isso está datado”. Como assim? Matar o doente, como ela diz, não é  “complicado”; é simplesmente estúpido. Também não é um tratamento “datado”, que já valeu mas hoje está obsoleto; matar gente nunca foi certo.
Ainda outro dia, numa conversa com jornalistas em Brasília, voltou às suas aulas de economia: “Ai vem uma  pessoa e diz que a meta da inflação é 3%. Faz uma meta  de 3%… Sabe o que significa? Desemprego lá pelos 8,2%. De onde vêm esses exatíssimos “02%” que ela aos 8% quando seu governo  não acerta sequer uma previsão para o dia seguinte? Dilma já disse que “ a inflação foi uma conquista desses dez últimos anos de governo, do presidente Lula e do meu governo”.
Supõe-se que tenha havido aí um desencontro entre o que pensou e o que falou -  e  que pensou era mentira. Num seminário nos Estados Unidos, enfiou -se  de repente no tema de ônibus escolares e informou à plateia: “No Brasil não é assim conosco. Estamos criando ônibus escolar padronizado do início do século XXI”. Logo depois explicou ao investidor privado que, “ se quiser fazer o backroll, perfeitamente, ele  faça o backroll, se quiser fazer o backbone, perfeitamente, faça o backbone. Nós não queremos 1 mega real de banda larga, nós queremos o padrão, eu não vou dizer qual é o padrão”. Por que não? E essa história de backroll e backbone”?
Dilma  também foi capaz de fazer, em pleno exercício da presidência da República, a seguinte oração: “ Primeiro, eu gostaria de dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. Este respeito pelo ET de Varginha está garantido”. A presidente estava em Varginha, em Minas Gerais, para visitar, acredite-se ou não, um “museu do ET”, no qual o governo federal aplicou cerca de 1 milhão de reais. ( Iniciado em 2007, o museu nunca ficou pronto, e jamais foi visitado por ninguém. Está abandonado desde 2010). Outro grande momento foi no Ceará, agora em março. “ Os bodes, eu não me lembro qual é o nome, mas teve um prefeito que me disse assim: ‘ eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’. Então nós vamos fazer um Plano Safra que atenda os bodes que são importantíssimos”. É bala para todo lado.
“Pobre Dilma Rousseff, escreveu a seu respeito o Financial Times. Parecia uma Angela Merkel, com eficiência alemã. Acabou com um desempenho de irmãos Marx.
Fonte:  JR GUZZO.  Revista Veja, edição 2374 – ano 47 – nº 21. (21/05/2014)

domingo, 18 de maio de 2014

Acredite que dá!

18/05/2014 - 02h00 - Atualizado 18/05/2014 - 02h03 

Minha história: Ex-menino de rua cria agência de turismo bilionária 
DEPOIMENTO A... JOANA CUNHA DE SÃO PAULO 
Dono da Flytour, companhia de turismo com faturamento anual de R$ 4 bilhões, Eloi de Oliveira fugiu de casa aos oito anos para escapar dos maus-tratos do cunhado alcoólatra. Foi menino de rua, dormiu em albergues e, com os dentes quebrados, teve dificuldades para arrumar um emprego até encontrar Stella Barros, que lhe deu uma oportunidade de trabalho e um sofá para dormir na maior agência do país à época. * Helena Wolfenson/Folhapress Eloi de Oliveira , presidente do grupo Flytour, no sofá que mantém para lembrar a origem humilde Sou de uma família pobre, de Esteio, no Rio Grande do Sul. Fui o 14º de 15 filhos. Quando minha mãe faleceu no parto do último, meu pai começou a dar as crianças a amigos e parentes. Foi minha irmã, que tinha 14 anos e já era casada, quem me pegou e quis me criar, em Porto Alegre. Ela fazia pastéis, e eu, um menino gago, vendia depois da escola. Hoje tenho uma empresa de turismo que fatura R$ 4 bilhões por ano, com 2.700 funcionários e 220 escritórios. A Flytour tem 40 anos, sempre atendendo só clientes corporativos e agências. Mas daremos um novo passo neste ano. Entramos no varejo. Vamos vender lazer diretamente para a pessoa física. Até 2018, serão 426 novas lojas, principalmente em shoppings, para concorrer com CVC, Marsans e outros. Eu tinha oito anos quando fugi de casa pela primeira vez. O marido da minha irmã bebia muito. Ele era agressivo e isso ficou insuportável. Escapei num dia em que ele me deu dinheiro e mandou ir buscar pinga. Fiquei no centro da cidade, até que o juizado de menores me prendeu. Então eu tive que voltar a vender pastéis. Mas, na primeira oportunidade, fugi de novo. Nas ruas, eu ouvia falar de São Paulo. Por isso resolvi pedir carona e viajar. Ia de cidade em cidade, mentindo que tinha uma tia na cidade seguinte. Na época era fácil. Assim cheguei à praça da Sé e fiquei lavando carro até ser preso de novo pelo juizado e mandado de ônibus a Porto Alegre. Quando cheguei, entrei numa loja e inventei que era de São Paulo. Ajudaram-me com uma vaquinha e eu viajei de volta. Numa dessas viagens, parei para trabalhar numa padaria. Por acidente, derrubei os pães e o padeiro me xingou. Chamei-o de "corno", ele me deu um soco na boca e perdi os dentes. Na segunda vez em São Paulo, fui para a rodoviária. Tinha nove anos. Engraxei e vendi jornais, mas sentia medo de ser preso. Um dia, um senhor me viu e me levou para a casa dele, onde trabalhei areando panela e cuidando dos netos. Enquanto isso, arrumei também serviço numa casa de malas. Fiquei assim até os 12 anos, quando decidi ir embora para o Rio com dois amigos adolescentes. Acho que trabalho no turismo porque viajar está no sangue. Toda criança nasce com um dom. Então eu deixei o serviço e a casa e fui fazer meus documentos num cartório no viaduto do Chá. Senti como se eu tivesse voltado para a rua e pensei em me jogar do viaduto. Mas resisti. Consegui os documentos e viajamos. Veja vídeo Assista ao vídeo em tablets e celulares Perto do Copacabana Palace, fui para o que sabia fazer bem: lavar e guardar carro. Sempre fui bom vendedor. Acabei fazendo amizade com um guia turístico que me deixava cuidar das vans. Ele me ofereceu um emprego fixo na Stella Barros, que era a maior agência do país. Virei office boy. Naquela época, usavam muito boy, pois quem emitia a passagem era a companhia aérea. Quando soube que não tinha onde dormir, vovó Stella me deixou usar o sofá da empresa. Eu tinha que levantar antes que todos chegassem e só podia me deitar quando o último funcionário saísse. O sofazinho eu mantenho até hoje, em todas as nossas agências, porque eu acho que quando você cresce tem que lembrar de onde veio. Humildade é uma coisa que nunca quero perder, mesmo que eu ganhe muito dinheiro. Arrogância é ignorância. Lembre-se que eu não tinha os dentes. É difícil achar emprego sem dente. Foi vovó Stella que me levou na faculdade de odontologia e os alunos fizeram o tratamento. Ela também me ensinou a falar o português correto. Não voltei à escola, mas tenho uma coleção de 4.500 crachás de congressos de que participo e palestras que dou. É meu diploma, minha formação. Enquanto fiquei no Rio, com frequência visitava minha irmã no Sul. Passava em São Paulo, corria na rua José Paulino para comprar malhas e subia em outro ônibus para Porto Alegre, onde ganhava um dinheiro vendendo as roupas. Você nasce vendedor, mas, quando tem dificuldade, fica melhor. No Rio, fiquei até os 17 anos, quando minha irmã se mudou para São Paulo com seis filhos. Resolvi ajudá-la. Consegui emprego no Bradesco e ficamos num cortiço na Barra Funda. Aos 20 anos, me casei e aluguei um apartamento no Copan. Hoje tenho minha esposa e quatro filhos. Mas começamos do zero. Eu trabalhava no Bradesco, na LAP (Linhas Aéreas Paraguaias) e na rodoviária, como fiscal de plataforma, até a meia-noite. Aí roubaram nosso fusquinha, perdi o emprego e meu sogro quis buscar minha mulher porque estávamos em muita dificuldade. Mudamos para a casa dele e comecei tudo de novo, três empregos simultâneos. Hoje, tenho de novo um fusquinha preto, que uso para vir trabalhar. Quando meu filho nasceu, eu já tinha alugado um apartamento e estava muito bem, como diretor de vendas na LAP, para onde tinha voltado. Infelizmente, a empresa teve nova crise e fui mandado embora mais uma vez. Neste país, quando você perde o emprego, perde a dignidade. Fiquei desesperado. Aí encontrei um hoteleiro, da Panamericana de hotéis, que me chamou para ser representante dele no Brasil. Ele me deu a oportunidade de abrir um escritório próprio. Assim, em uma mesa emprestada dentro de um hotel, nasceu a EDO, que hoje é a Flytour, em 1974. Empreender é saber vender. Por isso eu coloco um V no meio da palavra: emprevendedor.

As instituições dão mole...

18/05/2014 - 10h23 - Atualizado 18/05/2014 - 11h57
 Presos fazem parentes e carcereiros de reféns durante rebelião em Aracaju 
No Rio de Janeiro Cerca de 120 familiares dos presos e quatro carcereiros estão sendo feitos de reféns em uma prisão de Aracaju há cerca de 22 horas, onde os detidos permanecem em rebelião desde sábado, informaram neste domingo (18) fontes oficiais. O motim aconteceu em Complexo Penitenciário Advogado Jacinto Filho (Compajaf) durante o horário de visitas dos familiares, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe. Os presidiários mantêm como reféns quatro carcereiros, um dos quais estaria ferido, embora não gravemente, e impedem a saída dos parentes. O Comandante Geral da Polícia Militar de Sergipe, Mauricio Iunes, disse que não considera que os parentes sejam reféns porque os presidiários não os ameaçam. "Os parentes não são considerados reféns, apesar de que serem impedidos sair da unidade. Na realidade são potenciais reféns porque muitos podem estar ali para proteger os presos. Também não achamos que os presidiários vão ferir suas próprias famílias", manifestou Iunes aos meios de comunicação locais. Por outro lado, "os agentes penitenciários são considerados reféns porque estão sendo ameaçados", acrescentou. A polícia negociou durante todo o sábado com os reclusos, mas estes se negaram a depor as armas e a libertar as pessoas.