Postagem em destaque

MALDADE É O PROJETO Blue .beam ...

*O PROJETO BLUE BEAM: Já soube que os governos estão admitindo os OVNIs e há vários movimentos atuando para a implantação de uma religião gl...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

'Algum coisa de nossa vida espera por uma renúncia....'


RUTH DE AQUINO - 15/02/2013 22h30 - Atualizado em 15/02/2013 22h30
TAMANHO DO TEXTO

A hora de dizer não

RUTH DE AQUINO
Enviar por e-mail
|
Imprimir
|
Comentários
RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
"Chega um momento na nossa vida em que devemos renunciar”, disse na semana passada o sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, com vigor e lucidez aos 91 anos. Renunciar a uma ou mais coisas que pareciam essenciais antes. Renunciar a um cargo, a uma paixão, um desamor, uma obsessão, uma disputa, uma vaidade, ao sol a pino, à carne vermelha no jantar, seja lá o que for. Saber dizer não com serenidade pode ser um ato revolucionário e de liberdade individual.

Pelo ineditismo e pela surpresa, a renúncia do papa Bento XVI foi dissecada no mundo inteiro em plena festa profana, o Carnaval. Cada um viu o que quis. Vemos aquilo em que cremos. Católicos fervorosos se sentiram perdidos ao perceber, enfim, que o papa não é santo. Não é mesmo, nunca foi. Agnósticos e cristãos com um mínimo de perspectiva histórica sabem que a batina não sacraliza ninguém. Amém.

O papa não tem influência na minha vida particular, embora eu tenha sido batizada e feito primeira comunhão nas igrejas de Copacabana. Na infância, era obrigada a ir à missa todo domingo. Havia um anjo de gesso sobre minha cama. Ele me dava um certo medo. Tinha aulas de catecismo numa escola laica. Via, na confissão, uma enorme teatralidade. Às vezes inventava pecados para testar a reação daquele desconhecido que parecia dormir, de perfil. Não entendia a lógica do número de ave-marias e padre-nossos, como castigo ou promessa de salvação eterna.

Bem mais tarde, o papa passou a me interessar apenas como chefe de um Estado implacável e multimilionário que se aliou a demônios palpáveis e históricos. Um Estado com poder transnacional sobre governos, política, ciência e sobre a vida das pessoas comuns. Na semana passada, o papa passou a me interessar como alguém de carne e osso. Por mais sinais de cansaço e desilusão que tivesse dado, era difícil crer que logo um Ratzinger apelidado de “papa panzer” e “rottweiler de Deus” decidisse apear da cruz e humanizar-se.

Ratzinger é um homem com um marca-passo. Não queria deteriorar ao vivo como seu antecessor. Considerava a saúde da carne um imperativo para exercer direito o poder do espírito. Sentia-se impotente diante do enfraquecimento da Igreja Católica. Ficava irritado com as fofocas nos corredores do Vaticano. Inseguro diante dos escândalos de pedofilia de padres e cardeais. Culpado pelos escândalos de corrupção interna, vazados por seu mordomo. Traído por sua equipe de confiança. Magoado com sua imagem de autoritário e conservador no Twitter.
A renúncia do papa
Bento XVI é um ato revolucionário – e inspirador – de liberdade individual 
Ele nem pediu para sair. Não negociou com seus pares ou súditos. Disse: “Fui”. Decidiu “em plena liberdade” – como se alguém pudesse ser plenamente livre. Dizer que renunciou “pelo bem da Igreja” é conversa para cardeal dormir. Uma tentativa póstuma de se fazer de soldado humilde de Jesus. Um homem diz “não” pelo seu próprio bem. Bento XVI era um papa relutante e acidental, sem carisma. Virou astro pela negação.

O que se seguiu foram os obituários em vida. Como os papas costumam morrer em exercício, são poupados de assistir a seu funeral. Pelo menos de corpo presente. Bento XVI assiste de camarote à enorme confusão provocada por seu gesto libertário ou covarde. Se existem outros vazamentos de escândalos na fila, melhor estar na casa de verão em Castelgandolfo, meia hora ao sul de Roma, meditando, orando e escrevendo.

É um palácio sobre uma colina, com vista para um lago, na verdade a boca de um vulcão adormecido. Simbólico, diante de toda a lava derramada nos últimos anos envolvendo a Igreja Católica. Quem ficará na boca de um vulcão ativo será outro papa, mais jovem, mais saudável, menos rígido e mais antenado com as redes sociais. Não é assim a vida fora do Vaticano?

O “basta” de Bento XVI me lembrou o filme premonitório de Nanni Moretti, Habemus papam, do ano passado. É uma comédia de costumes inofensiva. Eleito pelo conclave dos cardeais, o novo sumo pontífice – protagonizado por Michel Piccoli – entra em pânico. Apavorado com o que o espera no comando da Igreja, recusa-se a ser identificado na sacada para os fiéis.

Um psiquiatra ateu (Nanni Moretti) é chamado ao Vaticano. Na cena mais hilária do filme, os cardeais dizem ao psiquiatra que ele só não poderá discutir assuntos como “fé, desejos, sonhos, sexo, infância e mãe”. É uma paródia de como a Igreja Católica se despregou da realidade. A partir daí, o novo papa, descrente de si mesmo, de sua fé e da Igreja, foge do cerco e perde-se pelas ruas de Roma. Frágil, vulnerável, ele fica maravilhado com o anonimato, as pessoas e sua vida normal, seus tropeços e alegrias. Vê, de fora, como seu rebanho o enxerga. Renuncia a ser pastor. E assume a si mesmo.  

Paixão por um bipolar.... // Cristiane Segatto


CRISTIANE SEGATTO - 22/02/2013 13h23 - Atualizado em 22/02/2013 13h25
TAMANHO DO TEXTO

Apaixonada por um bipolar

A história de cinema de uma leitora bem real

CRISTIANE SEGATTO
Enviar por e-mail
|
Imprimir
|
Comentários
CRISTIANE SEGATTO  Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo. Para falar com ela, o e-mail de contato é cristianes@edglobo. (Foto: ÉPOCA)
Há duas semanas escrevi sobre a banalização dos transtornos mentais e a sensação de impotência das famílias que convivem com doenças psiquiátricas. Não é de hoje que esse assunto me toca e me inspira. A saúde mental, no Brasil, é uma das áreas mais desassistidas. Uma de nossas maiores fragilidades. Tivemos a oportunidade de discutir a respeito nesta reportagemnesta colunanesta outra e em vários textos recentes. 
O último foi motivado pelo sucesso do filme O lado bom da vida, que concorre ao Oscar em oito categorias. Tem poucas chances, segundo os entendidos de cinema. Mas a comédia romântica tem seu valor.
Para uma leitora de Brasília, que conhece o transtorno bipolar bem de perto, o valor é inestimável. Jovem, bonita, funcionária pública, ela se apaixonou por um rapaz que sofre de transtorno bipolar e vive numa cidadezinha do Rio Grande do Sul.  
A pedido dela, preservo a identidade do casal, mas não poderia deixar de dividir com você o relato de amor escrito por essa mulher. Hoje esta coluna é dela. É dela, para ela e para todos os que precisam de cuidado e compreensão. Pelos meus cálculos, algo como 100% da espécie humana. 
A arte sempre imita a vida, não é mesmo? 
Logo no início de O lado bom da vida, reconheci a cena em que o paciente recebe alta de um hospital psiquiátrico. Não poderia ser mais autêntica. Foi exatamente assim com um jovem gaúcho, diagnosticado com transtorno afetivo bipolar do humor, a cada saída de uma de suas várias internações em unidades psiquiátricas do Rio Grande do Sul.  
Os pais de um bipolar sofrem com a ideia de sua internação. Até se conscientizarem de que, no meio de uma crise, isso é o melhor que se tem a fazer. Muitas vezes os pais solicitam a alta antes do término do tratamento, o que pode provocar novas e mais fortes crises.  
Na saída, quase sempre outro paciente pede uma carona. O diálogo que se instala pode ser tão cômico quanto o do filme. Se ao mesmo tempo não fosse tão triste... 
E.A.B, 25 anos é tão bonitão quanto o ator Bradley Cooper, que faz o paciente bipolar. A carreira de modelo e o sonho de ser ator em São Paulo foram interrompidos há quatro anos.  
A crise foi desencadeada pelo stress das dificuldades que a carreira impõe para um jovem simpático, inteligente, generoso, romântico e gentil do interior do Rio Grande do Sul. Além disso, houve a traição da namorada, com quem morava na época.  
Durante a exibição do filme, enquanto as pessoas gargalhavam com Pat, o personagem de Bradley Cooper, eu não conseguia conter minhas lágrimas.  
Conheci E.A.B numa rede social. Sou a “Tiffany” (a personagem da atriz Jenniffer Lawrence) da vida real. Reservada, misteriosa, sensível, complicada, um tanto instável emocionalmente. Sem rumo na vida, por problemas afetivos. Com histórico de uso de medicamentos igualmente controlados.  
Acabei conquistando a atenção de E.A.B.  
Assim nos referíamos um ao outro: “Duas almas perdidas que se cruzaram por algum motivo.”. Como no filme, tudo começou como um romance desencontrado, com idas e vindas de uma cidade para outra. Cenas de brigas, términos e voltas. E ainda a certeza de que nenhum seria capaz de viver sem o outro. 
Ele tem um histórico de perdas pessoais desde a infância. O pai morreu de repente, de parada cardíaca. A irmã, aos 14 anos. Lidar com isso é muito difícil até para quem não tem uma condição psicológica sensível como ele. 
Atualmente, depois de várias internações, E.A.B trancou a faculdade de Administração e vive com sua mãe, uma mulher admiravelmente forte. Mora numa cidade muito pequena no interior do Rio Grande do Sul. É estigmatizado, não consegue uma oportunidade de trabalho.
O bullying engessou a vida dele. Quando era criança, publicaram fotos dele. Diziam que era o menino feio que queria ser modelo. Talvez esse tenha sido o estopim. Essa é a conclusão tirada por ele mesmo. Em minha opinião e na de sua mãe coruja, não existe homem com sorriso mais bonito.
Diante do destaque internacional dado ao filme “O lado bom da vida” e aproveitando que alguns jovens acham que ser bipolar é “da hora”, é importante que nos seja dada a oportunidade de ampliar o conhecimento público sobre esse transtorno incapacitante que não recebe a devida atenção da legislação brasileira.
O preconceito e a ignorância prejudicam a recuperação do paciente. Quem toma regularmente a medicação (lítio e outros estabilizadores de humor) e recebe o devido acompanhamento psicoterapêutico, pode voltar a ter uma vida normal, trabalhar e produzir. Além de amar como qualquer outra pessoa. 
Qual é a sua opinião? Conhece alguém que vive uma situação semelhante? Conte pra gente. Queremos ouvir sua história. Sempre. 
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)

" A Igreja diminuirá de tamanho... Mas, dessa provação sairá uma igreja que terá uma grande força"


  • A profecia de Joseph RatzingerData da Postagem: 23 fev 2013 | Autor: Ataíde | Comentários: 0 Comments e 0 Reactions
  • A renúncia do Papa Bento XVI suscitou na mídia e em boa parte dos fiéis, especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa “Profecia de São Malaquias” que, segundo a lenda, anunciava o fim da Igreja e do mundo ainda neste século. Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a imaginação de inúmeras pessoas, a verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já demonstraram vários teólogos, inclusive o estimado monge beneditino, Dom Estevão Bettencourt, na sua revista “Pergunte e Responderemos”.
    Mas não é sobre a profecia de São Malaquias que queremos falar aqui. Nossa atenção, devido às circunstâncias, volta-se para as palavras do jovem teólogo da Baviera, Padre Joseph Ratzinger, proferidas há pouco mais de 40 anos, logo após o término do Concílio Vaticano II.Em um contexto de crise de fé e revolução cultural, o então professor de teologia da Universidade de Tübingen via-se cada vez mais sozinho diante da postura marcadamente liberal de seus colegas teólogos, como por exemplo, Küng, Schillebeeckx e Rahner. Olhando também para os outros setores da Igreja, Padre Ratzinger via nos “sinais dos tempos” um presságio do processo de simplificação que o catolicismo teria de enfrentar nos anos seguintes.
    Uma Igreja pequena, forçada a abandonar importantes lugares de culto e com menos influência na política. Esse era o perfil que a Igreja Católica viria a ter nos próximos anos, segundo Ratzinger. O futuro papa estava convencido de que a fé católica iria passar por um período similar ao do Iluminismo e da Revolução Francesa, época marcada por constantes martírios de cristãos e perseguições a padres e bispos que culminaram na prisão de Pio VI e sua morte no cárcere em 1799. A Igreja estava lutando contra uma força, cujo principal objetivo era aniquilá-la definitivamente, confiscando suas propriedades e dissolvendo ordens religiosas.
    Apesar da aparente visão pessimista, o jovem Joseph Ratzinger também apresentava um balanço positivo da crise. O teólogo alemão afirmava que desse período resultaria uma Igreja mais simples e mais espiritual, na qual as pessoas poderiam encontrar respostas em meio ao caos de uma humanidade corrompida e sem Deus. Esses apontamentos feitos por Ratzinger faziam parte de uma série de cinco homilias radiofônicas, proferidas em 1969. Essas mensagens foram publicadas em livro sob o título de “Fé e Futuro”.
    “A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. E descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente”
    Depois de 40 anos desses pronunciamentos, o já então papa Bento XVI não mudou de opinião. É o que pode-se concluir lendo um de seus discursos feitos para os trabalhadores católicos em Freiburg, durante viagem apostólica a Alemanha, em 2011. Citando Madre Teresa de Calcutá, o Santo Padre constatava uma considerável “diminuição da prática religiosa” e “afastamento duma parte notável de batizados da vida da Igreja” nas últimas décadas. O Santo Padre se pergunta: “Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?”
    O Papa alemão respondia que sim, a Igreja deveria mudar, mas essa mudança deveria partir do próprio eu. ”Uma vez alguém instou a beata Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!“, ensinou. Bento XVI pedia no discurso uma reforma da Igreja que se baseasse na sua “desmundanização”, corroborando o que explicou em outra ocasião a um jornalista, durante viagem ao Reino Unido, sobre como a Igreja deveria fazer para agradar o homem moderno.
    “Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder. A Igreja está a serviço de um Outro: não serve a si mesma, para ser um corpo forte, mas serve para tornar acessível o anúncio de Jesus Cristo, as grandes verdades e as grandes forças de amor, de reconciliação que apareceu nesta figura e que provém sempre da presença de Jesus Cristo. Neste sentido a Igreja não procura tornar-se atraente, mas deve ser transparente para Jesus Cristo e, na medida em que não é para si mesma, como corpo forte, poderosa no mundo, que pretende ter poder, mas faz-se simplesmente voz de um Outro, torna-se realmente transparência para a grande figura de Cristo e para as grandes verdades que Ele trouxe à humanidade”.
    Esses textos ajudam-nos a entender os recentes fatos e interpretar os pedidos de reforma da Igreja pedidos por Bento XVI nos seus discursos pós-renúncia. De maneira alguma esses pedidos fazem referência a uma abertura da Igreja para exigências ideológicas do mundo moderno, como quiseram sugerir alguns jornalistas. Muito pelo contrário, o Papa fala de uma purificação da ação pastoral da Igreja diante do homem moderno, de forma que ela se livre dos ranços apregoados pelo modernismo. Trata-se de conservar a fiel doutrina de Cristo e apresentá-la de modo transparente e sem descontos. A Igreja enquanto tal é santa, imaculada. Mas seus membros carecem de uma constante conversão e é neste sentido que a reforma deve seguir. A Igreja precisa estar segura de sua própria identidade que está inserida na sua longa tradição de dois mil anos, caso contrário, toda reforma não passará de uma reforma inútil.
    Autor: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider
    Fonte:  padrepauloricardo.org