sexta-feira, 30 de junho de 2017

"QUEM É O GREVISTA DE GREVE GERAL? / Percival Puggina

QUEM É O GREVISTA DE GREVE GERAL?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 
  Inicialmente cabe perguntar: como pode ser "geral" uma greve sem apoio da população? Pelas siglas das bandeiras que agitam, os habituais construtores da confusão e suas massas de manobra acham muito bom o ambiente político promovido na Venezuela e os resultados colhidos em Cuba. Creem, então, ser de boa política demonstrar força parando o país na marra. O sucesso deles depende do fracasso de todos os demais.
 São pequenos grupos, porém, articulados nacionalmente. Param o transporte coletivo na base da pedrada e do "miguelito", mas não são, eles mesmos, motoristas de ônibus porque isso é muito trabalhoso. Bloqueiam rodovias e avenidas, incendiando pneus, mas não são, eles mesmos, transeuntes desses caminhos. Impedem os demais de trabalhar, mas são raros, raríssimos em tais grupos, os ativistas que ganham seu sustento com o suor do próprio rosto. Menor ainda é o número daqueles cuja atividade, por sua natureza, agrega algum valor à economia nacional. Querem é distância do mérito, da concorrência, do livre mercado. São nutridos por alguma teta política, pública, sindical ou familiar. São, estes últimos, filhinhos do papai entregues à sanha dos encolhedores de cabeças do sistema de ensino. É a geração nem-nem, mas com direito à mesada.
O que estou descrevendo aqui por intuição, os italianos diriam ser algo que "si sente col naso" (se percebe com o nariz). E bem mereceria ser objeto de uma pesquisa acadêmica. Conviria à sociedade conhecer o perfil dessas pessoas que volta e meia se congregam para infernizar a vida dos outros. No entanto, também com o nariz, posso intuir que a academia brasileira não teria o menor interesse em executar essa tarefa porque ela iria desmoralizar, politicamente, as seivas de que essa militância se nutre. E as grandes empresas de comunicação? Bem, pelo que tenho visto ao longo deste dia 30 de junho, tampouco elas, diante das depredações e da queimação de pneus, pronunciaram uma sílaba sequer que fosse além da mais cirúrgica narrativa dos fatos em curso. Tão lépidos em comentar tudo, entendam ou não dos assuntos, demonstram-se, hoje, absolutamente indispostos a qualquer análise do que está acontecendo. No entanto, há uma riqueza de conteúdo, tanto no que não aconteceu quanto no que aconteceu. Tudo por ser investigado.
Creio que só uma colaboração premiada poderia desvendar as entranhas dessas articulações político-ideológicas tão nocivas ao bem comum...
_______________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

A decadência da civilização. .. /João Pereira Coutinho

sexta-feira, maio 05, 2017

Olhos abertos, boca fechada! - 

JOÃO PEREIRA COUTINHO


FOLHA DE SP - 05/05


A decadência da civilização é coisa divertida. Ainda me lembro do tempo em que a minha avó ensinava algumas regras de etiqueta. Coisas simples, como não comer com as mãos ou não olhar pasmado para as pessoas. "Menino, maneiras!" E o menino, com a dificuldade própria dos selvagens, tentou refinar-se.

Podemos dizer que usa talheres. E não tem por hábito imitar o personagem central de "Laranja Mecânica", com os olhos esbugalhados, a olhar em volta como um demente.

Pois bem: que diria a minha avó - que hoje faria 93 anos - sobre a mais recente recomendação da Universidade de Oxford aos seus estudantes?

Leio na imprensa britânica que a Unidade para a Igualdade e a Diversidade está preocupada com "microagressões racistas". Essa frase é todo um manicómio. "Unidade para a Igualdade e a Diversidade". "Microagressões racistas". Matem-me. Já. E depois enterrem-me: Oxford afirma que desviar o olhar quando se fala com "alguém" (leia-se: negro, asiático, talvez esquimó) pode ter consequências nefastas na saúde mental do outro.

Não pode, gente: se o outro se sente ofendido porque alguém desviou o olhar é porque já não tem grande saúde mental para preservar.

Além disso, Oxford também recomenda que ninguém seja inquirido sobre a sua origem. "De onde vem?" deixou de ser uma curiosidade normal entre gente normal - e internacional. É um ofensa que esconde, sei lá, um prazer perverso, colonialista, obviamente genocida. Presumo que, para a Unidade, o ideal é ninguém falar com ninguém - mas sempre de olhos abertos, como peixes no aquário.

Comecemos pelo óbvio: na sua ânsia paranóica de combater o "racismo", a Unidade comete uma "macroagressão racista". Porque parte sempre do pressuposto de que um branco que desvia o olhar perante um negro é um nazista em potência. Não existem outras razões: distracção, cansaço, timidez, educação. Ou a velha e boa indiferença que é a base de uma sociedade tolerável.

A Unidade, como qualquer organismo totalitário, inverte a presunção de inocência. E, como qualquer organismo totalitário, condena com base em suposições. Pior: condena o que acredita existir na cabeça dos outros. O racismo já não é um crime objectivo, ou seja, identificável em palavras ou actos. Pode ser um delito de consciência. Socorro?

Seja bom companheiro de si mesmo...


Quem não ama a solidão, não ama a liberdade 

 Arthur Schopenhauer

Frases... / Zygmunt Bauman


“Cuidado com políticos que fazem dos nossos sentimentos um instrumento de poder”, 

 Zygmunt Bauman

"Desejo"de Vitor Hugo poder ser considerado uma Constituição para a Humanidade...! Tem dúvida ? Leia


Desejo – Vítor Hugo
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga “Isso é meu”,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A notícia é recorfontante mas, é uma pena que a punição seja do nível benevolente da Justiça brasileira

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/policia-civil-do-rj-faz-megaoperacao-contra-corrupcao-para-prender-pms-e-traficantes.ghtml

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Polícia Federal suspende emissão de passaportes...

POLÍCIA FEDERAL SUSPENDE EMISSÃO DE NOVOS PASSAPORTES POR FALTA DE RECURSOS FINANCEIROS 

A Polícia Federal suspendeu a emissão de novos passaportes a partir das 22h desta terça-feira. Em nota, a PF informou que a medida é resultado da “insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem”.
O agendamento online do serviço e o atendimento nos postos da PF vão continuar funcionando, mas não há previsão para confecção e entrega dos novos passaportes que forem solicitados. Quem solicitou os passaportes até esta terça-feira receberá o documento normalmente.
A Polícia Federal afirmou que “acompanha atentamente a situação junto ao governo federal para o restabelecimento completo do serviço”. O governo ainda não se pronunciou sobre a suspensão. Do site de Veja Aluizio Amorim às 6/28/2017 12:37:00 AM

Lula destruiu sua biografia além de prejudicar o Brasil

https://www.newsatual.com/lula-fez-com-a-familia-o-que-fez-com-o-brasil-promoveu-crimes-desordens-corrupcao-traicao-discordia-e-infelicidade/

Cidade Richmond, EUA, paga "bolsa-bandido para aliviar violência

Cidade paga “bolsa-bandido” para manter jovens longe do crime.
(Entenda Richmond dá dinheiro para jovens com histórico violento não cometerem crimes. A controversa iniciativa está dando certo 1   
Saiba quem dos seus amigos leu
Tiago Cordeiro especial para a Gazeta do Povo [23/06/2017] [17h14] 
Para receber o dinheiro, não basta apenas não cometer crimes. É necessário cumprir uma lista de metas que inclui, por exemplo, parar de suar drogas, voltar a estudar, tirar carta de motorista, ajudar algum membro idoso da família, e conseguir um emprego Reprodução [3] ↑ TOPO Pense na violência como uma doença. Ela surge em regiões específicas do corpo (ou, no caso, em determinadas áreas de uma cidade) e se alastra a partir daí. É possível neutralizar seus agentes causadores, que, em geral, são homens jovens que vivem em bairros dominados pelo crime organizado. Mas não é necessário neutralizar matando, ou colocando na cadeia, até porque geralmente os mesmos jovens também são vítimas. É possível curar essas pessoas, dando a elas novas oportunidades de estudo e carreira. E, assim, recuperar o corpo todo. Dezenas de programas de redução da violência e da criminalidade trabalham com esses pressupostos: em vez de operações policiais massivas e agressivas, ações pontuais junto a pessoas selecionadas. Há pelo menos 20 anos cidades americanas como Chicago, Boston, Nova York e Detroit mantêm programas que investem na abordagem dos indivíduos específicos que fazem parte de um ciclo vicioso: eles crescem em lugares violentos, perdem amigos e familiares em situação violenta e acabam envolvidos em atividades violentas que fazem outras pessoas perderem amigos e familiares. PUBLICIDADE 
 Richmond, na Califórnia, também tem uma iniciativa desse gênero. Com uma diferença: ali, parte da recuperação consiste em dar dinheiro para jovens de comportamento agressivo reorganizarem sua vida. É isso mesmo: a cidade paga para possíveis bandidos não cometerem crimes. Os valores partem de US$ 300 e chegam a um teto de US$ 1000. São concedidos por nove meses seguidos, no máximo, para os jovens que participam do programa e não se envolveram em confusão por seis meses. E mais: neste período, os garotos são orientados por ex-criminosos – é um dos poucos empregos do mundo em que ter ficha policial é pré-requisito. Eles comunicam a experiência de quem já passou por problemas parecidos até encontrar um caminho de reabilitação. Um dos instrutores, por exemplo, é James Houston, que cumpriu 18 anos de pena por duplo homicídio. Resultados expressivos O programa gera polêmica nos Estados Unidos.
Em 2016, Washington anunciou que adotaria uma iniciativa parecida, mas voltou atrás porque a ideia encontrou resistência ferrenha do prefeito. Sacramento, Toledo, Los Angeles e Filadélfia ainda observam Richmond com atenção, sem começar seus próprios programas. A insegurança é razoável. Por enquanto, além da cidade californiana, a ideia só foi aplicada uma vez, e por apenas poucos anos, em Baltimore, a partir de 1972 e até que um novo prefeito cancelou a iniciativa por não concordar com as mesadas. Mas a questão é que, por mais difícil que seja aceitar a iniciativa, ela parece estar funcionando: os índices de homicídio de Richmond vêm caindo. Em 2014, chegaram a 11, o menor número em quarenta anos, uma queda de 77% em relação a 2007. O total tem se mantido na média de 15, contra 47 há dez anos. Pode-se alegar que Richmond pode ter alcançado tal avanço porque, nos últimos anos, também reorganizou suas delegacias e instituiu o policiamento comunitário. Além disso, a crise econômica americana diminuiu e a população envelheceu. Mas Oakland, outra cidade californiana marcada pelos assassinatos, também mudou a estrutura da força policial, passou pelas mesmas mudanças econômicas e demográficas, e ainda assim não atingiu os mesmos resultados. Parece mesmo que pagar pela paz compensa. Ou, pelo menos, é um recurso útil de prevenção, que funciona em paralelo ao trabalho da polícia.
 Na verdade, a iniciativa é mais complexa do que simplesmente dar dinheiro para jovens ficarem quietos. Os garotos também participam de atividades variadas, que incluem desde tratamentos de controle de raiva e conversas com mães de jovens assassinados até visitas a campi universitários e a outras cidades. Alguns dos jovens já foram à Disney, a Washington, ou mesmo ao México, à Arábia Saudita e à África do Sul. Membros de diferentes gangues viajam juntos e assim têm a oportunidade de se conhecer melhor. Além disso, para receber os US$ 1000 mensais, não basta apenas não cometer crimes. É necessário cumprir uma lista de metas, estabelecidas caso a caso, mas que inclui, por exemplo, parar de suar drogas, voltar a estudar, tirar carta de motorista, ajudar algum membro idoso da família, conseguir um emprego. “Nossa ação é baseada em práticas tradicionais, de eficácia comprovada, como o contato pessoal nas ruas, o trabalho com conselheiros e a terapia”, diz o idealizador da iniciativa, DeVone Boggan. “O resultado é uma redução significativa da violência urbana com armas de fogo”. Iraque na Califórnia A Operação Peacemaker começou a partir de 2007, quando a cidade estava em pânico. Com pouco mais de 100 mil habitantes, era a 9ª mais perigosa para se viver nos Estados Unidos. Nada parecia funcionar. Os políticos locais a comparavam a viver no Iraque. Em setembro de 2006, por exemplo, um homem levou um tiro no rosto durante o funeral de um adolescente que havia sido morto a tiros. Foi quando a comunidade aceitou contratar DeVone Boggan. Ele criou um departamento municipal, o Office of Neighborhood Safety, para sustentar a operação. Se decidiu dedicar sua vida a recuperar jovens, é porque DeVone foi um deles. Nascido em Michigan, chegou a ser detido por tráfico de drogas. Dois conselheiros o ajudaram a mudar de vida. “Foram pessoas mais velhas, que se interessaram por mim e investiram tempo, energia e recursos”, o ativista conta. “Eles viram algo positivo em mim num momento em que muitos outros não viam, nem mesmo eu”. O jovem acabou por cursar direito na Universidade da Califórnia-Berkeley. Um de seus irmãos se tornou treinador de futebol americano. Outro, Dhanthan, morreu assassinado em agosto de 2008. DeVone já estava envolvido com iniciativas contra a violência (era diretor de uma consultoria da área em Oakland) e havia acabado de começar o trabalho em Richmond quando chegou para o enterro e os amigos disseram que sabiam quem eram os culpados pela morte de Dhanthan. “A polícia não vai fazer nada. Se você quiser, podemos nos vingar deles”, afirmaram. O ativista teve que manter o autocontrole e dizer não. Foi embora da cidade rápido, antes que mudasse de ideia e deixasse o desejo de vingança falar mais alto do que seus ideais.
 Nos primeiros dois anos em Richmond, DeVone criou um sistema de ronda nos bairros violentos. Em 2008, os homicídios caíram para 27. Mas, em 2009, chegaram a 47 de novo. Foi quando ele, contando com a consultoria do especialista em criminologia Barry Krisberg, desenvolveu o formato atual do programa, com os conselheiros com ficha criminal e o pagamento de mensalidades. Dessa vez, o trabalho começou com uma análise dos arquivos da polícia. DeVone concluiu que, da cidade inteira, havia 17 jovens suspeitos de terem participação em 70% dos 47 homicídios de 2009. Começou então a pesquisar a vida um a um, para conhecer seus hábitos antes de fazer o primeiro contato. O trabalho demorou três meses. Neste meio tempo, a equipe descobriu que o número era maior: 28 suspeitos de envolvimento, ainda que sem provas contra eles. Antes mesmo do primeiro contato, três deles já tinham sido assassinados. Dos 25 que sobraram, 21 toparam conversar. Todos homens, com mais de 16 e menos de 26 anos. Começava assim a nova etapa do programa. Até hoje, foram convidados 93 garotos, dos quais 84 aceitaram. Nenhum desistiu durante os 18 meses de programa, que custa US$ 3 milhões anuais, divididos meio a meio entre a prefeitura e a iniciativa privada. Críticos e defensores Em outubro de 2011, dois grupos de jovens, de gangues rivais, chegaram ao Office of Neighborhood Safety ao mesmo tempo. Começaram a se agredir logo no estacionamento. Algumas fraturas (mas nenhuma morte) depois, todos fugiram. DeVone se recusou a fornecer qualquer tipo de informação à polícia sobre o incidente. Diz que foi neste dia que ganhou a confiança dos jovens. Desde então, mantém a política: não colabora com dados, nem obriga seus jovens a testemunhar contra ou a favor de ninguém. Os críticos da iniciativa são muitos. “Concordo com a ideia de focar as ações nos indivíduos com maior risco de cometer atos violentos ou se tornar vítima de crimes. Mas acredito que existem ações mais eficazes do que o pagamento aos participantes”, diz John Roman, professor da Universidade de Chicago e especialista em violência urbana do Urban Institute, de Washington. Para ele, fornecer educação e treinamento profissional não deixa de ser uma forma de investir nos garotos, mas funciona melhor. “Pequenas mesadas por um curto período de tempo não dão conta de mudar o comportamento no longo prazo.” Também é comum que programas desse tipo sejam obrigatórios e voltados para os jovens que estão em condicional. Em Richmond, é voluntário. O jovem pode sair quando quiser. Mas DeVone tem seus defensores. Uma entidade dedicada ao problema, a National Council on Crime & Deliquency, publicou em julho de 2015 um levantamento a respeito do impacto do programa de Richmond. Identificou que, das 68 pessoas que participaram até 2014, 66 eram negros, 30 tinham filhos e 14 já tinham sido baleados. Entre os 68, 54 se mantiveram longe de problemas com a lei. Quatro morreram baleados. Será que o programa funcionaria em cidades maiores? Mesmo no Brasil? DeVone acredita que sim: “Desde que replicado na escala apropriada e com fidelidade ao programa, pode funcionar até mesmo em cidades com o tamanho e os problemas do Rio de Janeiro.” 

28 de junho
Mais quentes do dia
O que você precisa saber para estar bem informado hoje Aprovar reforma trabalhista: a última cartada do governo Temer
Temer insinua que Janot recebeu dinheiro com delação da JBS PrevidTemer
Forças Armadas pagam pensão generosa a filhas solteiras “setentonas”
Editorial: A atual legislação trabalhista causa prejuízo aos próprios trabalhadores Alexandre Borges: O Brasil está preparado para um estadista?
Polícia Federal suspende emissão de passaporte por tempo indeterminado Siga a Gazeta do Povo e acompanhe mais novidades PUBLICIDADE  o que você achou? 1  deixe sua opinião COMENTÁRIOS 3 COMUNIDADE  Escreva seu comentário Albino Antonio Teixeira Neto 3 dias Sai mais barato do que manter um preso na prisão. MARIO MARCIO ARCHEGAS FERREIRA 3 dias Interessante, o Império Romano também pagava para os bárbaros não invadissem e no inicio deu certo e sabemos como terminou a história. E os jovens desempregados de Richmond também vão

terça-feira, 27 de junho de 2017

Temer faz caminho parecido com o do Titanic

https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/06/27/denuncia-da-ao-governo-a-aparencia-de-titanic/

segunda-feira, 26 de junho de 2017

domingo, 25 de junho de 2017

A novidade que chega atrasada...

REPORTAGEM-BOMBA DE 'ISTOÉ' REVELA QUE LULA SERÁ CONDENADO. PENA PODERÁ TOTALIZAR 22 ANOS DE CADEIA.  A revista IstoÉ que chegas às bancas neste sábado revive as já denominadas "reportagens bomba" e afirma que Lula deverá ser condenado pelo Juiz Sergio Moro a 22 anos de cadeia. Ao que parece os procuradores da Operação Lava Jato têm provas definitivas e irrefutáveis contra o ex-todo poderoso chefão do PT que desde a explosão do petrolão não tem mais coragem de andar pelas ruas. Só viaja de avião particular emprestado por seu amigo, o ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia. Segue a íntegra da reportagem de IstoÉ. Mais do que nunca, os olhares do mundo político e jurídico estão voltados para as movimentações do juiz Sergio Fernandes Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná. Nos próximos dias, ele anunciará a sentença que condenará Lula à prisão no caso do tríplex do Guarujá por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente é acusado de ter recebido o imóvel da OAS como contrapartida às benesses que a empreiteira obteve do governo no período em que o petista esteve no poder. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente foi beneficiado com pelo menos R$ 87,6 milhões dados pela OAS, dos quais R$ 3,7 milhões foram usados por Lula no apartamento de três pavimentos. Conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da Lava Jato, o petista vai pegar até 22 anos de cadeia – 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por corrupção passiva. No cronograma de Sérgio Moro só uma etapa o separa do anúncio da condenação de Lula: a definição da pena a ser aplicada ao ex-ministro Antonio Palocci, hoje preso. A defesa de Lula está tão perdida nesse processo quanto o próprio cliente. Sem argumentos sólidos para defendê-lo, os advogados do petista apelam para o jogo sujo e chicanas jurídicas. Chegaram ao desplante de afirmar que os procuradores usariam, na acusação a Lula, a mesma teoria aplicada por Hitler em seu primeiro discurso como chanceler da Alemanha na qual o ditador nazista defendeu a “elasticidade dos veredictos”. Ou seja, que a posição dos procuradores seria manifestamente contrária às provas dos autos. Uma excrescência. Ao contrário do que alardeiam os advogados do petista, o MPF dispõe de farta documentação e depoimentos que demonstram que o ex-presidente ocultou a propriedade. Nas alegações finais enviadas ao juiz Moro, na última semana, o dono da OAS, Léo Pinheiro, atestou que o imóvel era mesmo de Lula.“O tríplex nunca foi posto à venda e as reformas foram executadas seguindo orientações dos reais proprietários do imóvel, o ex-presidente Lula e sua esposa. O projeto de reforma foi aprovado na residência do ex-presidente”, escreve o advogado de Pinheiro, José Luiz Oliveira Lima. O advogado esclarece na defesa da OAS que o tríplex, “bem mais caro do que o apartamento que Lula tinha no local”, não saiu de graça. “Os gastos feitos eram contabilizados e descontados da propina devida pela empresa ao PT em obras da Petrobras. Tudo com a anuência de seu líder partidário (Lula)”, afirmou.  Apesar de todas as evidências de que cometeu vários crimes, Lula, como todo acusado que cai nas garras da Justiça, insiste em alegar inocência. Em entrevista a Rádio Tupi do Rio na manhã da última terça-feira 20, o ex-presidente classificou de “piada” a peça acusatória dos procuradores da Lava Jato. “Espero que o Moro leia os autos e anuncie para o Brasil a minha inocência. Eu já provei que sou inocente. Quero que eles agora provem minha culpa”, acrescentou. Em nota oficial, os procuradores do MPF foram contundentes ao rebater Lula. “A defesa do ex-presidente está usando recursos eticamente duvidosos para atacar. Quer transformar um julgamento de crimes por corrupção em julgamento político”, dizem os procuradores do MPF. Eles reiteraram que, “apesar de todas as dificuldades para superar a impunidade, todo esse processo pode restabelecer a crença de que é possível termos um País onde todos sejam efetivamente iguais perante a lei”. O imóvel efetivamente não se encontra no nome do ex-presidente, mas a corrupção está fartamente provada, já que as benfeitorias no imóvel aconteceram e constituíram uma contrapartida ao tráfico de influência exercido pelo petista em favor da OAS. Mesmo assim, a ideia era de que o apartamento fosse transferido mais tarde para Lula. Segundo Léo Pinheiro, a transferência fazia parte do acordo firmado com Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula e braço direito do ex-presidente. A eclosão do escândalo, no entanto, alterou os planos.  UM JUIZ IMPLACÁVEL Moro já condenou 76 pessoas na Lava Jato. Lula está na fila. Palocci é o próximo. Foto:Miguel Shincariol/IstoÉ Na última semana, o advogado de Lula, Cristiano Martins Zanin, mostrou que a defesa do petista veio para confundir, não para explicar, como versava a famosa frase de Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Segundo ele, o imóvel havia sido transferido pela OAS para um fundo imobiliário da Caixa. O blefe se transformou num tiro no pé. De pronto, a Caixa esclareceu que o imóvel jamais lhe pertenceu. “Ele foi dado pela OAS como garantia de uma operação de debêntures com financiamento da Caixa, mas o imóvel continua sendo da empreiteira”, afirmou a Caixa. O próprio dono da construtora, Léo Pinheiro, garantiu em depoimento ao juiz Sergio Moro que o tríplex estava destinado a Lula e sua família desde o início de 2010, ano em que a empreiteira assumiu as obras de construção do Edifício Solaris, antes pertencente à Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Pinheiro fez questão de deixar claro que a OAS só aceitou assumir as obras do Solaris porque soube, por meio de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, que o então presidente Lula tinha imóvel no local. Outras importantes testemunhas corroboraram a versão de Léo Pinheiro. Entre elas, o ex-zelador José Afonso. Segundo ele, Lula esteve duas vezes no imóvel, uma das quais acompanhado pelo dono da OAS. E agiu como dono do apartamento, não como alguém que desejava visitá-lo na condição de futuro comprador. À ISTOÉ, o zelador chegou a dizer que testemunhou em 2014 a ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher de Lula falecida em fevereiro, pedir a engenheiros da OAS que construíssem o elevador privativo. “Como é que alguém, que não é dono, pede a construção de um elevador?”, questionou Afonso. O envolvimento de Lula nas práticas de corrupção tisnou sua imagem perante a sociedade. Em levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas no Distrito Federal, 87,1% dos entrevistados garantiram que não votarão em candidatos citados na Lava Jato. Na pesquisa, Lula é considerado “o mais nocivo para o Brasil” para 37% das pessoas pesquisadas. O ex-presidente foi denunciado em setembro de 2016 pelo MPF. No mesmo mês, Sergio Moro aceitou a acusação, transformando-o em réu pela quinta vez, afirmando que, dos R$ 3,7 milhões doados pela OAS ao ex-presidente, R$ 2,2 milhões constituíram vantagens oferecidas a ele por meio do apartamento 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá. Nesse valor, estão incluídas as reformas feitas no imóvel de 300 metros quadrados, que passou a contar com um elevador privativo, cozinha completa e área de lazer com piscina. Na denúncia formulada pelo MPF, Lula é considerado “o comandante da corrupção” na Petrobras. Ou seja, o chefão da quadrilha. “Lula dominava toda a empreitada criminosa, com plenos poderes para decidir sobre sua prática, interrupção e circunstâncias. Nos ajustes entre diversos agentes públicos e políticos, marcados pelo poder hierarquizado, Lula ocupava o cargo público mais elevado (…) Os atos de Lula, quando analisados em conjunto, e em seu contexto, revelam uma ação coordenada por ele, desde o início, com a nomeação de agentes públicos, comprometidos com o desvio de recursos públicos para agentes e agremiações políticas, até a produção do resultado, isto é, a efetiva corrupção (…) Lula é um dos principais articuladores do esquema de corrupção que defraudou contratos da Petrobras”, diz a denúncia assinada por 13 procuradores, incluindo Deltan Dallagnol, que menciona Lula como um dos políticos que usou recursos da Petrobras para enriquecimento ilícito. O MAIS NOCIVO Além da sentença de Moro no processo do tríplex, novos revezes se descortinam no horizonte de Lula. Para convencer o MPF a aceitar um acordo de delação premiada, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral promete envolver o petista em mais uma falcatrua. Entre as histórias que Cabral se dispôs a contar está uma reunião, realizada em 2009 com a presença de Lula, em que o ex-presidente teria autorizado o empresário Arthur César Soares de Menezes a pagar propina a integrantes do Comitê Olímpico Internacional em troca da escolha do Rio de Janeiro como cidade sede das Olimpíadas de 2016. Em março, o jornal francês Le Monde já havia abordado o assunto. De acordo com a publicação, o Ministério Público da França descobriu que Arthur César Soares pagou US$ 1,5 milhão ao presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo, Lamine Diack, três dias antes da votação que confirmou o Rio como sede dos Jogos. Incapaz de se reinventar, o petista insiste no surrado discurso da vitimização. “Já provei minha inocência. Agora quero que provem a minha culpa. Mexeram com a pessoa errada”, disse em tom de ameaça, tal qual um capo mafioso. Não cola mais. Apesar de as investigações da Lava Jato atestarem que toda a política nacional está corrompida, resta evidente que a corrupção institucionalizada na era petista no poder não foi mera continuidade de um sistema corrupto, como adora alegar setores da esquerda. Sem dúvida, existe um “antes e depois de Lula”. Não que a corrupção não existisse, por óbvio. Mas, sob o petista, a bandalheira foi transformada em política de Estado. É como se o Estado tivesse sido posto à venda. No governo dele e de sua sucessora, o pentarréu valeu-se do discurso histórico de esquerda, qual seja, de intensificação da intervenção do Estado na economia para angariar novas oportunidades de negócio à cúpula petista. O caso da exploração do pré-sal é emblemático. Por trás daquilo que era apresentado como defesa do interesse nacional estava uma intencional e bem articulada ampliação do Estado como balcão de negócios. A serviço de um partido e de interesses particulares, como foi o caso do tríplex. A realidade exposta pelos depoimentos colhidos por Moro é pródiga em demonstrar que o mito do herói, cultivado pelo PT nos últimos quarenta anos, serve melhor à literatura farsesca do que à política. Lula exerceu papel