sábado, 5 de março de 2022
Os ipês amarelos / Rubem Alves
08 de Setembro de 2010-14:08
Os ipês-amarelos por Rubem Alves
Fonte: http://www.adjorisc.com.br/artigos/os-ipes-amarelos-por-rubem-alves-1.342211/comments-7.402765?print=true
Ipê amarelo / Foto: N/A
Uma professora me contou K coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: "E quem é Rubem Alves?". Um menininho respondeu: "O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...". A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins, da comida mineira, de conversar à volta da lareira.
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação está relatado que Deus, ao fim de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem.
Sou místico. Ao contrário dos místicos religiosos que fecham os olhos para verem Deus, a Virgem e os anjos, eu abro bem os meus olhos para ver as frutas e legumes nas bancas das feiras. Cada fruta é um assombro, um milagre. Uma cebola é um milagre. Tanto assim que Neruda escreveu uma ode em seu louvor: "Rosa de água com escamas de cristal...".
Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. Diferentes dos filmes, que exigem tempo para serem vistos, as fotografias são instantâneas. Minhas crônicas são fotografias. Escrevo para fazer ver.
Uma das minhas alegrias são os e-mails que recebo de pessoas que me confessam haver aprendido o gozo da leitura lendo os textos que escrevo. Os adolescentes que parariam desanimados diante de um livro de 200 páginas sentem-se atraídos por um texto pequeno de apenas três páginas. O que escrevo são como aperitivos. Na literatura, frequentemente, o curto é muito maior que o comprido. Há poemas que contêm todo um universo.
Mas escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como acontece na eucaristia.
Sei que não me resta muito tempo. Já é crepúsculo. Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui... Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês-amarelos...
sexta-feira, 4 de março de 2022
quinta-feira, 3 de março de 2022
"Convivendo com inimigo"
Estava revendo no ID (Investigação Discovery) na TV e me surpreendi com uma história que me pareceu apropriada para comparar com os fatos da invasão da Rússia na Ucrânia …
A episódio da faz parte de uma série chamada "Convivendo com o inimigo" e conta as peripécias de uma mãe que tem um filho que matou várias pessoas e que foi condenado e solto pela lei de um Estado dos EUA em que as leis são tão frouxas como Brasil.
Ela viveu mudando-se de cidades por medo do filho que a odiava. Hoje ela mudou-se para outro lugar e não avisou onde está a nenhuma amiga ou parente por saber que certamente o filho iria mata-la…
Esta senhora se defendeu porque pode movimentar-se, coisa que a Ucrânia não pode fazer.
Por que as duas histórias se parecem ?
A história do nascimento da Rússia tem semelhança com a da senhora que tem medo do filho.
Os registros da evolução da Rússia contam que, o maior país de hoje, iniciou-se em Kiev, a Mater, e alcançou poder, prestígio, território, em séculos por atuação de dirigentes autoritários focados em poderes imperiais.
Hoje a nação russa, comunista ideológicamente presidida por um líder comunista, age como um latifundiário capitalista que quer acrescentar na marra, fora das leis internacionais de convivência aceitas pelo países que as subscreveram.
Os interesses que movem a Rússia a fazer este estranho estrago à sociedade mundial são necessários?
…
Na história da TV um indivíduo foi punido por não conseguir superar seus impulsos bizarros de convivência com a lei que a sociedade civil criou como modelar…!
Na história da invasão da Ucrânia pela Rússia um indivíduo que não respeitou as leis internacionais de convivência pacífica, quando não utilizou uma engrenagem respeitada, de utilização fácil e eficiente como a Diplomacia e surtou e deixou seus impulsos de vaidade, egocentria vigirem para assustar o mundo ?
Existe Tribunal para julgar estas excentricidades de indivíduos, de pessoas que agem sem fulcro da racionalidade e ferem milhões habitantes do planeta?
Acho que existe!
terça-feira, 1 de março de 2022
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
domingo, 27 de fevereiro de 2022
Cuidado com imaturidade dos governantes cheios vaidade e indigência cognitiva...
Reparei que os presidentes nacionais parecem sem maturidade para gerir milhões de patriotas que dependem de suas escolhas, decretos, ordens, etc...
Dá para notar que suas ações beiram a compulsão de adolescentes que não ultrapassaram o rito de passagem da adolescência para a maturidade ...
Seus governos não são recicláveis como bons exemplos e servem para serem "ensacados" e jogados no lixo da História!
Os fatos da atualidade dão ideia do horror e estão estampados
e espalhados ao redor do mundo. Todos podem ver, é inescapável.
Olhem os governos da Rússia, dos EUA, Venezuela, Argentina, França, Irã, e muitos de outros países, mais os governos dos Estados do Brasil ...
Há uma repetição da mediocridade!
Dá para modificar, ajudar estas autoridades?
Oremos por estes adolescentes cheios de poder e de indigência cognitiva ... Amém!