domingo, 18 de setembro de 2011

Brasil, exportador de corruptos... (Viva o Gordo - Globo)

O corrupto já era um quadro do programa de humor Viva o Gordo no início dos anos 80 do século passado. Tirante a competência humorística de Jô Soares, o fato é que uma das características daquilo que se poderia denominar de "alma brasileira", está no fato de que tudo se transforma em piada. O humor é excelente para promover a crítica, mas às vezes se transforma num instrumento que trivializa as piores iniquidades.
Este flash-back serve, todavia, para mostrar que as coisas no Brasil se repetem como no célebre filme Feitiço do Tempo, estrelado por Bill Murray.
Se alguém compulsar coleções de jornais antigos editados no Brasil, constatará que matérias editadas há um século terão incrível semelhança com o contéudo do noticiário da atualidade. Experimenta-se uma sensação de que não se sai do lugar. Debate-se corrupção, juros altos e impostos absurdos desde o tempo das capitanias hereditárias. É uma espécie de congelamento do tempo.
Os quadros de humor de Jô Soares, e lá se vão três décadas, quando se estruturam sobre o cotidiano da política e da economia, são um exemplo.
É possível mudar isto? Confesso que tenho as minhas dúvidas. A ciência num futuro talvez de médio prazo, acabará dando a resposta. Minha intuição leva-me a crer que esse modo de ser do povo brasileiro, esse dito "jeitinho", está no DNA. É genético e imutável. As exceções justificam a regra. E a regra é a carnavalização de todos os aspectos da vida.
O resultado está aí. O Brasil já tem mais de 500 anos!


Do blog do Aluízio Amorim

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