quarta-feira, 21 de março de 2012

Parece que o Brasil está sendo dirigido por adolescentes de cabelos brancos e ou cabelos pintados de preto para sair bem na foto...


20/03/2012
 às 16:36

BEBIDA NOS ESTÁDIOS: A fala absurda do presidente da OAB-RJ. Ou: Senhores congressistas, escolham a vergonha menor e mudem de vez o Estatuto do Torcedor! A alternativa é virar lobista de cervejaria…

Eu estou ficando a cada dia mais encantado com o rigor jurídico do pensamento do doutor Wadih Damous, presidente da OAB-RJ. Ele é tão favorável à retirada de crucifixos de tribunais, por exemplo, que defendeu que duas obras de arte assinadas, instaladas no STF, sejam adulteradas para que se retire de lá aquele símbolo do, como escrever?, “imperialismo cristão”. Eu o chamei, por isso, de taliban de gravata. Expliquei por quê.
Mas poderia haver um lado interessante em seu pensamento, ainda que eu discordasse do conteúdo: o amor a princípios. Aí estaria, enfim, uma homem que não transigiria nunca! Não se poderia, nesse caso, aplicar o mote “dura lex, sed lex” porque inexiste lei que expulse os crucifixos. Há o princípio da laicidade do estado e pronto — embora se ignore caso em que o crucifixo, num tribunal, tenha concorrido para a injustiça. De todo modo, doutor Damous seria de uma retidão que não se intimidaria nem diante de Moisés ou da Pietà, de Michelangelo! ”Arranca!”
Mas não é que me decepciono? O seu fundamentalismo, pelo visto, é ad hoc — vale para os crucifixos, mas se queda compassivo e compreensivo diante de uma latinha de cerveja, mais ou menos como os soldados de Luís Bonaparte, segundo Marx, não resistiam a champanhe e a salsichas com alho… Leio na Folha Online o que segue. Volto em seguida.
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O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, defendeu terça-feira (20) a liberação do consumo de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos da Copa de 2014. Segundo Damous, o futebol é um entretenimento e assistir a uma partida dentro de um estádio bebendo cerveja não atenta contra qualquer regra de moralidade, até porque a cerveja tem um baixíssimo teor alcoólico. “Beber cerveja e assistir a um jogo de futebol não tem problema nenhum. Agora, beber e sair dirigindo ou praticar atos de violência não pode ocorrer de maneira alguma”, afirmou.
Na semana passada, depois de prometer a deputados que iria tirar da Lei Geral da Copa a liberação de bebida alcoólica, o governo recuou para atender a um compromisso firmado com a Fifa.  Em nota oficial publicada na quinta-feira (15), o Ministério do Esporte afirma que o acordo com a Fifa depende do projeto de lei levado ao plenário da Câmara, aprovado na comissão especial, e que traz a liberação da cerveja. “Na versão que está sendo analisada pela Câmara, a permissão de venda de bebidas está expressa nos artigos 28, 29 e 67. Portanto, o cumprimento integral das garantias firmadas pelo Brasil com a Fifa para sediar a Copa depende da aprovação do projeto de lei nos termos em que foi apresentado ao plenário esta semana”, diz o ministro Aldo Rebelo (Esporte), em nota.
(…)
VolteiO que eu penso? Penso que as leis do país têm de ser seguidas. Em qualquer caso? Em qualquer caso! O Estatuto do Torcedor proíbe a venda de bebidas nos estádios? Então vale o que está lá. Não reconhecia autoridade a Lula — nem a reconheço a Dilma —  para celebrar acordos que se oponham ao status legal do país. Ou, então, que se mude o Estatuto do Torcedor de vez. Fazer uma alteração ad hoc, só para a Copa e porque a Fifa exige, é coisa de país bananeiro; é coisa de quem está dando o traseiro ao chute. ESSE DEBATE DEVERIA NOS ENVERGONHAR. Mas há quem chame isso de pragmatismo.

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