Posted: 17 Jan 2013 04:07 AM PST
E os comentaristas reclamam que
poderia ser bem melhor, mas nada mais do que isto.
Para os que não entendem de
Economia, somos levados a falsa conclusão de que estamos 1% mais ricos, 1%
melhores do que no ano passado.
Ledo engano.
O IBGE ainda usa um
conceito antiquado de riqueza, que seria o que você produziu ou
gastou no ano.
Se 9,3%
do que você gastou foi graças a uma dívida nova, você não ficou 1% mais rico
em 2012, e sim 8,3% mais pobre, porque agora você estará endividado.
E é o que o Governo Brasileiro fez. Gastou
9,3% do PIB que era seu, suas
contribuições para o INSS, em vez de as deixarem rendendo juros até você
se aposentar.
"Não tem problema", diz
Guido Mantega, "pode ficar tranquilo que daqui 20 anos nós lhe pagaremos
com as contribuições que serão feitas pelo seu filho".
Portanto, o Guido Mantega contraiu
uma dívida a ser paga pelo seu filho, só que não a contabilizou, como nenhum
ministro até hoje fez.
Esta dívida que da última vez que
calculei era de R$ 13 trilhões, e em 2012 subiu mais R$ 300 bilhões, não é
contabilizada pelo IBGE.
Agora a segunda malandragem:
Mais uns 10% do que você gastou em
2012, foi graças à venda das joias que você recebeu de sua tia, que
faleceu no ano passado.
Graças à esta venda, na realidade
sua família ou o Brasil ficaram mais pobres, não mais ricos.
O minério extraído pela
Vale e o petróleo extraído pela Petrobras equivalem a 10% do PIB, e
são o equivalente às joias da sua tia.
Não são receitas, mas vendas da
riqueza de uma tia ou um solo abençoado por Deus. E, que estamos dilapidando
para o desespero dos nossos filhos, que estão ficando por isto mais
pobres.
Some-se (1) as dívidas que
contraímos de 9,3% não contabilizadas, mais (2) os 10% de depreciação de recursos
naturais não contabilizados, e
percebe-se que no Brasil 19,3% do nosso PIB é não recorrente e não fruto de
nosso esforço.
Estamos
vivendo 19% ou mais às custas dos outros, dos
filhos e de Deus, e ninguém está noticiando.
Deveríamos estar produzindo mais
do que consumimos, deixando reservas para nossos filhos e não dívidas.
Deveríamos estar deixando pontes e infraestrutura para nossos filhos e não
dilapidando a ecologia que Deus nos deu.
Deveríamos estar aumentando nosso
Patrimônio Líquido Nacional e não dilapidando-o e deixando dívidas não
contabilizadas para nossos filhos pagarem.
Use métricas equivocadas, e teremos
políticas equivocadas.
O problema não é o PIBinho, Dilma,
o problema é que estamos vivendo às custas dos outros, e não da nossa própria
produtividade.
O IBGE ainda usa o que os
contadores chamam de Regime de Fluxo de Caixa em vez do Regime de
Competência, que é o que se adota em todas as empresas brasileiras.
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