quarta-feira, 19 de junho de 2013

Protestos sob nova direção...

SÃO PAULO - 19/06/2013 16h08 - Atualizado em 19/06/2013 16h30
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Polícia identifica líder de depredações na Prefeitura de São Paulo

Justiça emitiu mandado de prisão temporária para o rapaz, que está sendo procurado pela polícia. Nome não foi divulgado

REDAÇÃO ÉPOCA, COM ESTADÃO CONTEÚDO
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Homem mascarado que foi flagrado ao tentar invadir e depredar a sede da Prefeitura de São Paulo foi identificado pela polícia. Rapaz está sendo procurado (Foto: Reprodução / TV Globo)
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo informou na manhã desta quarta-feira (19), que identificou o rapaz de branco com rosto encoberto que deu início ao tumulto na região central da cidade na noite desta terça (18), no sexto dia de protestos contra o reajuste da tarifa de transporte público. 
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) obteve, na Justiça, mandado de prisão temporária para o rapaz, que ainda não foi detido. O rapaz iniciou a depredação do Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura de São Paulo, que teve início no começo da manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL). O grupo se concentrou na Praça da Sé e se dividiu em três caminhos diferentes. O que se dirigiu à Avenida Paulista fez uma manifestação pacífica. Já o que se deslocou para a sede da Prefeitura protagonizou cenas de violência e vandalismo.
Quem ficou no centro, além de tentar invadir a Prefeitura, ateou fogo em veículos, destruiu agências bancárias, saqueou diversas lojas. Ao todo, 29 estabelecimentos comerciais e 189 lixeiras foram depredadas após protesto. A ação forçou uma reação da Tropa de Choque da polícia, três horas após o início do tumulto. 
Segundo balanço atualizado divulgado pelo SPTV, 69 pessoas foram detidas. Elas estão divididos em cinco delegacias: 1º DP (Liberdade), 2º DP (Bom Retiro), 3º DP (Campos Elíseos), 8º DP (Brás) e 78º DP.
Mais quebra-quebra
Manifestantes que participaram da tentativa de invasão à Prefeitura de São Paulo na noite desta terça-feira (18) prometem mais "quebra-quebra" nas próximas manifestações. Um estudante de 18 anos, que estava entre os que atiravam pedras no Edifício Matarazzo, afirma que esse é o único jeito de ser ouvido. "Se não ouvir a gente, se não prestar atenção na gente, vai ter muito mais", disse ele, que não quis se identificar.
"A Dilma foi contra a ditadura. Foi presa. Procura lá na ficha dela os roubos que ela fez. Por que a gente não pode fazer isso?". De acordo com ele, a tarifa é apenas a "faísca" de tudo que vem acontecendo. Entre os partidários do quebra-quebra como instrumento político, há punks e pichadores, entre outros grupos. Os gritos de guerra deles são "Sem moralismo, sem moralismo" e "Se não quebrar, não vai rolar".
Por outro lado, um grupo mais numeroso e menos agressivo tentou conter os atos de vandalismo entre os manifestantes. O corretor de imóveis Gustavo Klis, de 26 anos, foi agredido ao impedir que a bandeira do Brasil fosse queimada, como aconteceu com as da cidade e do Estado de São Paulo. "Nós defendemos essa bandeira durante os seis atos. É uma hipocrisia queimá-la agora", afirma.
Vestido de Super-homem, o artista plástico William Steadille, de 18 anos, fez parte de uma corrente humana para impedir que a porta dos fundos da Prefeitura fosse arrombada com um poste. "Não é de violência que o Brasil precisa. É de voz, de um grito. Isso não é um grito, é uma lesão", disse ele.
Um vendedor de churrasco não se importou com o fato de a Tropa de Choque e manifestantes estarem prestes a entrar em confronto. "Não penso nada disso. Mas já vendi vários churrascos", disse, pouco antes de ter de se retirar devido às bombas de gás jogadas pelos policiais. 

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