14/10/2013 - 04h00
Facção cogita novos ataques e infiltração de bandidos em protestos
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AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Policiais e agentes penitenciários interceptaram "salves" (ordens)
dados a integrantes da facção nos quais classificam as reações
do crime organizado em ao menos três níveis. Em última instância
poderiam até infiltrar bandidos em meio a manifestações
populares em que houver vandalismo.
A ideia dos criminosos é aproveitar o quebra-quebra promovido
por adeptos da tática de protesto "black bloc" para atacar
policiais.
Antes de chegar a esse ponto, segundo a Folha apurou com
seis investigadores que acompanham os passos de chefes da
quadrilha, os detentos cogitam uma série de pequenos protestos
dentro das penitenciárias, como impedir a entrada de novos presos
em alas dos presídios.
A segunda etapa seria o ataque direto a prédios das polícias Civil e Militar,
como ocorreu em maio de 2006. Na ocasião, cerca de 500 pessoas morreram em decorrência dos ataques.
A infiltração nos protestos seria só em caso de transferência dos 35 chefes do PCC para a penitenciária de Presidente Bernardes, onde os detentos ficam sob o RDD (regime disciplinar diferenciado).
Nesse sistema, o preso não recebe visita íntima, pode ficar só duas horas no banho de sol, não há aparelhos de rádio e TV e não pode ler jornais e revistas. As conversas com visitas ocorrem uma vez por semana em um parlatório, que é monitorado.
MAIOR OFENSIVA
As ameaças do PCC ocorrem em reação ao pedidos de prisão de 175 suspeitos de integrar a facção e de transferência de 35 chefes. As solicitações foram negadas pelo Judiciário, mas o Ministério Público recorreu.
O argumento dos promotores é que se não houver a transferência para o RDD esses criminosos continuarão comandando delitos de dentro da prisão. Essa é a maior ofensiva contra a facção desde sua criação, em 1993.
A investigação identificou que a organização criminosa tem cerca de 11.400 membros em 22 Estados, no Paraguai e na Bolívia.
Além disso, descobriu que ela movimenta R$ 120 milhões por ano e discutiu ataques a autoridades do governo do Estado.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que não se manifestaria sobre informações de inteligência policial, mas que as polícias estão prontas para combater o crime organizado.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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