terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"´É de pequeno que se conhece o homem..." / portal UOL



Aos 25, Geddel foi investigado por suspeita de favorecer parentes em banco da BA

Flávio Costa
Do UOL, em São Paulo

  • Alan Marques/ Folhapress
    Geddel Vieira Lima foi ministro nos governos do ex-presidente Lula e de Michel Temer
    Geddel Vieira Lima foi ministro nos governos do ex-presidente Lula e de Michel Temer
A trajetória do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), 57, como homem público está marcada, desde seu início, por acusações de envolvimento em casos de corrupção. Mais de 30 anos antes de ter seus imóveis em Salvador ocupados por policiais federais que buscavam, na última sexta-feira (13), provas de sua participação em fraudes na Caixa Econômica Federal, Geddel foi investigado por supostamente favorecer ele próprio e três parentes quando era diretor da corretora de valores do Baneb -- o banco estadual da Bahia, adquirido pelo Bradesco em 1999.
Os auditores da Baneb apontaram o envolvimento de Geddel, nos anos de 1983 e 1984, em um esquema de desvio milionário de recursos que consistia no "favorecimento a um restrito grupo de clientes, por meio da utilização de taxas de rentabilidade superiores às praticadas no mercado", revelou reportagem de 2001 publicada pelo jornal "Folha de São Paulo". Em valores corrigidos, os desvios chegariam a R$ 2,72 milhões. 
Procurado pela reportagem do UOL por telefone na sexta-feira, Geddel não atendeu. Em todos os casos em que foi investigado, o ex-ministro negou ter cometido qualquer irregularidade.

Família teria sido favorecida

Entre os favorecidos, apontou a auditoria interina, além do próprio Geddel, estaria o ex-deputado Afrísio Vieira Lima (1929-2016), pai do ex-ministro e um antigo aliado e posterior rival do ex-governador e senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007). Também teriam sido beneficiados a mãe de Geddel e seu irmão Lúcio Vieira Lima, atual vice-líder do PMDB na Câmara.
Por causa do escândalo de 1984, Geddel foi demitido do Baneb aos 25 anos de idade.
A Receita Federal concluiu, em investigação própria sobre o caso, que "as operações irregulares que envolveram diretores e pessoas ligadas" podem ser consideradas "distribuição disfarçada de lucros a diretores". O Tribunal de Contas do Estado da Bahia chegou a cobrar que Geddel e outros suspeitos na transação devolvessem dinheiro aos cofres do banco público, mas não há registros de que isso foi feito.
Em sua defesa, Geddel disse à Folha que foi inocentado no caso em investigações do Banco Central e pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro. Acusou ainda os auditores do Baneb de "má fé" e ligados a ACM. "Isso [a auditoria] foi feito quando meu pai brigou com ACM", afirmou.

Choro na CPI do Orçamento

Uma década após o "Caso Baneb", o então deputado federal foi implicado no escândalo dos Anões do Orçamento, episódio em que 37 parlamentares foram acusados de manipular emendas para beneficiar empreiteiras.
Beto Barata/Folhapress
Geddel em foto de 2001, quando rebateu as acusações de ACM
Em de 5 de janeiro de 1994, o então deputado federal Geddel Vieira Lima prestou depoimento à CPI do Orçamento. Ao negar as acusações, ele chorou por diversas VEZES na frente dos deputados. Ele foi convocado a depor após seu nome aparecer em documentos de um diretor da Odebrecht, ao lado de um percentual (4%).
"Esses papéis são de caráter unilateral. Se esse percentual significa um cálculo matemático de ajuda a 

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