(Do livro TESTAMENTO DE VENTO)
ATAFONA
Sei de um lugar
onde o mar, qual pescador,
lança sua rede e pesca gente,
pesca coisas,
passado e presente,
pesca casas e seus acervos memoriais de verões que houve,
(ainda se ouve o alarido de crianças na varanda,
quando as manhãs chegavam cheirosas com o vento Nordeste)
Resta implacável o altar do caos,
em intenção à Madona das águas da vingança,
soberana senhora, dona e rainha do delta do Paraíba,
das águas turvas do Pontal,
no reino de Atafona.
(FLF)
(Fotografia de Ralph Braz)
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