Postagem em destaque

NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SUS é um "eterno me engana que eu gosto"

http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/cristiane-segatto/noticia/2012/08/uma-novata-no-sus.html

CRISTIANE SEGATTO - 24/08/2012 14h47 - Atualizado em 24/08/2012 14h47
TAMANHO DO TEXTO

Uma novata no SUS

Ela tinha um dos melhores planos de saúde. O que uma paulistana descobriu ao ficar desempregada e precisar da saúde pública

CRISTIANE SEGATTO

Enviar por e-mail
|
Imprimir
|
Comentários
CRISTIANE SEGATTO  Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo. Para falar com ela, o e-mail de contato é cristianes@edglobo. (Foto: ÉPOCA)
O horário eleitoral começou. E, com ele, o desfile de promessas para consertar o sistema de saúde. Todos os candidatos explorarão o assunto ao máximo. Sabem que essa é hoje a maior preocupação dos brasileiros. Em entrevista a um telejornal, um dos candidatos à prefeitura de São Paulo apresentava propostas. A coordenadora de marketing Christiane Marie Millani, 37 anos, acompanhava interessada.
Não se conteve quando ouviu o político mencionar siglas açucaradas como AME, AMA e afins. Correu ao computador e decidiu me procurar. Queria contar sua viagem pelos labirintos do SUS. Uma viagem ilógica para quem não está acostumada à saúde pública, mas bem conhecida de quem não tem outra opção.
Christiane é novata no sistema. Há pouco mais de um ano tinha um emprego invejável. Formada em processamento de dados, com MBA na Fundação Getúlio Vargas e cursos nos Estados Unidos, ela trabalhava num banco de investimentos. Entre os benefícios da empresa, tinha um plano de saúde Omint, frequentemente apontado por clientes e médicos como um dos melhores do Brasil.
Em 2011, Christiane foi demitida, perdeu o namorado com quem pretendia se casar e enfrentou a separação dos pais. Os problemas de saúde não tardaram a aparecer, justamente no momento em que perdeu o direito ao convênio médico. Teve depressão. Com ela, uma enorme dificuldade para conseguir fazer psicoterapia ou receber atendimento psiquiátrico de emergência nos momentos de crise. Descobriu, por experiência própria, o tamanho do buraco em que se encontram os programas de saúde mental no Brasil.
Nesta semana, a queixa de Christiane era relativamente simples. Exatamente por isso, ela é reveladora do grau de desorganização em que a saúde pública se encontra. Christiane sofre de dores crônicas nos joelhos, provocadas por desgaste na cartilagem.
Depois de passar três meses numa fila de espera, a moça conseguiu ser atendida por um ortopedista. O médico recomendou que ela fizesse dez sessões de fisioterapia. A paciente entrou em outra fila de espera. Quase três meses se passaram para que conseguisse iniciar o tratamento.
O trabalho surtiu efeito, mas a fisioterapeuta recomendou que ela fizesse ao menos trinta sessões. Quem já fez fisioterapia sabe que o sucesso do tratamento depende do trabalho contínuo. Não adianta fazer poucas sessões, parar e retomar o trabalho sabe-se lá quando.
Preocupada com isso, Christiane tentou agendar consulta com o ortopedista antes que as dez sessões se esgotassem. A última sessão foi realizada hoje (24/08). O que ouviu? “Consulta só no dia 23 de outubro”. Ou seja: teria que esperar dois meses para pegar um papel, uma guia na UBS Dr. Ítalo Domingos Le Vocci, na Mooca. E depois entrar em nova fila de três meses de espera para continuar a fisioterapia no Hospital Sepaco, no Ipiranga. Se tivesse sorte, conseguiria continuar o tratamento depois do Ano Novo.
Se ficasse quieta, Christiane perderia o ganho de saúde que teve, o SUS jogaria o dinheiro dos contribuintes no lixo e, quando o quadro dela estivesse bem pior, voltaria ao sistema. Precisaria fazer um tratamento mais caro, ficaria impossibilitada de trabalhar e, de novo, todos nós pagaríamos a conta.  
A paciente tentou todos os caminhos oficiais para ver seu problema resolvido. Telefonou para a Ouvidoria do SUS. Ninguém atendia. Com dores no joelho, foi pessoalmente até o prédio que fica no centro da cidade. “A atendente me respondeu que era assim mesmo, que o prazo de espera era normal e que não podiam fazer nada”, diz Christiane.
Inconformada, ela procurou a Ouvidoria do município. Disseram que a única coisa que poderiam fazer era protocolar uma reclamação contra o atendimento e posicionamento da Ouvidoria do SUS. “Parece piada. Se nem as ouvidorias resolvem, como ficam as pessoas que têm problemas mais graves que o meu?”, diz Christiane.
Foi aí que ela resolveu me procurar. Enxergou a imprensa como seu último recurso. Encaminhei a reclamação dela à Secretaria Municipal de Saúde e fui informada de que a consulta com o ortopedista foi agendada. Em prazo recorde: no dia 28 de agosto (daqui a três dias úteis!), Christiane será atendida pelo médico.
Em vez de três meses, a paciente terá de esperar três dias. Essa história não demonstra apenas a desorganização do sistema. Demonstra também que ele é injusto. Muito injusto, embora tanta gente ainda se iluda com a ideia de que o atendimento no SUS é universal e irrestrito.
Christiane foi atendida porque possui algo que é artigo de luxo de Brasil: educação. É instruída, crítica, capaz de montar uma planilha detalhada de suas idas e vindas por inúmeras unidades de saúde paulistanas desde que ficou desempregada. É capaz de escrever um longo email e de se expressar oralmente com clareza. Conhece seus direitos e teve a iniciativa de procurar a imprensa.Fico feliz em saber que ela será atendida, mas triste ao constatar que milhares, milhões de outros não terão a mesma chance porque não puderam estudar.O SUS foi uma conquista belíssima. É um tremendo instrumento de inclusão social, mas nenhum governo, nenhum partido foi capaz de fazê-lo funcionar como a lei manda. Para melhorá-lo é preciso ter mais dinheiro e saber gastar melhor. É preciso definir quais tratamentos o sistema público deve bancar e quais ele não deve bancar. E, depois disso, garantir que as regras sejam as mesmas para todos os cidadãos.
É uma conversa dura, impopular, mas acho que alguém terá de assumir o ônus político de dizer que não é possível dar tudo (todo e qualquer tipo de tratamento) a todos. Em ano eleitoral, os políticos fogem das discussões duras, porém necessárias. Preferem afirmar que é possível dar tudo a todos, melhorar as coisas com um ajuste aqui e acolá.
Prometem, prometem, prometem. Fingem que o orçamento da saúde é um saco sem fundo. O povo prefere repetir eternamente que “se os políticos pararem de roubar, vai sobrar dinheiro para a saúde”. A questão é bem mais grave. No mundo todo, os sistemas de saúde estão se tornando insustentáveis. O nosso não é exceção.
Não acredito que as dificuldades de acesso a atendimento básico sejam decorrentes apenas de problemas de gestão. Em muitas situações, os funis me parecem criados de forma intencional. Dificultar o acesso da população ao sistema é uma forma de conter custos ou de fazer o que é possível sem estourar o orçamento. Enquanto não aceitarmos que a questão central da saúde é o financiamento dela e que talvez não seja possível dar tudo a todos, vamos continuar neste eterno “me engana que eu gosto”.
E você? Teve alguma dificuldade para conseguir atendimento médico? Acha que a saúde brasileira tem solução? Conte pra gente. Queremos ouvir sua opinião.
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)  

Farra dos supersalários na Câmara Federal tem 8% da folha nessa situação...

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/camara-paga-mais-de-2-mil-supersalarios/

Câmara paga cerca de 2 mil supersalários

No mínimo, 8% dos servidores que estão na folha da casa legislativa têm vencimentos acima do teto constitucional de R$ 26,7 mil
Saulo Cruz/Câmara
Pelo menos 8% dos servidores da Câmara receberam em julho e agosto vencimentos que ultrapassaram o teto constitucional
Assim como acontece no Senado, a Câmara também continua bancando megacontracheques um ano depois de decisões judiciais retomarem a polêmica discussão sobre os pagamentos de rendimentos acima do teto constitucional fixado pela Constituição. Os números publicados no próprio site da Câmara por determinação da Lei de Acesso analisados pelo Congresso em Foco, mostram que 2.273 servidores receberam em julho mais que o valor do teto, de R$ 26.712,13 brutos. Em agosto, foram 2.308 funcionários.
As regras utilizadas pelos auditores do Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público para determinar o que deve fazer parte do cálculo dos salários excluem alguns pagamentos extras e adicionais. Mesmo levando-se em conta esses valores excludentes, a quantidade de servidores na Câmara com vencimentos acima de R$ 26,7 mil brutos foi ainda de 1.644 em julho e 1.648 em agosto. Ou seja: no mínimo, 8% dos funcionários da Câmara têm supersalários.
Só em julho, a Câmara gastou R$ 243,5 milhões para bancar os salários de deputados e funcionários, efetivos e comissionados, além dos aposentados. Em agosto, foram R$ 246,9 milhões. Fora da conta, estão as despesas com servidores terceirizados e com contribuições patronais para entidades de Previdência e, eventualmente, planos de saúde.
Assim como fez o Senado, a Câmara não informou nas listas o valor total do salário bruto dos funcionários, o que acaba por esconder a informação sobre quem extrapola ou não o teto, já que esse cálculo é feito sobre o salário bruto, e não sobre o salário líquido. Em resposta ao site, a assessoria de imprensa da Câmara indicou documento confirmando que o conceito de salário líquido da Câmara exclui vários itens da remuneração, como o tíquete-alimentação. Pioneiros na publicação de rendimentos de servidores, os tribunais brasileiros incluem tais benefícios na composição salarial.
Pagamentos altos, mas eventuais
A relação de salários da Câmara aponta diversos pagamentos altos em agosto. Um pensionista de deputado levou R$ 269 mil. Há outros aposentados e pensionistas com rendimentos de mais de R$ 100 mil brutos em agosto. Entretanto, a assessoria da Câmara esclareceu que se tratam de casos “eventuais”, não de rendimentos mensais. Alguns foram determinados por ordem judicial.
O pensionista de R$ 269 mil, por exemplo, apenas receber atrasados referentes a 21 meses passados, no valor de R$ 12 mil em média. Havia um problema de cadastro e os pagamentos foram suspensos, informou a assesoria.
Treze funcionários, deputados, aposentados e pensionistas receberam mais de R$ 50 mil em agosto.
Deputados com 14º salário
Em julho, a lista com os donos dos 20 maiores salários revela um grupo em que ninguém ficou com menos de R$ 30 mil líquidos no bolso. O grupo é encabeçada por um deputado, com salários de R$ 65 mil brutos. De acordo com a Câmara, ele tomou posse em junho, mas só recebeu o ordenado no mês seguinte. O deputado ficou com um salário inteiro, um proporcional e a “ajuda de custo”, o popular 14º salário.
Outros deputados na listagem ganharam mais de R$ 50 mil. Receberam o 14º salário em julho. Na Câmara, o projeto que acaba com esses salários extras está parado na Comissão de Finanças e Tributação.
Pensões de R$ 60 mil

"O Brasil é rico em conteúdo, mas pobre na criação de meios de distribuir esse conteúdo..."


ENTREVISTA - 12/09/2012 11h20 - Atualizado em 12/09/2012 11h33
TAMANHO DO TEXTO

“Não há como conteúdo ser totalmente grátis”, diz Francis Gurry, executivo de agência da ONU

O australiano da agência da ONU que defende as patentes e os direitos autorais considera o Brasil “rico em conteúdo”, mas pobre na criação de meios de distribuir esse conteúdo

Francis Gurry, executivo de agência da ONU (Foto: Divulgação)
MARCOS CORONATO
Quando as fabricantes de eletrônicos Apple e Samsung trocam acusações de cópia e se engalfinham nos tribunais mundo afora por causa de patentes, elas estão: A) buscando o máximo de retorno financeiro por suas criações e, assim, garantindo fundos e incentivo para as próximas melhorias e invenções que vão beneficiar o consumidor ou B) 
arriscando-se a desperdiçardinheiro, tempo e energia numa tentativa de extrair vantagens de detalhes técnicos pouco relevantes, o que poderá retardar as próximas melhorias e invenções e, assim, prejudicar o consumidor?
Se você tem uma resposta pronta, parabéns. O diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Francis Gurry, não tem essa sorte. Embora seja especialista no tema, ele admite ter dúvidas sobre quais serão as consequências, para a inovação e o consumidor, das guerras judiciais entre companhias. A OMPI se autodefine como a agência da ONU responsável por estimular a inovação e a criatividade, mundo afora, por meio de um sistema de propriedade intelectual equilibrado e que funcione. Gurry vê progressos nessa causa dificílima e acha que os sistemas de patentes e direitos autorais ainda poderão ser usados em favor de países como o Brasil, sem tradição em criar tecnologia nem marcas globais. O jurista australiano e o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, Jorge Ávila, eram dois dos palestrantes esperados para o seminário PI & Esportes, marcado para 12 e 13 de setembro, no Rio de Janeiro, a fim de debater o legado econômico a ser deixado no Brasil pela Copa e pela Olimpíada. Antes de viajar para o Rio, Gurry conversou com ÉPOCA.
ÉPOCA - Há uma guerra sobre patentes em andamento no setor de tecnologias da informação e de telecomunicações – o exemplo mais recente é o da disputa entre AppleSamsung. Essa guerra não atrapalha a inovação?
FRANCIS GURRY - 
Depende do jeito que você olha para o que está acontecendo. Acho que três fatores ajudam a explicar, em certa medida, a guerra de patentes no setor de tecnologias da informação e comunicação: há evidência de que esses períodos de litigância mais intensos ocorrem toda vez que surge uma tecnologia importante. É mais ou menos normal que haja um nível crescente de disputas em torno de inovações fundamentais. Por exemplo, isso ocorreu com a indústria química no final do século XIX.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Coluna dos Jornais /// Blog de Claudio Uumberto


11/09/2012 | 00:00

Lula exigiu que Dilma e Marta ajudem Haddad

Foi muito dura a conversa do ex-presidente Lula com Marta Suplicy, semana passada, onde não faltaram até mesmo ameaças de rompimento político, caso a senadora não se integrasse imediatamente à campanha de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura paulistana. Surtiu efeito: já no dia seguinte Marta apareceria ao lado do petista. O tom foi parecido, embora mais respeitoso, na conversa com Dilma.

Enviar por e-mail Imprimir Twitter
11/09/2012 | 00:00

Compensação

Lula anda tenso com o risco de derrota do PT na maioria das capitais, mas está feliz com a queda livre de José Serra (PSDB) em São Paulo.

Enviar por e-mail Imprimir Twitter
11/09/2012 | 00:00

No palanque

Após a longa conversa com Lula, Dilma comunicou ao PRB de Celso Russomano que não poderá mais evitar o palanque de Haddad.

iPhone 5 vai ser mostrado amanhã dia 12 de setembro


Apple | 11/09/2012 06:00

iPhone 5 deve ser revelado nesta 4ª. Veja o que já sabemos

Confira as raras informações oficiais sobre o iPhone 5 e os rumores com melhor chance de serem verdadeiros

Maurício Grego - EXAME.com
  

Tags:



"Qual foi o presidente que mais fez pelo país?"


09/09/2012
 às 20:21 \ Direto ao Ponto

EDIÇÃO AMPLIADA: Uma enquete com 200 mil leitores atropela pesquisas produzidas por fabricantes de recordes de popularidade 
Question Mark Clip Art

“Qual foi o presidente que mais fez pelo país?”, perguntou o portal iG numa enquete baseada no conceito de real time. Em sete dias, a moderna plataforma computou 195.028 votos ─ uma amostra de bom tamanho do universo de brasileiros que sabem ler e gostam de manter-se bem informados. Confira o desempenho dos seis concorrentes:
Fernando Henrique Cardoso: 116.306 votos
Lula: 63.312
Itamar Franco: 5.187
Dilma Rousseff: 4.884
Fernando Collor: 4.275
José Sarney: 1.064
Se a escolha fosse feita em dois turnos, portanto, Fernando Henrique ─ pela terceira vez ─ teria vencido Lula já no primeiro. A votação do segundo colocado, que mal passou da metade da obtida pelo vitorioso, ajuda a entender por que a sigla FHC está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem.
Os outros ex-presidentes amargaram cifras anêmicas. Itamar Franco ficou ligeiramente acima de 5 mil votos. Dilma e Collor, nem isso. Sarney garantiu a lanterninha com um desempenho de vereador dos cafundós do Maranhão.
Faz 10 anos que Lula repete a ladainha da “herança maldita”, agora com Dilma Rousseff caprichando na segunda voz. A enquete do iG reitera que o Brasil que pensa contempla com desdém a choradeira dos farsantes. No universo da internet, só blogueiros estatizados e milicianos fanáticos tentam debitar na conta de FHC os aleijões que o padrinho concebeu, a afilhada pariu e ambos amamentaram. Um deles está em julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Embusteiros desmoralizados pela enquete refugiam-se em “pesquisas de popularidade” que mostram a dupla em marcha acelerada para os 100% (ou 103%, se a margem de erro oscilar a favor). A consulta no portal abrangeu quase 200 mil leitores. Para que as usinas de estatísticas atendam às encomendas do governo, bastam algumas centenas de formulários preenchidos por eleitores que ninguém viu.
Os sucessivos recordes estabelecidos pelos campeões de popularidade colidem estrondosamente com pesquisas eleitorais embaladas pelos mesmos fabricantes de porcentagens amigas. Lula se aproxima dos 90% no Recife. A candidatura de Humberto Costa avança pela trilha do penhasco. Dilma passa dos 95% em Belo Horizonte. A campanha de Patrus Ananias, vista por Nelson Rodrigues, lembraria a aridez de três desertos. O ex-presidente e a sucessora somam 180% em São Paulo. Fernando Haddad não atinge sequer os índices historicamente alcançados por qualquer poste companheiro.
Nenhum mistério. Como pesquisas eleitorais podem ser desmoralizadas pela votação real, convém agir com cuidado e rigor científico pelo menos na reta final da disputa, para evitar a perda de todos os clientes sérios que sustentam a turma na entressafra. Pesquisas de popularidade não são submetidas ao testes das urnas. As coisas ficam entre o comerciante e o freguês, sempre em busca de mais uma malandragem que será revendida nos palanques e na imprensa.
O truque se repete há dez anos. Mas o prazo de validade parece estar chegando ao fim. Se Lula fosse tão popular, o filme sobre sua vida não seria um dos maiores fiascos da história do cinema. Se fosse o herói incomparável da classe média emergente, não seria surrado por Ayrton Senna na votação feita pelo SBT para escolher o brasileiro mais importante de todos os tempos.
A enquete apenas reiterou o aviso: é cada vez maior o número de brasileiros que sabem quem fez o Plano Real e quem fez o mensalão.