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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sábado, 24 de outubro de 2015

O Big Ben pode ser aposentado ... // BBC / VÍDEO / Bib Ben

O Big Ben pode se calar http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2015/10/151022_bigben_final_lk.shtml




O Big Ben pode se calar

Clique no link para ver o vídeo...

22 outubro 2015 Atualizado pela última vez 18:11 BRST 20:11 GMT
As badaladas do relógio mais famoso do mundo podem ser silenciadas.
Notório pelo sino conhecido como Big Ben, o relógio londrino está em risco e terá que passar por uma reforma milionária.
Ele está com problemas crônicos no pêndulo, corrosão nas estruturas metálicas e rachaduras no teto da torre.
Faz 31 anos que o relógio passou pela última grande reforma e agora corre o risco de perder a precisão.
Os reparos devem custar o equivalente a mais de R$ 370 milhões.
Além disso, o ícone londrino terá que ficar parado por meses.

Charge do Amarildo // no blog do Ricardo Noblat

A charge de Amarildo

Charge (Foto: Amarildo)

Charge do Paixão... / no blog do Josias


– Charge do Paixão, via Gazeta do Povo.

Charge de Sponholz / blog do Aluizio Amorim

sábado, outubro 24, 2015

Furacão Patricia passa pelo México / Exame

http://exame2.com.br/mobile/mundo/noticias/astronauta-publica-foto-impressionante-do-furacao-patricia/?1

Furacão Patricia visto do espaço e registrado pelo astronauta da Nasa Scott Kelly

São Paulo - O furacão Patricia continua se aproximando do litoral do México e pode atingir o oeste do país nas próximas horas. Com ventos de até 400km/h, Patricia é considerado pelo Serviço Meteorológico Nacional do país como um "um furacão extremamente perigoso que favorecerá chuvas intensas". 
Para mostrar o tamanho do perigo que está por chegar no país, o astronauta da Nasa Scott Kelly registrou e publicou em sua página no Twitter uma foto do furacão visto desde a Estação Espacial Internacional. "Furacão Patricia parece ameaçador visto da @space_station. Fique a salvo aí embaixo, México.", escreveu o americano.

Autoridades mexicanas já se encontram em alerta máximo para a passagem de Patricia. Enrique Peña Nieto, presidente do México, também escreveu em sua conta no Twitter sobre a "ameaça de grande escala" que enfrentam, declarando que a prioridade é "proteger e salvar a vida dos mexicanos".
"O governo está tomando todas as medidas antecipadas necessárias para enfrentar esta emergência extraordinária", escreveu o presidente.

"Não viaje para Guarapari " / Campanha de mineiros por causa do aumento de 100 por cento do pedágio

Mineiros fazem campanha “Não viaje para Guarapari”

Os valores do pedágio para turista já foram definidos: R$ 3,00 para motos, R$ 6,00 para carros e R$ 9,00 para ônibus

A notícia do possível pedágio para turista já está trazendo resultados para Guarapari. Mas não o esperado pelo autor do projeto, o presidente da Câmara de Veredaores Wanderlei Astori. Para quem tinha dúvidas quanto ao impacto do projeto de lei para o turismo, aqui está apenas um exemplo: um grupo de mineiros que viria passar a virada do ano na cidade decidiu ir para outro lugar e ainda está fazendo uma campanha entre as agências de turismo, de viagens e de publicidade da capital mineira – “Não viaje para Guarapari”.
“Nós sempre vamos com um grupo grande de 60 pessoas, mas diante desta notícia já estamos vendo outros destinos como Cabo Frio no Rio de Janeiro. Primeiro foi aquela declaração infeliz do prefeito no início do ano dizendo que não quer mineiro pobre na cidade e agora o digníssimo presidente quer cobrar pra entrar na cidade. É uma pena, porque gostamos muito do povo capixaba, é um povo hospitaleiro, mas temos que procurar um lugar onde somos bem-vindos”, afirma o empresário de Belo Horizonte, Emerson Amaury dos Santos.
Ele e mais um grupo de amigos que atuam diretamente no setor de turismo já estão divulgando a campanha boca a boca na cidade. No entanto, a ideia é até criar uma página nas redes sociais com o slogan e até distribuir folders com a notícia. “Parece que a classe política está perseguindo os mineiros. A maioria dos turistas é de Minas Gerais. Gostamos de Guarapari porque é um lugar com grande oferta de imóveis, com preços acessíveis, baixa criminalidade. Mas com essa política, só vai espantar cada vez mais os turistas. Não é nem pelo valor, mas pela atitude”.
O projeto de lei prevê a cobrança de uma taxa de preservação ambiental, sendo R$ 3,00 para motos, R$ 6,00 para carros e R$ 9,00 para ônibus. Serão instalados três pontos na cidade: um na Rodosol, outro na BR 101 e mais na divisa de Guarapari com Anchieta. O dinheiro arrecadado será administrado por uma comissão formada por representantes do poder público e da sociedade, sendo 50% destinados para a recuperação das nascentes dos rios, 25% para a saúde e 25% para o turismo. A Câmara marcou uma audiência pública para debater o assunto no dia 5 de novembro às 18h no plenário da Casa de Leis.
“Estamos vivendo um período de seca não só em Guarapari, mas em todo o Estado e o País. E ninguém está fazendo nada, não adianta fazer só obras de melhorias para captação, mas temos que recuperar as nascentes, porque não adiante ter obra se não tiver água. Eu me senti no dever de fazer algo, de contribuir de buscar uma alternativa. Além de também ser uma forma de captar recursos para investir na saúde e no turismo, ou seja, o dinheiro será revertido em serviços também para os turistas. Vamos fazer a audiência para ouvir a opinião da população e para explicar o projeto e depois será colocado em votação com o objetivo de entrar em vigor ainda neste verão”, explica o presidente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

"Túnel" do tráfico " entre México e EUA tem 800 metros ...

Polícia descobre 'túnel do tráfico' de quase 1 km entre México e EUA http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/10/151023_tunel_trafico_tg.shtml

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Brasil recebeu o vice-presidente da Bolívia, clandestinamente, considerado um inimigo do país

quinta-feira, outubro 22, 2015

SENADO INTERPELA ITAMARATY SOBRE VISITA CLANDESTINA AO BRASIL DE ÁLVARO LINERA, O VICE-PRESIDENTE DA BOLÍVIA.

O cocaleiro Evo Morales e seu vice Álvaro Linera: intromissão indevida nos assuntos internos do Brasil com o beneplácito de Lula e seus sequazes.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) interpelou o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) sobre a natureza da visita ao Brasil do vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Linera. Considerado um inimigo do Brasil, Linera foi o mentor de ações que desmoralizaram o País, como a decisão de surrupiar uma refinaria na qual a Petrobras havia investido quase US$ 3 bilhões, através da invasão de suas instalações por tropas do exército, tão logo o cocaleiro Evo Morales assumiu a presidência da Bolívia.
O senador enviou requerimento informações ao governo para que o Itamaraty esclareça a natureza da visita do vice-presidente da Bolívia, que, ao contrário do que determina o protocolo, não teve interesse de visitar o vice-presidente Michel Temer, tampouco o ministro das Relações Exteriores. Linera apenas visitou o ex-presidente Lula e participou de um evento do PT, onde fez declarações reveladoras de uma intromissão inaceitável em assuntos internos brasileiros.
Ações de um antibrasileiro
Linera também foi o mentor de outra ação hostil ao Brasil, ao fazer o governo de La Paz não conceder salvo-conduto que permitisse a saída do país do senador boliviano Róger Pinto Molina, que permaneceu asilado na embaixada do Brasil por 453 dias, confinado em uma sala.
O objetivo da interpelação, segundo senador Aloysio Nunes Ferreira, é esclarecer se foram novamente usurpadas por funcionários de outras repartições do governo as atribuições do titular das Relações Exteriores e do Embaixador em La Paz, na preparação e realização da visita do vice-presidente boliviano. E, seu parecer sobre a indicação do novo embaixador do Brasil em La Paz, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que já presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado, alertou para a necessidade de evitar que práticas pouco republicanas se repetissem.
A preocupação dos senadores é que o governo boliviano tenha tentado desmoralizar mais uma vez o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada em La Paz, ignorando-os como instâncias indispensáveis nas relações entre os dois países.
Perguntas que não se calam
No documento enviado ao chanceler Mauro Vieira, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado faz as seguintes indagações:
- A visita teve caráter oficial ou privado?
- O programa foi comunicado oficialmente e tempestivamente pelo Governo boliviano ao Itamaraty ou à Embaixada em La Paz?
- No caso de se tratar de visita oficial, o Vice-Presidente Linera se encontrou com o Vice-Presidente Michel Temer ou com o Chanceler Mauro Vieira?
- O Itamaraty, além de apoio protocolar na chegada e partida, acompanhou a visita ao Instituto Lula, participou das reuniões e elaborou registros sobre os assuntos tratados?
- A participação de Marco Aurélio Garcia em atividade realizada no Instituto Lula deu-se a título partidário ou na sua condição de Chefe da Assessoria Especial da Presidência da República?
- O comparecimento de funcionários do Poder Executivo na programação do Vice-Presidente boliviano causou despesas para o Erário? E a que título? Do site Diário do Poder

Quantos 'Brasís' existem ? Mais de 1.000 ? O Brasil existe ? O Brasil é uma ficção ?! A Câmara gastou uns 250 dias; 754 páginas para dizer o que todos esperavam; usou mais de 375 mil palavras para escandalizar a instituição do Legislativo; agiu monocraticamente quando rejeitou 5 destaques que alteravam o texto do relator... Um custo desnecessário !

CPI da Petrobras aprova relatório com isenção de políticos

Ex-presidente Lula, Dilma Rousseff e Eduardo Cunha não foram responsabilizados por irregularidades na estatal


REDAÇÃO ÉPOCA
22/10/2015 - 10h15 - Atualizado 22/10/2015 10h17




Votação da CPI da Petrobrass (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

















 Depois de oito meses de investigação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou, na madrugada desta quinta-feira (22), o relatório final apresentado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). O texto foi aprovado por 17 votos a 9, com uma abstenção, um dia antes do prazo final dos trabalhos da CPI. O relatório, de 754 páginas, isentou políticos investigados por suspeita de envolvimento e recebimento de propina, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente da PetrobrasJosé Sérgio Gabrielli. A CPI ainda rejeitou cinco destaques que alteravam o texto do relator.

Luiz Sérgio criticou a conclusão da Operação Lava Jato de que teria havido pagamento de propina disfarçado de doações oficiais a partidos políticos. No relatório, ele nega a existência de “corrupção institucionalizada” na Petrobras.
Segundo a Agência Câmara de Notícias, Deputados do PMDB, PSDB, Psol, PPS, PHS e PSD criticaram o texto. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) disse que o relatório tenta desacreditar as investigações da Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro – que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.
"O Petrolão e o Mensalão tem o mesmo DNA: nasceram para comprar apoio ao governo no Congresso", considerou Covas, que defendeu o voto em separado apresentado pelo deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que responsabiliza Lula, Dilma e Gabrielli.
O deputado Augusto Coutinho (SD-PE) disse que o relatório de Luiz Sérgio foi omisso em relação a agentes e partidos políticos: "Não sei por que o relator não responsabilizou Graça Foster nem Sérgio Gabrielli [ex-presidentes da Petrobras], nem [João] Vaccari [ex-tesoureiro do PT]".
Sobre Eduardo Cunha, ainda segundo a Agência Câmara, Luiz Sérgio transcreveu trechos da delação premiada do empresário Julio Camargo, que acusou o presidente da Câmara de ter recebido US$ 5 milhões em uma negociação sobre contratos da Petrobras com empresas fornecedoras de navios-sonda, mencionou o caso das supostas contas bancárias atribuídas a Cunha na Suíça, mas argumentou que a CPI não recebeu provas de qualquer desses fatos e que o presidente da Casa compareceu espontaneamente para depor na CPI.
"Em que pesem as inúmeras notícias veiculadas recentemente sobre contas bancárias no exterior das quais o deputado Eduardo Cunha seria beneficiário, o fato é que esta CPI não recebeu prova alguma destas afirmações, não cabendo a este relator adotar providências com base em acusações sem provas, documentos ou informações prestadas a outras esferas de investigação, já abertas pelo Ministério Público Federal", destacou.
Um relatório alternativo foi apresentado pelo deputado Antonio Imbassahy. "A gestão corporativa da Petrobras, após o ano de 2003, foi colocada à disposição de um projeto de poder do Partido dos Trabalhadores e, por consequência, do Palácio do Planalto, onde ambos se locupletaram”, argumentou.
"Não há, nos depoimentos da Operação Lava Jato, qualquer menção sobre o envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster e da ex-conselheira da estatal, presidente Dilma Rousseff. Reitero ainda que não há, nos autos desta CPI, qualquer evidência nesse sentido ou ainda em relação ao ex-presidente Lula ou à presidente Dilma", rebateu Luis Sérgio, conforme a Câmara.
A CPI também fez críticas à Operação Lava Jato, ao Ministério Público e à Justiça na condução dos inquéritos e processos relativos às irregularidades na Petrobras: questionou delações como a do doleiro Alberto Youssef; considerou excessivo o número de delações premiadas; discordou da tese de que pagamento de propina foi feito mediante doações oficiais de campanha a partidos políticos; afirmou que não dá para "carimbar" doações que seriam propina; e considerou que as mesmas empresas doaram para o PT e o PSDB.

Aprecie Duke Elington

https://youtu.be/6bVdJwHg2UU

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

"" Falsificar Curriculum Lattes equivale, na Academia, a usar um falso diploma de médico. Cobrada, Dilma justificou-se: “Aquela ficha do Lattes era de 2000. Eu era secretária de Minas, Energia e Telecomunicações no Rio Grande do Sul. Eu não tinha mais nenhuma vida acadêmica. Eu era doutoranda porque eu não tinha sido jubilada, era doutoranda. Ao que parece eu fui jubilada em 2004, mas não fui comunicada”." / José Nêumane

A falsidade como meio de vida - 

JOSÉ NÊUMANNE

O ESTADÃO - 21/10
Em 2009, já escolhida pelo então chefe, Luiz Inácio Lula da Silva, para lhe suceder na Presidência da República, Dilma Rousseff teve registrada no currículo oficial, divulgado no site da Casa Civil, que chefiava, sua condição de mestre (master of science) e doutora (Ph.D.) em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). Pilhada em flagrante delito pela revista Piauí, ela reconheceu que não era nada disso. E mandou corrigir seu Curriculum Lattes (padrão nacional no registro do percurso acadêmico de estudantes e pesquisadores, adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do País), que informava ter ela cursado Ciências Sociais.

Falsificar Curriculum Lattes equivale, na Academia, a usar um falso diploma de médico. Cobrada, Dilma justificou-se: “Aquela ficha do Lattes era de 2000. Eu era secretária de Minas, Energia e Telecomunicações no Rio Grande do Sul. Eu não tinha mais nenhuma vida acadêmica. Eu era doutoranda porque eu não tinha sido jubilada, era doutoranda. Ao que parece eu fui jubilada em 2004, mas não fui comunicada”.

Do episódio se conclui que, pelo menos desde então, Dilma tem mantido hábitos que se mostraram recorrentes nas duas eleições presidenciais que disputou (em 2010 e 2014) e nos mandatos que nelas obteve. Um deles é conjugar verbos repetitivamente na primeira pessoa do singular. Outro, recusar-se a assumir a responsabilidade pelos próprios erros. Para ela, a culpa era do Lattes, não dela. Já no dilmês tatibitate, ao qual o País se acostumaria nestes tempos, ela se eximiu da falsificação do documento. Quem falsificou seu currículo? Ela mesma nunca se interessou em saber e denunciar. Nem explicou como pagou créditos de doutorado sem ter apresentado dissertação de mestrado, como é praxe. Esta, contudo, é uma mentira desprezível se comparada com outro acréscimo que fez a sua biografia: o da condição de heroína da democracia, falsificando o conceito básico que definiria o objetivo de sua luta.

Ela combateu, sim, a ditadura, ao se engajar num grupo armado de extrema esquerda de inspiração marxista-leninista, o VAR-Palmares. Sua atuação está confirmada em autos de processos na Justiça Militar, em que foi acusada de subversão e prática de atentados terroristas. E foi narrada em detalhes por Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, que a delatou em depoimento mantido no arquivo digital de O Globo (oglobo.globo.com/politica/confira-integra-do-depoimento-de-beto-dado-em-1971-2789754). Dilma mente porque, como atestam ex-guerrilheiros mais honestos, eles não lutavam por uma democracia burguesa, mas, sim, pela “ditadura do proletariado” de Marx, Lenin, Stalin, Pol Pot, Mao e dos Castros.
Na campanha pela reeleição, que ela empreendeu em 2014, Dilma parecia padecer de uma compulsão doentia à mentira. No palanque, ela prometeu o Paraíso de Milton e já nos primeiros dias do segundo governo, este ano, começou a entregar a prestações o Inferno de Dante. No debate na Globo com Aécio Neves, do PSDB, que derrotaria nas urnas, ela sugeriu à cearense Elizabeth Maria, de 55 anos, que disse estar desempregada, apesar de seu diploma (não falsificado) de economista, que procurasse o Pronatec. Em 2015, esse carro-chefe da propaganda engendrada pelo bruxo marqueteiro João Santana, o Patinhas, terá 1 milhão de vagas, um terço das do ano passado. E, em sua Pátria Enganadora (que “Educadora”?), foram cortados R$ 2,9 bilhões das escolas públicas.

Este é apenas um dos exemplos da terrível crise econômica, política e moral, com riscos de virar institucional, causada pela desastrada gestão das contas públicas em seu primeiro mandato, em especial no último ano, o da eleição, Em 2014 viu-se forçada a violar a Lei da Responsabilidade Fiscal, cobrindo rombos nos bancos públicos para pagar programas sociais, como seria reconhecido até por seu padim Lula.

Tudo isso põe no chinelo os lucros do falsário Clifford Irving, causador de imensos prejuízos no mercado das artes plásticas e que terminou virando protagonista de Orson Welles no filme Verdades e Mentiras. Não dá para comparar milhares de dólares perdidos na compra de obras de arte falsas com a perda de emprego por mais de 1 milhão de brasileiros em 12 meses nem a empresários fechando suas empresas.

Os dois só se comparam porque neles falsificar é meio de vida – jeito de obter um emprego e se manter nele. Na Suécia, onde começou a semana, Dilma fez seu habitual sermão da permanência doa a quem doer (e como dói!). Questionada se havia risco de os contratos que assinou serem anulados por um sucessor que capitalize a crise criada por seu desgoverno, afirmou: “O Brasil está em busca de estabilidade política e não acreditamos que haja qualquer processo de ruptura institucional”. A imprecisão semântica serve à falsificação da realidade – não como método, mas como ofício. Se se busca estabilidade, estabilidade não há. Não é necessária ruptura institucional para ela cair.

E ontem ela atingiu o auge do desprezo à inteligência alheia ao repetir a madrasta da Branca de Neve em frente ao espelho, num delírio de falsidade e má-fé: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção”.

Os jardineiros de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, pintavam de vermelho rosas brancas que plantaram, em vez de vermelhas, que a Rainha de Copas os mandara plantar. Quem apoia a alucinação obsessiva de nossa Rainha de Copas falsária 150 anos após a publicação da obra – “depô-la é golpe” – não tem memória. Pois ignora que o que ela tenta é alterar a cor da História: o primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura, Fernando Collor, hoje investigado por corrupção, foi deposto por impeachment e substituído pelo vice, Itamar Franco, por quem ninguém dava nada, mas que nos libertou da servidão da inflação. O resto é a falsidade de ofício dela.

"" A crise revela um enredo reprimido. Como conjugar éticas do privilégio de certos papéis e poderes (o Judiciário é o melhor exemplo), mas que atuam num campo onde predomina a tal “ética capitalista”? Esse conflito, hoje ampliado por uma tecnologia de transparência globalizada, traz à tona as contradições, mas impede a sua resolução porque o sistema legal é um emaranhado construído para manter os privilégios de quem está no poder."" / Roberto da Matta

Um enredo para o Brasil? -

 ROBERTO DAMATTA

O GLOBO - 21/10

Na semana passada, falei da possibilidade de ler o Brasil. Pertencer é ser: é uma leitura da “terra” onde nascemos por obra do acaso. Toda autorreflexão coletiva tem seu enredo, seus fracassos, sua cosmologia e muitos investimentos.

Qual seria o enredo do Brasil?

Se a resposta é a de que nada presta mesmo com a “esquerda” no poder, então há algo de podre no reino do pré-sal. Falta boa-fé e honestidade.

Quantas éticas inscrevemos nas leis que governam o nosso país? Um Estado nacional que, conforme disse um esquecido brasilianista, virtualmente experimentou todos os regimes políticos conhecidos?

Fomos abandonados por quase 100 anos e, em seguida, marcados por um sistema ultracentralizado. Em 1808, passamos a ser o centro do reino lusitano. Um rei aliado a contragosto às forças da reação europeia fugiu do seu reino e transformou uma periferia feita de índios e papagaios numa corte com mais papagaios do que índios. A eles se juntaram os mais ou menos 15 mil aristocratas e criados. A cidade marginal passou a ser o centro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.

Tais passagens não se fazem impunemente.

O rei dos contos de Trancoso vira gente. O reino, carnavalizado, é num evento único da história das colonizações. O Rio comanda uma Lisboa ressentida e as figuras sagradas pela aristocrática foram humanizadas.

Foi de dentro desse passado que o Brasil libertou gradualmente os seus escravos, fez a sua República e iniciou o seu enredo de país moderno e igualitário. Mas como realizar tal passagem num sistema tocado a escravidão e baronatos que se transformaram em senadores, juízes, governadores e presidentes sem um povo livre capaz de elegê-los? Viramos República no papel, mas continuamos sendo o país do carnaval e das restrições hierárquicas do “Você sabe com quem está falando?” e de um clientelismo cósmico.

Como realizar a igualdade se existem categorias sociais que só podem ser julgadas por seus pares? Se os crimes prescrevem e, pelos menos, os financeiros compensam? Como adotar uma ética de igualdade num país onde os administradores públicos estão literalmente isentos de julgamento de modo que o mentir se tornou parte do ofício de governar?

Escrevemos um sistema político igualitário sem uma ética de igualdade. Como disse um pouco lido Gilberto Freyre, em Ordem e Progresso: “O que se fez com a Marinha desde os primeiros dias da civilização da República de 89 foi o que se fez com o Exército, com o Rio de Janeiro, com os portos, com as indústrias: cuidou-se da modernização das coisas e das técnicas sem se cuidar ao mesmo tempo da adaptação dos homens ou das pessoas a novas situações criadas pela ampliação ou pela modernização tecnológica da vida brasileira”.

Ou seja, mudamos iludidos pela dimensão político-institucional, mas pouco mudamos os costumes e os ritos pessoais das velhas reciprocidades. Não conseguimos passar para a sociedade a ética republicana que revolucionava tudo, menos os revolucionários que continuaram a conceber a dimensão política como um campo separado da sociedade supondo que os costumes iriam se transformar por decreto.

Daí as regalias extraordinárias com as quais traduzimos no nosso republicanismo os poderes que o dinamizam. Entrar no poder no Brasil é se garantir de ser servido pela sociedade. Mais: é estar protegido por uma rede legal que até hoje esquece os crimes, centrando-se muito mais no processo legal. A legislação é mais usada como um complicado código do que como aberto guia de comportamento.
A crise revela um enredo reprimido. Como conjugar éticas do privilégio de certos papéis e poderes (o Judiciário é o melhor exemplo), mas que atuam num campo onde predomina a tal “ética capitalista”? Esse conflito, hoje ampliado por uma tecnologia de transparência globalizada, traz à tona as contradições, mas impede a sua resolução porque o sistema legal é um emaranhado construído para manter os privilégios de quem está no poder.


Aliás, a igualdade republicana acabou por dar mais força aos elos pessoais simbolizada no inextinguível “Você sabe com quem está falando?”. Em vez de domesticar o lado privilegiado do sistema, nós o atrelamos aos recursos coletivos que são sistematicamente roubados pelos governantes em nome do povo e com legitimidade moderna da ideologia e do rito eleitoral.

Penso que o nosso enredo passa por esse sistema movido por múltiplas éticas, mas que é sempre pensado em termos puramente político, ideológico e partidário.

Não por acaso que, nas ruas, exigem-se confiabilidade, empoderamento dos marginalizados, competência administrativa e de muita honestidade.

Enfim, tudo indica que chegou a hora de virar de fato uma democracia igualitária, ou de deformar-se como uma enorme República onde o Estado engana ideologicamente a sociedade, roubando-lhe o autorrespeito e a dignidade.

"" O país ainda não entrou no século 21 em matéria de gestão do Estado, cujos pilares repousam em critérios de mérito, racionalidade, controles, transparência, qualidade de serviços e descentralização. São quase 12 milhões de servidores públicos nas três instâncias federativas, ou seja, 1 em cada 10 brasileiros em idade de trabalhar, número que poderia não impressionar se o contingente fosse qualificado, não escudado no patronato político."" / Gaudêncio Torquato


A vaca, o vampiro e o Pinóquio - 

GAUDÊNCIO TORQUATO

FOLHA DE SP - 21/10

No momento em que o Brasil se debruça sobre as crises que o afligem, valendo-se da análise de circunstâncias que ameaçam a governabilidade, três entes resumem o repertório de conceitos, mazelas e problemas que devastam as esferas da gestão, da política e da economia.

São eles: a vaca, o vampiro e o Pinóquio. A vaca é a grande mãe, a deusa que, para o homem primitivo, se repartia nos rios, nas árvores, nos fenômenos naturais. Entre nós ela assume também a posição de entidade que encobre, abriga, defende e acalenta. É fácil deduzir que a vaca é o próprio Estado, que acaba oferecendo o bico para milhares de brasileiros sugarem suas tetas.

O Estado brasileiro jamais deixou de ser considerado por parcela significativa da elite política uma "cosa nostra", núcleo da grande família, dos donos do poder, que cultivam o filhotismo, o nepotismo e o familismo, transformando a função pública em patrimônio pessoal.

O país ainda não entrou no século 21 em matéria de gestão do Estado, cujos pilares repousam em critérios de mérito, racionalidade, controles, transparência, qualidade de serviços e descentralização. São quase 12 milhões de servidores públicos nas três instâncias federativas, ou seja, 1 em cada 10 brasileiros em idade de trabalhar, número que poderia não impressionar se o contingente fosse qualificado, não escudado no patronato político.

A mamãezada, que, segundo o dicionário Houaiss, é o "descaso ou conivência dos responsáveis que dão cobertura a subordinados, em caso de imoralidade no serviço público", constitui a base da muralha que esconde desvios e atos ilícitos.

Eliminar essa chupeta com os instrumentos da modernização do Estado, implicando nova metodologia para composição dos quadros públicos, é a primeira providência que se espera. Não adianta fusão ou enxugamento de estruturas sem que esse gesto leve a um profundo corte nos 12% do PIB consumidos na administração pública.

"Elas (as notícias) fazem parte do cotidiano, mas não contam a história toda. Por isso, para rebater o desânimo e contrabalançar, não custa dar uma espiada em alguns sites com conteúdo integralmente positivo que andam pipocando por aí. E nunca deixar de assistir a documentários, ler livros, ver filmes, aprofundar-se. Quanto mais abrangente nossa visão das coisas, menos desumano nos parecerá este mundo..." / Martha Medeiros

quarta-feira, outubro 21, 2015


Comum e incomum -


Resultado de imagem para imagem de páginas de jornais MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 21/10

Alain de Botton aterrissa nas livrarias com mais uma obra dedicada à filosofia do cotidiano, desta vez abordando um tema que interessa aos jornalistas em particular e a todos em geral. Notícias – Manual do Usuário nos estimula a pensar mais profundamente sobre nossa relação com a imprensa.

Precisamos saber de tudo o que está sendo noticiado? Esse “tudo” é suficiente ou é excessivo? Qual o critério para decidir que um fato merece ser noticiado e outro não?

Há um jargão clássico do jornalismo que diz que notícia não é quando um cachorro morde um homem, e sim quando um homem morde um cachorro. O incomum pauta os veículos de comunicação. Porém, comum e incomum têm se confundido. Assassinatos, estupros, desastres: não estaria na hora de essas desgraças recorrentes dividirem a atenção com as banalidades que ficam de fora das manchetes?

Por vezes, Alain de Botton soa idealista e até um pouco ingênuo, mas é um homem que traz questionamentos relevantes. Diz ele que o noticiário não transcreve a realidade, ele molda a realidade conforme as histórias que publica. Para cada pedófilo, há milhares de pessoas que respeitam as crianças. Para cada agressor de mulheres, há milhares de homens que não reagem com violência. Sem dúvida que é importante revelar os podres da sociedade, mas não se deve esquecer que as notícias que chegam sobre a nação não são a nação, e sim uma parte dela. Imprensa responsável é aquela que também abre espaço para notícias que possibilitem a criação de uma imagem de comunidade que nos pareça boa e sadia, a fim de fazer com que tenhamos vontade de contribuir para que ela se desenvolva.

A questão dos refugiados é um bom exemplo: todos se sensibilizam com sua situação, mas por quantos minutos? Três, quatro? Enquanto durar a matéria na tevê?

Não sabemos como é a vida corriqueira de quem vive em países com uma cultura tão diversa. O que comem no café da manhã, como namoram, o que fazem no fim de semana, como criam os filhos, que músicas escutam. Não há o olhar microscópico sobre seu universo, são apenas estranhos com o qual não nos identificamos, e essa falta de empatia mantém seu drama longe das nossas preocupações imediatas.

Amanhã, haverá novas más notícias nos jornais.

Elas fazem parte do cotidiano, mas não contam a história toda. Por isso, para rebater o desânimo e contrabalançar, não custa dar uma espiada em alguns sites com conteúdo integralmente positivo que andam pipocando por aí. E nunca deixar de assistir a documentários, ler livros, ver filmes, aprofundar-se. Quanto mais abrangente nossa visão das coisas, menos desumano nos parecerá este mundo.



Oscar Peterson & Count Basie - Slow Blues

terça-feira, 20 de outubro de 2015

"Toda a ópera da emancipação passa pela destruição da intimidade. A mulher emancipada é uma invisível. O homem emancipado não quer se libertar do que as mulheres carregam entre as pernas, quer se libertar do que as mulheres carregam dentro de si. E isso, só se "vê" numa intimidade compartilhada, jamais num mundo impermeável às neuroses do amor."

segunda-feira, outubro 19, 2015


Homens impermeáveis -   

LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 19/10

Lembro-me que, nos idos dos anos 1970, na escola jesuíta em que estudava, quatro meninas chegaram à sala. Foram as primeiras na, até então, escola de padres para meninos. Os padres (que na época eram mais sábios, porque menos "progressistas") decidiram por colocar garotas "aos poucos" na escola.

O colégio era um palco de brigas e competições. A monotonia da vida escolar era quebrada apenas quando algum de nós começava a brigar para valer e, às vezes, uma minibatalha campal se instalava no meio do campo de futebol. Esse ritual tinha lá sua graça e diversão.

Quando as meninas surgiram nas salas de aula, tudo mudou. A própria hierarquia entre os meninos sofreu uma alteração gigantesca. Se antes "mandava" quem batia mais e era mais dado às práticas do que hoje se chama "bullying", a partir do momento que as lindinhas entraram na sala, quem "mandava" passaram a ser aqueles por quem as meninas demonstravam interesse.
Hoje, suspeito que naquele momento repetíamos algum tipo de ritual pré-histórico em que a presença feminina implicava alguma forma sofisticada de poder que passava pelo desejo que tínhamos de "possuí-las". Essa forma de organização de poder num bando devia ser ancestral, pela força e delicadeza com a qual se fazia sentir. Quanto mais ancestral é o poder, maior sua sutileza. Deus é um discreto.

Imagino que, hoje em dia, chatinhas e chatinhos chamariam isso tudo de "machismo". Mas essas chatinhas e esses chatinhos não entendem nada de mulher. Eu chamaria isso de permeabilidade ao poder feminino.

Semanas atrás, nesta coluna, fiz referência a que, talvez, um dia, chegaríamos à situação em que os homens ficariam impermeáveis às mulheres. Recebi alguns e-mails de leitoras que afirmavam que isso já está acontecendo, que muitos homens já são impermeáveis às mulheres. Tanto eu quanto minhas leitoras não nos referíamos a gays, que são, por natureza, impermeáveis e inofensivos às mulheres.

E o que seria um homem impermeável a uma mulher? Um cara que sabe (ou acha que sabe, como é comum neste mundo contemporâneo de modinhas de comportamento) que não precisa de uma mulher para "ser feliz".

Ele é autônomo em seu dia a dia, sabe cozinhar se for preciso (melhor do que as meninas, que confundem ignorância na cozinha com liberdade), tem uma casa na medida de suas necessidades, sabe administrar funcionárias de limpeza, sabe que compra sexo fácil com garotas especializadas, inclusive em "ser namoradas light", e que, quando quer uma mulher "amadora", tem sempre alguma emancipada por perto –para quem nem precisa pagar o jantar, porque ela se orgulha em fazê-lo.

Aliás, isso de "gastar dinheiro com mulher" é uma coisa que esses homens emancipados já resolveram. Só homens antigos imaginam que "devem" algo a uma mulher. Pelo contrário, o mercado estando difícil como está, talvez elas é que devam demonstrar felicidade pagando coisas para caras generosos.

O homem emancipado é fruto da queima dos sutiãs. Não se sente obrigado a satisfazer a mulher em nenhum nível que seja. Ainda vamos perceber que todo discurso emancipatório se alimenta da libertação de qualquer vínculo. E do ressentimento com a vida.

O emancipado é um ingrato. É um solitário com grana para gastar e jamais um sujeito que trabalha demais para satisfazer os desejos de alguma mulher, a começar pelos que ela sente de ser mãe.

Num universo como esse, quatro meninas numa sala de aula mal seriam percebidas, porque o que estava em jogo ali era o convívio próximo. A intimidade da conversa sobre a prova de matemática. O medo partilhado do professor terrível. Além, claro, da graça com a qual elas sentavam nas cadeiras, antes ocupadas o tempo todo por jovens chimpanzés.
Toda a ópera da emancipação passa pela destruição da intimidade. A mulher emancipada é uma invisível. O homem emancipado não quer se libertar do que as mulheres carregam entre as pernas, quer se libertar do que as mulheres carregam dentro de si. E isso, só se "vê" numa intimidade compartilhada, jamais num mundo impermeável às neuroses do amor.