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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Carta de `Palocci vai dar muita confusão no PT

Edição do dia 26/09/2017
26/09/2017 21h29 - Atualizado em 26/09/2017 21h29

Palocci envia carta ao PT com duras críticas e pedido de desfiliação


Ex-ministro relata ‘choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política’.
Dilma provocou, segundo Palocci, a destruição das conquistas alcançadas.

O ex-ministro Antonio Palocci, que já estava suspenso provisoriamente do PT, enviou nesta terça-feira (26) uma carta de desfiliação ao partido. No documento, ele reafirma acusações ao ex-presidente Lula de ter recebido propina e pergunta se o PT é um partido ou uma seita guiada por uma pretensa divindade.
Antonio Palocci está preso há exatamente um ano. Na carta em que pede para deixar o partido que ajudou a fundar, o ex-ministro afirma: “Decidi colaborar com a Justiça, por acreditar ser este o caminho mais correto a seguir. Defendo o mesmo caminho para o PT.”
Na carta, o ex-ministro reafirmou o que disse no depoimento que prestou ao juiz Sérgio Moro no início de setembro. Palocci relatou ao juiz propinas ao PT e ao ex-presidente Lula.
Na carta Palocci afirma: “São situações que presenciei, acompanhei ou coordenei, normalmente junto ou a pedido do ex-presidente Lula. Tenho certeza que, cedo ou tarde, o próprio Lula irá confirmar tudo isso, como chegou a fazer no ‘mensalão’, quando, numa importante entrevista concedida na França, esclareceu que as eleições do Brasil eram todas realizadas sob a égide do caixa dois, e que era assim com todos os partidos.”
Palocci continua: “Não posso deixar de registrar a evolução e o acúmulo de eventos de corrupção em nossos governos e, principalmente, a partir do segundo governo Lula.”
“Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumo minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo. Com o pleno emprego conquistado, com a aprovação do governo a níveis recordes, com o advento da riqueza (e da maldição) do pré-sal, com a Copa do Mundo, com as Olimpíadas, ‘o cara’, nas palavras de Barack Obama, dissociou-se definitivamente do menino retirante para navegar no terreno pantanoso do sucesso sem crítica, do ‘tudo pode’, do poder sem limites, onde a corrupção, os desvios, as disfunções que se acumulam são apenas detalhes”, escreveu.
Palocci também criticou a opção de Lula por fazer Dilma sua sucessora, provocando, segundo o ex-ministro, a destruição das conquistas alcançadas: “Nada importava, nem mesmo o erro de eleger e reeleger um mau governo, que redobrou as apostas erradas, destruindo, uma a uma, cada conquista social e cada um dos avanços econômicos tão custosamente alcançados, sobrando poucas boas lembranças e desnudando toda uma rede de sustentação corrupta e alheia aos interesses do cidadão.”
Segundo Palocci, foi Lula quem encomendou a propina do projeto de sondas a serem usadas na exploração de petróleo do pré-sal. Na carta, ele citou a ex-presidente Dilma e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli: “Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas.”
Na carta, Palocci se queixou do PT, partido que ajudou a fundar e a chegar à Presidência da República. Questionou a defesa que o partido faz de Lula.
“Agora que resolvo mudar minha linha de defesa e falar a verdade, me vejo diante de um tribunal inquisitorial dentro do próprio PT. Qual o critério do partido? Processos em andamento? Condenações proferidas? Se é este o critério, o processo de expulsão não deveria recair apenas contra mim. Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’, enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do instituto (!!) são atribuídos à dona Marisa? Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”
No final da carta, Palocci diz que não guarda ressentimentos ou rancores: “Aceitarei qualquer penalidade aprovada. Mas ressalto que não posso fazê-lo neste momento e neste formato proposto pelo partido onde quem fala a verdade é punido e os erros e ilegalidades são varridos para debaixo do tapete. Ofereço a minha desfiliação, e o faço sem qualquer ressentimento ou rancores.”
O que dizem os citados
O ex-presidente Lula declarou que Palocci inventa acusações sem provas para obter um acordo de delação premiada. A defesa do ex-presidente afirmou, ainda, que o depoimento prestado por Palocci à Justiça, no começo de setembro, é repleto de contradições com relação ao depoimento que o ex-ministro já tinha prestado em maio deste ano e que a carta divulgada nesta terça-feira segue na mesma direção.
O PT divulgou uma nota em que afirma que a carta de Palocci se destina aos procuradores da Lava Jato, oferecendo mentiras em troca de benefícios penais e financeiros. A nota também afirma que o ex-ministro demonstra fraqueza de caráter, ao se referir de forma desrespeitosa e caluniosa a Lula, para agradar seus inquisidores.
A assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff reafirmou que Antonio Palocci mente.
Nós não conseguimos contato com Sergio Gabrielli.

A verdade sobre o comunismo no Brasil Luiz Felipe Pondé

Cinco séculos de história destinados ao lixo...

terça-feira, setembro 26, 2017

Como destruir uma estatal

JOSÉ CASADO

O GLOBO - 26/09

Com cinco séculos de história, receita de R$ 20 bilhões por ano garantida por monopólio constitucional e 120 mil empregados, os Correios naufragam de forma espetacular
É um naufrágio espetacular: está à beira da falência um serviço com cinco séculos de história, receita de R$ 20 bilhões por ano garantida por monopólio constitucional, 120 mil empregados na folha de pagamentos e escritórios em 88% das cidades brasileiras.


Com sucessivos prejuízos, os Correios ficaram virtualmente inviabilizados porque foram transformados em mercadoria no balcão de governos, partidos e sindicatos.

A insatisfação dos clientes cresce de forma exponencial. Em São Paulo, por exemplo, o volume de reclamações já é 607% maior que cinco anos atrás e 120% acima do recorde do ano passado, segundo os registros do Procon paulistano até o último dia 15 de setembro.

Esta semana começou com a terceira greve dos últimos 11 meses. Serviços postais em 20 estados amanheceram ontem prejudicados por causa de uma antiga disputa entre a Central Única de Trabalhadores, braço sindical do PT, e entidades emergentes no sindicalismo.

A empresa foi estatizada há 220 anos. Seu processo de destruição é recente e coincide com a deterioração dos padrões da política doméstica. Evidências da anarquia, com múltiplos episódios de corrupção, clientelismo político e sindical, começaram a ser expostas quando o governo Lula chancelou nomeados do PT, PCdoB, PTB, PDT e PMDB, entre outros, para o comando dos Correios e do Postalis, o fundo de pensão dos carteiros.

Em meados de agosto de 2005, Lula recebeu um relatório de auditoria sobre sete em cada dez contratos assinados em 40 departamentos dos Correios, durante os seus 19 meses de governo. Em valor, correspondiam a dois terços do faturamento anual. O documento descrevia 525 tipos de irregularidades, a maior parte classificada como de “alto risco” para a empresa.

No desgoverno, gastaram-se R$ 13 bilhões (corrigidos pelo IGP-M) em equipamentos e tecnologia sem análise de viabilidade técnica, de custos e de condições jurídicas, alguns com pagamentos antecipados e sem comprovação. Num deles, pagou-se R$ 178 milhões por uma “avaliação da gestão”. O resultado? “Insuficiente”, ironizaram os auditores.

Nessa mesma época, o fundo de pensão dos Correios passou grande parte dos seus recursos à gestão da Atlântica Administradora de Recursos, em parceria com o banco Mellon, dos EUA. Mais tarde, o Postalis descobriu que o dinheiro havia evaporado na compra de títulos sem valor da Venezuela e da Argentina. O prejuízo estimado em R$ 5 bilhões.

Enquanto isso, o caixa da empresa era drenado em mais R$ 5 bilhões para socorrer o governo Dilma Rousseff, sob a forma de pagamento de dividendos à União.

Com Michel Temer, tudo mudou para continuar onde está, inclusive a inapetência para enfrentar a crise.

O quadro lembra o samba de Bezerra da Silva:

“Antigamente governavam decente, sem sacrilégio

Hoje são indecentes, cheios de privilégio

É só caô, caô pra cima do povo

Promessa de um Brasil novo

E uma política moderna

Para tirar o Brasil dessa baderna

Só quando o morcego doar sangue

E o saci cruzar as pernas.”

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Joel Camargo, o primeiro brasileiro a jogar pelo PSG ,,,

Joel Camargo, os desenganos do primeiro brasileiro a jogar pelo PSG

Assim como Neymar, era negro, tratava bem a bola e brilhou no Santos.

Mas, após levantar bandeira contra o racismo, morreu pobre, doente e esquecido

Neymar PSG
Joel Camargo, semanas antes de sua morte, em 2014. ALEXANDRE BATTIBUGLI
Por sua elegância ao correr com passadas largas, praticamente flutuando sobre o gramado, e ao subir com os braços bem abertos para cabecear, Joel Camargo ganhou o apelido de Açucareiro. Era um zagueiro de técnica privilegiada, talvez o mais habilidoso de sua geração. Embora implacável ao desarmar os atacantes, tinha doçura nos pés. Integrou por quase dez anos o célebre time do Santos de Pelé, foi campeão do mundo com a seleção brasileira em 1970 e, muito antes de Neymar protagonizar a transferência mais cara de todos os tempos, se tornou o primeiro brasileiro a vestir a camisa do Paris Saint-Germain (PSG). Porém, a chegada à cidade luz não teve nenhuma pompa, assim como toda sua trajetória como jogador.
O destino nunca foi generoso com o talento que transbordava de Joel, sobretudo no ano de 1970, que marcou tanto a maior glória da carreira quanto o início de sua derrocada. Ele começou a temporada em alta. Era o homem de confiança do técnico João Saldanha e titular da zaga da seleção. Mas, por interferência da ditadura militar, Saldanha caiu às vésperas da Copa e deu lugar a Zagallo, que barrou o defensor. O Brasil sagrou-se tricampeão no México. Joel nem sequer entrou em campo. Assistiu a todo Mundial do banco de reservas. Apesar da euforia pelo título, encarou o desprestígio como uma humilhação.