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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O Carvão é persona non grata na Conferência do Clima...

Países formam aliança para abandonar carvão http://p.dw.com/p/2nkoX

MUNDO

Países formam aliança para abandonar carvão

Liderados por Canadá e Reino Unido, 20 países assinam acordo que incentiva eliminação do carvão como fonte energética. Compromisso, porém, deixa de fora maiores usuários, como China, EUA, Alemanha e Rússia.
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Indústria carvoeira na Alemanha – apesar de retórica ambientalista, Berlim não dá sinais de abandonar carvão
Liderados por Canadá e Reino Unido, 20 países lançaram uma nova aliança destinada a incentivar a eliminação do uso de carvão, durante a Conferência do Clima COP23, em Bonn, na Alemanha. Alguns dos signatários, porém, já não fazem uso do carvão como fonte energética.
Sob a aliança (Powering Past Coal Alliance),  países, cidades e regiões se comprometem a abdicar da fonte responsável por 40% da energia mundial – o carvão é considerado o principal propulsor do aquecimento global, como fonte de energia que libera a maioria dos gases de efeito estufa.
Ao lado de Canadá e Reino Unido, a lista inclui Angola, Áustria, Bélgica, Costa Rica, Dinamarca, El Salvador, Finlândia, França, Holanda, Ilhas Fiji, Ilhas Marshall, Itália, Luxemburgo, México, Niue (ilha no Pacífico que está vinculada à Nova Zelândia por um acordo de associação), Nova Zelândia, Portugal e Suíça. Além disso, fazem parte do pacto províncias canadenses, a cidade de Vancouver e os estados americanos de Washington e Oregon.
"Este é outro sinal positivo de um impulso global de afastamento do carvão para beneficiar a saúde do clima, da população e da economia", disse Jens Mattias Clausen, da organização ambientalista Greenpeace. "Mas também emite um aviso aos governos que estão atrasados no corte do carvão, ou àqueles que o promovem, que o combustível fóssil mais poluente do mundo não tem futuro."
Suécia e Escócia, juntamente do estado americano da Califórnia e as cidades de Pequim, Berlim e Nova Déli, também afirmaram que eliminarão o carvão como fonte energética, mas não fazem parte da aliança.
"Para atender ao objetivo do Acordo de Paris de ficar abaixo de 2 graus Celsius precisamos eliminar o carvão", disse a ministra do Meio Ambiente e Alterações Climáticas do Canadá, Catherine McKenna, numa coletiva de imprensa em Bonn. "Há também uma urgência – o carvão está literalmente sufocando e matando pessoas. O mercado mudou, o mundo mudou. O carvão não tem volta."
A aliança, que não é juridicamente vinculativa, visa ter ao menos 50 membros na próxima conferência do clima da ONU, que será realizada em 2018, em Katowice, na Polônia – uma das cidades mais poluídas da Europa. Alguns dos maiores usuários de carvão como fonte energética no mundo, como China, Índia, EUA, Alemanha e Rússia não assinaram o acordo.
Aliás, tendências apontam que a atual anfitriã da Conferência do Clima Alemanha (muito devido à projetada saída da energia nuclear) e a Polônia devem manter a indústria carvoeira, enquanto Indonésia, Vietnã e EUA anunciaram planos de expandir suas produções nos próximos anos.
O ritmo lento da saída alemã da energia do carvão dominou esta semana, em Berlim, as negociações de formação de um novo governo alemão.
O lançamento da Powering Past Coal Alliance ocorreu poucos dias depois que funcionários do governo dos EUA, juntamente com representantes de empresas de energia, lideraram um evento paralelo à COP23 para promover "combustíveis fósseis e energia nuclear em mitigação climática".
O evento desencadeou um protesto pacífico de manifestantes contrários ao uso do carvão e aborreceu muitos ministros que trabalham num livro de regras pra a implementação do Acordo de Paris de 2015, que visa afastar a economia mundial de combustíveis fósseis.

O que aconteceria com Paris, Cidade do Cabo, Nova Orleans com o aquecimento global

Como o aquecimento global pode mudar 5 cidades no mundo http://p.dw.com/p/2nkcU

MUNDO

Como o aquecimento global pode mudar 5 cidades no mundo

ONU alerta que temperatura mundial terá alta de 3,2ºC até 2100. Nova Orleans, Paris, Cidade do Cabo, Daca e Norilsk podem ser particularmente afetadas por fenômenos como tempestades, secas e elevação do nível do mar.
Deutschland Thermometer in Sieversdorf (picture-alliance/dpa/P. Pleul)
Pouco antes das negociações sobre mudanças climáticas começarem na 23ª Conferência do Clima (COP23) em Bonn, na Alemanha, a ONU alertou que as últimas projeções de aquecimento global apontam uma elevação de 3,2ºC até 2100 – muito acima do objetivo de limitar o aumento da temperatura entre 1,5ºC e 2ºC.
Mas, por trás dos números, quais seriam as consequências de um mundo mais quente? Como diz o próprio nome, o aquecimento global ocorrerá no mundo inteiro, mas os impactos irão variar de um lugar para outro. A DW mostra o que um aumento de 3ºC significaria para cinco cidades mundo afora:
Nova Orleans, EUA: mais tempestades e inundações
Com o aumento da temperatura global, Nova Orleans poderá sofrer com um maior número de furacões.
Com o aumento da temperatura global, Nova Orleans poderá sofrer com um maior número de furacões
Se a temperatura global aumentar 3ºC, o futuro de Nova Orleans será incerto. A relação entre as mudanças climáticas e tempestades está apenas começando a ser entendida, mas o aumento do nível do mar e temperaturas da superfície dos oceanos mais quentes sugerem que a cidade provavelmente experimentará mais eventos meteorológicos semelhantes ao furacão Katrina até o fim do século.  
A temporada de furacões excepcionalmente hiperativa em 2017 pode ser um prenúncio preocupante dos eventos climáticos que estão por vir. De acordo com Bridget Tydor, urbanista do Conselho de Esgoto e Água de Nova Orleans (SWBNO), a cidade americana está trabalhando duro na manutenção de diques e no preparo para a remoção de um grande número de pessoas, se necessário.
"Como vimos e aprendemos, a proteção ou mitigação contra desastres não é a única parte do quebra-cabeça", afirma Tydor, que também é membro da delegação americana da Governos Locais por Sustentabilidade (ICLEI) dos EUA que foi à 23ª Conferência do Clima, em Bonn. "Nós também temos que nos adaptar e ter construções e infraestrutura mais sustentáveis para suportar eventos de chuva mais intensos ou até furações."
Paris, França: ondas de calor e poluição
Para lidar com um futuro mais quente, Paris proibiu o tráfego de veículos a diesel no centro da cidade.
Para lidar com um futuro mais quente, Paris pretende vetar o tráfego de veículos a diesel no centro da cidade
Um aumento de temperatura de 3ºC tornaria as ondas de calor mais comuns – inclusive no local de nascimento do Acordo de Paris. Um estudo recente da World Weather Attribution (WWA) sugere que temperaturas de mais de 40ºC no verão poderiam ser a norma em toda a Europa até 2050.
Grandes cidades como Paris também têm que lidar com a poluição do ar, que é acentuada por ondas de calor prolongadas – e vice-versa. Um estudo de 2017 aponta que, combinadas, ondas de calor e partículas de poluição agravam umas as outras, representando um risco significativo para a saúde humana.
Não precisamos esperar até o fim do século para ver o impacto do tempo quente nos centros urbanos. A França foi especialmente atingida pela onda de calor europeia em 2003, quando Paris registrou uma série de mortes. Mais recentemente, a onda de calor Lúcifer causou calor excessivo no sul da Europa. Paris já está tentando lidar com um futuro mais quente, começando pela proibição de veículos a diesel no centro da cidade, que deve entrar em vigor em 2030.
Cidade do Cabo, África do Sul: seca
Por conta da maior seca em 100 anos, Cidade do Cabo restringiu o uso de água.
Por conta da maior seca em 100 anos, Cidade do Cabo restringiu o uso de água
À medida que as temperaturas aumentam, o risco de seca segue o mesmo caminho – não apenas nas regiões naturalmente áridas, mas também nas que dependem de chuvas sazonais. A Cidade do Cabo está atualmente em meio à sua pior seca em 100 anos.
Johannes Van Der Merwe, membro do comitê de finanças da prefeitura da cidade na COP23, afirma que a cidade está respondendo à crise atual construindo mais aquíferos e estações de dessalinização, além de restringir o uso da água. Porém, a cidade precisará se adaptar no longo prazo à escassez de água.
"Quando parti da Cidade do Cabo, há cerca de uma semana, os níveis das barragens estavam em 38%", afirmou Van Der Merwe. "Muitas vezes falamos que [esse patamar] é o 'novo normal'."
A crescente população da cidade só tornará as coisas mais difíceis. Atualmente, a região metropolitana da Cidade do Cabo tem 3,7 milhões de habitantes, mas a população está crescendo 3% ao ano. "Você pode ser uma cidade bem governada e segura, mas, se não houver água, então você tem um problema", frisa Van Der Merwe.
Daca, Bangladesh: aumento do nível do mar
O aumento da temperatura faria com que o nível dos oceanos aumentasse até quatro metros em Daca.
Altas taxas de pobreza significam que Daca tem capacidade limitada para se adaptar às mudanças climáticas
Com uma população de 14,4 milhões de pessoas, Daca é a quarta cidade mais densamente povoada do mundo – e um dos lugares mais vulneráveis ao aumento do nível do mar.
Um aumento da temperatura média global de 3ºC faria com que o nível dos oceanos aumentasse de dois a quatro metros nos próximos três séculos. Mas uma análise de 2013 mostra que as marés em Bangladesh estão aumentando pelo menos dez vezes mais rápido que a média mundial, o que deve significar um aumento de quatro metros em 2100. Isso faria com que ao menos 15 milhões de pessoas deixassem áreas rurais mais baixas e se mudassem para cidades como Daca.
Muthukumara S. Mani, economista do departamento de desenvolvimento sustentável para o Sul da Ásia do Banco Mundial, identificou áreas que se tornarão "pontos cruciais" de mudanças climáticas nas próximas décadas.
"Definitivamente, Daca é muito vulnerável às mudanças climáticas e precisa estar preparada", afirmou Mani à DW. "O que acontecerá em Daca também dependerá muito do que acontecerá em outros lugares de Bangladesh. Se as coisas começarem a piorar, as pessoas começarão a migrar para Daca, e isso vai piorar a situação", frisou a especialista.
Daca está situada apenas quatro metros acima do nível do mar, e altas taxas de pobreza significam que a cidade tem capacidade limitada para se adaptar às mudanças climáticas. "É difícil planejar com antecedência, considerando os recursos limitados que o governo tem agora", afirma Mani.
Norilsk, Rússia: derretimento do permafrost
Cidades construídas sobre o permafrost, como Norilsk, na Rússia, poderão desmoronar devido ao aquecimento global.
Cidades construídas sobre o permafrost, como Norilsk, na Rússia, poderão desmoronar devido ao aquecimento global
O derretimento do permafrost é um sintoma frequentemente ignorado das mudanças climáticas, mas seus impactos já estão sendo sentidos em algumas cidades do mundo localizadas mais ao norte.
Um estudo de 2016 aponta que cidades na Sibéria construídas sobre o permafrost – solo ou sedimento congelado por mais de dois anos consecutivos – estão em perigo de, literalmente, entrar em colapso devido ao aquecimento global.
Norilsk, na Rússia – a cidade mais ao norte do mundo e que tem uma população de mais de 100 mil habitantes – está situada em uma zona de permafrost contínua. Estudos demonstraram que as temperaturas na Rússia ártica estão aumentando mais rapidamente que no resto do mundo.
No ritmo atual, pode ser que os edifícios em Norilsk consigam suportar de 75% a 95% menos peso até os anos 2040. Os moradores já estão relatando um aumento súbito de danos e rachaduras nos prédios à medida que o solo sobre eles se descongela.
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Clima é um assunto universal e delicado / DW Brasil

Fiji, um paraíso em perigo http://p.dw.com/p/2nM64

  • O recife de coral de mamanuca

    Paraíso ameaçado

    O recife de coral da ilha de Mamanuca, em Fiji, é um destino ideal para quem gosta de mergulhar com snorkel. Mas o mergulho na água límpida para ver peixes coloridos está virando raridade. Devido ao aumento da temperatura do oceano, os recifes de corais em Fiji estão morrendo. A perda do frágil ecossistema tem um efeito decisivo para a pesca e o turismo – duas importantes fontes de renda do país.

"A proclamação da vadiagem" / Ruth de Aquino

RUTH DE AQUINO

A proclamação da vadiagem

Senadores, deputados e vereadores costumam enforcar o orçamento e o cidadão comum

RUTH DE AQUINO
17/11/2017 - 17h24 - Atualizado 17/11/2017 17h24
Só no Brasil um feriado na quarta-feira, a Proclamação da República, enseja o enforcamento de dois dias úteis, quinta-feira e sexta-feira, numa vadiagem emendada com o feriado de segunda-feira, o Dia da Consciência Negra, e muito sol, calor, feijoada, churrasco e caipirinha, para só voltar a trabalhar na terça-feira, como se navegássemos numa economia abundante, com alta produtividade e pleno emprego.
Temos feriados para todo gosto, de nacionais a municipais, datas comemorativas, homenagens a minorias e categorias, carnavais oficiais e facultativos, revoluções, celebrações religiosas, tudo para endeusar o ócio. Neste ano, “emendamos” nove feriados. Em 2018, serão dez. A classe que mais folga é, claro, a classe política, que também desfruta os recessos. Quando não estão em férias, os senadores, deputados e vereadores costumam enforcar o orçamento, o contribuinte e o cidadão comum.
Esta última sexta-feira viu, no entanto, um movimento inédito e espontâneo de suspensão de lazer na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj. Deputados decidiram sacrificar a folga para tentar se unir e livrar da prisão o presidente da Assembleia, Jorge Picciani, e os colegas Paulo Melo, ex-presidente da Alerj, e Edson Albertassi, todos do PMDB. 
A enorme pressão popular para que a decisão da Justiça seja respeitada não sensibiliza, porém, quem já vive em águas turvas. São aliados e afilhados da turma que asfixiou o Rio sem pena nas últimas décadas. O governador Pezão é um exemplo dessa lealdade canina: fez tudo nos últimos dias para empossar Edson Albertassi no Tribunal de Contas do Estado, até demitiu seu procurador-geral, que era contra a nomeação. E agora, Pezão?
O “trio dos corruptos” foi preso na Operação Cadeia Velha. Os três também foram afastados de seus mandatos, por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2) no Rio. Picciani teria recebido R$ 77 milhões em propina só da Fetranspor – empresas de ônibus. Paulo Melo teria recebido R$ 54 milhões. E Edson Albertassi só uma “gorjeta” de até R$ 4 milhões. 
Os valores variam e perdemos a noção da fronteira entre realidade e ficção. Por que motivo alguém faz tudo para ganhar ilegalmente, em propina, um dinheiro que jamais conseguirá gastar, nem nas próximas gerações? Eles não perdem o sono?
Sabemos que o que normalmente vem à tona deve ser apenas um pedaço da fortuna desviada dos cofres públicos e das obras públicas. Os juízes decidiram que era necessário “afastá-los do convívio da sociedade” para impedir que continuassem a praticar crimes de lavagem de dinheiro. Foram passar a noite com o capo Sérgio Cabral,  no presídio de Benfica, num verão precoce de 40 graus. Faz um ano exatamente que Cabral está preso. O ex-governador já foi condenado em três dos 16 processos contra ele. Ao todo, as penas contra Cabral somam 72 anos de prisão.
O dia 17 de novembro é uma data comemorativa na Lava Jato carioca. O juiz Marcelo Bretas, que comanda a operação no Rio, expressou, em entrevista ao jornal O Globo, o sentimento de estupor da sociedade: “O que me assustou foi a extensão e a capilaridade (no Rio de Janeiro). Parece que tem mais gente envolvida do que não envolvida. É uma metástase”.
Jorge Picciani começou a mexer os pauzinhos da política do Rio pouco depois de ser eleito deputado estadual há 27 anos.  Sua carreira foi meteórica. Foi secretário de Esporte de Leonel Brizola, sucessor de Cabral como presidente da Alerj no governo Rosinha Garotinho, não conseguiu tornar-se senador pelas mãos de Cabral, mas voltou à Alerj em 2014. Tornou-se presidente da Assembleia pela quinta vez, em 2015, com o voto de 65 dos 70 deputados. Com esse poder todo, enfiou no governo Temer seu filho Leonardo Picciani no Ministério do Esporte. Leonardo também foi denunciado agora pelo marqueteiro Renato Pereira por pedido de propina. Seu irmão, o empresário Felipe Picciani, foi preso, acusado de lavar dinheiro sujo. Formam apenas mais um clã familiar na política nacional.
Cadeia Velha é um nome adequado para velhos bandidos, velhas práticas, velha política, velha vadiagem. A Alerj foi obrigada a convocar sessão extraordinária, em um dia que deveria ser útil e ordinário. Com o objetivo claro de limpar a barra do “padrinho”, o maior amigo da insaciável Fetranspor, que o populacho apelidou (por que será?) de “máfia dos ônibus”.
Que venham tempos novos, mais éticos, mais produtivos, não só no Rio, mas no resto do país, para voltarmos a crescer e a acreditar. E que o Supremo Tribunal Federal, alô Cármen Lúcia, se dê conta de que o Legislativo no Brasil não tem a menor condição de julgar seus pares e dar a última palavra.
Esta última sexta-feira viu, no entanto, um movimento inédito e espontâneo de suspensão de lazer na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj. Deputados decidiram sacrificar a folga para tentar se unir e livrar da prisão o presidente da Assembleia, Jorge Picciani, e os colegas Paulo Melo, ex-presidente da Alerj, e Edson Albertassi, todos do PMDB. 

O “trio dos corruptos” foi preso na Operação Cadeia Velha. Os três também foram afastados de seus mandatos, por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2) no Rio. Picciani teria recebido R$ 77 milhões em propina só da Fetranspor – empresas de ônibus. Paulo Melo teria recebido R$ 54 milhões. E Edson Albertassi só uma “gorjeta” de até R$ 4 milhões. 
Os valores variam e perdemos a noção da fronteira entre realidade e ficção. Por que motivo alguém faz tudo para ganhar ilegalmente, em propina, um dinheiro que jamais conseguirá gastar, nem nas próximas gerações? Eles não perdem o sono?
Sabemos que o que normalmente vem à tona deve ser apenas um pedaço da fortuna desviada dos cofres públicos e das obras públicas. Os juízes decidiram que era necessário “afastá-los do convívio da sociedade” para impedir que continuassem a praticar crimes de lavagem de dinheiro. Foram passar a noite com o capo Sérgio Cabral,  no presídio de Benfica, num verão precoce de 40 graus. Faz um ano exatamente que Cabral está preso. O ex-governador já foi condenado em três dos 16 processos contra ele. Ao todo, as penas contra Cabral somam 72 anos de prisão.
O dia 17 de novembro é uma data comemorativa na Lava Jato carioca. O juiz Marcelo Bretas, que comanda a operação no Rio, expressou, em entrevista ao jornal O Globo, o sentimento de estupor da sociedade: “O que me assustou foi a extensão e a capilaridade (no Rio de Janeiro). Parece que tem mais gente envolvida do que não envolvida. É uma metástase”.
Jorge Picciani começou a mexer os pauzinhos da política do Rio pouco depois de ser eleito deputado estadual há 27 anos.  Sua carreira foi meteórica. Foi secretário de Esporte de Leonel Brizola, sucessor de Cabral como presidente da Alerj no governo Rosinha Garotinho, não conseguiu tornar-se senador pelas mãos de Cabral, mas voltou à Alerj em 2014. Tornou-se presidente da Assembleia pela quinta vez, em 2015, com o voto de 65 dos 70 deputados. Com esse poder todo, enfiou no governo Temer seu filho Leonardo Picciani no Ministério do Esporte. Leonardo também foi denunciado agora pelo marqueteiro Renato Pereira por pedido de propina. Seu irmão, o empresário Felipe Picciani, foi preso, acusado de lavar dinheiro sujo. Formam apenas mais um clã familiar na política nacional.
Cadeia Velha é um nome adequado para velhos bandidos, velhas práticas, velha política, velha vadiagem. A Alerj foi obrigada a convocar sessão extraordinária, em um dia que deveria ser útil e ordinário. Com o objetivo claro de limpar a barra do “padrinho”, o maior amigo da insaciável Fetranspor, que o populacho apelidou (por que será?) de “máfia dos ônibus”.
Que venham tempos novos, mais éticos, mais produtivos, não só no Rio, mas no resto do país, para voltarmos a crescer e a acreditar. E que o Supremo Tribunal Federal, alô Cármen Lúcia, se dê conta de que o Legislativo no Brasil não tem a menor condição de julgar seus pares e dar a última palavra.
Esta última sexta-feira viu, no entanto, um movimento inédito e espontâneo de suspensão de lazer na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj. Deputados decidiram sacrificar a folga para tentar se unir e livrar da prisão o presidente da Assembleia, Jorge Picciani, e os colegas Paulo Melo, ex-presidente da Alerj, e Edson Albertassi, todos do PMDB. 
A enorme pressão popular para que a decisão da Justiça seja respeitada não sensibiliza, porém, quem já vive em águas turvas. São aliados e afilhados da turma que asfixiou o Rio sem pena nas últimas décadas. O governador Pezão é um exemplo dessa lealdade canina: fez tudo nos últimos dias para empossar Edson Albertassi no Tribunal de Contas do Estado, até demitiu seu procurador-geral, que era contra a nomeação. E agora, Pezão?
O “trio dos corruptos” foi preso na Operação Cadeia Velha. Os três também foram afastados de seus mandatos, por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2) no Rio. Picciani teria recebido R$ 77 milhões em propina só da Fetranspor – empresas de ônibus. Paulo Melo teria recebido R$ 54 milhões. E Edson Albertassi só uma “gorjeta” de até R$ 4 milhões. 
Os valores variam e perdemos a noção da fronteira entre realidade e ficção. Por que motivo alguém faz tudo para ganhar ilegalmente, em propina, um dinheiro que jamais conseguirá gastar, nem nas próximas gerações? Eles não perdem o sono?
Sabemos que o que normalmente vem à tona deve ser apenas um pedaço da fortuna desviada dos cofres públicos e das obras públicas. Os juízes decidiram que era necessário “afastá-los do convívio da sociedade” para impedir que continuassem a praticar crimes de lavagem de dinheiro. Foram passar a noite com o capo Sérgio Cabral,  no presídio de Benfica, num verão precoce de 40 graus. Faz um ano exatamente que Cabral está preso. O ex-governador já foi condenado em três dos 16 processos contra ele. Ao todo, as penas contra Cabral somam 72 anos de prisão.
O dia 17 de novembro é uma data comemorativa na Lava Jato carioca. O juiz Marcelo Bretas, que comanda a operação no Rio, expressou, em entrevista ao jornal O Globo, o sentimento de estupor da sociedade: “O que me assustou foi a extensão e a capilaridade (no Rio de Janeiro). Parece que tem mais gente envolvida do que não envolvida. É uma metástase”.
Jorge Picciani começou a mexer os pauzinhos da política do Rio pouco depois de ser eleito deputado estadual há 27 anos.  Sua carreira foi meteórica. Foi secretário de Esporte de Leonel Brizola, sucessor de Cabral como presidente da Alerj no governo Rosinha Garotinho, não conseguiu tornar-se senador pelas mãos de Cabral, mas voltou à Alerj em 2014. Tornou-se presidente da Assembleia pela quinta vez, em 2015, com o voto de 65 dos 70 deputados. Com esse poder todo, enfiou no governo Temer seu filho Leonardo Picciani no Ministério do Esporte. Leonardo também foi denunciado agora pelo marqueteiro Renato Pereira por pedido de propina. Seu irmão, o empresário Felipe Picciani, foi preso, acusado de lavar dinheiro sujo. Formam apenas mais um clã familiar na política nacional.
Cadeia Velha é um nome adequado para velhos bandidos, velhas práticas, velha política, velha vadiagem. A Alerj foi obrigada a convocar sessão extraordinária, em um dia que deveria ser útil e ordinário. Com o objetivo claro de limpar a barra do “padrinho”, o maior amigo da insaciável Fetranspor, que o populacho apelidou (por que será?) de “máfia dos ônibus”.
Que venham tempos novos, mais éticos, mais produtivos, não só no Rio, mas no resto do país, para voltarmos a crescer e a acreditar. E que o Supremo Tribunal Federal, alô Cármen Lúcia, se dê conta de que o Legislativo no Brasil não tem a menor condição de julgar seus pares e dar a última palavra.












quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Vídeo de catedrais católicas e seus interiores


Apreciem

"Voto do relator é para que mandados de prisão sejam expedidos ainda hoje" / O Globo

CADEIA VELHA

Voto do relator é para que mandados de prisão sejam expedidos ainda hoje

Presidente da Alerj, Jorge Picciani foi alvo da operação Cadeia Velha e teve que depor na PF
O voto do desembargador relator Abel Gomes é para  que o mandado de prisão de Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo seja expedido pelo Tribunal Regional Federal ainda hoje, mesmo que a decisão seja submetida à Alerj depois. Já há maioria formada a favor de seu voto.
Enquanto isso, a Alerj se organiza para convocar uma assembelia extraordinária o quanto antes, com possibilidade de ser ainda nesta quinta-feira, para votar a questão. (Por Chico Otavio, Fernanda Krakovics, Juliana Castro e Miguel Caballero)

Vídeo de catedrais católicas

https://youtu.be/jCzh33MIzec

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Notícias arrepiantes de Brasília... / Cláudio Humberto

15 DE NOVEMBRO DE 2017
Após sobreviver a duas graves denúncias da Procuradoria Geral da República, o presidente Michel Temer adquiriu uma autoconfiança que espanta até os velhos amigos habituados com sua conhecida cautela diante das grandes decisões: vai levar adiante a Reforma da Previdência para implantar um sistema de aposentadorias igual para trabalhadores públicos e privados. Ele sabe a magnitude da briga que vai comprar com a elite do serviço público beneficiária do sistema atual.
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A guerra aos privilégios afetará áreas que podem causar problemas sem fim a Temer: Justiça, Ministério Público e Forças Armadas.
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No Brasil, 1 milhão aposentados do setor público custam mais (R$ 164 bilhões) que 30 milhões de aposentados do setor privado (R$ 150 bi).
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A campanha de esclarecimentos sobre a reforma da Previdência, em gestação, usa a expressão “chega de privilégios” como mote.
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No setor público, as aposentadorias são integrais e há servidores que contam ainda com uma loteria ao deixar o serviço ativo: a “pecúnia”.
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Mesmo que sejam condenados por campanha eleitoral antecipada, o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pagariam, no máximo, R$ 25 mil de multa. O pior é que essas multas são cobradas e depois distribuídas aos próprios partidos políticos na proporção do Fundo Partidário. Este ano, por exemplo, o Tribunal Superior Eleitoral distribuiu mais de R$55,8 milhões de multas eleitorais entre os partidos.
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Tanto no caso de Lula, quanto de Bolsonaro, a acusação se refere à divulgação na internet de vídeos que mencionam as candidaturas.
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Para o Ministério Público Eleitoral (MPE), tanto o petista, quanto o ex-militar fazem referência às candidaturas deles a presidente em 2018.
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A legislação permite a propaganda somente a partir de 15 de agosto do ano da eleição e prevê multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil.
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O ex-ministro Bruno Araújo também deve esvaziar, com sua saída, o “bananaço” contra Michel Temer, articulado por tucanos com o objetivo de se afastar do governo fazendo a maior pose de oposição.
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A ex-presidente cassada Dilma perambula em Berlim há uma semana, na companhia de dois seguranças (medo dos brazucas?) e hospedada no luxuoso Hotel Maritimi. Resta saber quem paga tudo isso.
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O chanceler Aloysio Nunes chegou ontem na bela Baku, Azerbaijão, para a primeira visita de um ministro das Relações Exteriores brasileiro ao Cáucaso. Em seguida ele visitará a Geórgia e a Armênia.
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A defesa do ex-presidente Lula afirmou que os vídeos questionados na Justiça Eleitoral como propaganda eleitoral antecipada, “não foram feitos pela equipe dele”. Ah, bom. Deve ser de algum amigo da família.
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O vice-ministro da Economia de Angela Merkel, Mathias Maching, que esteve em Porto Alegre com o embaixador do Brasil em Berlim, Mário Vilalva, prevê aumento do comércio após o acordo entre o Mercosul e União Europeia: “Melhora o ambiente para investimentos estrangeiros”.
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Empresas aéreas continuam debochando sob os auspícios da “agência reguladora” Anac. Cliente da Latam foi impedida de fazer check-in de passagem Rio-SP, adquirida há um mês. “É o controle aeroportuário, senhor”, diz a funcionária robotizada. É o novo nome do “overbooking”.
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O setor de shopping centers representa 2,6% do PIB no Brasil e gera mais de 3 milhões de empregos. A expectativa da associação dos shoppings (Abrasce) é 7,5% de crescimento este ano e 10% em 2018.
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A verba para o Ministério da Defesa (que inclui Forças Armadas) para 2017 é R$ 94 bilhões, dos quais mais de 73% (R$ 69 bi) são gastos apenas a folha de pessoal; salários, aposentadorias e pensões.
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…o fim do ano se aproxima, mas em Brasília a torcida mesmo é pelo fim de 2018.