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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Uniforme Armani para alunos de escola em Tóquio / G1,

Escola pública de Tóquio adota uniformes da marca Armani

Diretor afirma que trajes estarão condizentes com 'a atmosfera da instituição'.

Por Reuters
 

Fachada da Escola Primária Taimei, em Tóquio. (Foto: Google Maps)Fachada da Escola Primária Taimei, em Tóquio. (Foto: Google Maps)
Fachada da Escola Primária Taimei, em Tóquio. (Foto: Google Maps)
A Escola Primária Taimei, instituição da rede pública de Ginza, em Tóquio, surpreendeu os pais com um plano para adotar uniformes desenhados pela grife italiana Giorgio Armani - cada um custando cerca de 729 dólares, o equivalente a R$ 2.385,00.
O escritório da filial japonesa da Armani, localizada em Ginza, fica a apenas metros 200 metros do colégio.
"Fiquei surpresa e me perguntei por que uniformes desenhados por uma marca de luxo foram escolhidos para uma escola primária pública", disse a mãe de um aluno que não foi identificada, segundo o site Huffington Post.
"Temo que uma noção equivocada de que algo caro é bom e que algo barato é ruim possa ser passada às crianças", disse a mãe, cujo filho deve começar a frequentar a escola em abril, quando começa o novo ano letivo.
Em carta enviada aos pais de alunos em novembro, o diretor da escola, Toshitsugu Wada, disse que a Taimei é uma referência em Ginza, e que a decisão de adotar os uniformes desenhados pela Armani almeja criar uma atmosfera condizente com tal instituição.
Nenhuma autoridade da Taimei estava disponível de imediato para comentar, mas Wada publicou um comunicado no site da escola prometendo dar explicações suficientes sobre o plano.
"Com humildade, aceito a crítica de que as explicações foram insuficientes e vieram em má hora. Continuarei explicando cuidadosamente a todos os interessados".

O túnel dos pombos / Carlos Primo Bra

sexta-feira, fevereiro 09, 2018

O Túnel dos Pombos 

 CARLOS PRIMO BRAGA

Valor Econômico - 09/02

A autobiografia de David Cornwell - mais conhecido pelo seu pseudônimo: John Le Carré - é intitulada "The Pigeon Tunnel". O título se refere a uma memória de adolescência. Seu pai o levou a Monte Carlo onde eles visitaram um clube, dotado de um campo de tiros. Pombos criados no cassino local eram colocados em túneis que os direcionavam a emergir como alvos no campo de tiros. Aqueles que sobreviviam, tipicamente retornavam ao seu local de origem (o teto do cassino) onde eram novamente aprisionados e mais uma vez utilizados como alvos até o desfecho inevitável.



Sociedades nem sempre aprendem com suas experiências passadas. A memória dos resultados desastrosos de governos populistas é frequentemente superada pelo apelo de soluções simples para problemas complexos. A história dos pombos de Monte Carlo serve de alerta para aqueles que teimam em repetir trajetórias arriscadas.

A economia mundial convive com conflitos geopolíticos, opções políticas extremistas e experimentos econômicos que geram comparações com as experiências da década de 30 e da Guerra Fria. Embora tais comparações devam ser interpretadas com cuidado, não restam dúvidas que esse é um período em que as lições da história são particularmente relevantes.

Na esfera da geopolítica, os paralelos são óbvios. As aventuras nucleares da Coreia do Norte e as "confrontações" mediáticas entre Donald Trump e Kim Jong-un fornecem uma versão burlesca das tensões entre os EUA e a União Sovética. O perigo de um confronto nuclear é novamente considerado ameaça real. O "Relógio do Apocalipse" do Bulletin of the Atomic Scientists foi reajustado em janeiro de 2018 para 2 minutos para a meia-noite (a referência horária para uma catástrofe nuclear), uma marca que só havia sido registrada em 1953 em meio à corrida nuclear armamentista.

Mais relevante, porém, é o estado atual das relações entre as duas principais potências nucleares: os EUA e a Rússia. O governo de Vladimir Putin vem adotando medidas agressivas não apenas no campo militar (a anexação da Crimeia, a intervenção no leste da Ucrânia, a campanha na Síria para sustentar o regime de Bashar al-Assad), mas também na esfera econômica (ameaças de corte de suprimento de gás natural para a Europa) e sobretudo no campo cibernético através de campanhas de desinformação via redes sociais e "hacking" de alvos políticos. É impossível afirmar se tais campanhas realmente afetaram o resultado das eleições presidenciais nos EUA em 2016. Mas o esforço per se ilustra os novos contornos dessa guerra fria.

No campo das relações comerciais, os ecos da experiência protecionista dos anos 30 vão se tornando cada vez mais nítidos. As economias do G-20 não adotaram políticas protecionistas convencionais em larga escala no período pós-2008. Em tese, as disciplinas da Organização Mundial de Comércio teriam ajudado a controlar a tentação. Mas uma análise mais detalhada das políticas do G-20 indica que esses países vêm adotando medidas discriminatórias de "nova geração" (por exemplo, regras de conteúdo nacional, financiamento subsidiado para empresas domésticas, etc).

A decisão recente dos EUA de utilizar a legislação de salvaguardas para impor tarifas, que variam de 30 a 50% no primeiro ano, às importações de máquinas de lavar e painéis solares abre um novo capítulo nesse front. Tais medidas afetam importações de todas as origens, em contraste com ações anti-dumping e contra subsídios, nos próximos 4 anos. Elas podem abrir as comportas protecionistas nos EUA na medida em que outras indústrias interpretem essa decisão como um sinal de que a administração Trump é favorável ao uso indiscriminado de salvaguardas. Reações de parceiros comerciais dos EUA, por sua vez, podem levar à eclosão de conflitos comerciais significativos como ocorreu nos anos 30.

Como compatibilizar as preocupações geopolíticas e a possibilidade de conflitos comerciais com as expectativas otimistas de crescimento global? Pela primeira vez desde 2007, todas as 45 economias incluídas no Índice de Expansão e Contração da OCDE apresentaram crescimento positivo em 2017. E o FMI em suas previsões mais recentes (1/2018) revisou positivamente as suas estimativas de crescimento global para 2018 (de 3,7 para 3,9%).

Esses números e o desempenho positivo de mercados acionários ao redor do mundo vêm sendo apresentados como evidência de que a crise financeira global ficou para trás. A realidade, porém, é que as taxas de juros nos países industrializados começaram a aumentar, refletindo a normalização de políticas monetárias, expectativas crescentes de inflação, e aumento de déficits fiscais (particularmente nos EUA). Como consequência, a possibilidade de novas crises e de uma correção significativa no valor de ativos financeiros não pode ser descartada, com o agravante de que a margem de manobra dos Bancos Centrais - a capacidade dos mesmos de reduzir taxas de juros - é hoje bem mais limitada do que era em 2008.

Essas observações ilustram a importância de se resistir a apelos populistas em um ambiente marcado por tanta incerteza. Uma visão otimista poderia ser articulada com base na tese de que a recuperação econômica global irá solapar o apoio à estratégias populistas. A realidade, porém, é que o apelo de tais políticas vai além de considerações econômicas. O populismo reflete percepções de que os "outros" (as elites na versão da esquerda ou os estrangeiros/imigrantes na versão da direita) são as causas da ansiedade gerada pelo processo de modernização. Mesmo em um cenário de recuperação econômica, tais tensões não vão desaparecer. Além disso, a sustentabilidade da recuperação econômica não está assegurada. Cabe torcer para que lideranças políticas não repitam os erros do passado, evitando o paralelo com a experiência do túnel dos pombos.


Envelheçam. .. / Reinaldo Azevedo


sexta-feira, fevereiro 09, 2018

Dou à turma da nova política e a FHC o conselho de Nelson Rodrigues aos jovens: envelheçam! - 

REINALDO AZEVEDO

FOLHA DE SP - 09/02

Se Huck for "o candidato de FHC", cria-se para o PT o segundo melhor dos cenários


É espantoso que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteja patrocinando a aventura Luciano Huck, ecoando essa patacoada de "nova política", que nem o sociólogo nem o presidente conseguiriam caracterizar porque um amontoado de conceitos mal digeridos, vomitados nas redes sociais por oportunistas a soldo de financiadores sem cara, candidatos de si mesmos a pensadores. Os petistas que conheço estão em êxtase com a possibilidade.

Nunca censuro a vaidade alheia. Pode-se fazê-lo por vício, não por virtude. Não se é juiz moral de um vaidoso sem que se entre numa competição com ele. Mas notem: essa minha consideração diz respeito à esfera privada. No debate público, a vaidade merece nomes mais ásperos: arrogância, prepotência, ilusão da infalibilidade.

É proverbial a dita vaidade de FHC. Nunca dei bola para essa prosa. Foi, em muitos aspectos, o presidente mais importante do país. Sua obra evidencia sua agudeza intelectual. O livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina" (1967), por exemplo, escrito em parceria com Enzo Faletto, evidenciou a fragilidade do aparato ideológico terceiro-mundista da Cepal (Comissão Especial para a América Latina).

Por equívoco, o título acabou integrando a lista de referências do "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", de Plinio Apuleyo Mendoza, Alvaro Vargas Llosa e Carlos Alberto Montaner, que listam todas as ilusões das esquerdas do continente, sejam as moderadas, que os autores classificam de "vegetarianas" --prefiro chamar de "herbívoras"--, sejam as "carnívoras", para ficar ainda na sua terminologia. Houvessem lido o livro, teriam constatado que ali estava a negação dos conceitos então firmados sobre a "Teoria da Dependência".

Para o FHC já do fim da década de 60, o capitalismo poderia se realizar nos países ditos periféricos. Às economias ditas "dependentes" não estava reservado o papel de meras fornecedoras de matéria-prima e importadoras de manufaturados, com um mercado consumidor local dinâmico, mas restrito --enquanto, como disse o poeta, "a terra ficava esfaimando". Não tardou para que essa perspectiva abrisse uma outra: também a democracia era viável naquela periferia. Tratava-se de trincar um gigantesco edifício intelectual, que também era um lugar de poder nas universidades, cujo pilar era a militância anti-imperialista.

FHC operou outro rompimento importante, desta feita no terreno da disputa pelo poder. Quando candidato do Plano Real à Presidência, em 1994, buscou o apoio da "velha política", encarnada pelo PFL, para fazer as reformas modernizadoras que a esquerda e a centro-esquerda se recusavam a apoiar. E as fez. É esse líder a surgir como a mão que balança o berço em que Huck balbucia infantilismos sobre política?

Notaram a armadilha? Lula não vai disputar a eleição porque impedido pela Justiça. Mas estará na urna na figura de um ungido seu. Se Huck, o "homem da Globo" (na linguagem de seus adversários, não inteiramente fantasiosa), for "o candidato de FHC" --e essa marca já está estampada nele; não sai mais--, cria-se para o PT o segundo melhor dos cenários, já que Lula, potencial vitorioso, seria o primeiro. É estupefaciente que, em nome da "nova política", ele atue para reeditar um velho pacto de duelistas.

Surpreende? Há meros oito meses, o tucano defendeu a antecipação das eleições presidenciais, proposta que, se tornada realidade, rasgaria a Constituição e nos poria à beira do indeterminado. Que teoria a iluminava? Nenhuma! Era a "vanitas" a serviço da própria voz, que ecoava, no entanto, vozes bem mais poderosas. Refiro-me aos veículos do Grupo Globo, que abraçaram, como ordem unida, o "Fora, Temer". Loucura, loucura, loucura!

É ruim perder a noção de limites. O Brasil não merece um novo confronto entre Lula e FHC, ambos como candidatos virtuais, com seus respectivos bonecos de ventríloquo.

Darei a essa turma da "nova política" o conselho que Nelson Rodrigues deu aos jovens: "Envelheçam!" Soa um tanto ridículo ter de dizer o mesmo a FHC. Mas é necessário

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Mulheres escondidas pela burca e pelo niqab...

Dinamarca avança na proibição da burca e do niqab http://p.dw.com/p/2sDGz

MUNDO

Dinamarca avança na proibição da burca e do niqab

Projeto de lei prevê multa para quem usar peças que cobrem o rosto em público, o que, segundo o governo, não é compatível com os valores da sociedade dinamarquesa. Lei deve agora ser votada no Parlamento.
Mulheres com burca numa praça
Proposta de lei prevê multa de até 10 mil coroas dinamarquesas para quem usar burca ou niqab

O governo liberal-conservador da Dinamarca apresentou nesta terça-feira (06/02) uma proposta de lei para proibir o uso em locais públicos de peças que cobrem o rosto, entre elas a burca e o niqab, que são usadas por algumas mulheres muçulmanas.
A proposta estabelece uma multa de 1.000 coroas dinamarquesas (540 reais) para quem descumprir a lei pela primeira vez e fixa posteriormente um máximo de 10.000 coroas (5.412 reais) para casos recorrentes. O texto descarta, porém, penas de prisão, como tinha se especulado inicialmente.
Segundo o Ministério da Justiça da Dinamarca, a polícia e tribunais ficarão responsáveis por determinar se a peça usada infringe a lei. "A burca, o niqab e os gorros para a cabeça toda, onde só se veem olhos e a boca, são exemplos de peças que cobrem o rosto", acrescentou em comunicado.
Ficam isentos da proibição peças como roupa de inverno, fantasias e máscaras de carnaval ou quando seja necessário tapar o rosto por motivos trabalhistas.
"Não é compatível com os valores da sociedade dinamarquesa nem com o respeito aos outros ocultar o rosto quando se está num espaço público. Devemos defender o respeito pelos valores que nos unem", declarou o ministro da Justiça, Soren Pape Poulsen.
"Não quero ver agentes que arrancam a burca de mulheres pela rua. Se alguém violar a lei, será levado a uma delegacia e ali poderá tirá-la; ou se pode pedir a alguém que vá para casa para tirar", acrescentou o ministro.
A medida precisa agora ser votada no Parlamento. Embora o governo, formado por três partidos, não tenha maioria absoluta, a lei deve ser aprovada, já que conta pelo menos com o apoio do ultraconservador Partido Popular Dinamarquês. Em outubro, a proibição foi apoiada inclusive pela oposição social-democrata, que considera a vestimenta uma forma de opressão às mulheres. A data da votação ainda não foi definida.
Se a proposta for aprovada, a Dinamarca vai se juntar a um grupo de sete países europeus que já impõem uma proibição total ou parcial de vestes muçulmanas que cobrem o rosto. Itália, Bélgica, Holanda, França, Espanha e Bulgária aprovaram nos últimos anos legislações nesse sentido. O último país a se juntar ao grupo foi a Áustria.
Pesquisadores estimam que 200 mulheres na Dinamarca usam a burca, que cobre totalmente o rosto e é comum no Afeganistão, ou o niqab, que deixa apenas os olhos à mostra.
CN/efe/rtr/afp
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"Mundo, mundo, estranho mundo...." / Carlos Brickmann

“Mundo, mundo, estranho mundo” e outras notas de Carlos Brickmann

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel Pereira Calças, defendeu o auxílio-moradia para juízes que já têm onde morar, inclusive ele mesmo

*Anúncio de página inteira da Odebrecht nos jornais deste domingo:
“9 das 110 maiores empresas do Brasil tiraram a nota máxima na transparência de Programa Anticorrupção. A Odebrecht é uma delas”.
Caro leitor, imagine as empresas que não estão nem entre elas.
*O novo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Manoel Pereira Calças, disse em seu discurso de posse que devemos cuidar da ética na sociedade. “A ética a ser observada nas três esferas de Poder passa a constituir a pedra angular e perene, precisa ser impressa na mente de nossa juventude”. Fora do discurso, em entrevista, Calças defendeu o auxílio-moradia para juízes que já têm onde morar, inclusive ele mesmo ─ que, segundo disse, possui mais de um imóvel ─ e acha que é pequeno.
*Depois de 45 dias de férias (calma, caro leitor: não imagine que Nossas Excelências vão morrer de tanto trabalhar. Em julho há folga de mais 30 dias, e depois disso vêm as férias informais, o “recesso branco”, para que possam se dedicar à campanha eleitoral), o Congresso retomou as atividades. Mas sem exageros: dos 513 deputados, compareceram 65. O trabalho normal só recomeça depois do Carnaval, no dia 20, ou talvez 21.
*A bancada de apoio a Temer, aquela que ganhou cargos e ministérios, tem 346 deputados. A reforma da Previdência precisa de 308, mas ninguém tem certeza da aprovação. Talvez haja quem queira algo mais para votar.

A contagem
Os comandantes da luta pela reforma calculam ter entre 250 e 270 votos. Esperam conseguir os restantes com apoio de governadores aliados, hoje alheios ao problema, mas que talvez se mexam em troca de bons acordos.

Lula lá
Encerrados, em mais um ou dois meses, os recursos possíveis no TRF-4, que condenou Lula em segunda instância, o ex-presidente poderá ser preso?
No Brasil é difícil prever até o passado, quanto mais o futuro. Mas o Supremo determinou ontem a prisão imediata do deputado federal João Rodrigues (PSD-Santa Catarina), condenado em segunda instância. É caso igual ao de Lula, condenado em primeira instância, e que teve a sentença confirmada, com pena maior, em segunda instância, também no TRF-4.

Como era, como é
Até 2017, um condenado só podia ser preso depois de derrotado em todos os recursos. Em outubro, o Supremo decidiu que condenados em segunda instância poderiam ser presos, mesmo podendo ainda apelar. A decisão foi tomada por pequena maioria, 6×5; e havia a possibilidade de que essa maioria fosse revertida. O caso de João Rodrigues mostra que essa maioria manteve o entendimento. E isso pode atingir o ex-presidente Lula.

Normal e anormal
Este colunista jamais trabalhou para governos; o sistema de reembolsos a que está acostumado é o de empresas privadas. Quando um repórter viaja a serviço, é reembolsado por diárias (seu limite de gastos: se gastar menos guarda o excedente, se gastar mais fica com o prejuízo) ou na prestação de contas, de acordo com as notas fiscais e relatórios de despesas. Caso seja transferido de cidade, o habitual é que se combine um prazo para que ele se estabeleça. Nesse prazo recebe hospedagem (ou aluguel), e refeições. Pagar moradia a quem já tem onde morar é coisa típica da burocracia estatal.

Interminável
A discussão sobre auxílio-moradia já devia ter acabado faz tempo, desde o primeiro governo de Lula. Em 2005, Lula enviou ao Congresso o plano de reestruturação de carreira dos magistrados. Acabava com a gambiarra do auxílio-moradia (na época, R$ 12 mil), a não ser em caso de transferência para lugares distantes. Em troca, havia um belo aumento de salários, mais a reestruturação da carreira. A ótima jornalista Helena Chagas acompanhou o processo e lembra que a questão só ressurgiu em 2014, quando o ministro Luiz Fux estendeu o auxílio a todos os magistrados, dele precisassem ou não. A despesa do Tesouro com esse item é de R$ 9 bilhões por ano.

Coisa de bárbaros
A Justiça Federal autorizou a exportação de animais vivos para abate no Exterior. É a lei; mas é uma barbaridade, em termos humanitários, e uma besteira, em termos econômicos. A Minerva Foods está exportando 25 mil bois vivos para abate na Turquia. Não há como transportar tantos bois em boas condições. E, em termos econômicos, o correto seria abatê-los no Brasil, agregando valor à carne e economizando no transporte. Por que exportar matéria-prima e não produtos processados? O argumento de que a islâmica Turquia quer abatê-los de acordo com o ritual religioso não se sustenta: o Brasil pode efetuar o correto abate hallal, fiscalizado por clérigos muçulmanos. Durante anos o Brasil exportou frangos abatidos de acordo com o ritual para a rigorosíssima Arábia Saudita. Terá esquecido?