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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

domingo, 24 de maio de 2020

Celso Mello, o marqueteiro de Bolsonaro

Livros do autor Outros Autores Artigos do Puggina Voltar para listagem O FRUSTRADO VOYEURISMO MIDIÁTICO por Percival Puggina. Artigo publicado em 23.05.2020 Se você levar em conta os galões de tinta de jornal, as toneladas de papel e as horas em rádio e TV gastas para gerar expectativa e excitar a clientela, a sessão de pornô político levada a cabo na noite de 22 de maio foi uma frustração. Entre a reunião filmada (22 de abril) e a exibição do filme rolaram inteiros trinta dias ao longo dos quais a publicidade do vídeo foi feita como num buraco de fechadura, divulgando silhuetas, fragmentos e flashes de partes íntimas. Convenhamos, o fornecedor, depois de tanta propaganda, tinha obrigação de disponibilizar algo melhor. Filme pornô com tarjas pretas? Façam-me o favor! Para quem aprecia palavrões, houve uma boa oferta de conteúdo, e comentá-lo foi o que, da fracassada sessão, restou à mídia. A droga do filme só conseguiu segurar a audiência de quem ainda acreditava que a parte boa haveria de chegar às últimas cenas, com o presidente saindo algemado do Palácio. Que fiasco! Registre-se, a propósito dessa frustração, o fato de o vídeo exibir uma reunião a portas fechadas, em relação à qual a obrigação de divulgar só ocorreu por determinação judicial. Quem reclama do vocabulário usado terá conhecido Bolsonaro como um gentleman que, subitamente, aprendeu a dizer nome feio aos imaculados ouvidos da nação brasileira? Não. Foi para a poltrona comendo pipoca e esperando a sessão começar. Entende-se, hoje, o motivo pelo qual Sérgio Moro afirmou não haver acusado o presidente de crime algum. Em tese, a partir daquele momento, passado um mês inteiro, tudo mais foi política, ideologia e frustração do consumidor de más notícias. Apaga a luz do cinema e manda a moçada pra casa. O que temos de mais empolgante é um exercício retórico sobre as intenções do presidente. Trata-se, aqui, de espiar a fechadura mental do suspeito, sendo que este simplesmente quis exercer uma de suas prerrogativas constitucionais. No sentido prático, há duas (surpresa!) perspectivas em relação à reunião, como ato de governo. Na minha avaliação, podendo a fala de Bolsonaro ser reduzida à metade, assisti a uma boa reunião, pela afirmação dos valores que movendo o presidente e seus eleitores, deveriam orientar, homogeneamente, toda a equipe de governo. Os alinhados com a banda oposta, desgostaram de tudo: do presidente, das pautas, dos ministros, e da falta de um crime. A frustração da moçada da poltrona, que esperava um pornô político, busca consolar-se pegando o pé de Abraham Weintraub por uma frase proferida em desfavor dos ministros do STF. É o voyeurismo político com necessidade de consolo!

terça-feira, 19 de maio de 2020

A mentira é a corrupção da verdsde

Contato Livros do autor Outros Autores Artigos do Puggina Voltar para listagem EM BUSCA DO PODER ETERNO por Percival Puggina. Artigo publicado em 19.05.2020 Em “o Retrato de Dorian Gray”, o personagem criado por Oscar Wilde tem as mudanças físicas que o tempo determina transferidas para o retrato que tanto o encantara, enquanto ele, numa vida de crescente devassidão, permanece eternamente jovem. Ainda mais sedutora que a eterna juventude é a eternidade do poder. Sobre isso, aliás, escreve Oscar Wilde: Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. Suas virtudes não lhe são naturais. Seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o ator de um papel que não foi escrito para ele. Esse resultado, extremamente gratificante, que produz tão radical entrega do “eu” alheio, é um fenômeno comum na comunicação social. Durante séculos da história da imprensa, o ambiente fumegante das salas de redação e o matraquear das máquinas de datilografia, os estúdios de rádio e TV, eram espaços de um poder com titulares eternos, desestabilizado pela atividade caótica, mas profundamente democratizante das redes sociais. Esse espaço é duplamente democratizante porque, de um lado está acessível a quem queira ali atuar e, de outro, reduz a concentração de poder até então exercido por número limitadíssimo de indivíduos. Tornou-se frenético o mostruário das interpretações. Quaisquer fatos se expressam em mil formatos e suscitam mil boatos. Há um conflito aberto entre a mídia formal e as redes sociais. Aquela se apresenta como sendo o jornalismo sério e declara as redes sociais como ambiente prioritário das fake news. Nem tanto ao mar, nem tanto à praia. A grande mídia simplesmente não noticia boa parte do que não serve aos seus objetivos. Ela pode ser, ou se tornar, tão politicamente orientada quanto costumam ser muitas redes sociais. Alinhou-se de tal modo à esquerda brasileira que esta tem preferido terceirizar sua ação política. Usa e abusa das fake análises. Parece óbvio que veículos de grande público adotam cautelas para evitar o terrível desconforto de divulgar notícias falsas (as conhecidas “barrigas”) que demandam constrangidos pedidos de desculpas. Não se diga o mesmo, porém, sobre as análises incongruentes com os fatos, montadas sobre premissas falsas. Vejo com entusiasmo libertador a atividade das redes sociais. É um território de comunicação povoado por analistas brilhantes. Mas há também, nesse mundo caótico, o veneno das fake news, que só servem para desacreditá-las. É preciso combater essa maldição que permite à mídia militante dar vazão a seu antagonismo. Diariamente recebo dezenas de notícias falsas, informações erradas, textos atribuídos a autores que não os escreveram, imagens adulteradas. A mentira, assim como a falsificação e outros modos de enganar o próximo, é uma forma gravíssima de corrupção. É corrupção de algo precioso, de um bem tão valioso quanto a esperança. A mentira é a corrupção da verdade. As deformidades no retrato de Dorian Gray podem servir como advertência a quem abusa de um poder que crê eterno. _______________________________

domingo, 10 de maio de 2020

O destempero do juiz Celso de Mello em sua petição de convocação de testemunhas é.revelação de baixa autoestima do STF

Outros Autores Artigos do Puggina Voltar para listagem CELSO DE MELLO, AGENTE PROVOCADOR por Percival Puggina. Artigo publicado em 09.05.2020 "(...) e, redesignada nova data para seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no âmbito da República, à condução coercitiva ou 'debaixo de vara'". (Celso de Mello) A forma desrespeitosa como o ministro Celso de Mello tratou as testemunhas arroladas por Sérgio Moro, destacadas figuras do governo e do Parlamento, entre elas três oficiais generais, é de uma grosseria que desqualifica a autoridade que emitiu a ordem. Desconhecer o intuito provocador dessa redação exige um cérebro com dependências para alugar. O ministro usou de seu poder para alertar às instituições sobre quem é que manda e não pede. Para testá-las ao limite. Valeu-se das autoridades mencionadas, integrantes dos outros dois poderes da República para, num mero ato de ofício, impor constrangimento às Forças Armadas e ao Congresso, e pôr a opinião pública nos eixos dele ministro. É conhecido o desagrado dos ministros do Supremo com as apreciações feitas a alguns deles em manifestações de vulto nacional que refletem rejeição à instituição STF. Emergem desses eventos de rua, aqui ou ali, de modo episódico e esparso, anseios não democráticos. É indiscutível, porém, que cidadãos na rua, expondo seu sentir e seu querer, estão exercitando a democracia em uma dimensão que lhe é essencial e que deveria cobrar juízo de quem escuta. Celso de Mello, inequivocamente, tratou as autoridades convocadas como se fossem bandidos. Em relação aos bandidos de verdade, aliás, o próprio STF ditou regras restritivas à condução coercitiva. Ele, no entanto, aplicou, em acréscimo, o arcaísmo “debaixo de vara”, usado no Código Criminal do Império, quase dois séculos atrás. Então, vara era vara mesmo, que intimida, cutuca e machuca. A ordem foi e persiste como afronta. O ministro atirou sobre o que viu para acertar em todos aqueles cujas opiniões e manifestações o desagradam. Quando novembro vier ele vai embora, tarde. Sem deixar saudades. A nação não se sente servida.

A Pandemia é um freio de arrumação nas relações econômicas...nk

Não se Preocupem Com as Estimativas Negativas Para o PIB de 2020 09/05/2020 Nos próximos meses vocês lerão previsões catastrofistas de queda de 3% a 6% do PIB. Aí temerão pelos seus empregos, comida dos seus filhos etc. Calma! Boa parte dessa futura queda no PIB será devido à queda do lucro das empresas. Acredito que poucas empresas terão lucros em 2020. Portanto, queda de 100% que entra no PIB com a devida ponderação. Ou seja, serão os capitalistas malvados que irão sofrer 100% de queda na renda, não vocês. Teremos ainda aquelas empresas com prejuízos colossais. Ou seja, queda de 200% até 300% do lucro anterior. Além de nada receberem, esses capitalistas malvados precisarão arrumar 200% ou 300% de recursos para “cobrir os prejuízos”. Outra queda que capitalistas menores e a classe média alta terão será devido aos cortes de aluguéis, que entram no PIB como renda. Vários capitalistas já tiveram que reduzir os aluguéis em 50%, o que é bem maior do que os 3% negativos na manchete. O restante dos pequenos capitalistas nem esses 50% receberão, mas isso é considerado uma renda mais bem distribuída. Terceira queda no PIB serão os juros auferidos pelos mesmos capitalistas que deverão cair mais 0,5% em 2020, e como eles emprestam aproximadamente duas vezes o PIB têm mais 1% de queda somente aí. Ou seja, essa queda de 6% no PIB é uma excelente notícia para aqueles que querem um Brasil mais justo e igual. Os intelectuais da Unicamp, que irão manter 100% de seus respectivos PIBs estaduais e federais e ainda terão aumentos estatutários que Guedes nem está conseguindo negociar, estão inclusive tranquilos e propondo um imposto de 5% sobre fortunas, para manterem seus privilégios de sempre. Enquanto o setor produtivo, aquele que gera emprego e impostos, irá perder uma fortuna ou se endividar outro tanto. (Lido por 844 pessoas até agora)

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Cidadãos que usam filas e desconforto versus cidadãos que usam ar refrigerado e netiflix

quarta-feira, maio 06, 2020 Fantasmas Brasileiros - ROBERTO DAMATTA ESTADÃO - 06/05 No Brasil, visíveis e invisíveis sempre tiveram uma nobre, ainda que tortuosa convivência Toda sociedade tem seus fantasmas: os fantasmas que merece. Eles eram vistos todos os dias quando andávamos pelas ruas de nossas grandes cidades. Hoje, com a quarentena, sentimos sua falta porque os fantasmas são seres resolutamente anônimos e absolutamente impessoais que sustentam a nossa celebrização, sucesso e posição social superior. Sem eles nas sombras e na rua, não existiríamos na paz de nossas casas. Um dos problemas críticos da pandemia é que casa e rua se confundem e, com o vírus, corremos o risco de ver a casa tão perigosa quanto a rua. Fantasmas são manifestações de quem perdeu o corpo – a realidade pessoal e cívica que exige água, educação, roupa, comida e um lugar para ficar consigo mesmo. Para tanto, é imperativo falar em trabalho e emprego e nas suas compatibilidades e afastamentos ou até mesmo aversões que são parte da história de nosso País fundado por aristocratas absolutistas fugidos de Napoleão, servidos servilmente por burocratas funcionários letrados e plenamente “empregados” (ou arrumados), enquanto o “trabalho” – cozinhar, lavar, varrer, consertar, plantar, construir, prender, inventar, ensinar etc. – era (e ainda é) um castigo a ser evitado e, em muitos casos, como assinala em meados de 1800 o americano Thomas Ewbank, um insulto para os “brancos” de família que jamais consideraram o trabalho no seu sentido honrado e inclusivo como vocação ou chamado. Na nossa cosmologia ou cultura (e pouco importa o que você acha, porque ela existia antes de você nascer e vai continuar depois de sua morte...), somos todos feitos de corpo e alma. O corpo é visível e atualmente promove vergonha porque a pandemia e a incapacidade patente de enfrentá-la – porque a doença exige ação médica decisivamente honesta e não “política” (que sempre deseja a autoridade que, entre nós, serve para enricar a casa) – fizeram surgir os milhões de fantasmas que os jornais chamam de “invisíveis”. Esses viventes com corpo e alma, mas sem pessoalidade cívica – sem CPF ou registro – e cuja impessoalidade plena os torna certamente mais invisíveis ainda como a aparições. Com a diferença que eles são mais do que reais, são concretos e não somem ou surgem em meio ao denso negrume da noite ou nos pesadelos. No Brasil, os visíveis e os invisíveis sempre tiveram uma nobre, ainda que tortuosa, convivência. Os visíveis obviamente por cima de um denso solo pavimentado pelos invisíveis que, como criados, servos, cativos e escravos, eram pseudo pessoas ou seres mais ou menos viventes, pois existiam plenamente somente em certas áreas da vida, mas não tinham presença ou voz em outras. Como os fantasmas, eram mortos sociais, conforme remarca Orlando Patterson num livro importante (Escravidão e Morte Social) – e foram eles, aos milhões, que moveram as engrenagens do nosso sistema. Um punhado de senhores cujo modelo era absolutista e uma multidão de cativos de toda ordem (eles são hoje representados pelos empregados domésticos, faxineiras e diaristas que fazem tanta falta em tempos de isolamento) constituíam um sólido sistema fundado na subordinação. Seguramos esses invisíveis pelas cordas de todos os populismos enquanto pudemos, mas as difíceis rotinas democráticas que obrigam à transparência, e um vírus invisível, os torna concretos. Eles são o resultado nu e cru do sistema de patrocinado e clientelismo que consolidamos como um estilo de vida no qual o estado, divorciado da sociedade, deve ser o responsável por tudo, inclusive pela mais-valia paga aos seus mais “altos” funcionários por ele aristocratizados mas sem as obrigações tradicionais dos nobres porque somente o Estado seria responsável por sua invisibilidade, pobreza e fome. * Espanta-me descobrir que os tais “invisíveis” chegam a milhões. Não posso deixar de, mundo digital, me indignar com essa quantidade de fantasmas cívicos depois de sucessivos governos eleitos com o compromisso explícito de “cuidar” do “povo” e dos “pobres”. Como distribuir um óbvio auxílio socorro sem as filas que são, como Alberto Junqueira e eu revelamos no livro Fila e Democracia (Rocco, 2017), o fundamento do comportamento público igualitário, se nem sequer sabemos o número desses subcidadãos – desses “invisíveis”?

segunda-feira, 4 de maio de 2020

sábado, 2 de maio de 2020

Manifestantes insatisfeitos com decreto de governadora de Michigan que fechava o comércio por causa do covid-19 invadiram sessão do Capitólio estadual armados com metralhadoras e outras armas...


Manifestantes armados irrumpieron en el capitolio de Michigan para exigir el levantamiento de las medidas de confinamiento por el coronavirus

Los protestantes se movilizaron para rechazar la votación para aprobar la extensión de la declaración de emergencia y la orden de permanencia en el hogar dictada por la gobernadora Gretchen Whitmer

Un grupo de milicianos sin afiliación política de Michigan se encuentra frente a la oficina del gobernador después de que los manifestantes ocuparan el edificio del capitolio estatal durante una votación para aprobar la extensión de la declaración de emergencia/orden de permanencia en el hogar de la gobernadora Gretchen Whitmer debido al brote de coronavirus (REUTERS/Seth Herald)
Un grupo de milicianos sin afiliación política de Michigan se encuentra frente a la oficina del gobernador después de que los manifestantes ocuparan el edificio del capitolio estatal durante una votación para aprobar la extensión de la declaración de emergencia/orden de permanencia en el hogar de la gobernadora Gretchen Whitmer debido al brote de coronavirus (REUTERS/Seth Herald)
Momentos de tensión se vivieron este jueves en el estado de Michigan, en Estados Unidos, cuando decenas de manifestantes armados ingresaron al edificio del capitolio estatal para exigir a la gobernadora demócrata Gretchen Whitmer que levante las estrictas medidas de confinamiento impuestas para hacer frente al coronavirus.
Mientras los manifestantes se abarrotaban en el edificio en Lansing, donde exigieron que se les permitiera entrar en la Cámara de Representantes, algunos legisladores se colocaron chalecos antibalas. Ante esta situación, la policía estatal, con máscaras, impidió el ingreso de los protestantes...

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Punição para juízes...? !

  Quando um juiz solta um presidiário, naquelas datas de Dia de Papai Noel e outras, e o agraciado se aproveita da liberdade e no dia seguinte mata um cidadão o juiz poderia ser punido,  seria chamado a atenção por causa deste fato ?

Estrelismo sem estrelas no STF.

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ESTRELISMO SEM ESTRELAS NO STF

por Percival Puggina. Artigo publicado em 
 “Estamos assim: os governadores mandam nos estados, os prefeitos nos municípios, o presidente não manda em ninguém e o STF manda em todo mundo”. Luís Ernesto Lacombe.
 Ontem à noite (30/04), ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro ocupavam as telas dos canais de notícias. Instigados pela mídia militante, criticavam o presidente da República por haver manifestado opinião sobre a decisão que o impediu de nomear Alexandre Ramagem para o Polícia Federal. Deixavam a prudência no encosto da poltrona e opinavam sobre um assunto em relação ao qual, em tese, ainda poderão ser chamados a deliberar. O Ministro Celso de Mello funciona como líder da oposição no STF e critica duramente, por tudo e por nada, o presidente e seus eleitores. Alexandre de Moraes atropela a CF, transforma suas suposições em evidência impedindo a nomeação de Alexandre Ramagem. E Bolsonaro não pode dizer que aquela casa faz política? Dá-me forças para viver!
 O estrelismo faz do nosso STF caricatura de uma Suprema Corte. Amigos constitucionalistas me dizem que tal notoriedade, vinda de um protagonismo exacerbado na cena política, não ocorre em países onde o estado de direito está consolidado em instituições racionalmente concebidas. No Brasil, há bom tempo, as sessões plenárias do STF são assistidas com os corações aos pulos e desembocam em passeatas e carreatas.
Não deixa de ser curioso que, quanto maior o protagonismo, quanto maior o estrelismo, mais estridentes as vaias e imprecações lançadas contra alguns senhores ministros de verbo solto e juízo contido. Chegamos ao exagero de podermos reconhecer os membros do nosso STF pela voz. Não é necessário olhar a tela da TV para saber qual o ministro que está sendo entrevistado. Com um pouco mais de experiência, antecipamos o que dirá. Curtem a notoriedade, mesmo com enorme prejuízo à própria imagem.
Chegam ao estrelato por relação de amizade ou de confiança com o presidente que os indicou à aprovação do Senado em sessões de “sabatina” que a tradição converteu em eventos laudatórios. Ou seja, os meios pelos quais os ministros assumem o poder que tudo pode e sobem as escadas da fama são os mesmos que o ministro Alexandre de Moraes considera inadmissíveis como critério para escolha de um delegado-geral da Polícia Federal. Ele mesmo é ministro do STF graças à indicação feita pelo notório Michel Temer que, antes, o fez Advogado-Geral da União.
Num país de péssima alfaiataria institucional, onde tudo está politizado e envolve dois interesses conflitantes, é contínuo o fluxo de questões políticas que chegam ao STF vindas das partes e interesses em jogo. Por isso, resulta completamente impróprio que o STF se intrometa num assunto em que a norma é tão clara: “O cargo de Diretor-Geral, nomeado pelo Presidente da República, é privativo de delegado de Polícia Federal integrante da classe especial”. Ponto.
Ao invadir espaço de competência exclusiva da presidência da República, Alexandre de Moraes arromba ainda mais a porta de entrada para uma cultura jurídica que vem alçando o STF à posição de verdadeiro condutor da política nacional. Trata-se daquilo que alguns colegas dele já se apressaram a afirmar: o STF caminha no sentido de se converter em poder moderador da República! Algo assim, sem voto nem respaldo constitucional é apropriação indébita exercida contra os poderes republicanos, cuja única fonte é o povo brasileiro.
Não sei que fim levou o tal túnel que estava para ser construído no STF proporcionando discrição à entrada e à saída dos senhores ministros. Pronto ou não, ele deveria mostrar a todos o quanto é frívolo e quanto mal faz ao país o protagonismo e o estrelismo sem estrelas que acometeu aquela corte.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Uma biografia rasurada


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SÉRGIO MORO, O ENXAME E O PAR DE DOIS

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 Você, cujo idealismo perdeu a virgindade, não chore não. Debatemo-nos durante tanto tempo contra o poder instalado no país! O Brasil fora tomado por um enxame composto por corrupção, esquerdismo, Foro de São Paulo, corporativismo, patrimonialismo, globalismo e revolução cultural! Não havia dúvida sobre a necessidade de combater esse enxame.
 Bolsonaro vestiu o elmo dos templários, abraçou com dedicação algumas das pautas conservadoras e liberais, encontrou milhões de brasileiros à espera de alguém para guiá-los e foi seguido, esperado, aclamado. Era líder tosco, mas de refinamento fora suficiente a rápida dose de Michel Temer.
 A eleição do novo presidente suscitou iras cósmicas. Aglutinaram-se contra ele macabras potências encasteladas nos poderes de Estado. Os mais altos torreões da República passaram a dardejar sortilégios e quebrantos sobre o novo mandatário. Com apoio da mídia militante, que o combateu antes, durante e depois da campanha eleitoral, submeteram-no à mais orquestrada desqualificação. E encontraram pela frente um osso duro de roer, com fortíssimo apoio popular.
 Qualquer assunto que pudesse ser usado em desfavor do presidente servia para uma pancadaria midiática que a tudo amplificava e repercutia sem cessar até o surgimento de assunto novo, ou melhor. Surpresa? Não. Imagino que, com alguma experiência da cena nacional e seus atores, isso era de esperar. InusitadA, para todos, foi a persistência com que milhões de brasileiros, ao verem o que acontecia, passaram a sair às ruas em apoio ao presidente. Nenhum dos ataques a ele, porém, teve o impacto da fala de Sérgio Moro enquanto se demitia do cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública. Ali rufaram os tambores para o combate final. Bolsonaro não estava sendo acusado por um editorialista ou por um parlamentar oposicionista, mas por uma personalidade mundial, magistrado que só não tinha o respeito de bandidos e de seus defensores.
Quando ele terminou de falar, percebi uma debandada entre os apoiadores do presidente. O idealismo perdera a virgindade. Trincara-se o cristal. Para muitos, a vida nunca mais seria a mesma...
Quando o presidente falou, expondo o indispensável outro lado da história, quando as “provas” vieram a público para serem examinadas sem a lente de aumento da mídia militante, tudo começou a voltar ao seu lugar. Foi lastimável ver uma figura pública como o ex-ministro usando contra o presidente o mesmo truque de printar conversa de whatsapp aplicado contra ele Moro.
Aliás, acho que nem Glenn Greenwald faria a uma amiga e afilhada a baixaria que
Moro fez a Carla Zambelli. E apresentou à TV Globo como “prova”.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Mais Fake News

Conversa

O recorde diário de 407 mortes por coronavírus no Brasil, amplamente noticiado em 23/4, era FALSO (registro equivalia a vários dias). Quantas CORREÇÕES desse grave erro vc leu? 1/3 dos óbitos estão EM INVESTIGAÇÃO: por que os inúmeros óbitos "presumidos"? A verdade morreu de que?