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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Adolescente de 17 anos cria chip para detectar umidade do solo....!

09/05/2013 09h30 - Atualizado em 09/05/2013 09h30

Estudante de 17 anos cria chip que 




detecta a umidade do solo, no Paraná


Projeto foi inscrito em uma feira de ciências organizada pelo Google.
Dispositivo foi desenvolvido em uma escola pública de Cascavel, no oeste.

Cassiane SeghattiDo G1 PR, em Cascavel


Concurso Google (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Quando instalado, o chip vai poder informar qual o nível da umidade do solo (Foto: Cassiane Seghatti/G1)












A estudante Maria Caroline Cordeiro, de 17 anos, criou um dispositivo eletrônico que permite saber o nível de umidade do solo. Desenvolvido na escola pública Centro de Educação Pedro Boareto Neto (Cieep), em Cascavel, no oeste do Paraná, o projeto foi inscrito numa feira de ciências do Google, que pretende encontrar uma nova geração de cientistas e engenheiros que ajudem a mudar o mundo por meio de ideias inspiradoras. O resultado deve ser divulgado em junho deste ano e os 15 melhores projetos vão conhecer as instalações da sede da empresa, em Mountain View, na Califórnia
O vencedor ganha uma bolsa de R$ 50 mil, uma viagem para as Ilhas Galápagos, além de ter a oportunidade de trabalhar na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), no Google o no grupo Lego. A escola também será premiada com R$ 10 mil e acesso gratuito por um ano aos arquivos digitais da Scientific American.
“Eu tinha um outro projeto que era de reutilização de lixo eletrônico. A gente foi a uma feira apresentar esse projeto e, de repente, surgiu a ideia de fazer algo sobre economia. Aí pensei em fazer um sistema para irrigar as plantas. Muitas pessoas acabam deixando as plantas morrerem dentro dos apartamentos por falta de irrigação, falta de tempo de cuidar”, contou a adolescente sobre como teve a ideia de desenvolver o projeto.
O dispositivo cria uma tecnologia para o uso racional da água, seja para alimentação ou jardinagem, permitindo um controle preciso da hidratação do solo. Para isso, a estudante desenvolveu um sensor capacitivo criado com duas placas de fenolite (um tipo de laminado), recobertas por cobre e separadas por um tecido absorvente. "O protótipo construído funciona através do sensoriamento contínuo das placas, e o software gravado no microcontrolador realiza uma série definida de instruções para apresentar o valor dessa capacitância", explicou.
Concurso Google (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Maria exibe a horta onde deve ser feito o teste com o dispositivo (Foto: Cassiane Seghatti/G1)
Maria Caroline relatou que apenas tinha uma ideia, mas que não sabia como desenvolver o projeto. Como ela é estudante de um curso técnico de informática, não tinha o conhecimento necessário sobre eletrônica. Por isso, procurou um professor que entendia do assunto para orientá-la. “Ele começou a me passar livros sobre o assunto. Então, assim, eu tive que aprender, em poucos meses, aquilo que os estudantes de eletrônica levam quatro anos para aprender”, disse. O projeto começou a ser desenvolvido em maio de 2012 e ficou pronto em novembro do mesmo ano.
“Quando a gente começou a estudar, a gente percebeu o seguinte. Que a gente poderia ampliar, que daria para implementar em uma horta ou numa agricultura mais extensa. Você economizaria tempo, água, energia, e isso é o que o mundo mais precisa, né?”, assegurou Maria. Para chegar a um resultado positivo, a estudante e o professor Gelson Leandro Kaul precisaram realizar vários testes para verificar a precisão das medidas registradas pelo protótipo, comparando-as com valores de capacitores comerciais.
A ideia inicial, segundo a estudante, era finalizar o trabalho para apresentar na feira de ciências do colégio, chamado “Expo Cieep”. Contudo, após pesquisas na internet, ela e o professor descobriram o concurso do Google e resolveram se inscrever. Ambos estão ansiosos pelo resultado. “Eu não tenho noção do que é isso. Ainda mais por ser uma feira internacional, a mídia que está nisso, as portas que podem se abrir para melhorar ainda mais os meus estudos, o meu conhecimento”, acrescentou.
Concurso Google (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Ela garante que pretende desenvolver outros
projetos de pesquisa (Foto: Cassiane Seghatti/G1)
Paixão pela pesquisa
Segundo ela, a paixão pela pesquisa vem desde criança. “Eu sempre dou um jeitinho de estar enfiada nos projetos da escola”, complementou. A estudante garantiu que, além das quatro horas que passa em sala de aula no curso de informática, ainda fica a maior parte do tempo livre na biblioteca e no laboratório da escola para pesquisar sobre o projeto. Maria está no último ano do curso técnico e diz que pretende fazer uma graduação de Engenharia Elétrica. Além disso, não quer deixar de fazer pesquisas e lecionar. “Ah, é uma área que eu gosto. Estar mexendo, estar desenvolvendo, criando, inovando”, disse.
Orgulhoso, o professor que a acompanha desse o início do projeto, Gelson Leandro Kaul, diz que a orientanda é muita “esforçada” e “perseverante”. "Ela passou por apuros, deu um trabalhão, mas aprendeu com os erros dela. Então, o perfil dela é assim, de perseverar. Não teve tempo ruim para ela e esse foi o principal fator de sucesso. A Maria tem um futuro promissor. Ela precisa,claro, estudar ainda. Fazer o curso que ela vai escolher. Mas ela tem um perfil de pesquisadora”, assegurou.
Além disso, segundo Kaul, após a divulgação do projeto de Maria, aumentou o interesse de outros estudantes a, também, desenvolver projetos de pesquisa. “Isso enche os olhos da gente e os colegas percebem isso e querem participar também, né?”, completou.
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