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segunda-feira, 8 de julho de 2013

"Escola ? não obrigado...." // Pesquisa de André Holanda

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Pais consideram ambiente escolar pobre e nocivo para os filhos

  • De acordo com pesquisa de sociólogo da UnB, três em cada dez pais consideram ‘eclética’ a abordagem pedagógica que aplicam aos filhos
LEONARDO VIEIRA(EMAIL·TWITTER)
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Consuelo Martin ensina seu próprio filho, Arthur Martin, a contar de um a 10
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Consuelo Martin ensina seu próprio filho, Arthur Martin, a contar de um a 10 Fabio Rossi / Agência O Globo
RIO - Na pesquisa “Escola? Não, obrigado: um retrato da homeschoolingno Brasil”, o sociólogo da UnB André de Holanda ouviu 62 pais que educam seus filhos em casa, residentes em 12 estados, de todas as regiões brasileiras. Como parte do trabalho, que compõe sua dissertação de mestrado na UFMG, Holanda entrevistou oito pais e mães para entender os motivos da adoção da educação domiciliar.
Segundo ele, as motivações religiosas e/ou morais foram manifestadas por todos entrevistados. O pesquisador destaca também que a maioria dos pais (76%) considera o ambiente de socialização escolar nocivo: todos citaram experiências negativas sofridas nas escolas da parte dos filhos ou deles mesmos.
Também aparecem as motivações pedagógicas e as alegações de que o ensino regular ou o ambiente de aprendizado convencional é pobre (53%). Holanda acrescenta que mais da metade dos pais-educadores adota algum modelo de aprendizagem na educação domiciliar, tipicamente com currículos e horários de estudo pré-estabelecidos por eles.
De acordo com a pesquisa, três em cada dez pais consideram “eclética” a abordagem pedagógica que aplicam aos filhos, o que sugere a ocorrência de experimentações e combinações de métodos e filosofias educacionais diversas. Os filhos educados em casa têm 8 anos, em média, e começaram a ser educados nessa modalidade com 6.
— As crianças de famílias que adotam a educação domiciliar desenvolvem criatividade e independência. Eles adquirem mais habilidade empreendedora — observa Holanda.
Já para o pedagogo Ruda Ricci, presidente do Instituto Cultivar, o que está por trás do debate é o dilema entre o direito individual versus o autoritarismo do Estado. Nessa dicotomia, Ricci prefere se posicionar defendendo o dever estatal de prover educação formal, pois a escola estimularia a sociabilidade e a solidariedade.
— A ideia da educação familiar parte do princípio de que você terá sucesso individualmente, coisa que não aprenderia na escola. Mas eu não vou à escola só para aprender o que vai cair no vestibular, mas também para aprender a conviver com o diferente. A escola tem uma função de sociabilidade.

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