Está cada vez mais difícil manter tese do complô
Josias de Souza
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Lula foi novamente denunciado à Justiça Federal. Dessa vez, a Procuradoria o acusa, em Brasília, de traficar influência para favorecer empresas em negócios com o governo —da compra dos caças Gripen pela Aeronáutica à prorrogação de incentivos fiscais para fábricas de automóveis. O PT e os advogados sustentam que Lula é vítima de um complô. Está cada vez mais difícil sustentar essa tese.
O enredo da nova denúncia é desalentador: invocando a influência de Lula, o escritório de um casal de lobistas azeitava negócios no governo. Em troca, repassarva dinheiro a um dos filhos do ex-presidente: Luiz Cláudio Lula da Silva. A coisa ocorreu entre 2013 e 2015, quando Lula já vestia pajama de ex-presidente.
Na conta da Procuradoria, os negócios renderam R$ 2,5 milhões ao caçula do pajé do PT. Agora, os envolvidos amealham a acusação da prática de três crimes: tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia ainda será analisada pela Justiça. Se for aceita, Lula será réu pela quarta vez.
Sim, é verdade. As pessoas esquecem. Mas Lula já frequenta o banco dos réus em um, dois, três processos —dois em Brasília, um em Curitiba. É uma pena que a sociedade acredite cada vez menos na tese da orquestração contra Lula. A essa altura, seria mais reconfortante enxergá-lo como vítima de um complô de procuradores, juízes, agentes federais e jornalisats para fazer de um personagem modelo um politico desonesto do que ter que admitir que tudo o que está na cara não pode ser uma conspiração da lei das probabilidades contra um inocente.
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