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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"O que é felicidade para você ? Mario Sergio Cortella


Reconhecimento é a melhor forma de estimular alguém”

Para o filósofo Mário Sérgio Cortella, a ausência de reconhecimento é a grande causa da atual desmotivação nas empresas
22/08/2016 - 06H56 - ATUALIZADA ÀS 15H15 - POR BARBARA BIGARELLI




 Palestra do professor Mario Sergio Cortella realizada em São José dos Campos em junho/2016 (Foto:  Lucas LACAZ RUIZ / A13 / Ag. O Globo)
O salário não é a principal fonte de insatisfação dos brasileiros dentro das empresas. Mais do que uma remuneração condizente com o que seria justo pelo seu trabalho, as pessoas querem ser reconhecidas e valorizadas dentro das organizações. Ser mais uma peça da engrenagem é um fardo nos tempos atuais, defende o filósofo Mário Sérgio Cortella. Docente, educador, palestrante e consultor de empresas, Cortella afirma que a principal causa da atual desmotivação é a ausência de reconhecimento. E ela manifesta-se de várias formas: do chefe injusto à falta de valorização em cada projeto e tarefa. Não é uma questão puramente de promover o elogio desmesurado, mas uma forma de “dar a energia vital ao funcionário para continuar fazendo e seguindo em frente". É principalmente evitar a mensagem de que "não ser mandado embora já é um elogio" ou que "o silêncio é a melhor maneira de dizer que está tudo em ordem". 
Em seu novo livro, Mário Sérgio Cortella fala sobre reconhecimento e de outras questões que considera inerentes à insatisfação de muitas pessoas hoje em relação ao próprio emprego. Em “Por Que Fazemos O Que Fazemos” [Editora Planeta], o professor reflete sobre próposito e por que as pessoas almejam empregos que conciliam uma satisfação pessoal e a certeza de não realizar um esforço “inútil” dentro da sociedade. Este tipo de aflição ganha maior evidência com a geração millennial que passou a almejar um “projeto de vida que não soe como conformado”, ou seja, do trabalho pelo trabalho. É sonhar com o trabalho grandioso, com uma rotina que não seja monótona, com um 'projeto que faça a diferença'. Por outro lado, é uma geração também que chega - em parte -  com pouca disciplina, que tem ambição e pressa, que vê seus desejos como direitos - e ignora os deveres. 
Todas essas aflições corporativas têm moldado a forma de atuar das empresas e das pessoas na hora de se associarem a um emprego. Em momentos de crise econômica, elas ganham um nível de contestação ainda maior. Em entrevista à Época NEGÓCIOS, Cortella comenta esses dilemas e mudanças, os “senões” de se fazer o que se ama e por que há uma “obsessão enorme por uma ideia de felicidade que não existe”: 
As pessoas não querem mais somente um salário mais alto, querem acreditar que fazem algo importante, autoral. Por que a necessidade de ter propósito ganhou maior relevância? É uma questão geracional?
Ela é mais densa e angustiante na nova geração que enxerga muitas vezes na geração anterior, que a criou, certa estafa em relação ao propósito. É muito comum que jovens e crianças enxerguem hoje nos pais algum cansaço e até tristeza naquilo que fazem. O pai e mãe dizem “eu trabalho para sustentar, esse é meu trabalho”. Há uma grande conformidade. E essa conformidade de certa forma acabou marcando uma nova geração, a millennial, que traz aí a necessidade de ter algum projeto de vida. Eles não querem repetir um modelo que, embora esforçado, dedicado e valoroso soa, de certa maneira, como conformado. Hoje há uma aflição muito grande na nova geração de maneira que se traduz numa expressão comum: “eu quero fazer alguma coisa que me torne importante e que eu goste”. A geração anterior tinha um pouco essa preocupação, mas deixou um tanto de lado por conta da necessidade.
Quando o sr. se refere à geração Y, aos millennials, está considerando um recorte ou o todo?
Claro que temos recortes. Não estou falando de quem está atrelado ao reino da necessidade, que precisa trabalhar sem discussão porque precisa sobreviver. Esta é uma questão de outra natureza. O termo millennial que eu adoto, como muitos, é aquele que cunharam para quem nasceu a partir dos anos 1990. E essa geração tem recortes mais diretos em relação à camada social. Evidentemente se você considerar aqueles que são escolarizados, têm boa condição de vida e que estão acima da classificação oficial da classe D, essa geração tem mais possibilidade de escolha à medida que a sobrevivência imediata não é uma questão. Ela pode viver até mais tempo com os pais e ser por eles sustentada. Isso vem acontecendo. Já integrantes das classes D e E têm mais dificuldade - uma parcela às vezes encontra sobrevivência na transgressão, no crime de outra natureza e outros encontram aquilo que é o trabalho suplicial que o dia a dia coloca sem escolhas. 
Como o senhor diz no seu livro até para ser mochileiro, você precisa ser livre de uma série de restrições…
Sim, você precisa dominar outro idioma, saber se virar. Há uma diferença entre um filho meu, de camada média, com uma mochila nas costas andando pela rua em relação ao modo que ele se conduz, à maneira como ele se dirige às pessoas do que ele ser, por exemplo, um andarilho. Uma pessoa pode até ser mochileira, mas ela já tem condições prévias que a tornam uma mochileira com menos transtornos do que como seria de outro modo.
O senhor diz frequentemente que, para fazer o que se gosta, é preciso fazer uma série de coisas das quais não se gosta. Esse entendimento provém de uma educação na empresa, da família ou escola?
É uma questão de formação familiar. Hoje há uma nova geração que, especialmente nas classes A, B e C, cresceu com facilitações da vida. Hoje a gente até fala em “adolescência estendida” que vai até aos 30 anos e não necessariamente até os 18 anos. São as pessoas que continuam vivendo com os pais, sob sustentação. Isso acabou levando também a uma condição, que uma parcela dos jovens entende que “desejos são direitos”, que vão obter aquilo porque é desejo deles e um outro vai providenciar. Cria-se assim a perspectiva equivocada de que as coisas podem ser obtidas sem esforço. Mas sabe, eu lembro sempre, trabalhar dá trabalho. Como costumo dizer: “só mundo de poeta que não tem pernilongo”. É óbvio que isso não anula a riqueza que essa nova geração tem de criatividade, expansividade, de receptividade em relação a vários modos de ser. Uma geração mentalmente rica, mas que precisa de um disciplinamento - que não é torturante, mas pedagógico - e que começa na família e vai encontrando abrigo na empresa. Essas estruturas são importantes para que essa energia vital não se dissipe. É preciso organizar essa energia de modo que não se perca com inconstâncias, para ser algo que possa de fato gerar benefício para o indivíduo e para a comunidade dele. 
As empresas ainda não sabem lidar, de forma geral, com a energia desses jovens?
Não, elas ainda estão começando a aprender. Há algumas que já possuem uma certa inteligência estratégica e estão se preparando e preparando seus gestores para que acolham essa nova geração como um patrimônio e não como um encargo. Porque quando você acolhe a nova geração como um encargo, em vez dela ser “sangue novo”, ela se torna algo que é perturbador. E é claro que não é só o jovem que tem de se preparar para essa condição. É necessário que a pessoa que a receba seja acolhedora, mas que também se coloque em uma postura de humildade pedagógica. Que ela saiba que vai aprender muito com alguém que chega com novas habilidades que a geração anterior não tem. Lidar nos dois polos de maneira que equipes multigeracionais ganhem potência em vez de entrarem em situação de digladio ou confronto. 
Nesses dois polos, os profissionais mais seniores ficam inseguros com receio de que seu papel não seja mais relevante nas organizações. Como eles podem lidar com esse novo cenário?
Eu só conseguirei ter essa percepção de que estou ficando para trás se eu deixar de lançar mão daqueles que chegam com coisas que eu ainda não conheço. E aí eu não vou ter só a percepção, eu vou ficar mesmo para trás. A gente aprende muito com quem chega, mas a gente também tem o que ensinar. Tem dois princípios que precisamos implantar: 1) quem sabe, reparte 2) quem não sabe, procura. Se eu formar seniores e juniores nesses dois princípios, de um lado vai ter generosidade mental e de outro a humildade intelectual. Essas duas trilhas virtuosas serão decisivas para que a gente construa maior potência no que precisa ser feito.
Com todos esses dilemas e mudanças, a ambição é necessária? Uma pessoa ambiciosa é boa ou perigosa para a empresa?
A pessoa ambiciosa é aquela que quer ser mais e melhor. É diferente de uma pessoa gananciosa, que quer tudo só para si a qualquer custo. Uma parte do apodrecimento que nosso país vive no campo da ética hoje se deve mais à ganância do que à ambição. Eu quero um jovem ambicioso. Eu, Cortella, sou ambicioso. Quero mais e melhor. Mais e melhor conhecimento, mais e melhor saúde. Mas não quero só para mim e a qualquer custo. A ganância é a desordem da ambição. É quando você entra no distúrbio que é eticamente fraturado. Por isso, é necessário que uma parte dos jovens seja ambiciosa. Um ou outro tem sim essa marca da ganância caso ele seja criado em uma família, estrutura, comunidade, na qual a regra seja a pior de todas: “fazemos qualquer negócio”. E essa regra é deletéria, é malévola aos negócios que, embora possam ser feitos, não devem ser feitos. A ambição é necessária, mas a ganância tem que ser colocada fora do circuito.
E quando você junta ambição e pressa? 
Não é algo que traz bons resultados. Uma das coisas boas da vida não é ter pressa, é ser veloz. Se você faz um trabalho apressadamente, você vai ter que fazer de novo. Quando eu vou consultar médico, eu quero velocidade para chegar à consulta, mas eu não quero pressa na consulta. Velocidade resulta de perícia, habilidade, de ser alguém que tem competência no que faz. A pressa resulta da imperícia. Por isso, o desenvolvimento da perícia, habilidade, competência permite que se faça algo velozmente. E se sou veloz, aquilo que resulta da minha ambição pode se transformar no meu êxito. Se sou apenas um apressado, vou ter que lançar mão de trilhas escusas para chegar ao mesmo objetivo - e o nome disso é Lava Jato.
Há um certo profissional que prefere hoje estabilidade e quer seguir uma carreira linear, sem grandes saltos. Mas é visto como um profissional medíocre. Ele está errado?
É um direito que ele tem. Uma pessoa tem direito de fazer essa escolha, mas ela também não pode se lamentar em relação ao resultado que isso traz. Afinal de contas, essa é uma vida morna, sem vibração. Não é uma que eu gostaria de seguir. Mas pode ser feita. Ninguém é obrigado a atuar de um outro modo. Eu acho que escolher essa vida irá beirar, em algum momento, à monotonia e isso gerará tristeza e frustrações.
Essa pessoa não projeta provavelmente as expectativas dela dentro da empresa?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Walmart fechou 60 lojas no Brasil / Época Negócios

Walmart enfrenta tropeços no mercado brasileiro
 http://flip.it/wOW-o

Walmart enfrenta tropeços no mercado brasileiro

Varejista fechou 60 lojas no país
17/02/2016 - 13H09 - POR REUTERS


Walmart  (Foto: Divulgação)
















Quando Wal-Mart Stores começou sua expansão na cidade de Campo Gr de (MS) sete anos atrás, a economia estava crescendo e executivos se mostravam ansiosos para abrir lojas mesmo emlocalizações desvalorizadas ou ruas de sentido único que levam para fora da cidade.
Isso não durou. No fim de dezembro, a varejista norte-americana fechou suas lojas de atacado Maxxi em Campo Grande como parte de uma reestruturação que encerrou 60 unidades no Brasil, incluindo alguns supermercados. Consumidores dizem que as lojas não podiam competir em termos de sortimento, preço e localização.
"Não estava claro para quem era o Maxxi. Não era barato o suficiente para os pobres. Mas não havia apelo para a classe média", disse Ordecy Gossler, 40 anos, contador que preenchia seu carrinho de compras com artigos de limpeza no Atacadão, rede rival controlada pelo francês Carrefour.
"Quando anunciaram em dezembro que os dois Maxxi fecharam, ninguém do meu escritório sabia onde eles ficavam."
Atualmente, o Walmart tem apenas um supermercado na cidade de 850 mil habitantes, cuja demografia marcada por consumidores parcimoniosos pareceu em algum momento adequada à maior varejista do mundo. A empresa fechou a outra unidade na cidade no fim do ano passado, conforme o tráfego caiu no shopping center que deveria ser sua âncora.
A saída de Campo Grande é emblemática das questões mais amplas que o Walmart enfrenta no Brasil, que foi por algum tempo destino importante de varejistas estrangeiros e outras companhias, mas que desacelerou. E o desempenho ruim da maior economia da América Latina mostra como as táticas que ajudaram o Wal-Mart a ter sucesso nos Estados Unidos às vezes não funcionam em outros países.
Os resultados internacionais têm sido anêmicos, apesar do investimento de capital de US$ 22 bilhõesnos últimos cinco anos. No ano passado, o Walmart gerou margem de lucro operacional de 4,5% nos mercados internacionais, bem abaixo do retorno de 7,4% publicado nos EUA.
Buscando retornos mais altos, o presidente-executivo do Walmart, Doug McMillon, anunciou em outubro uma revisão estratégica para os ativos globais da companhia. Alguns analistas especularam que o Walmart poderia sair do Brasil, assim como de outros países da América Latina, onde já está fechando outras 55 lojas.
O recuo no Brasil também remete a outros problemas registrados pela empresa no exterior, incluindo Coreia do Sul e Alemanha, dois mercados que o Wal-Mart abandonou em 2006.
No Brasil, em particular, a empresa tem sido afetada por localizações ruins de suas lojas, operações ineficientes, problemas trabalhistas e preços não competitivos.
O Walmart disse que não comentaria seus resultados financeiros no Brasil antes da divulgação do balanço trimestral da companhia em 18 de fevereiro. Mas pessoas com acesso aos números disseram à Reuters que o Walmart publicou perdas operacionais no Brasil nos últimos sete anos.
Jo Newbould, porta-voz da varejista, disse que o fechamento de lojas é parte dos esforços da empresa de "administrar ativamente" seus ativos globais e que tem trabalhado para reduzir custos no Brasil.
David Cheesewright, chefe das operações internacionais do Wal-Mart, disse em entrevista que a companhia não tem planos de deixar o Brasil.
Ele citou a decisão da companhia de investir na integração de seus sistemas computacionais como uma evidência do comprometimento com esse mercado.
(Por Brad Haynes e Nathan Layne)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Mais do mesmo... No Brasil, a impressão que dá é que só o Ministério Público e Polícia Federal trabalham e poucas instituições fogem do lugar comum de fazer teatro assuntos de Política


10/04/2015 16h17 - ATUALIZADA EM: 10/04/2015 16h26 - POR ESTADÃO CONTEÚDO

LAVA JATO QUEBRA SIGILO DE AGÊNCIA DE PUBLICIDADE E SEIS PRODUTORAS

HÁ SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS NO ESQUEMA DE PROPINAS PARA O EX-DEPUTADO PETISTA ANDRÉ VARGAS

Na 11ª fase da Operação Lava Jato, policiais federais cumprem 32 mandados judiciais (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal da agência de publicidade Borghi Lowe e de seis produtoras sob suspeita de envolvimento no esquema de propinas para o ex-deputado petista André Vargas, preso na manhã desta sexta feira (10,/04) pela Operação A Origem, 11ª etapa da Operação Lava Jato. A pesquisa alcança período de seis anos, de janeiro de 2009 a março de 2015. 
A abertura das contas e informações fiscais das empresas de comunicação e propaganda foi ordenada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato, e é relativa a um suposto esquema fora do âmbito da Petrobras - foco central da Lava Jato. Desta vez, os investigadores miram contratos de publicidade, por enquanto em outras áreas do governo.
A quebra do sigilo alcança, além da Borghi Lowe (filial de Brasília e matriz no Paraná), que mantém contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde, seis empresas de comunicação e propaganda: Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital, Zulu Fillmes e BH Serviços de Comunicação.
As empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes podem não ter "necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", na avaliação dos investigadores. Mas a Justiça considerou imprescindível vasculhar movimentações bancárias e dados fiscais dessas empresas.
Segundo a força-tarefa, a Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de publicidade. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.
Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a "serviços de fachada", com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.
"Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filme teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", decidiu o juiz Sérgio Moro. "Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido."
Para Moro, é "necessário identificar o fluxo de dinheiro e especialmente se houve pagamento para outras beneficiárias indevidas". "Não há outro meio para produzir a prova", destaca o magistrado.
A Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados hoje pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. A Caixa reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

The Economist > "O Brasil está em atoleiro..."


26/02/2015 13h29 - ATUALIZADA EM: 26/02/2015 15h03 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE

BRASIL ESTÁ EM ATOLEIRO, DIZ ECONOMIST EM MANCHETE DE CAPA

PARA A REVISTA, "A ECONOMIA DO BRASIL ESTÁ EM UMA BAGUNÇA, COM PROBLEMAS MUITO MAIORES DO QUE O GOVERNO ADMITE OU INVESTIDORES PARECEM PERCEBER"

Nova edição da Economist destaca o Brasil na capa (Foto: Reprodução/Facebook)
A revista The Economist traz novamente esta semana uma capa sobre o Brasil. Na edição latino-americana que chega às bancas, uma passista de escola de samba está em um pântano coberta de gosma verde com o título "O atoleiro do Brasil". Em editorial, a revista diz que a primeira estrela da América Latina "está na maior bagunça desde o começo dos anos 1990".
O país já tinha sido capa da revista em 2009, com a imagem do Cristo Redentor decolando. Quatro anos depois, o mesmo Cristo aparecia em queda livre. No ano passado, a Economist defendeu a eleição de Aécio Neves
A capa da edição da Economist para o restante do mundo não tem o país como tema principal e dá destaque a outro assunto: o avanço dos telefones celulares.
A Economist diz em editorial que, durante a campanha à reeleição, Dilma Rousseff descreveu a situação do país como positiva, afirmando que o pleno emprego, o aumento dos salários e benefícios sociais estavam ameaçados apenas pelos planos neoliberais de seus opositores. "Após dois meses no cargo, os brasileiros estão percebendo que o que lhes foi vendido era um falso prospecto", diz a revista.
O texto diz que "a economia do Brasil está numa bagunça, com problemas bem maiores do que o governo admite ou que os investidores parecem perceber". Entre os problemas estão a economia estagnada, a inflação, a diminuição dos investimentos, o escândalo de corrupção da Petrobras que teve como efeito colateral a paralisação de empreiteiras, e a desvalorização do real. A revista também cita a queda de popularidade da presidente.
"Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando", diz a revista.
A Economist afirma que boa parte dos problemas brasileiros foram gerados pelo próprio governo que adotou uma estratégia de "capitalismo de Estado" no primeiro mandato. Isso gerou fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a competitividade, diz o editorial.
Por outro lado, a publicação parece ter gostado da nomeação de Levy para a Fazenda. "Para dar o devido crédito, a sra. Rousseff pelo menos reconheceu que o Brasil precisa de políticas mais favoráveis aos negócios se quiser manter seu grau de investimento e voltar a crescer. Esse entendimento é personificado pelo novo ministro da Fazenda,Joaquim Levy, um economista de Chicago e banqueiro e um um dos poucos economistas liberais do país".
As reformas anunciadas por Levy, porém, enfrentam o risco de serem anuladas por uma recessão ou menor arrecadação. É o maior teste que o país enfrentam desde os anos 1990, afirma a Economist. "Se o Brasil tiver uma repetição dos protestos de 2013 contra a corrupção e serviços precários, a sra. Rousseff pode estar fadada ao fracasso".
Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do crescimento sustentado, a revista diz que "pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas". "Mas ela deve pelo menos tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido", diz o texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.
O texto termina com a lembrança de que o Brasil não é o único dos BRICS que enfrenta problemas. "Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora".

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Confira os horários dos bancos em dias de jogos do Brasil

Confira o horário de funcionamento dos bancos durante a Copa http://epocanegocios.globo.com/Essa-E-Nossa/noticia/2014/06/confira-o-horario-de-funcionamento-dos-bancos-durante-copa.html

CONFIRA O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DOS BANCOS DURANTE A COPA

AGÊNCIAS FICAM ABERTAS DAS 8H30 ÀS 12H30 EM DIAS DE JOGOS DO BRASIL



Em dias de jogos da seleção, as agências bancárias ficarão abertas das 8h30 às 12h30. Nos demais dias, o horário será seguido normalmente. Em caso de feriado municipal, o atendimento fica fechado. A medida – anunciada primeiramente pela Caixa, mês passado – é válida para os que não decretaram nenhum tipo de recesso.
O órgão ainda informou que as unidades devem colocar avisos e informativos com antecedência de 48 horas, no mínimo. Ainda funcionarão normalmente os serviços de internet banking, mobile banking e caixas eletrônicos.
“Os canais alternativos para transações bancárias facilitam a vida do consumidor. Mesmo durante feriados, os canais como internet banking e caixas eletrônicos funcionam normalmente”, disse o diretor-adjunto de Operações da Febraban, Walter Tadeu Pinto de Faria.
O horário cumpre o tempo mínimo exigido pelo Banco Central. No mês de abril, o BC permitiu às agências que flexibilizem o horário desde que o período de cinco horas seja cumprido em dias normais. Por causa da Copa, o expediente perdeu uma hora.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cristiano Ronaldo pensa grande e sonha ganhar mundial no Brasil

C. RONALDO É CONDECORADO EM PORTUGAL E CRAVA: “GANHAR O MUNDIAL SERIA O AUGE”

PORTUGUÊS FOI HOMENAGEADO COM O GRAU DE GRANDE-OFICIAL DA ORDEM DO INFANTE D. HENRIQUE. CERIMÔNIA TINHA SIDO ADIADA APÓS A MORTE DE EUSÉBIO

Cristiano Ronaldo (Foto: Getty Images)
Cristiano Ronaldo foi homenagem na 
Cristiano Ronaldo foi homenagem na última segunda-feira (20/01), no Palácio Nacional de Belém, em Lisboa. Ele recebeu a condecoração com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique do presidente português Aníbal Cavaco Silva, pelos serviços prestados ao seu país ao redor do mundo.

Acompanhado da família e do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, o atacante que condedortambém foi o melhor do planeta este ano traçou o próximo objetivo da carreira: vencer uma Copa do Mundo. “Espero seguir ganhando grandes troféus, individuais e coletivos. Ganhar o mundial seria o auge da minha carreira”, afirmou. “Primeiro, é preciso pensar na fase de grupos, e depois veremos o que acontece. Meu sonho é ser campeão da Europa [com o Real Madrid] e do mundo com Portugal.”

“Cristiano Ronaldo é um cidadão português conhecido no mundo como nenhum outro. Neste momento, tem sido embaixador de nosso país em todos os continentes”, disse Cavaco Silva em seguida. “Ele tem a capacidade de unir nosso povo em um momento em que precisamos de exemplos.”

A cerimônia de condecoração do português estava marcada para o último dia 7, mas foi adiada em função da morte de Eusébio, considerado o maior jogador da história do país. O ex-atacante do Benfica e da seleção portuguesa nas décadas de 60 e 70 faleceu dois dias antes, aos 71 anos. O governo, então, declarou três dias de luto oficial.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Como o Santos vai suportar a derrota de 8 X 0 ?

OS 8 A 0 E A MARCA SANTOS

AS CONSEQUÊNCIAS DA DERROTA PARA O BARCELONA NO TIME DA VILA BELMIRO


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Amistoso entre Barcelona e Santos: 8 x 0  (Foto: Agência EFE)
Os santistas ainda estão digerindo a derrota por 8 a 0 para o Barcelona na última sexta-feira (02/08) em pleno Camp Nou. Mas, deixando de lado gozações de adversários e cobrança de torcedores, quanto os oito gols sofridos pesarão sobre a marca Santos?
Não há uma única resposta para essa pergunta, até porque, o valor de marca não é algo tangível, facilmente mensurado em cifras. Mas há divergências em relação às consequências para o clube da derrota como aconteceu. De um lado estão os que acreditam que há um prejuízo, sim, para o time. De outro, os que consideram o Santos muito maior que a derrota pontual, ainda que por um placar elástico.
Para Eduardo Rezende, vice-presidente da BSB, empresa focada em gestão de negócios do esporte, um clube com um passado glorioso como Santos não é afetado por uma derrota. Pelo contrário. “Clubes que passam por situações difíceis, em geral se recuperam e voltam mais fortes. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Corinthians, quando foi eliminado da Libertadores pelo Tolima”, diz.
Já Rodrigo Fortuna, diretor executivo e de marketing da Sociedade Brasileira de Marketing Esportivo, enxerga estragos na marca do time, especialmente no exterior. “Internacionalmente, a história do Santos foi manchada”. E a mancha respinga sobre todo futebol brasileiro. Como o campeonato do país não é transmitido em outros países, há poucas referências lá fora sobre os times daqui. “As pessoas podem se perguntar o que o Neymar estava fazendo nesse time que perdeu de 8 a 0 para o Barcelona”, afirma.
Apesar da perda de prestígio lá fora, Fortuna acredita que no mercado brasileiro a marca do time da Vila Belmiro conseguirá se recuperar mais facilmente. Segundo ele, internamente, o valor da equipe tem mais a ver com a regularidade nas partidas do campeonato brasileiro. Basta uma boa vitória para a torcida esquecer o que aconteceu em Barcelona. “Ganhar bem do Corinthians na quarta-feira seria muito bom para a marca Santos”, diz.
Com ou sem prejuízo para a marca, o fato é que a estratégia santista (dentro e fora de campo) para a partida no Camp Nou não deu certo. Para Rezende, o problema talvez tenha sido o momento em que o jogo foi marcado, já que o time do Santos passa por uma reformulação após a saída de Neymar. “A partida foi subdimensionada. O Barcelona é praticamente a seleção da Espanha com o Messi e, agora, também com Neymar”, diz o vice-presidente da BSB. Ele completa: “Talvez tenha sido criada uma atmosfera muito otimista em relação à partida e a parte técnica foi esquecida. Com a alta expectativa, o tombo foi grande”.
Fortuna concorda que o momento pode não ter sido o melhor para o Santos e acha que agora o time deve cuidar para não acumular resultados negativos e prejudicar sua marca também no Brasil. “O marketing esportivo depende muito da paixão e se o time entrar numa sequência de derrotas, pode afastar os torcedores do estádio”, afirma.