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quinta-feira, 30 de julho de 2015

A influência dos pais na educação dos filhos... ganha da infraestrutura da escola

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2015-07/pais-influenciam-mais-o-desempenho-dos-alunos-do-que-infraestrutura-das

Pais influenciam mais o desempenho dos alunos do que a infraestrutura da escola



  • 30/07/2015 11h34
  • Brasília
Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil


Especial Dia dos Pais. Na foto, Marco Venício e seu filho Vitor e Marco Augusto e sua filha Maya.
Segundo o estudo, os pais têm grande relevância sobre o desempenho dos filhos na escolaFoto: Arquivo Agência Brasil

O envolvimento dos pais e o nível socioeconômico das famílias têm maior influência no desempenho dos estudantes do ensino fundamental no Brasil do que a infraestrutura das escolas e o fato de os estabelecimentos estarem localizadas no campo ou na cidade.
É o que mostra o Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), lançado hoje (30) pelo Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e o Caribe. O estudo também considera a disponibilidade de material escolar e a pontualidade dos professores como fatores que melhoram o desempenho.
“Não se observam diferenças de desempenho entre escolas urbanas públicas, urbanas privadas, nem rurais, depois de considerar todos os fatores de contexto social, de aula e escolares. O mesmo ocorre com a infraestrutura, que não mostra relações significativas com o desempenho”, diz o estudo.

O Terce avalia o desempenho escolar no ensino fundamental – do 4º ao 7º ano do ensino fundamental, no Brasil; e da 3ª à 6ª série, nos demais países – em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais. Os primeiros resultados do Terce foram divulgados no ano passado. Nesta divulgação, o estudo incluiu os fatores associados à aprendizagem em cada país.

De acordo com o estudo, no Brasil, o desempenho dos estudantes melhora quando os pais acompanham os resultados obtidos na escola, apoiam os filhos e chamam a atenção deles. O desempenho, no entanto, piora, quando os pais supervisionam e ajudam sempre nas tarefas escolares, tirando a autonomia dos filhos.
Segundo o estudo, os estudantes que vivem em regiões desfavorecidas têm desempenho pior, independentemente das condições da própria casa. No entanto, se os pais têm altas expectativas e incentivam os filhos quanto ao que será capaz de alcançar no futuro, ele obtêm melhores resultados.
O Terce mostra ainda que frequentar a pré-escola, desde os 4 anos, melhora o desempenho dos estudantes. Por outro lado, faltar à escola diminui o desempenho.
Em relação às novas tecnologias, os estudantes do 7º ano que usam computadores na escola com frequência tendem a conseguir pontuações menores em matemática. Já os que utilizam o computador fora do contexto escolar tendem a ter melhores resultados em todas as provas.

O Terce é um estudo de desempenho da aprendizagem em larga escala realizado em 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México). Mais de 134 mil crianças do ensino fundamental participaram da avaliação.
Baixo desempenho

O desempenho dos estudantes brasileiros no ensino fundamental é igual à média dos demais estudantes de países avaliados pelo Terce em escrita e em ciências naturais em todos os níveis e em leitura, no 4º ano, e em matemática, no 7º. O país supera a média em matemática, no 4º ano, e em leitura, no 7º ano.

Apesar de toda a região ter apresentado melhoras em relação à avaliação anterior, o estudo mostra que são poucos os alunos que alcançam o máximo de desempenho. Ao todo, são quatro níveis. No Brasil, a maior porcentagem de alunos no nível mais alto é 16,6%, em leitura do 7º ano.

A maioria dos estudantes concentra-se nos níveis mais baixos, o que significa que não são capazes de interpretar e inferir o significado de palavras em textos escritos nem de resolver problemas matemáticos que exigem interpretar informações em tabelas e gráficos.
O pior desempenho foi na prova de ciências naturais, aplicada pela primeira vez no país aos alunos do 7º ano. Apenas 4,6% estão no maior nível e 80,1%, nos níveis mais baixos. Eles não são capazes de aplicar os conhecimentos científicos para explicar fenômenos do mundo.

Os países que estão acima da média regional em todos os testes e anos avaliados são Chile, Costa Rica e México.
Redação

Na prova escrita, o Brasil está na média dos demais países. O teste avalia os estudantes quanto a três competências: domínio discursivo (adequação ao gênero e tipo textual), textuais (coerência, concordância oracional e coesão) e convenções de legibilidade (segmentação de palavras, ortografia e pontuação).

O Brasil ficou acima da média do bloco apenas na última competência. Em domínio discursivo, o Brasil ficou abaixo da média. No 4º ano, os estudantes tiveram que escrever uma carta a um amigo e, no 7º, uma carta a uma autoridade escolar.
Em ambos os anos, e em quase todos os domínios avaliados, com exceção do dircursivo no 4º ano, a maior parte dos estudantes está nos níveis mais altos de proficiência.

Edição: José Romildo

sábado, 6 de setembro de 2014

Mulheres com formação técnica dominam o mercado de trabalho

http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/72097/mulheres-com-curso-tcnico-so-maioria-no-mercado
06/09/2014 16:10

Mulheres com curso técnico são maioria no mercado

Na área eletrônica os salários das mulheres já são equiparados aos dos homens

Mulheres chegaram a 2,9 milhões no mercado formal / Divulgação/Senai

Por: Agência Brasil 
As mulheres com formação técnica são maioria no mercado de trabalho, representam 55%, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2013. Elas chegaram a 2,9 milhões no mercado formal, que inclui indústria, construção, comércio, serviços e agropecuária.
A participação, no entanto, varia com a área, a maioria está no setor de serviços, com 2,5 milhões. Na indústria e construção, são 238 mil e representam 25% do total de técnicos.
"Existem muitas barreiras, ainda culturais ou preconceituosas, sobre algumas profissões. Tem-se a ideia de que são trabalhos tipicamente masculinos, em função até da história da profissão de base, de que tem que fazer muito esforço", diz o gerente de Estudos e Prospectivas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Márcio Guerra.
Ele ressalta, no entanto, que esse cenário tem mudado e as mulheres chegam a ser maioria em setores como o de eletroeletrônica, "onde existe nível de perfeccionismo no trabalho, de concentração e detalhe. A mulher tem todas estas características e pode se destacar cada vez mais a medida que vai acessando a qualificação".
Na Olimpíada do Conhecimento, organizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), as mulheres provam que dão conta do recado e se destacam em áreas majoritariamente masculinas. "As mulheres tem garra, força de vontade, estão se destacando", diz a chefe de equipe de Minas Gerais, Natalia Trindade. "Elas têm muita determinação. Precisam disso para se colocar em áreas predominantemente masculinas".
Segundo Natalia, na área em que atua, eletrônica, os salários são equiparados aos dos homens. "Elas, no entanto, crescem mais rápido nas empresas. Pelo que acompanhamos, as mulheres recebem promoções mais rápido do que os homens", diz a chefe de equipe.
Os números do mercado refletem nos da olimpíada. As mulheres ainda são minoria nas competições, pouco mais de 20% dos 700 competidores. Mas, neste ano, chegaram a 161, 20 a mais que na última edição.
Camila Araújo é a única mulher no torneio de tornearia, ela é da equipe de Natália, e vem de Contagem (MG). "Não existe preconceito, fazemos tudo que um homem faz. Existem recursos que fazem com que não precisemos  de usar tanto a força", diz a profissional. Segundo ela, o único pré-requisito é a força de vontade: "Se quiser, consegue qualquer coisa".
Cleidejane Santos escolheu soldagem. Baiana, de Salvador, ela conta que na época que optou pelo curso, foi por eliminação, descartou o que não gostava, mas não sabia do que se tratava. Hoje é apaixonada pela profissão. Pretende seguir estudando, se especializando e quer atuar no mercado. Um sonho é trabalhar em soldagem submarina em plataforma de petróleo.
Para ela, ser mulher é vantagem. "Geralmente somos mais detalhistas, mais dedicadas. A solda é aparentemente algo grosseiro, mas alguns processos exigem delicadeza", disse.
A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional das Américas. Ela ocorre a cada dois anos pelo Senai. O evento que acontece em Belo Horizonte está na oitava edição. Participam mais de 700 jovens.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Energia que vem do sol... para venda no mercado

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-06/para-abrir-eletrosul-inaugura-usina-de-energia-solar-para-venda-no-mercado

Eletrosul inaugura usina de energia solar para venda no mercado livre

  • 27/06/2014 06h09
  • Brasília
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
A Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, inaugura hoje (27) em Florianópolis uma usina de energia solar acoplada ao prédio da sede administrativa da empresa. O projeto tem 4,2 mil painéis fotovoltáicos instalados em uma área de 8,3 mil metros quadrados no teto do edifício. Apesar de o prédio absorver parte da energia, o objetivo principal não é atender ao consumo da empresa e de unidades vizinhas, e sim vendê-la no mercado livre.
"Comercialmente, temos contrato com uma pequena central hidrelétrica que atende à demanda [do edifício da Eletrosul]. Pode ser que a partir de 2015 a gente troque o contrato [passando a atender a toda a demanda local com a energia da usina solar]. Vamos avaliar. Mas, por enquanto, o objetivo é comercializar e divulgar [a tecnologia]. Nas cidades do futuro, haverá muitos prédios assim. Queremos estar prontos para o boom [da energia solar] ", explica Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul.
De acordo com ele, o primeiro leilão para comercializar energia da usina deve ocorrer em agosto deste ano. O investimento no projeto, de R$ 9,5 milhões, foi financiado pelo banco de fomento alemão KfW.
Considerada sustentável, a energia solar sai mais cara do que opções como as hidrelétricas e termelétricas. Segundo Ronaldo Custódio, uma usina solar, com financiamento em condições idênticas ao de uma hidrelétrica, pode sair de cinco a sete vezes mais cara. Depois de construída, no entanto, ela tem a manutenção menos dispendiosa. "A hidrelétrica até tem um impacto ambiental global menor, embora tenha impacto local tanto do ponto de vista ambiental quanto social", comenta.
Com capacidade instalada de 1.000 quilowatts, o suficiente para atender a 540 residências, a usina é o maior empreendimento na América Latina com produção de energia acoplada a um prédio. Além disso, é a única com esse conceito a gerar energia para comercialização.
Para Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, a usina de energia solar é um marco importante. "Eu acho que é uma iniciativa bem-vinda, junto com Tanquinhos e Tauá [usinas de energia solar respectivamente em Campinas, São Paulo, e no interior do Ceará]. Serve para mostrar que a energia solar é uma opção viável para a segurança energética", diz.
Baitelo acrescenta que as iniciativas de maior porte têm avançado mais do que a implantação de pequeno porte e doméstica da energia solar, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) buscou incentivar em 2012, aprovando resolução que previa desconto na conta de luz para residências e empresas microgeradoras que fornecessem excedente.
"Esse é outro capítulo, que caminha mais devagar. A gente tem alguns problemas a transpor, principalmente o financiamento". Segundo ele, as linhas de crédito ofertadas pelos bancos atualmente não têm prazos e taxas de juro satisfatórias. "Um projeto de energia solar que atenda a uma família pode custar de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Se vai ter uma economia de R$ 30, R$ 40, R$ 50, o ideal é que o custo do financiamento seja esse. Estamos dialogando com governo e bancos. É um mercado com potencial muito grande", observa.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Custou mas chegou...a primeira penitenciária privada do Brasil...


Primeira penitenciária privada do País começa a funcionar em Minas Gerais

Complexo Penitenciário Público-Privado terá capacidade para receber 3.040 detentos do sexo masculino, em Ribeirão das Neves. A primeira das cinco unidades já está pronta

Agência Brasil
Minas Gerais inaugurou nesta sexta-feira o primeiro complexo penitenciário do Brasil construído e administrado por empresas particulares. Anunciado pelo governo mineiro como resultado de um “modelo inédito de parceria público-privada (PPP)” na América Latina, o complexo está localizado em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, com custo de R$ 280 milhões a cargo do grupo responsável pelo complexo. A cifra investida contempla também o treinamento e a capacitação dos monitores, que serão contratados pelo consórcio.
Primeiro Complexo Prisional Público Privado do País começa a receber primeiros presos. Foto: Carlos Alberto Pereira/Imprensa MG
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Pelo projeto original, o Complexo Penitenciário Público-Privado terá capacidade para receber 3.040 detentos do sexo masculino. A primeira das cinco unidades já está pronta. A previsão é que as quatro restantes sejam concluídas até dezembro deste ano. Esta manhã, os primeiros dos 608 presos do regime fechado que ocuparão a Unidade I começaram a ser transferidos, sob um esquema especial de segurança.
De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Social, o governo mineiro se inspirou na experiência de outros países, como a Inglaterra, para assinar a parceria com o consórcio Gestores Prisionais Associados (GPA), ganhador da licitação em 2008. Ainda segundo a secretaria, as cinco empresas que compõem o consórcio (CCI Construções, Construtora Augusto Velloso, Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços Ltda, N.F Motta Construções e Comércio e Instituto Nacional de Administração Prisional) têm comprovada experiência na construção e administração de presídios, dispondo da “mais alta tecnologia de segurança”.
Além de construir a penitenciária, o consórcio vai administrar pelos próximos 25 anos e vai receber, por cada preso, R$ 2,7 mil mensais. O custo médio por detentos de outras unidades prisionais é R$ 2,8 mil, de acordo com a secretaria. Em contrapartida, o consórcio terá que atender a indicadores de desempenho definidos pelo governo estadual, entre eles, impedimento de fugas e rebeliões. Em eventual ocorrência de um desses casos, o valor pago ao consórcio sofrerá desconto. Tanto a manutenção das unidades prisionais quanto a execução de serviços como fornecimento de refeições, uniformes, atendimento à saúde e assistência jurídica aos detentos será de responsabilidade do consórcio. A segurança interna ficará a cargo de funcionários contratados pelo grupo, e agentes penitenciários do estado cuidarão do entorno da unidade.
Das cinco unidades do complexo, duas abrigarão 1.824 presos condenados ao regime fechado e duas, 1.216 detentos do semiaberto. De acordo com a secretaria, exceto em casos excepcionais, a penitenciária será ocupada por presos transferidos de outros presídios da região que estejam aptos e dispostos a trabalhar e estudar, como forma de ressocialização.
Um dos itens do contrato de parceria estabelece que a GPA não poderá obter lucros com o trabalho dos presos. Como prevê a legislação, os detentos receberão três quartos do salário mínimo por uma jornada de cinco dias, de seis horas de trabalho. Oito empresas de confecção de móveis, calçados, refrigerantes e de uniformes já manifestaram à secretaria interesse em instalar galpões no interior da penitenciária.
A secretaria aponta entre as vantagens do modelo a possibilidade de, além de permitir a ressocialização dos presos, garantir maior segurança aos funcionários. A proposta é que não haja mais de quatro presos por cela, montada com piso de placa de aço entre duas camadas de concreto que, juntas, totalizam 29 centímetros de cimento.
O complexo terá 1.240 câmeras de vigilância. Um sistema de sensores também acionará um alarme sempre que alguém ultrapassar as áreas de livre circulação. Os agentes não terão contato com os presos, já que as grades das celas serão abertas e fechadas eletronicamente. Inicialmente, a unidade não vai contar com aparelhos capazes de bloquear os sinais de celulares.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Guatemala ganha turistas antes do fim do mundo....



À espera do fim do mundo, turistas lotam região onde viveram os maias na Guatemala

18/12/2012 - 10h06
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A previsão de que o mundo acabará em três dias – sexta-feira (21) –, de acordo com interpretações do calendário maia, provocou uma busca elevada de turistas estrangeiros à Guatemala. Assim como Honduras e El Salvador, o local abrigou a civilização maia. A expectativa, segundo o Instituto Guatemalteco de Turismo, é receber cerca de 200 mil estrangeiros.
A civilização maia é reconhecida pelo aprimoramento da língua escrita e pelos conhecimentos em arte, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos. Os maias não desapareceram por completo e, na Guatemala, os descendentes tentam manter as tradições.
O calendário maia pode ser sincronizado e interligado a uma série de combinações de ciclos e análises paralelas. Como é preciso interpretar, em geral, os leigos não conseguem lidar com o sistema. Segundo especialistas, o calendário maia tem aspectos semelhantes aos empregados em outras civilizações mesoamericanas.
O Observatório Nacional Indígena disse que ocorreram gastos excessivos para a promoção das atividades de sexta-feira. Informações não confirmadas indicam que o Ministério da Cultura e do Desporto investiu aproximadamente US$ 3,2 milhões, enquanto o instituto gastou cerca de US$ 5 milhões. Houve ainda um decreto presidencial que determinou o treinamento de agentes de turismo para atuar nas áreas sagradas da civilização maia.
*Com informações da agência pública de notícias da Guatemala, AGN e da agência estatal de notícias de Cuba, Prensa Latina.
Edição: Talita Cavalcante

terça-feira, 17 de julho de 2012

Brasil tem cartão de crédito mais caro da América Latina...


Cartão de CréditoBrasil tem maiores juros de cartão de crédito da América Latina 

Cartão de crédito: para a ProTeste, os juros dos cartões de crédito deveriam seguir a trajetória da Selic, taxa básica de juros da economia, que caiu de 11% para 8,5% ao ano

Foram pesquisadas as taxas de juros nas operações de cartão de crédito de sete países da região     Camila Maciel, da 

São Paulo – Os juros cobrados no cartão de crédito no Brasil são os maiores da América Latina, de acordo com levantamento divulgado hoje (17) pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste). Por ano, o brasileiro, que efetua parte do pagamento da fatura, paga uma taxa média de 323,14%, quase seis vezes maior em comparação ao segundo colocado da lista - no caso o Peru, onde a taxa média anual é 55%.
Foram pesquisadas as taxas de juros nas operações de cartão de crédito de sete países da região. O terceiro colocado no ranking é o Chile com 54,24%, seguido pela Argentina (50%), pelo México (33,8%) e pela Venezuela (33%). Colômbia, por sua vez, apresentou a menor taxa, com 29,23%. Foram analisados, durante o mês de junho, 13 bancos e financeiras em sete países da América Latina.
Segundo Renata de Almeida, analista da associação, os indicadores econômicos dos países investigados não justificam a discrepância entre as taxas. “As diferenças econômicas não são significativas. Com isso, a gente vê que realmente as taxas aplicadas são exageradas”, avalia.
Para a ProTeste, os juros dos cartões de crédito deveriam seguir a trajetória da Selic, taxa básica de juros da economia, que caiu de 11% para 8,5% ao ano, de janeiro a junho. No mesmo período, em contrapartida, os juros cobrados pelos bancos cresceram de 237,9% para 323,14%. De acordo com a associação, a justificativa dos bancos brasileiros para o alto percentual é a inadimplência do consumidor.
A analista, no entanto, avalia que os juros “exorbitantes” são que agravam a inadimplência. “Nós aconselhamos ao consumidor que nunca pague o mínimo [da fatura do cartão de crédito] e, caso isso já tenha acontecido, que ele faça um empréstimo com banco para quitar essa dívida, porque os juros serão menores que os juros rotativos do cartão de crédito”, sugere a analista.
Renata Almeida criticou a falta de transparência dos bancos no fornecimento dos dados sobre as taxas. “Com a briga dos bancos pela redução dos juros, eles não informam com facilidade a taxa cobrada nos cartões de crédito. Muitas vezes, você só conhece a taxa real quando recebe a primeira fatura do cartão”, destacou. Segundo ela, os bancos e financeiras são obrigados a fornecer previamente esse tipo de informação.