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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dezoito palestinos foram executados em Gaza por colaborar com Israel

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/homens-sao-executados-em-gaza-por-colaboracao-com-israel-diz-hamas.html

France Presse
22/08/2014 08h44 - Atualizado em 22/08/2014 09h48

Homens são executados em Gaza por colaboração com Israel, diz Hamas

Canal de televisão do movimento islamita fez anúncio.
18 homens foram executados, seis deles diante de uma mesquita.


Da France Presse
Militantes do Hamas cercam palestinos acusados de terem colaborado com Israel nesta sexta-feira(22); 18 foram mortos (Foto: Reuters)Militantes do Hamas cercam palestinos acusados de terem colaborado com Israel nesta sexta-feira(22); 18 foram mortos (Foto: Reuters)

Dezoito palestinos acusados de "colaboração" com Israel foram executados nesta sexta-feira (22) na Faixa de Gaza, anunciou o canal de televisão do movimento islamita Hamas, que controla o território palestino.
Seis deles foram executados diante de uma mesquita, no momento em que centenas de fiéis deixavam o local, por homens vestidos com o uniforme das Brigadas Ezedin al-Qasam, braço armado do Hamas.
As vítimas, com as cabeças cobertas e mãos amarradas, foram mortas por atiradores mascarados vestidos de preto diante de uma multidão de muçulmanos que deixavam uma mesquita após a realização de preces, disseram o Al-Majd, site do Hamas, e testemunhas.
Outros 11 foram executados perto da sede da polícia no centro de Gaza, informaram testemunhas e o site Majd, ligado ao Hamas. Mais um foi executado em uma praça próxima
Estas execuções aconteceram um dia depois que três comandantes do braço armado do Hamas morreram em um bombardeio israelense contra um prédio de Rafah, sul da Faixa de Gaza.
A "resistência", termo usado para designar os grupos armados que lutam contra Israel em Gaza, reforçaram a "luta no terreno contra a colaboração com o inimigo que comete assassinatos", afirma o site Majd.
Segundo o site, que cita sem dar nomes um dirigente da segurança em Gaza, a "resistência" realizou as execuções depois de "um procedimento judicial".
"Todos os colaboracionistas serão julgados por tribunais revolucionários e receberão as penas previstas para este delito", afirmou esta fonte, referindo-se aos tribunais secretos criados pelos movimentos palestinos em Gaza.
Segundo a legislação palestina, os colaboradores, os assassinos e os traficantes de droga podem ser condenados à pena de morte.
Teoricamente, as execuções devem ser aprovadas pelo presidente palestino Mahmud Abbas, que dirige a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) com a qual o Hamas assinou recentemente um acordo de reconciliação.
Palestinos assistem execução de homens acusados de colaboração com Israel em Gaza nesta sexta-feira (22) (Foto: Reuters)Palestinos assistem execução de homens acusados de colaboração com Israel em Gaza nesta sexta-feira (22) (Foto: Reuters)Não se vê uma mulher na foto....
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Paz no Oriente Médio sofre 'goleada' de 170 mortos



'Não vale a pena viver', diz palestino morador da Faixa de Gaza

Por BBC Brasil 
Texto

Conflito iniciado no dia 8 afeta totalmente dia a dia dos civis dos dois lados: 'Palestinos são reféns do Hamas', diz israelense

BBC
À medida que o conflito entre Israel e palestinos se intensifica na Faixa de Gaza, vão surgindo relatos de como o dia a dia de civis dos dois lados vem sendo profundamente afetado. De acordo com autoridades palestinas, a operação iniciada na terça-feira passada por Israel deixou mais 170 mortos.

AP
Palestinos se reúnem em mesquita ao redor de corpo de homem morto por ataque aéreo de Israel (14/7)

Segundo Israel, cerca de 1 mil foguetes foram lançados da Faixa de Gaza desde então e umdrone palestino teria sido abatido perto de Ashdod na manhã desta segunda-feira. Abaixo, israelenses e palestinos de Gaza relataram à BBC como suas vidas mudaram desde o início do conflito.
Haytham Besaiso, 26 anos, engenheiro civil morador da Cidade de Gaza
Essa é a terceira guerra em cinco anos. A diferença agora é que Israel não tem um propósito ou objetivo claro. Tudo que estão fazendo é matar civis e alvejar casas. Na primeira guerra, eles atacaram militantes. Na segunda, eles miraram o arsenal de armas.
A mídia ocidental atribui o confronto à morte de três jovens israelenses, mas nenhum grupo palestino assumiu a autoria do crime. Geralmente, alguém admite a responsabilidade. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu e o que sentimos é que estamos sendo punidos coletivamente.
Viver aqui é horrível. Estamos sob cerco. Não podemos importar nada. Temos eletricidade por apenas oito horas, o que significa que não podemos construir nada.
Eu sou engenheiro civil, e não há materiais de construção no mercado. A indústria foi destruída. A agricultura fortemente abalada. Não podemos sobreviver desse jeito. Estamos deprimidos. Essa é a primeira vez que sinto que não vale a pena viver.
O mundo precisa fazer algo por nós. O processo de paz é difícil de ser alcançado e tem se arrastado pelos últimos 20 anos sem resolução. Deve haver alguma coisa que possa ser feita.
'Conflito ameaça região': Chefe da ONU pede cessar-fogo
Eu sou contra o governo de Israel, não contra o povo de Israel. Mas infelizmente as pessoas têm adotado visões um pouco extremas. Acho que os israelenses estão cansados dessa situação também e querem uma vida normal. Mas, se realmente quisessem, poderiam colocar mais pressão sobre o governo para que a paz seja alcançada, mas isso não está acontecendo.
Shimon Ben Shelaimi Zalman, clérigo de Beit Shemesh, a 30 km de Jerusalém
Eu vivenciei a Guerra do Golfo, mas meus filhos, de 13 e 11 anos, estão sofrendo com esse confronto.
Eles se recusam a dormir em casa porque não temos um abrigo antiaéreo por perto ou um cômodo protegido em casa. Eles estão dormindo com amigos em um bairro vizinho, em uma casa com quarto protegido.
Eu e minha mulher vamos dormir sem saber se tiramos os sapatos e roupas porque tememos ser acordados no meio da noite e ter de sair correndo. É muito difícil cair no sono com esses pensamentos na cabeça.
Sei que temos um Exército profissional e agradeço por nos protegerem, mas não podemos achar que eles terão todas as respostas.
Não fico feliz em ver civis feridos, sejam eles cristãos, judeus ou muçulmanos. Eu simpatizo com palestinos cujos filhos também estão sofrendo. Acho que os palestinos são reféns do Hamas, a gangue terrorista que eles colocaram no poder. Infelizmente não consigo ver uma solução para isso.
Gostaria de acreditar em um cessar-fogo, mas não se resultar apenas em uma interrupção temporária do combate para que eles se rearmem e comecem a atacar novamente.
Dania, 23 anos, professora palestina de literatura inglesa
A maioria dos prédios em Gaza é habitada por civis. Nós realmente queremos um cessar-fogo que seja cumprido pelos dois lados.
A mídia dá a impressão de que há uma troca de fogo equilibrada entre os dois lados, mas não menciona como o Exército israelense é mais forte. Quando eles nos atingem, os estragos são muito maiores.

AP
Israelense de direita segura bandeira e expõe Estrela de David na forma como judeus eram obrigados usar na Alemanha nazista em Jerusalém

O conflito em 2009 foi pior, mas os últimos dias foram a primeira vez em muitos anos que nos lembramos de como pode ser difícil viver aqui. Aqui em Gaza não temos o direito de defender nossas casas. Enquanto isso, Israel parece usar todas as formas de defesa.
Stephen Chelms, cidadão israelense e britânico de Netanya, norte de Israel
Eu lamento pelas perdas sofridas pelos palestinos, mas é culpa deles que estamos vendo crianças mortas, porque eles não as retiram (dos locais de confronto).
Se houvesse um ataque, os israelenses retirariam suas crianças e fariam tudo para que estivessem em segurança. Mas a mentalidade árabe sobre guerra e destruição não os estimula a fazê-lo.
Em vez disso, seu sistema de educação os ensina que eles têm de liberar a Palestina e que sunitas têm de lutar com xiitas e israelenses contra palestinos. Eles estão educando futuras gerações de combatentes para prolongar o conflito.
Gaza poderia ser próspera. Tem hotéis cinco estrelas, e as melhores praias também. Há muita riqueza e eles poderiam ultrapassar o Líbano como destino turístico, mas o Hamas não está interessado nisso.
Eu não acredito que Israel fará uma invasão terrestre por enquanto porque nos causaria muitos problemas e os ataques aéreos são mais eficientes.
Em longo prazo, não acho que foguetes vão resolver alguma coisa. Precisamos de uma solução que tenha a participação de um terceiro ator e, por falta de alternativas de credibilidade, os EUA ainda são a melhor opção porque podem ao menos dialogar com o governo israelense. O Egito também pode participar, mas eles têm seus próprios problemas para resolver.
    Leia tudo sobre: israel • palestinos • hamas • faixa de gaza • oriente médio
    Texto

    sexta-feira, 11 de julho de 2014

    Calma todo mundo... Torçam pela seleção brasileira de futebol com leniência. O Mundo não acaba em jogo com goleada

    http://www.dw.de/na-fronteira-com-gaza-israelenses-querem-o-fim-do-hamas/a-17777926

    MUNDO

    Na fronteira com Gaza, israelenses querem o fim do Hamas

    Cansados dos ataques aéreos, muitos cidadãos de Israel apoiam investida contra o lado palestino. Em Sderot, próxima à Faixa de Gaza, as aulas foram canceladas e o comércio permanece fechado em meio ao clima de tensão.

    Israelenses observam os ataques aéreos à Faixa de Gaza
    "É o governo do Hamas que está nos atacando. No momento, não tenho sentimento algum pelos que vivem na Faixa de Gaza. Se quiserem fazer alguma coisa e viver em paz, precisam mudar o próprio governo", diz Kogan Baruch, morador de Sderot, a apenas um quilômetro da fronteira com Gaza. Ele é um dos 24 mil habitantes da cidade israelense, atualmente tomados pelo medo constante de serem atingidos pelo próximo foguete.
    Baruch, de 56 anos, vivencia de perto os efeitos do conflito com o Hamas, o partido no poder na Faixa de Gaza. A fábrica de tintas que ele dirigiu por 30 anos pegou fogo há quase duas semanas, ao ser atingida por dois foguetes não interceptados pelo sistema de defesa antimíssil Iron Dome. Baruch conhece bem a difícil situação no lado israelense da fronteira e se mostra insensível quanto ao crescente número de mortos na Faixa de Gaza.
    As vítimas fatais dos ataques israelenses já passam de 100, divulgaram as autoridades palestinas nesta sexta-feira (11/07). Além disso, o serviço de emergência na Faixa de Gaza contabilizou 670 feridos desde o início da ofensiva de Israel, nesta terça-feira.

    Foguetes atingiram Sderot, localizada perto da Faixa de Gaza
    Foguetes destrutivos
    No início da noite desta quarta para quinta-feira escutaram-se quatro explosões em Jerusalém, que fizeram com que as pessoas corressem para os abrigos aéreos. Dois dos mísseis foram interceptados, e outros dois caíram fora da cidade, sem ferir ninguém.
    O Exército israelense afirma que mais de 550 foguetes foram lançados contra Israel nos últimos três dias. Enquanto isso, a Força Aérea de Israel bombardeou 1.100 alvos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades do país, sendo metade deles rampas de lançamento de foguetes.
    Enquanto a reportagem da DW visitava Baruch em sua fábrica em Sderot, dois foguetes foram interceptados. A fábrica de Baruch, seriamente avariada após pegar fogo, empregava 30 pessoas. Por sorte, nenhum dos funcionários ficou ferido, pois os foguetes caíram num fim de semana. Mas as explosões foram tão fortes que quatro trabalhadores da fábrica vizinha ficaram feridos.

    Sirenes de alerta advertem moradores israelenses, que correm para abrigos
    Baruch, que prometeu reconstruir sua fábrica e seu negócio em Sderot, diz ser a favor da invasão da Faixa de Gaza, mesmo não estando seguro de que isso trará alguma resultado.
    "A cada quatro ou cinco anos, nossos militares avançam adentro e limpam todas essas redes terroristas, retiram toda a munição, mas eles já começam a coletar novamente. Isso nunca tem fim", diz Baruch. "Mesmo matando todos eles, novos virão e vão começar tudo de novo."
    "A vida mudou"
    Próximo ao centro de Sderot, veem-se guindastes pontilhando o horizonte. De acordo com o prefeito da cidade, Alon Davidi, 500 novos apartamentos estão sendo construídos, e cada vez mais pessoas querem se mudar para Sderot.
    "Por quê? Em Sderot, nós amamos as pessoas, somos um microcosmo de religiosos, não religiosos, jovens e velhos", diz Davidi à DW. Mas a vida em Sderot parou de forma incomum esta semana. Os moradores permaneceram em casa, pois as aulas foram canceladas e lojas e restaurantes estão fechados.
    De acordo com Noam Bederin, um morador local, as pessoas em Sderot têm convivido com a incerteza há mais de uma década. "Mas este é um dos momentos mais tensos", diz.

    O sistema sistema de defesa antimíssil Iron Dome já interceptou vários foguetes sobre Sderot
    Dov Dracheman, um estudante de 22 anos, conta que os exames finais foram adiados. Devido à tensão e aos foguetes, "estamos dormindo mal por aqui, é realmente muito chato".
    Dacheman diz ainda que, desta vez, Israel foi atingido por mais foguetes do que durante o último fogo-cruzado entre a Faixa de Gaza e Israel, em novembro de 2012. "A vida mudou, as pessoas estão com medo e mal saem de casa." O jovem diz que sente muito pelas mortes de inocentes na Faixa de Gaza, reconhecendo que muitos deles não estão associados ao Hamas.
    Combate ao Hamas
    O general aposentado Uzi Dayan, ex-membro das Forças de Defesa de Israel, acredita que a única solução seja voltar a ocupar a Faixa de Gaza, mesmo que isso leve meses, ou até mesmo um ou dois anos. O ex-militar concorda que os custos podem ser altos e não espera que uma invasão acabe inteiramente com o terrorismo.
    Dayan sugere que, se o Hamas deixar a Faixa de Gaza, o presidente Mahmoud Abbas deverá tentar preencher a lacuna de poder na Faixa de Gaza. Mas, para o jovem, não importa se um eventual próximo líder for do Hamas ou não. "Se ele se meter com Israel, vai pagar por isso."
    O prefeito de Sderot concorda que os militares de Israel devem fazer tudo o que puderem para desmantelar o Hamas. "O Exército israelense é capaz de destruir o Hamas, e espero que não pare até que execute essa tarefa. Se o Exército tiver que ficar em Gaza por um ano, que assim seja", diz Davidi.

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