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sábado, 28 de novembro de 2015

"Enquanto nós amamos uma alimentação balanceada com suco, os islamitas amam a morte. Como se enfrenta gente que ama a morte?"


segunda-feira, novembro 23, 2015

Wake up call - 

LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 23/11

Wake up call (despertar) é aquilo que você pede num hotel quando precisa acordar cedo. Tomo uma liberdade poética aqui para dizer que o terrorismo islamita é o Wake up call da Europa. O mundo pós-Segunda Guerra Mundial acabou. Sinto pela França que é um país muito amado.

O islamismo político (mais uma vez, porque desde a idade média o islamismo político, seja árabe, seja turco-otomano, "atormenta" o sono dos europeus) pôs um ponto final no mundo que a Europa conheceu desde o fim da Segunda Guerra, principalmente a Europa que ganhou uma grana preta dos Estados Unidos para não ser engolida pela então União Soviética, umas das formas históricas do atávico império Russo. Stálin era um czar, como Putin é hoje. E, se Obama, o fraco, enfrentar Putin, aposto no Putin.
Enquanto nós amamos uma alimentação balanceada com suco, os islamitas amam a morte. Como se enfrenta gente que ama a morte?

A Europa era, até dia 13 de novembro de 2015, um parque temático em que seus personagens viviam uma vida de Cinderelas sociais, anjinhos políticos e riquinhos. Alimentados pelo delírio de "um mundo perfeito", não perceberam que esse mundo era apenas um momento passageiro numa história que caminha para lugar nenhum, sem nenhum sentido, a não ser nosso esforço de sofrer menos, quando dá.

O despertar implicará uma dramática redução dos direitos individuais. O combate ao terrorismo fere, necessariamente, os direitos civis. E isso é algo que os terroristas contam. A saber, a incapacidade europeia de responder de modo assertivo, porque isso implicaria um mergulho profundo em formas de controle social estranho à natureza da democracia. Se a população islâmica da Europa for pressionada, sua integração, que já é ruim, ficará pior. Então, ela se transformará num celeiro ainda maior de jihadistas com passaporte europeu. A Europa vira a Cisjordânia.
Por exemplo, como combater o terrorismo em solo europeu e não ampliar a pressão sobre escolas religiosas islâmicas que ensinam formas radicais de islamismo político? E se esses "professores e alunos" forem tão franceses quanto Joana D'Arc? Como marcar uma distância razoável entre tais procedimentos legítimos e métodos implícitos de discriminação étnico-religiosa? Ajudaria se a própria população islâmica europeia começasse a denunciar seus "patrícios" radicais? Talvez uma política de "disque denúncia" discreta ajudasse aos muçulmanos europeus a entregar potenciais terroristas às autoridades? Ou, talvez, mais fácil, aumentar a pressão e associar a ela uma retórica "humanista" melosa?

Terão que encontrar um equilíbrio entre esses valores políticos de liberdade individual que marcam o mundo ocidental e os excessos de crendices políticas num "mundo melhor" construído a base de muito blá-blá-blá regado a queijos e vinhos, intelectuais-gurus e a grana dos "capitalistas selvagens".

O parque temático europeu de felicidade e direitos é uma conquista da violência europeia de séculos, que hoje todo "bonitinho" quer negar ao silêncio, dizendo que "não é sua". O mundo não é um embate ao redor das luzes, o mundo é um embate ao redor da manutenção das trevas o mais longe possível. E os europeus acreditaram que as trevas que habitam o mundo seriam mantidas à distância graças a discursos melosos e a compras na Ikea. Deveriam ler mais Joseph Conrad (1857-1924), escritor polonês-britânico do século 19, e menos Edward Said (1935-2003), intelectual "palestino" chique que vivia no Ocidente ouvindo ópera.

O terrorismo islamita vai mudar a geopolítica europeia e seu cotidiano. Infelizmente, a Europa se transformou num continente marcado pela negação de uma ideia muito antiga: que a guerra é parte da diplomacia.

E, aqui entre nós, como pequeno exemplo desse delírio de falsos riquinhos que somos, sonhamos com um Brasil que deveria ser a França (coitada...) e mergulhamos na histeria de gênero e na política das bicicletas, enquanto falta quimioterapia no SUS. O Brasil é mesmo um país ridículo.

A guerra é um horror. Mas, como dizia Napoleão, "preparem-se para a guerra porque a paz será terrível".