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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dissidentes cubanos querem encontrar-se com Dilma em sua visita a Cuba...

Na sede do Damas de Branco, luto pela morte de Wilman Villar. O grupo classificou a morte do dissidente como "assassinato"

Em Cuba, país que visita pela primeira vez como presidente do Brasil no próximo dia 31, Dilma Rousseff será observada de perto por analistas políticos, eleitores e também por seus pares chefes de Estado. Isso porque Dilma terá que lidar em Cuba com situações que podem opor questões pessoais, direitos humanos, o legado de seu antecessor nas relações com Cuba e os interesses do Brasil.
Dilma se encontrará em Havana com os líderes de um regime autoritário que, ao mesmo tempo em que sinaliza o início de uma possível abertura, mantém a pressão sobre seus dissidentes, como Wilman Villar Mendoza, que morreu na semana passada após passar 56 dias em greve de fome em protesto contra sua prisão. Não há dúvidas sobre o fato de que, como ex-presa política, Dilma será instada a se encontrar com opositores e ouvir as denúncias de que o governo atual de Cuba, como fazia o governo brasileiro durante o regime militar, comete violações aos direitos humanos. Segundo o jornal O Globo, pelo menos um grupo dissidente cubano, Damas de Branco, já manifestou a intenção de se encontrar com Dilma:
A porta-voz das Damas de Branco, Berta Soler, disse que, apesar de ainda não ter encaminhado um pedido formal, o grupo gostaria de uma reunião com a presidente para apresentar dados sobre a situação de direitos humanos no país. “As Damas de Branco são mulheres pacíficas, que lutam pela liberdade. Dilma pode ter mais sensibilidade com o tema por ser mulher. O principal problema é que o governo cubano pode não permitir. Queremos falar sobre a situação que vivemos, em que o governo dia a dia viola nossos direitos”, disse.
Até aqui, o governo Dilma, da mesma forma como fazia o governo Lula, não manifestou interesse em um encontro com dissidentes cubanos, um pedido que pode (e provavelmente seria) negado por Havana caso se tornasse realidade. Ainda que a questão dos direitos humanos seja cara para Dilma, durante sua visita a Cuba provavelmente deve prevalecer o lado pragmático da diplomacia brasileira. Com a perspectiva de que Cuba abra sua economia para investidores estrangeiros a médio prazo, a ilha poderia se tornar terreno fértil para as empresas brasileiras. Assim, manter uma boa relação com os atuais chefes cubanos seria estratégico para garantir a entrada das companhias nacionais em Cuba.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BLOG DO ALUIZIO AMORIM: MORRE PRESO POLÍTICO CUBANO QUE ESTAVA EM GREVE DE...

BLOG DO ALUIZIO AMORIM: MORRE PRESO POLÍTICO CUBANO QUE ESTAVA EM GREVE DE...: Wilman Villar Mendoza: morto nos calabouços cubanos Na última segunda-feira (16), o ministro Antonio Patriota, das Relações Exteriores, ...

 iniciou os preparativos para a visita oficial que a presidente Dilma Vana Rousseff fará a Cuba no final do mês. Patriota reuniu-se com os vice-presidentes Marino Murillo, encarregado da “implementação” das mais de 300 reformas propostas pelo presidente Raúl Castro, e com Ricardo Cabrisas, que cuida da área comercial.
Acontece que a visita de Dilma acontecerá em um momento difícil para o governo da ilha caribenha, que continua ignorando os direitos humanos, como se o truculento modelo político cubano fosse o mais eficiente do planeta. Na quinta-feira, morreu o dissidente cubanoWilman Villar Mendoza, em decorrência de problemas de saúde causados por 56 dias de greve de fome na prisão. De acordo com os oposicionistas, Mendoza morreu por conta dos maus tratos por parte do governo.
Villar Mendoza iniciou a greve de fome após ser preso, em novembro passado, quando foi julgado e condenado a quatro anos de prisão por crimes como desobediência, resistência e delitos contra o Estado,informou Elizardo Sánchez, dirigente do grupo Comissão Cubana pelos Direitos Humanos.
Dirigente da ilegal Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Sánchez disse que Willar estava em “estado crítico” e passou vários dias em uma sala de cuidados intensivos do Hospital Clínico Cirúrgico de Santiago de Cuba, a 900 quilômetros a sudeste de da capital Havana. “Ele foi transferido ao hospital depois de cerca de 50 dias em greve de fome”, disse o ativista.
“A comissão considera que toda a responsabilidade moral, política e jurídica em relação à morte de Wilman recai no governo de Cuba, já que ele se encontrava sob a custódia das autoridades”, acrescentou Sánchez, ao ressaltar que se tratava de uma “morte evitável”, completou Sánchez.
Wilmar Villar Mendoza é o segundo preso político que falece por causa de greve de fome em menos de um ano. Em fevereiro de 2010, morreu, em um hospital de Havana, Orlando Zapata Tamayo. Considerado “prisioneiro de consciência” pela organização de direitos humanos Anistia Internacional, Zapata Tamayo morreu aos 42 anos, após 85 dias de greve de fome.
A ativista Berta Soler, porta-voz das Damas de Blanco, que reúne parentes de dissidentes, culpou o governo cubano pelo “assassinato” de Mendoza. Leia MAIS