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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Não há algo como equilíbrio vida e trabalho. Há escolhas entre vida e trabalho" // Jack Welch / Papo de Homem

Pare de equilibrar sua vida com o seu trabalho

Segundo Jack Welch, lendário ex-CEO da General Electric:
"Não há algo como equilíbrio vida e trabalho. Há escolhas entre vida e trabalho. 
Frase proferida durante o encontro anual da , em 2009. Ela cimenteia as premissas de toda uma geração de executivos, com a autoridade do "CEO do Século". Do século passado, cabe frisar. 

Trabalho e negócios, Mecenas,Empresa Dojo 

Detesto a afirmação de Welch por alguns motivos.

1.

Pela silenciosa preponderância do trabalho escondida nas entrelinhas.
Afinal, se não há equilíbrio possível e temos dinheiro como necessidade básica para nos manter vivos, a conta é inequívoca. O capital comanda.
Aprenda a agir de acordo enquanto pode, camarada.
Tal pensamento reforça todo um sistema baseado em trabalho como sacríficio, supremacia patriarcal – homem se mata, se estressa e paga as contas; mulher cuida da casa, das crias e, se der, trabalha –, e artificialidade de valores, glorificando manifestações de poder e status como certificados de felicidade.

2.

Ao falarmos sobre a busca de uma relação saudável entre vida e trabalho, subentende-se ambos como entidades separadas.


crédito: malvados.org
Trabalha-se para viver. Vive-se para trabalhar.
A empresa seria o local onde nossa vida é separada de nós mesmos.
Um terço de nosso tempo como seres vivos em troca de dinheiro para aproveitar o terço restante, nos dando alívio mínimo para suportar o retorno ao trabalho. Sobrando algum tempo, dormimos. E sonhamos, sem saber se com promoções ou alforria.
Insanidade.

3.

Sim, o trabalho dignifica o homem. Ao mesmo tempo, o cega. A frase de Welch nos prende a paradigmas anacrônicos.
Seu tempo se foi.
Superamos as necessidades fisiológicas explicadas por Maslow.
Superamos a era industrial.
Assim como o ditado maroto nos diz que o sujeito que trabalha demais não tem tempo para ganhar dinheiro, esse tal também não consegue sequer vislumbrar a quebra de seu inferno sísifico. Corre atrás da cenoura pra saciar a fome e, então, acordar disposto a colher novas cenouras. Nunca tem tempo. Se alguém tenta falar com ele sobre algo além de cenouras, é repudiado. "Ora bolas, agora me vens com essa de questionar por que colhemos cenouras! Valha-me Deus!".

Essa relação com o trabalho não funciona mais.
A empresa deve nos permitir e estimular exercer nosso ofício com propósito. Deve catapultar nossa vida e nossa capacidade de expressão pessoal.
Não por meio de políticas de RH cretinas, controladoras; mas sim com simples bom-senso.
Melhor do que oferecer um final de semana no Caribe como bônus para atiçar competição canina entre dezenas de funcionários, é oferecer espaço para o Gerente exemplar, também pai, sair mais cedo no dia do aniversário do filho. Ou para a Diretora, esposa e mãe, se liberar em uma ocasião especial na qual deseje surpreender marido e filhos.
As dinâmicas silenciosas de nossos locais de trabalho reforçam, dia a dia, discursos incoerentes com o que as missões pregadas nas paredes insistem em berrar.
Pessoas tratadas com respeito não agem como malandras, querendo escapar do trabalho sempre que possível (pavor eterno dos gestores, "perder" horas/homem dos funcionários). Elas sentem o desejo intrínseco de retribuir. Motivação intrínseca, aquela que vem da boca do estômago, é ouro. Motivação extrínseca, aquela que vem na base do chicote e do salário ao final do mês, é artigo de segunda mão.
Chefes podem tratar seus funcionários como parceiros, dignos de confiança e tão capazes quanto eles, no mesmo patamar. A liderança deve ser exercida de maneira fluida, baseada em real mérito, não em uma limitada e sufocante estrutura hierárquica.
As empresas devem avançar na trilha de assumir um papel sólido como facilitadoras. Para que seus co-autores – maneira mais honesta de pensar nos funcionários – deslanchem em autonomia, criatividade e espontaneidade. Ainda que isso signifique crescer a ponto de não mais trabalhar na própria empresa.
Assim, as prioridades se alteram de modo fundamental. A busca do lucro para se gerar ainda e somente mais lucro é engavetada. Entra em cena a empresa que busca lucrar para aumentar o impacto positivo em sua rede. Empresa essa que vê com ótimos olhos lucros crescentes, pois os enxerga como meios hábeis para expandir exponencialmente.
Devemos esquecer por completo a noção tradicional de "equílibrio entre vida e trabalho" que reforça abismos entre esses espaços.
O caminho passa por buscar sentido em nossas vidas e nossos trabalhos, conjuntamente. Passa por empresas catapulta.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Agora o papo é sobre BELEZA! Visão masculina de ver, pensar, imaginar beleza ... / Papo de Homem

http://www.papodehomem.com.br/a-beleza-importa-uma-verdade-inconveniente?utm_content=buffer1079a&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer
A beleza importa: uma verdade inconveniente
Quando o belo se faz irremediavelmente importante, precisamos saber qual o seu contexto e benefícios
Cá estamos outra vez, hasteando o bastião da sabedoria nas pilastras da galhofa. A nossa querida coluna de imagem e estilo masculino de hoje analisará um assunto um tanto polêmico: a beleza
O assunto é beleza, então não preciso explicar a imagem. Monica.
Como já é usual, nosso objetivo não é emitir um veredicto ou estabelecer se algo é bom ou ruim, mas sim estimular a reflexão por meio do conhecimento pleno dos mecanismos estéticos, fazendo com que você, nobre truta, tenha mais controle sobre sua própria imagem.
Do começo: 

— Err, claro que beleza importa, mas não deveria, pois beleza é só a casca das coisas.
Amigão, volta lá e lê o segundo parágrafo deste texto. Pronto. 
Agora vamos buscar algumas informações na ciência, assim pareceremos mais sérios e inteligentes. Foi feita uma pesquisa em Londres, em que os voluntários tinham que escutar música e ver obras de arte monitorados por uma máquina que detectava as áreas do cérebro que estavam sendo ativadas naquele instante. Era pedido aos participantes que atribuíssem aos quadros e as músicas uma destas três características: feio, bonito e indiferente.
"Sempre quando a escolha era “bonito”, uma região específica do cérebro (a OFC) era ativada, a mesma região associada à recompensa, ao prazer e, muito importante, à curiosidade. Esta mesma região também é ativada quanto achamos um rosto bonito e, provavelmente, reaja assim a tudo mais que caracterizarmos como tal.
E daí?
Pois bem. A beleza se manifestar na mesma região que a curiosidade e que o sistema de recompensas pode ser uma tremenda pista de como ela age em nossa mente. Talvez a beleza, com seu caráter quase hipnótico, interaja conosco mais do que somente com a pura contemplação. Quem sabe ela não seja também um gatilho para o conhecimento? Lembre-se que nosso cérebro nunca trabalha de maneira randômica e, ao observarmos algo que julgamos belo, ele nos diz "continue olhando, fera". 
E se este for o sinal para percebemos que, à nossa frente, existe algo a ser decifrado?A contemplação como finalidade não tem lógica alguma, portanto, é muito provável que ela se trate do meio, não do fim do processo. Neste caso, a beleza seria um incentivo à curiosidade, uma dica da nossa mente para ficarmos atentos ao que temos diante de nós, e aprendermos com este algo.
Pode ser que grande parte da evolução humana se deva à percepção do belo. Pense bem, quando estamos em frente a alguma coisa bonita, mas que já vimos inúmeras vezes, ela parece perder um pouco da beleza, se tornar entediante, óbvia.... e por quê? Já a conhecemos, já a deciframos, não existe mais nada de curioso ali, então, aos nossos olhos, seu status se altera, ela perde seu encanto, se torna indiferente, quem sabe até comecemos a achá-la feia. 
É esta a grande sacada da beleza. Ela está intimamente ligada à resolução de um mistério. Por meio da harmonia ou de um padrão, percebemos que se trata de algo compreensível, embora ainda sem resolução, e este desejo de montar o quebra cabeça é a força que nos move na direção dela. Talvez por isso a beleza seja a característica mais arredia de todas, pois ela só existe de maneira plena quando é inatingível. Será sempre perseguida, mas nunca conquistada, sua condição de existência é a dúvida, a curva, o logo ali que nunca chega, embora sempre esteja do outro lado da calçada.
"Ah, que paraíso!". Pro cara que mora lá, é só mais uma terça-feira. 
— Bacana, poeta, e o que minha lata estragada tem a ver com isso?”
Ah moleque diabólico, não se aflija. Agora que compreendeu o funcionamento, é hora de aplicar o conhecimento: saiba que a beleza não é um fator físico, mas um fator perceptivo. Boa parte dela é transmitida e sofre variação quando nos expressamos, portanto, nem feiúra nem beleza são razões absolutas.
— Ah, entendi, então eu ter um buraco do nariz arreganhado de um lado e um parecendo um furicó do outro, não é necessariamente feio, né?
Putz, fera, sinto muito, é feio e não é pouco não. Deu até um calafrio aqui quando você falou furicó.
A primeira coisa que devemos fazer quando falamos sobre beleza é parar de acreditar no mantra do marketing atual de que todos somos igualmente belos. Eu vejo as propagandas de cosméticos anunciando que eles acham bonito tudo que é real e, na sequência, enchem a propaganda de diversos tipo de pessoas “reais” usando seu produtos. Tem baixas, altas, gordas, magras, velhas, novas. Ok, isso é diversidade de biotipo, o que não se trata exatamente de pessoas reais, ou melhor, são reais, mas ainda assim, costumam ser as mais bonitas dentro de seus biótipos.
Me diz, tem lá alguém cheio de olheira inchada e roxa, como vemos no mundo real? Tem com a pele toda manchada e irregular de sol, com é comum em qualquer região do brasil? Ah, não tem, né? Por que? Porque a pessoa “real” que usar o cosmético vai ganhar uma bunda de neném no lugar das bochechas, correto? Acho que não.
Veja bem, não somos e nunca seremos igualmente belos. A grande questão aqui é que isto não deve ser um problema, mas sim uma porta para o autoconhecimento e, com ele, o aprimoramento. 
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