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segunda-feira, 13 de julho de 2015
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Brasil está mais violento ... Ranking Mundial da Paz
Brasil cai 13 posições no ranking mundial da paz
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/brasil-cai-13-posicoes-no-ranking-mundial-da-paz
MUNDO
Brasil cai 13 posições no ranking mundial da paz
Em entrevista exclusiva, o australiano Steve Killelea, idealizador da pesquisa, diz que o elevado número de homicídios e a violência dos protestos gerados pela crise política explicam a queda
Por: Fernanda Allegretti17/06/2015 às 20:45 - Atualizado em 17/06/2015 às 21:23
'Há uma relação muito intensa entre paz e renda per capita', diz Steve Killelea. 'Mas há também o conceito de paz positiva, que é mais do que simplesmente a abstinência de violência. A paz positiva é a distribuição igualitária de recursos e poder'(visionofhumanity.org/Reprodução)
O Brasil está mais violento. É o que aponta o Índice Global da Paz 2015, divulgado hoje pelo Instituto para Economia e Paz, com sede em Sydney, na Austrália. Em apenas um ano, o país despencou da 90ª para a 103ª posição no ranking que elenca 162 nações de acordo com seu grau de pacificidade - quanto mais próxima do final, menos pacífica. O topo da lista é ocupado pela Islândia desde a primeira edição do Índice, em 2007.O documento, que analisa 23 indicadores quantitativos (gastos com o exército, taxa de homicídios e população carcerária) e qualificativos (a relação com os vizinhos, por exemplo), estima que o impacto da violência na economia mundial seja da ordem de 14,3 trilhões de dólares (44,2 trilhões de reais). O Brasil, sozinho, tem um gasto de cerca de 255 bilhões de dólares (788 bilhões de reais) para tentar conter os índices de violência -- é o quinto maior entre todos os países analisados.
LEIA TAMBÉM:
Custo da violência alcança US$ 14 trilhões no mundo, aponta estudo
MUNDO
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Em entrevista exclusiva, o australiano Steve Killelea, idealizador da pesquisa, diz que o elevado número de homicídios e a violência dos protestos gerados pela crise política explicam a queda
Por: Fernanda Allegretti17/06/2015 às 20:45 - Atualizado em 17/06/2015 às 21:23
'Há uma relação muito intensa entre paz e renda per capita', diz Steve Killelea. 'Mas há também o conceito de paz positiva, que é mais do que simplesmente a abstinência de violência. A paz positiva é a distribuição igualitária de recursos e poder'(visionofhumanity.org/Reprodução)
O Brasil está mais violento. É o que aponta o Índice Global da Paz 2015, divulgado hoje pelo Instituto para Economia e Paz, com sede em Sydney, na Austrália. Em apenas um ano, o país despencou da 90ª para a 103ª posição no ranking que elenca 162 nações de acordo com seu grau de pacificidade - quanto mais próxima do final, menos pacífica. O topo da lista é ocupado pela Islândia desde a primeira edição do Índice, em 2007.O documento, que analisa 23 indicadores quantitativos (gastos com o exército, taxa de homicídios e população carcerária) e qualificativos (a relação com os vizinhos, por exemplo), estima que o impacto da violência na economia mundial seja da ordem de 14,3 trilhões de dólares (44,2 trilhões de reais). O Brasil, sozinho, tem um gasto de cerca de 255 bilhões de dólares (788 bilhões de reais) para tentar conter os índices de violência -- é o quinto maior entre todos os países analisados.
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A paz no mundo(Arte/VEJA/VEJA)
Uma semana antes de divulgar o relatório deste ano do Índice Global da Paz, o empresário e filantropo australiano Steve Killelea, idealizador do ranking e também do Instituto para Economia e Paz, esteve no Brasil para a Convenção Internacional do Rotary. Killelea, de 65 anos, começou a carreira no ramo da tecnologia e, hoje, é um dos maiores filantropos de seu país. A seguir, a entrevista que ele concedeu com exclusividade a VEJA:
Em um ano, o Brasil caiu 13 posições no Índice Global da Paz - despencou do 90º para o 103º lugar. O que aconteceu? O Brasil, assim como muitos países da América Latina, tem sua nota bastante impactada por crimes violentos e homicídios. Recentemente, li um artigo que chamou muito a minha atenção. Dizia que, no ano passado, a polícia brasileira havia matado 1,6 mil pessoas, aproximadamente. É muita coisa. Na Islândia, por exemplo, os policiais não andam nem armados. Neste ano, além do número de homicídios (25,2 casos para cada 100 mil habitantes), o desempenho do Brasil foi impactado pelos casos de corrupção no governo, pela estagnação econômica e pela inflação. Esses fatores geraram descontentamento na população e motivaram protestos violentos pelo país.
Atualmente, há uma grande discussão no Brasil sobre a redução da maioridade penal. Um jovem menor de 18 anos deve ser preso e punido por seus atos? Há muitos estudos em criminologia que afirmam que a punição não é tão importante quanto a percepção do criminoso de que será pego. Portanto, pessoas que cometem crimes devem ser encontradas e punidas. Quão dura deve ser essa pena é uma outra questão.
O Índice estima o custo global da violência em 14,3 trilhões de dólares. Só o Brasil gasta 255 bilhões e é a quinta nação que mais investe recursos para tentar conter a violência. Como o Institute for Economics and Peace (IEP), responsável pelo levantamento, chega a esses números?Nós analisamos o custo de lidar com as consequências da violência. Analisamos gastos com forças armadas, homicídios e outros crimes violentos, polícia, população encarcerada, seguros. É uma análise holística, que dividimos em três partes: custos diretos (no caso de um homicídio, seria o gasto médico associado ao caso e o gasto com a investigação policial), custos indiretos (no caso de um homicídio, seria a perda de uma pessoa que ainda poderia produzir e injetar seus ganhos na economia) e, por fim, há o que chamamos de efeito multiplicador, ou seja, se um país realocar o que gasta com a violência em coisas mais produtivas, usar o dinheiro que seria investido em uma prisão para construir uma escola, por exemplo, haverá um impacto positivo em cadeia.
Por qual razão os Estados Unidos, mais desenvolvidos que o Brasil, ocupam a 94ª posição e, portanto, não têm um desempenho muito melhor no ranking? O que puxa a nota dos Estados Unidos para baixo é uma combinação de fatores: alta taxa de encarceramento - proporcionalmente, é a nação com mais pessoas presas do mundo -; disponibilidade muito grande de armas; taxa de homicídios elevada, se comparada a outros países desenvolvidos; e, também, o fato de o país se envolver em muitos conflitos no Oriente Médio. Os Estados Unidos são o país com o maior gasto militar: 1,3 trilhão de dólares anuais. A China, que está logo atrás; gasta 370 bilhões de dólares.
O que podemos aprender com a Islândia, que há anos ocupa o topo do Índice Global da Paz? A sociedade islandesa convive com um ambiente natural muito hostil. Há até uma piada local: "O que você faz se ficar perdido em uma floresta na Islândia? Fica em pé, porque não há vegetação que ultrapasse meio metro". Há milhares de anos, os habitantes dessa região precisavam contar com a ajuda uns dos outros para sobreviver. E essa mentalidade de cooperação ainda é muito forte na Islândia. Além disso, o país é rico e tem dinheiro para investir no que for preciso. Por fim, como outras nações que têm bom desempenho no ranking, os islandeses são resilientes e lidam bem com situações extremas, em vez de ficarem estressados. Na crise econômica global, a Islândia foi o país mais afetado. Eles quebraram muito mais que a Grécia. Um novo partido político foi formado e, em nove meses, ele ganhou poder e começou a mudar a direção do país.
É possível vencer o terrorismo de maneira pacífica? Produzimos um relatório, em 2014, com dados de um estudo que acompanhou 260 movimentos terroristas diferentes entre os anos 60 até mais ou menos os anos 2000. Desse total, sete por cento foram derrotados militarmente, 10% atingiram o objetivo que almejavam e os outros 83% foram contidos com uma combinação de intervenção militar e negociação. Em 2013, 84% das mortes por terrorismo ocorreram em cinco países: Nigéria, Paquistão, Afeganistão, Iraque e Síria. Hoje, 64% das mortes são causadas por quatro organizações: Al Qaeda, Isis, Boko Haram e Talibã. Esses grupos surgiram do extremismo islâmico e, portanto, têm algo em comum. Quando uma organização terrorista ultrapassa mil membros, a única maneira de vencê-la é com intervenção militar.
Então, o senhor não é contra o uso da força militar? Não, de maneira nenhuma. Essas situações se tornam muito complexas, mas, se não houvesse uma resposta militar ao Isis, por exemplo, o grupo teria assumido o controle de 11 regiões no Oriente Médio. Partes da Síria, Turquia, Iraque, Jordânia e Palestina teriam sido tomadas. Seria um completo desastre.
Os países pobres são mais vulneráveis à violência? De modo geral, sim. Há uma relação muito intensa entre paz e renda per capita. Mas há também o conceito de paz positiva, que é mais do que simplesmente a abstinência de violência. A paz positiva é a distribuição igualitária de recursos e poder; é a presença de justiça social por meio de oportunidades iguais. Os fatores que formam uma sociedade pacífica são importantes também para o desenvolvimento, pois impactam num ambiente de negócios competitivo, na igualdade de gênero, no ambiente saudável para se fazer negócio, na transparência, na corrupção e em muitas outras coisas.
Como a comunidade internacional pode trabalhar para reduzir a violência? A primeira coisa é controlar a disponibilidade de armas. Raramente as pessoas fazem a ligação entre número de crimes violentos e a oferta de armas. Os países têm que se esforçar mais para tirar as armas das ruas. A segunda é preparar-se para a urbanização dos países em desenvolvimento. Hoje, metade da população mundial vive em cidades. Até 2050 essa porcentagem subirá para 70%. Noventa e um por cento dos novos integrantes virão de países em desenvolvimento e as cidades tendem a ser mais violentas do que as áreas rurais. Logo, se vamos ficar mais urbanizados, é preciso construir as estruturas certas para que a violência não aumente.
De que maneira surgiu a ideia de criar o Índice Global da Paz? Eu e minha mulher montamos uma fundação familiar há mais ou menos 25 anos. Por causa dessa fundação, fomos a muitos países em desenvolvimento e, há cerca de dez anos, enquanto viajámos pelo Congo, visitando alguns projetos por lá, pensei: quais serão os países mais pacíficos do mundo e o que podemos aprender com eles? Procurei na internet e não encontrei uma lista ou ranking que elencasse as nações pelo grau de pacificidade. O índice nasceu dessa curiosidade. Quando me decidi por esse tema, fiquei surpreso ao constatar quão pouco sabíamos sobre ele. Nós estudamos muito mais a violência do que as sociedades resilientes ou o que torna uma sociedade pacífica. Ninguém começa um negócio novo sem reunir uma série de métricas. Os governos produzem uma quantidade enorme de métricas. Medimos tudo, mas não tínhamos uma forma de medir a paz. E, sem isso, era impossível compreendê-la.
Uma semana antes de divulgar o relatório deste ano do Índice Global da Paz, o empresário e filantropo australiano Steve Killelea, idealizador do ranking e também do Instituto para Economia e Paz, esteve no Brasil para a Convenção Internacional do Rotary. Killelea, de 65 anos, começou a carreira no ramo da tecnologia e, hoje, é um dos maiores filantropos de seu país. A seguir, a entrevista que ele concedeu com exclusividade a VEJA:
Em um ano, o Brasil caiu 13 posições no Índice Global da Paz - despencou do 90º para o 103º lugar. O que aconteceu? O Brasil, assim como muitos países da América Latina, tem sua nota bastante impactada por crimes violentos e homicídios. Recentemente, li um artigo que chamou muito a minha atenção. Dizia que, no ano passado, a polícia brasileira havia matado 1,6 mil pessoas, aproximadamente. É muita coisa. Na Islândia, por exemplo, os policiais não andam nem armados. Neste ano, além do número de homicídios (25,2 casos para cada 100 mil habitantes), o desempenho do Brasil foi impactado pelos casos de corrupção no governo, pela estagnação econômica e pela inflação. Esses fatores geraram descontentamento na população e motivaram protestos violentos pelo país.
Atualmente, há uma grande discussão no Brasil sobre a redução da maioridade penal. Um jovem menor de 18 anos deve ser preso e punido por seus atos? Há muitos estudos em criminologia que afirmam que a punição não é tão importante quanto a percepção do criminoso de que será pego. Portanto, pessoas que cometem crimes devem ser encontradas e punidas. Quão dura deve ser essa pena é uma outra questão.
O Índice estima o custo global da violência em 14,3 trilhões de dólares. Só o Brasil gasta 255 bilhões e é a quinta nação que mais investe recursos para tentar conter a violência. Como o Institute for Economics and Peace (IEP), responsável pelo levantamento, chega a esses números?Nós analisamos o custo de lidar com as consequências da violência. Analisamos gastos com forças armadas, homicídios e outros crimes violentos, polícia, população encarcerada, seguros. É uma análise holística, que dividimos em três partes: custos diretos (no caso de um homicídio, seria o gasto médico associado ao caso e o gasto com a investigação policial), custos indiretos (no caso de um homicídio, seria a perda de uma pessoa que ainda poderia produzir e injetar seus ganhos na economia) e, por fim, há o que chamamos de efeito multiplicador, ou seja, se um país realocar o que gasta com a violência em coisas mais produtivas, usar o dinheiro que seria investido em uma prisão para construir uma escola, por exemplo, haverá um impacto positivo em cadeia.
Por qual razão os Estados Unidos, mais desenvolvidos que o Brasil, ocupam a 94ª posição e, portanto, não têm um desempenho muito melhor no ranking? O que puxa a nota dos Estados Unidos para baixo é uma combinação de fatores: alta taxa de encarceramento - proporcionalmente, é a nação com mais pessoas presas do mundo -; disponibilidade muito grande de armas; taxa de homicídios elevada, se comparada a outros países desenvolvidos; e, também, o fato de o país se envolver em muitos conflitos no Oriente Médio. Os Estados Unidos são o país com o maior gasto militar: 1,3 trilhão de dólares anuais. A China, que está logo atrás; gasta 370 bilhões de dólares.
O que podemos aprender com a Islândia, que há anos ocupa o topo do Índice Global da Paz? A sociedade islandesa convive com um ambiente natural muito hostil. Há até uma piada local: "O que você faz se ficar perdido em uma floresta na Islândia? Fica em pé, porque não há vegetação que ultrapasse meio metro". Há milhares de anos, os habitantes dessa região precisavam contar com a ajuda uns dos outros para sobreviver. E essa mentalidade de cooperação ainda é muito forte na Islândia. Além disso, o país é rico e tem dinheiro para investir no que for preciso. Por fim, como outras nações que têm bom desempenho no ranking, os islandeses são resilientes e lidam bem com situações extremas, em vez de ficarem estressados. Na crise econômica global, a Islândia foi o país mais afetado. Eles quebraram muito mais que a Grécia. Um novo partido político foi formado e, em nove meses, ele ganhou poder e começou a mudar a direção do país.
É possível vencer o terrorismo de maneira pacífica? Produzimos um relatório, em 2014, com dados de um estudo que acompanhou 260 movimentos terroristas diferentes entre os anos 60 até mais ou menos os anos 2000. Desse total, sete por cento foram derrotados militarmente, 10% atingiram o objetivo que almejavam e os outros 83% foram contidos com uma combinação de intervenção militar e negociação. Em 2013, 84% das mortes por terrorismo ocorreram em cinco países: Nigéria, Paquistão, Afeganistão, Iraque e Síria. Hoje, 64% das mortes são causadas por quatro organizações: Al Qaeda, Isis, Boko Haram e Talibã. Esses grupos surgiram do extremismo islâmico e, portanto, têm algo em comum. Quando uma organização terrorista ultrapassa mil membros, a única maneira de vencê-la é com intervenção militar.
Então, o senhor não é contra o uso da força militar? Não, de maneira nenhuma. Essas situações se tornam muito complexas, mas, se não houvesse uma resposta militar ao Isis, por exemplo, o grupo teria assumido o controle de 11 regiões no Oriente Médio. Partes da Síria, Turquia, Iraque, Jordânia e Palestina teriam sido tomadas. Seria um completo desastre.
Os países pobres são mais vulneráveis à violência? De modo geral, sim. Há uma relação muito intensa entre paz e renda per capita. Mas há também o conceito de paz positiva, que é mais do que simplesmente a abstinência de violência. A paz positiva é a distribuição igualitária de recursos e poder; é a presença de justiça social por meio de oportunidades iguais. Os fatores que formam uma sociedade pacífica são importantes também para o desenvolvimento, pois impactam num ambiente de negócios competitivo, na igualdade de gênero, no ambiente saudável para se fazer negócio, na transparência, na corrupção e em muitas outras coisas.
Como a comunidade internacional pode trabalhar para reduzir a violência? A primeira coisa é controlar a disponibilidade de armas. Raramente as pessoas fazem a ligação entre número de crimes violentos e a oferta de armas. Os países têm que se esforçar mais para tirar as armas das ruas. A segunda é preparar-se para a urbanização dos países em desenvolvimento. Hoje, metade da população mundial vive em cidades. Até 2050 essa porcentagem subirá para 70%. Noventa e um por cento dos novos integrantes virão de países em desenvolvimento e as cidades tendem a ser mais violentas do que as áreas rurais. Logo, se vamos ficar mais urbanizados, é preciso construir as estruturas certas para que a violência não aumente.
De que maneira surgiu a ideia de criar o Índice Global da Paz? Eu e minha mulher montamos uma fundação familiar há mais ou menos 25 anos. Por causa dessa fundação, fomos a muitos países em desenvolvimento e, há cerca de dez anos, enquanto viajámos pelo Congo, visitando alguns projetos por lá, pensei: quais serão os países mais pacíficos do mundo e o que podemos aprender com eles? Procurei na internet e não encontrei uma lista ou ranking que elencasse as nações pelo grau de pacificidade. O índice nasceu dessa curiosidade. Quando me decidi por esse tema, fiquei surpreso ao constatar quão pouco sabíamos sobre ele. Nós estudamos muito mais a violência do que as sociedades resilientes ou o que torna uma sociedade pacífica. Ninguém começa um negócio novo sem reunir uma série de métricas. Os governos produzem uma quantidade enorme de métricas. Medimos tudo, mas não tínhamos uma forma de medir a paz. E, sem isso, era impossível compreendê-la.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Controle da mídia está na pauta de discussão no Parlamento
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cunha-diz-que-tentativas-de-controle-da-midia-nao-prosperarao-no-parlamento
BRASIL
GOVERNO
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está em viagem ao exterior, hoje, em Moscou, para participar do fórum parlamentar dos Brics, fez hoje em seus perfis oficiais nas redes sociais - Twitter e Facebook - uma defesa da liberdade de imprensa.
"Tentativas de controle dos meios de comunicação não prosperarão no Legislativo", avisou, parabenizando os profissionais do setor pela comemoração neste domingo, 7, do Dia da Liberdade de Imprensa. Na defesa de seu argumento, o peemedebista diz que a liberdade deve prevalecer em todas as circunstâncias porque tem se consolidado como baluarte da democracia.
A defesa da regulação da mídia é uma das bandeiras do Partido dos Trabalhadores e da presidente Dilma Rousseff. Assim que foi reeleita, em outubro do ano passado, a petista defendeu a regulação econômica da mídia, sem interferência no conteúdo, sob argumento de que apenas seis famílias controlam 70% da imprensa brasileira.
Para a presidente, a regulação servirá para impedir o monopólio e os oligopólios regionais dos meios de comunicação no país. Em razão da polêmica dessa proposta, apesar da defesa de Dilma, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva (PT), disse no mês passado que o projeto de regulação da mídia não faz parte das prioridades do governo.
A crítica de Eduardo Cunha a qualquer tentativa de regulação da mídia ocorre na mesma semana em que o tema estará em discussão na Câmara dos Deputados. Nesta quinta, 11, a partir das 9h30, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, a assessora da presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Ana Carolina Lopes de Carvalho, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Murilo Cesar Ramos e a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, falarão sobre a regulação econômica dos meios de comunicação, em audiência pública requerida pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP).
Duas propostas serão discutidas nessa audiência pública na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PL) 4026/2004, de autoria do ex-deputado Cláudio Magrão (PPS-SP), e o projeto de lei (PL)6667/2009, do deputado Ivan Valente (Psol-SP). Ambos regulamentam a Constituição Federal (Art. 220), impondo limites à propriedade dos meios de comunicação e à audiência, com a finalidade de coibir o monopólio no setor.
(Com Estadão Conteúdo)
07/06/2015 às 17:26 - Atualizado em 07/06/2015 às 17:26
Cunha diz que tentativas de controle da imprensa não prosperarão no Parlamento
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antes da sessão para a votação da MP 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília(Marcelo Camargo/Agência Brasil/Divulgação)O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está em viagem ao exterior, hoje, em Moscou, para participar do fórum parlamentar dos Brics, fez hoje em seus perfis oficiais nas redes sociais - Twitter e Facebook - uma defesa da liberdade de imprensa.
"Tentativas de controle dos meios de comunicação não prosperarão no Legislativo", avisou, parabenizando os profissionais do setor pela comemoração neste domingo, 7, do Dia da Liberdade de Imprensa. Na defesa de seu argumento, o peemedebista diz que a liberdade deve prevalecer em todas as circunstâncias porque tem se consolidado como baluarte da democracia.
"Praticamos todos os dias o direito constitucional, a manifestação livre, que é da atividade parlamentar. A Câmara é um ambiente propício à discussão. É inaceitável a censura travestida de regulação. Essa Casa jamais dará acolhida e repudiará qualquer tentativa que possa resvalar em atitude autoritária, qualquer tentativa de controle dos meios de comunicação não irá prosperar no Legislativo."
A defesa da regulação da mídia é uma das bandeiras do Partido dos Trabalhadores e da presidente Dilma Rousseff. Assim que foi reeleita, em outubro do ano passado, a petista defendeu a regulação econômica da mídia, sem interferência no conteúdo, sob argumento de que apenas seis famílias controlam 70% da imprensa brasileira.
Para a presidente, a regulação servirá para impedir o monopólio e os oligopólios regionais dos meios de comunicação no país. Em razão da polêmica dessa proposta, apesar da defesa de Dilma, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva (PT), disse no mês passado que o projeto de regulação da mídia não faz parte das prioridades do governo.
A crítica de Eduardo Cunha a qualquer tentativa de regulação da mídia ocorre na mesma semana em que o tema estará em discussão na Câmara dos Deputados. Nesta quinta, 11, a partir das 9h30, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, a assessora da presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Ana Carolina Lopes de Carvalho, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Murilo Cesar Ramos e a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, falarão sobre a regulação econômica dos meios de comunicação, em audiência pública requerida pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP).
Duas propostas serão discutidas nessa audiência pública na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PL) 4026/2004, de autoria do ex-deputado Cláudio Magrão (PPS-SP), e o projeto de lei (PL)6667/2009, do deputado Ivan Valente (Psol-SP). Ambos regulamentam a Constituição Federal (Art. 220), impondo limites à propriedade dos meios de comunicação e à audiência, com a finalidade de coibir o monopólio no setor.
(Com Estadão Conteúdo)
07/06/2015 às 17:26 - Atualizado em 07/06/2015 às 17:26
domingo, 7 de junho de 2015
Listas de tudo de Veja
http://veja.abril.com.br/listas/
AS LISTAS DE VEJA
Informação, curiosidade e diversão que enriquecem a notícia
- As medidas que vão na contramão dos ajustes
- As dez melhores empresas para se trabalhar na América Latina
- As dez cidades mais 'jovens' do mundo
- Sete executivos bilionários que levam vida simples
- Dez regras de etiqueta que todo executivo deveria saber
- As cinco informações que importam do balanço da Petrobras
- Dez feitos de Hillary que nada têm a ver com Bill
- Cinco motivos para apoiar o voto distrital
- Famosas que abusaram do Photoshop
- 10 dicas de Steve Jobs para alcançar o sucesso
- Cinco estratégias de negócio de Taylor Swift
- 'SuperStar' 2015: os padrinhos e suas bandas
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Justiça do Paquistão soltou 8 de 10 pessoas que atacaram Malala
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/paquistao-liberta-8-dos-10-suspeitos-de-ataque-a-malala
quinta-feira, 21 de maio de 2015
151 dias para o governo contra 204 para você. .. Essa é a conta que você deve fazer para entender o que são impostos, taxas, contribuições para o Governo
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
às 13:07 \ Direto ao Ponto
21/05/2015
1 minuto com Augusto Nunes: Os brasileiros trabalharam de janeiro a maio para sustentar o governo com o dinheiro de impostos
domingo, 3 de maio de 2015
Blog de Felipe Moura Brasil > Lula, Dilma e João Santana...enfrentam consequências de suas escolhas funestas
http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/
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Se a Lava Jato vai para cima da Odebrecht, Lula vai para cima da Lava Jato
Os últimos parágrafos de uma reportagem do Estadão mostram os novos rumos da Operação Lava Jato:
“Com a fase final desses primeiros processos que têm como réus executivos de seis empreiteiras, a Lava Jato entra em nova etapa.
Serão duas frentes prioritárias. A primeira tem por objetivo concentrar esforços na apresentação de denúncias contra os executivos de outras empreiteiras investigadas por cartel, como a Odebrecht, a Andrade Gutierrez e a Queiroz Galvão.
A segunda frente será aprofundar a descoberta dos esquemas de desvios, propina e lavagem nos contratos das diretorias de Serviços – comandada por Renato Duque e cota do PT no esquema – e de Internacional – comandada por Nestor Cerveró e cota do PMDB”.
Eu só sei de uma coisa:
Se a Lava Jato vai para cima da Odebrecht, Lula (com seus bonequinhos, como Wadih Damous) vai para cima da Lava Jato.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Tags: Lula, Operação Lava Jato
10 resultados “estarrecedores” de Dilma Rousseff
2) O menor nível de confiança da indústria em 10 anos;
3) A maior alta da inflação em 11 anos, chegando a 8,13% em 12 meses;
4) A maior alta da taxa de juros em 7 anos, chegando a 13,25%;
5) A pior desaceleração da economia nacional em duas décadas, prevista em relatório do FMI;
6) O menor índice desde 2010 de satisfação com os rumos da economia, de acordo com pesquisa da Ipsus Public Affairs, segundo a qual apenas 11% dos brasileiros estão satisfeitos;
7) 56% dos brasileiros estão revendo gastos que estavam planejados para 2015 e pretendem cortar produtos considerados não essenciais, segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito;
8) 53% dos brasileiros decidiram diminuir as compras parceladas com medo do que pode acontecer no futuro, também de acordo com o SPC;
9) A desvalorização do real frente ao dólar, que voltou a ficar acima dos R$ 3 nesta semana;
10) A queda de 2.000 dólares na renda per capita (de 11.300 para 9.300) desde que Dilma assumiu o governo, sendo o Brasil hoje um dos poucos países do mundo em que a renda per capita está em queda.
A propósito deste último item, convém lembrar as palavras da petista em 12 de abril de 2013:
“O nosso objetivo é dobrar [!] a nossa renda per capita. É esse o objetivo desse país. Ele se mede, fundamentalmente, pela renda per capita da nossa população. É essa a medida e o metro que nós devemos usar.”
Dilma é reprovada em sua própria medida. Dilma é péssima em todos os metros.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
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João Santana, marqueteiro do PT, é investigado por lavagem de dinheiro
O marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma Rousseff é suspeito de ter usado duas empresas para trazer 16 milhões de dólares de Angola para o Brasil, em 2012. A notícia é da Folha.
O dinheiro lavado por João Santana seria proveniente de empreiteiras brasileiras que atuam no país africano, evidentemente com obras financiadas pelo BNDES, ou seja: pelo dinheiro do contribuinte brasileiro.
Para quitar a dívida de 20 milhões de reais que tinha com o marqueteiro após a campanha de Fernando Haddad, o PT lhe teria feito pagamentos com o nosso dinheiro por meio das empreiteiras.
Fernando Haddad e João Vaccari Neto já depuseram no inquérito aberto pela PF.
João Santana nega irregularidade, claro.
Assim como, em campanha, negou a inflação.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Tags: Dilma Rousseff, João Santana, Lula, PT
sábado, 2 de maio de 2015
O boxe ressuscitado por uma luta emblemática
Mayweather e Pacquiao fazem hoje 'luta do século'. E dos recordes | VEJA.com
http://flip.it/YnBKD
Mayweather e Pacquiao fazem hoje 'luta do século'. E dos recordes
Bolsa da luta é de 300 milhões de dólares. Vencedor levará cinturão cravejado de diamantes
- Atualizado em
O americano Floyd Mayweather e o filipino Manny Pacquiao se enfrentam neste sábado no MGM Grand Garden Arena de Las Vegas, nos Estados Unidos, em um confronto que promete entrar para a história. A "luta do século" atingiu recordes relacionados a preços de ingressos, vendas de pay-per-view - calcula-se 4 milhões apenas nos EUA -, procura por hospedagem na cidade americana e será assistida por milhões de pessoas em todo o mundo.
Os dois pugilistas, considerados os rincipais astros do boxe atualmente, entrarão no ringue à 1 hora de domingo (horário de Brasília) lutando por quatro cinturões: o dos meio-médios da Organização Mundial de Boxe (atualmente com Pacquiao), o dos meio-médios do Conselho Mundial de Boxe e o dos médio-ligeiros da Associação Mundial de Boxe (ambos em poder de Mayweather) e, de quebra, o cinturão feito de esmeraldas e diamantes para a própria luta, com valor estimado em 1 milhão de dólares (cerca de 3 milhões de reais).
O valor do cinturão de diamantes quase desaparece diante das demais cifras da luta: a bolsa total é de 300 milhões de dólares (cerca de 900 milhões de reais), dos quais 180 milhões de dólares (540 milhões de reais) vão engordar ainda mais a conta do americano, o atleta mais bem-pago do mundo. Mayweather faz questão de mostrar seus ganhos, tirando fotos ao lado de pilhas de dólares, exibindo carrões e joias. Vira e mexe também se envolve em confusões, agredindo namoradas - já foi parar na prisão por causa disso - e desacatando policiais.
Já Pacquiao não esquece a infância pobre. Vive com a máxima discrição possível - nas Filipinas é tido como herói nacional, pelos feitos nos ringues e pela preocupação social que o levou inclusive a enveredar pelo mundo da política - e diz que vive "apenas com o necessário". Ele deverá receber 120 milhões de dólares (360 milhões de reais).
(Com Estadão Conteúdo)
domingo, 26 de abril de 2015
Incentivo para a Reforma Eleitoral... "Voto Distrital barateia campanha absurdamente", diz Eunício de Oliveria
'Voto distrital barateia campanhas absurdamente', diz líder do PMDB no Senado | VEJA.com
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Por: Gabriel Castro, de Brasília25/04/2015 às 18:01 - Atualizado em 25/04/2015 às 18:01
Eunício Oliveira (PMDB-CE): defesa do voto distrital(Leonardo Prado/VEJA)
Na última semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou em caráter terminativo um projeto de lei que institui o voto distrital nas disputas para vereador em cidades com mais de 200.000 eleitores. A proposta é de autoria de José Serra (PSDB-SP), mas teve como relator o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Favorável à proposta, Eunício conversou com o site de VEJA sobre as vantagens do voto distrital.
Quais são as vantagens do voto distrital? Hoje temos com o Brasil o compromisso de não chegar às eleições de 2016 com o mesmo sistema de voto proporcional e de financiamento de campanha que temos atualmente. Na discussão desse projeto do senador José Serra, eu argumentei que isso pode ser um embrião, já que não atinge a todos. Defendo o voto distrital puro, mas não me incomodo que ele seja misto. O Serra me pediu para ser o relator. Acho que nós temos que fazer a evolução do sistema de representação. E esse modelo distrital aproxima o eleitor do eleito. Hoje, o eleitor não sabe em quem votou, porque não há uma relação de proximidade. O voto distrital aproxima o eleitor do eleito e obriga o eleito a ser próximo do que o elege.
LEIA TAMBÉM:
CCJ do Senado aprova voto distrital em eleição para vereador
'Voto distrital pode valer já em 2016', diz Serra
O custo de campanha se alteraria com o voto distrital? Isso barateia absurdamente as campanhas. Já não se pode ficar como está. Veja no que esse modelo atual está resultando, quanta mácula no sistema político eleitoral. O voto distrital é fundamental. Espero que a Câmara compreenda isso.
O distrital não transforma deputados em vereadores federais? Mas qual é a finalidade de um parlamentar? Representar o seu eleitor. O deputado de Sobral lá no Ceará só é eleito em Sobral? Ao mesmo tempo ele recebe voto no final da região sul do Ceará, lá em Brejo Santo. Ele vai concentrar toda a atuação parlamentar dele voltada para Sobral. Com o voto distrital, o Ceará seria dividido em 46 distritos e haveria os deputados representantes de cada região. E qual é o problema de transformar o deputado em um vereador? O vereador é mais próximo do eleitor.
O que aconteceria com os parlamentares que se elegem não por sua ligação com uma região específica, mas por defenderem causas como o ambientalismo? Eu não conheço um deputado assim. Tem os evangélicos, é verdade. Mas o número de votos para ser eleito é muito menor, porque o território é mais restrito. Isso aproxima o eleitor dele e aproxima ele do eleitor. É mais complicado para quem exerce o mandato? É. É muito mais demandado? É. Tem de dar muito mais atenção? Tem. Mas são ossos do ofício. Quanto mais demandado ele for, quanto mais cobrado ele for, mais o eleitor ganha.
E a alternativa do voto misto não resolveria isso? É uma opção. Aí nessa outra parte tem os chamados ideológicos, ou os que são ligados a um grupo específico. Isso seria contemplado pelo voto misto.
Nesse caso, a ideia é dividir as vagas meio a meio, metade dos deputados sendo eleita por cada sistema? Acho que seria uma boa solução. Em cada distrito, haveria o voto local e o geral.
O leitor não ficará confuso ao ter de dar dois votos para um mesmo cargo? Não tem problema. O sistema é eletrônico, não tem papel. Na votação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados são uns quinze votos ao mesmo tempo e ninguém demora mais do que dois minutos dentro da cabine.
Por que é tão difícil aprovar uma mudança de sistema? Há poucos dias eu tive uma conversa com um ministro importante do Supremo e do TSE, e disse para ele que Supremo errou quando acabou com a cláusula de barreira. A decisão permitiu a criação de vários partidecos, os chamados nanicos. Tem partido que tem dez deputados, ou só um senador que é lider de si mesmo. Permitiram essa proliferação de partidos e eles se juntam no que é de interesse deles. Por exemplo: a manutenção dessa coisa maluca, esdrúxula, ruim, perversa, que destrói a política: a coligação proporcional. Lá no Ceará, nas últimas eleições, o partido do governador tinha 37 segundos de TV. E ele foi comprando, foi chamando, foi negociando cargo. Ele nomeou a mulher do presidente do PV como secretária de meio ambiente e providenciou a nomeação da filha dela secretária de Meio Ambiente de Fortaleza. Só porque tinha que juntar mais 30 segundos para a coligação. É por isso que é dífícil fazer essa reforma na Câmara. Se extinguir a coligação proporcional, vamos ver a fusão de pelo menos dez partidos políticos, porque aí ninguém vai comprar mais o tempo de TV.
Uma reforma política "fatiada" é mais viável? Se nós fizermos um novo modelo de financiamento de campanha, se a Câmara o fim das coligações proporcionais, se nós acabarmos com a reeleição, que é outra coisa perversa para o país e instalarmos o sistema de voto distrital misto, esses quatro pontos resolvem o problema da reforma política completamente. Não defendo o financiamento exclusivo público. Como você vai tirar 10 bilhões por ano do Orçamento? Mas é preciso fazer um sistema misto e que não permita que a mesma empresa doe para candidatos rivais. O sistema atual é caro e perigoso. Tem partido que tem um tesoureiro condenado e o outro preso.
O voto distrital tem mesmo chance de avançar? Eu espero, sinceramente, que a Câmara se conscientize disso. Não dá mais para pensar somente no próprio mandato só. Tudo tem limite. A sociedade não aceita mais.
'Voto distrital barateia campanhas absurdamente', diz líder do PMDB no SenadoRelator de projeto que institui voto distrital para vereadores, o senador afirma que a medida aproximaria os eleitos dos eleitores
Por: Gabriel Castro, de Brasília25/04/2015 às 18:01 - Atualizado em 25/04/2015 às 18:01
Eunício Oliveira (PMDB-CE): defesa do voto distrital(Leonardo Prado/VEJA)
Na última semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou em caráter terminativo um projeto de lei que institui o voto distrital nas disputas para vereador em cidades com mais de 200.000 eleitores. A proposta é de autoria de José Serra (PSDB-SP), mas teve como relator o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Favorável à proposta, Eunício conversou com o site de VEJA sobre as vantagens do voto distrital.
Quais são as vantagens do voto distrital? Hoje temos com o Brasil o compromisso de não chegar às eleições de 2016 com o mesmo sistema de voto proporcional e de financiamento de campanha que temos atualmente. Na discussão desse projeto do senador José Serra, eu argumentei que isso pode ser um embrião, já que não atinge a todos. Defendo o voto distrital puro, mas não me incomodo que ele seja misto. O Serra me pediu para ser o relator. Acho que nós temos que fazer a evolução do sistema de representação. E esse modelo distrital aproxima o eleitor do eleito. Hoje, o eleitor não sabe em quem votou, porque não há uma relação de proximidade. O voto distrital aproxima o eleitor do eleito e obriga o eleito a ser próximo do que o elege.
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'Voto distrital pode valer já em 2016', diz Serra
O custo de campanha se alteraria com o voto distrital? Isso barateia absurdamente as campanhas. Já não se pode ficar como está. Veja no que esse modelo atual está resultando, quanta mácula no sistema político eleitoral. O voto distrital é fundamental. Espero que a Câmara compreenda isso.
O distrital não transforma deputados em vereadores federais? Mas qual é a finalidade de um parlamentar? Representar o seu eleitor. O deputado de Sobral lá no Ceará só é eleito em Sobral? Ao mesmo tempo ele recebe voto no final da região sul do Ceará, lá em Brejo Santo. Ele vai concentrar toda a atuação parlamentar dele voltada para Sobral. Com o voto distrital, o Ceará seria dividido em 46 distritos e haveria os deputados representantes de cada região. E qual é o problema de transformar o deputado em um vereador? O vereador é mais próximo do eleitor.
O que aconteceria com os parlamentares que se elegem não por sua ligação com uma região específica, mas por defenderem causas como o ambientalismo? Eu não conheço um deputado assim. Tem os evangélicos, é verdade. Mas o número de votos para ser eleito é muito menor, porque o território é mais restrito. Isso aproxima o eleitor dele e aproxima ele do eleitor. É mais complicado para quem exerce o mandato? É. É muito mais demandado? É. Tem de dar muito mais atenção? Tem. Mas são ossos do ofício. Quanto mais demandado ele for, quanto mais cobrado ele for, mais o eleitor ganha.
E a alternativa do voto misto não resolveria isso? É uma opção. Aí nessa outra parte tem os chamados ideológicos, ou os que são ligados a um grupo específico. Isso seria contemplado pelo voto misto.
Nesse caso, a ideia é dividir as vagas meio a meio, metade dos deputados sendo eleita por cada sistema? Acho que seria uma boa solução. Em cada distrito, haveria o voto local e o geral.
O leitor não ficará confuso ao ter de dar dois votos para um mesmo cargo? Não tem problema. O sistema é eletrônico, não tem papel. Na votação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados são uns quinze votos ao mesmo tempo e ninguém demora mais do que dois minutos dentro da cabine.
Por que é tão difícil aprovar uma mudança de sistema? Há poucos dias eu tive uma conversa com um ministro importante do Supremo e do TSE, e disse para ele que Supremo errou quando acabou com a cláusula de barreira. A decisão permitiu a criação de vários partidecos, os chamados nanicos. Tem partido que tem dez deputados, ou só um senador que é lider de si mesmo. Permitiram essa proliferação de partidos e eles se juntam no que é de interesse deles. Por exemplo: a manutenção dessa coisa maluca, esdrúxula, ruim, perversa, que destrói a política: a coligação proporcional. Lá no Ceará, nas últimas eleições, o partido do governador tinha 37 segundos de TV. E ele foi comprando, foi chamando, foi negociando cargo. Ele nomeou a mulher do presidente do PV como secretária de meio ambiente e providenciou a nomeação da filha dela secretária de Meio Ambiente de Fortaleza. Só porque tinha que juntar mais 30 segundos para a coligação. É por isso que é dífícil fazer essa reforma na Câmara. Se extinguir a coligação proporcional, vamos ver a fusão de pelo menos dez partidos políticos, porque aí ninguém vai comprar mais o tempo de TV.
Uma reforma política "fatiada" é mais viável? Se nós fizermos um novo modelo de financiamento de campanha, se a Câmara o fim das coligações proporcionais, se nós acabarmos com a reeleição, que é outra coisa perversa para o país e instalarmos o sistema de voto distrital misto, esses quatro pontos resolvem o problema da reforma política completamente. Não defendo o financiamento exclusivo público. Como você vai tirar 10 bilhões por ano do Orçamento? Mas é preciso fazer um sistema misto e que não permita que a mesma empresa doe para candidatos rivais. O sistema atual é caro e perigoso. Tem partido que tem um tesoureiro condenado e o outro preso.
O voto distrital tem mesmo chance de avançar? Eu espero, sinceramente, que a Câmara se conscientize disso. Não dá mais para pensar somente no próprio mandato só. Tudo tem limite. A sociedade não aceita mais.
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