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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Notícias de Brasília ... Ruins ! / Cláudio Humberto


12 DE FEVEREIRO DE 2018
O PSB do vice-governador de São Paulo, Márcio França, deve bater o martelo nas próximas semanas no apoio ao PSDB do governador Geraldo Alckmin, que deve ser confirmado como candidato tucano à Presidência apenas após as prévias do partido. O prefeito da capital paulista, João Dória, tem tudo para ser o candidato tucano ao governo do estado. Já no Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) deve ter Maria Abadia (PSDB) como vice na chapa que deve ter também o PPS.
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Alckmin tenta articular com o PSB que o vice Márcio França ocupe uma vaga como candidato ao Senado na chapa do PSDB-PSB.
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A opção para o PSB, especialmente para a bancada do partido na Câmara, é lançar candidato próprio no 1º turno e apoiar o PSDB no 2º.
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O PSB ‘flertou’ com o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa para que ele fosse o candidato a presidente. Barbosa não desceu do muro.
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Outra praça onde o PSDB deve se unir ao PSB é em Pernambuco. Paulo Câmara (PSB) deve dividir palanque com Bruno Araújo (PSDB).

Após participar de um curso de formação, um filiado ao Partido Novo em Brasília comunicou a intenção de disputar mandado de deputado federal, e conta ter sido chamado à parte, por um dirigente, que o notificou a firmar termo de compromisso de apoio ao casamento gay. O Novo confirmou em nota a defesa da união civil homoafetiva, mas nega que seus membros sejam obrigados a assinar termos de compromisso.
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O Novo defende também a redução do poder do Estado na vida das pessoas, a liberalização econômica e o fim da lei do desarmamento.
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Para contar com pessoas capacitadas para participar da vida pública, o Novo realiza processo seletivo “bastante rigoroso”, avisa na nota.
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O Novo não aceita dinheiro público, tipo fundo partidário, é mantido pelos filiados. E proíbe aos filiados mais de uma reeleição consecutiva.
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Há exatos 115 dias o ministro Torquato Jardim (Justiça) botou o dedo na ferida, revelando que o comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro decorre “de um acerto com deputado estadual e o crime organizado”. Desde então os fluminenses aguardam providências das autoridades.
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O fim do imposto sindical obrigatório pôs fim à festa da pelegada que faturava alto sem trabalhar. Em 2017, com o imposto a pleno vapor, o sindicato dos professores do DF embolsou R$ 33 milhões sem suar.
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Sem obrigatoriedade de doar o equivalente a um dia do trabalho a sindicatos, trabalhadores ganham mais: terão R$4 bilhões do imposto sindical (que agora não é obrigatório) para fazer o que quiserem.
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O general da reserva Paulo Chagas, filiou-se ao PRP para disputar o governo do Distrito Federal. Ele é um dos líderes do Foro de Brasília, movimento que se contrapõe ao Foro de São Paulo, de esquerda.
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Ao defender que se ignore a Ficha Limpa em benefício de Lula, Renan Calheiros (MDB-AL), que no Senado apoiou a lei, junta-se àqueles que ignoram o juramento dos senadores no ato de posse.
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A Associação das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais elevou a previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2018, de 2,8% a 2,9%. Já o governo, aposta um pouco mais, 3%.
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Após acompanhar de perto o drama de mulheres vítimas de violência doméstica, a juíza Rejane Suxberger decidiu contar essas histórias num livro indispensável: “Invisíveis Marias - história além das quatro paredes”, a ser lançado no dia 1º, 19h, no Sallva Ristorante, Brasília.
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Os primeiros diplomas da Escola do Trabalhador serão entregues após o Carnaval. Das 21 disciplinas oferecidas pela parceria entre o governo federal e a UnB, o inglês aplicado ao trabalho foi o mais procurado.
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...só nesta semana a reforma da Previdência não terá oposição no Congresso.
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"Guerra de narrativas " // Murillo de Aragão




Guerra de narrativas 

MURILLO DE ARAGÃO

REVISTA ÉPOCA
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Sair do País por um tempo, ainda que breve, sempre é bom. Em especial para nos desintoxicarmos das narrativas que circulam intensamente no Brasil. O Brasil de hoje vive uma guerra de narrativas. Membros do Ministério Público anunciam, a cada instante, que a Operação Lava Jato pode acabar por isso e por aquilo. Outros dizem que as eleições presidenciais só serão legítimas com a participação do ex-presidente Lula na disputa. Ou que a democracia brasileira caminha para o abismo porque o 4º Tribunal Regional Federal confirmou a condenação de Lula e ainda aumentou a pena estipulada na primeira instância. Pelo seu lado, o juiz Sérgio Moro justifica receber auxílio-moradia dizendo que o benefício compensa a falta de reajuste salarial entre a classe, mesmo sendo dono de apartamento na cidade em que vive.

Adversários da Reforma da Previdência afirmam que não existem privilégios a serem combatidos no sistema previdenciário brasileiro. Outros apregoam a impossibilidade de votá-la, embora o tema esteja na pauta. O que será que vai acontecer? Apesar do alarmismo de alguns, a Lava-Jato não morreu nem vai morrer sem antes causar mais estragos na política nacional.

Lula será ficha-suja e nem por isso a democracia brasileira irá para o abismo. Com ou sem Lula, as eleições serão legítimas. Aliás, mais legítimas do que as últimas, turbinadas pelo doping ilegal e imoral das doações por dentro e por fora (via caixa dois). A reforma da Previdência, apesar de ir contra os interesses das corporações, será aprovada, nem que seja aos poucos e em fatias. Moro e os demais juízes continuarão a receber auxílios diversificados mesmo obtendo reajustes salariais.

A guerra de narrativas sempre fez parte da realidade humana. A questão atual é a sua intensidade, por conta dos avanços tecnológicos. Qualquer um pode se inserir no mundo midiático com suas narrativas pessoais. Daí surgirem, do nada, blogueiros e youtubers a caminho da consagração. Em sendo uma guerra, quem é a vítima? Basicamente, a verdade. O que fazer?

Ter uma postura cética acerca de tudo o que é dito é uma boa decisão. Sabemos que a verdade está contaminada. Aliás, sempre esteve. É preciso filtrar o que é dito. Devemos também desenvolver mecanismos de validação sobre quem diz o quê e como. Afinal, não podemos duvidar de tudo e de todos a todo o momento. Paradoxalmente, duvidar e ter confiança são os melhores caminhos para bem viver no mundo de hoje. A questão é saber como. A saída é a reflexão. Como disse Virginia Wolf, o único conselho que uma pessoa pode dar para outra sobre ler notícias “é não seguir conselho de ninguém, seguir seus instintos, usar sua razão e chegar às suas próprias conclusões”.

Vale para a guerra de narrativas dos tempos atuais.

Você tem nádegas... Uma de um lado outra de outro.. Uma seria o Passado outra o Presente... Uma seria a Emoção outra a Razão...Uma seria verdade outra seria sua verdade...Uma é Real outra é Ideal ...(as duas andam juntas)

segunda-feira, fevereiro 12, 2018


A vitória sofista

 LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 12/02

A vantagem da democracia é o fato de ela limitar o poder por torná-lo lento e pesado


Diga a VERDADE: alguém pode dizer, com certeza, quem tem razão nas discussões ao redor da condenação do Lula?

Antes de você tentar encaixar minha pergunta num dos campos ideológicos em disputa ao redor do destino do Lula e do PT, respire um pouco. Hoje, xinga-se mais rápido do que o coração consegue bater. Não que eu não tenha uma simpatia maior por um dos lados; mas essa simpatia não é meu tema hoje.

Os sofistas venceram o debate com Platão (428/427 a.C.-348/347 a.C.). Os sofistas eram aqueles caras que afirmavam que "o homem é a medida de todas as coisas" --foi Protágoras (481 a.C.-411 a.C.) quem disse isso. Simpáticos à democracia, esses pensadores negavam a existência da verdade absoluta, defendida por Platão. Protágoras venceu Platão: a democracia é sofista. E as inúmeras consequências desse fato nem sempre são contempladas na reflexão pública.

Há uma impossibilidade estrutural na percepção da verdade na democracia, simplesmente porque todo mundo fala o tempo todo. As mídias sociais só pioram essa

tagarelice na democracia. Platão acusava a democracia de ser retórica, argumentativa e demagógica. Ele tinha toda a razão. Essa

crítica de modo algum justifica uma defesa da tirania ou totalitarismo. Deve, sim, nos deixar atentos para tagarelice.

Muitos entendem que, ao trazer à tona fatos como esse, eu estaria propondo alguma forma de niilismo político ou defendendo algum modo de anarquismo. Na minha juventude, fui anarquista. Hoje, confio menos na humanidade e no "povo" para defender tal utopia. Prefiro a tagarelice confusa à simplicidade de uma visão utópica.

A grande vantagem da democracia é o fato de ela limitar o poder justamente porque o torna lento, pesado, confuso, falastrão e dependente do marketing. Tudo que parece vício se transforma em virtude nesse processo. Mas essa percepção é difícil de manter no dia a dia.

A grande virtude da democracia é a sua incapacidade de "entregar" uma verdade política e moral acerca do mundo, além de sua própria inapetência à evidência última dos fatos. Essa inapetência é sua "estranha" virtude básica. Claro que, com a complexidade, a multiplicidade e o gigantismo da sociedade contemporânea, esses traços só se intensificam.

Voltemos aos últimos dias no Brasil. Não falemos da tagarelice comum, mas da multiplicidade de opiniões vindas do debate público especializado --de gente, portanto, capaz e preparada para esse debate.

A impressão que se tem é de que existem argumentos razoáveis para ambos os lados. Simplificando a coisa: por "ambos os lados" quero dizer aqueles que são a favor da condenação, isto é, entendem que ela se deu dentro do âmbito legal objetivo, e, do outro lado, aqueles que entendem que a condenação foi fruto de "interesses ideológicos". Teria sido a condenação jurídica ou política? Minha resposta: as duas se misturam.

Sem supor, necessariamente, que haja mau-caratismo em qualquer dos dois argumentos, eu posso, sim, supor que não haja como chegar a uma resposta "clara e distinta" para essa controvérsia no âmbito da verdade absoluta. Posso entender que, na democracia, "tudo é política" e que, portanto, magistrados podem, sim, ter interesses corporativos, ideológicos e/ou econômicos. Da mesma forma, também o podem os intelectuais, assim como --por que não?-- manifestantes a favor da igualdade social.

Todos podem ter posições cunhadas a partir de valores exteriores à "verdade pura dos fatos" --antes de tudo porque ela, na verdade, não existiria. Tudo é interpretação ou hermenêutica (para você ter um termo a mais em seu repertório sobre a catástrofe da expectativa em favor de uma verdade pura no mundo político).

Ao contrário do que parece --e do que nossos inteligentes bonzinhos gostariam de dizer--, as tais câmaras de eco das mídias sociais (o nome dado às bolhas de opiniões que as pessoas frequentam repetidamente na vida em rede) são parte da vida democrática off-line.

Viveríamos em câmaras de eco permanentes? Mesmo os mais preparados para o debate? Seriam nossa opiniões "objetivas" ou, antes de tudo, fruto de nossas simpatias anteriores aos "fatos"?