Publicado no Blog Fatos
O Brasil está precisando, cada vez mais, de um “Quem é Quem” permanente em sua vida pública, a ser publicado de preferência todos os dias, como o Diário Oficial, para que as pessoas possam ter um mínimo de noção sobre a verdadeira natureza dos políticos que andam por aí – todos eles. Em geral, no momento, esse povo é apresentado pela mídia e por suas biografias oficiais (pagas por você), como sendo deste ou daquele partido, desta ou daquela corrente, e em seus currículos aparece em destaque todo o bem que fizeram até hoje para os brasileiros e para a humanidade em geral. Esse amontoado de informações não serve para nada. Praticamente tudo que está ali, na verdade, serve justamente para ocultar quem o sujeito realmente é. O “Quem é Quem” que seria de fato útil para o Brasil é um outro. Ele mostraria quem são os nossos homens públicos não por suas palavras, mas por seus atos.
Um episódio ocorrido dias atrás demonstra com muita clareza os benefícios que a população teria com um sistema permanente de informações sobre os políticos que vivem à suas custas. Ao mostrar o que fazem, em vez de repetir o que dizem, deixaria óbvio para todos os contribuintes quem é essa gente, de fato, na vida real. Um deputado do PT de quem pouco se sabia até agora, um Paulo Pimenta, conseguiu de repente os seus cinco minutos de fama – deu “voz de prisão” num corredor do Senado a uma mulher do movimento político “Nas Ruas”, que se opõe com agressividade à esquerda e, quanto tem oportunidade, atormenta os políticos do PT e suas sesmarias. “Voz de prisão”? Isso é coisa de polícia, e não de um deputado de “esquerda”, do “campo progressista” e defensor das “causas populares”, como esse Pimenta diz que é. Mais: é hoje uma piada francamente extraordinária, neste país de roubalheira desesperada, que um deputado brasileiro, e ainda mais do PT, tenha a pretensão de dar “voz de prisão” a alguém. Deputado, hoje em dia, tem mais é de fazer o contrário: dar duro todos os dias para ver se consegue, ele próprio, ficar do lado de fora do xadrez.
O surto de “autoridade” do deputado – do tipo “eu mando prender”, etc. – foi particularmente mesquinho, como em geral acontece nesses casos. Após uma altercação com a manifestante, ele perdeu o prumo e disse para ela uma das coisas provavelmente mais infelizes que poderia ter dito: “Vai trabalhar”. Um deputado mandando alguém “trabalhar”? Com uma deixa dessas só poderia mesmo ter ouvido o que ouviu: “Eu trabalho, sim, não fico roubando como vocês”. Ficou bravo, foi tirar satisfação e levou mais uma: “Ué, o PT não rouba?” Era um caso perdido, mas o deputado, cercado pela segurança do Congresso, resolveu crescer para cima de uma mulher com metade do seu tamanho, desarmada e no exercício dos seus direitos. Aí, utilizando uma coragem que mostra bem que tipo de homem ele é, mandou a polícia legislativa prender a oponente. Não deu em nada, obviamente, porque a “ordem” do deputado era um disparate, fruto apenas de um acesso de neurastenia. Ela foi afastada dali, ouvida na delegacia local e de lá voltou para casa.
O deputado Jair Bolsonaro, que causa tantos pesadelos ao Brasil civilizado por suas convicções “totalitárias”, nunca mandou prender ninguém em sete mandatos consecutivos como parlamentar. O deputado Paulo Pimenta, que passa por um formoso democrata dedicado à proteção dos pobres e desvalidos, pensa automaticamente em “cadeia” logo na primeira fez que toma uma pancada. É assim que as coisas deveriam aparecer no “Quem é Quem”. Jair Bolsonaro é Jair Bolsonaro. Paulo Pimenta é o PT em estado puro, exatamente como ele e o seu partido são.
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